quinta-feira, 16 de agosto de 2012

[Gastronomia e Literatura] 100 anos de Julia Child

Bom Tarde Pessoas,

Se estivesse viva, Julia Child, completaria seu centésimo ano de vida ontem, mais conhecido como 15 de Agosto de 2012. Alguns devem se lembrar dessa indicação do livro Minha Vida na França ou então do post sobre o livro Julie & Julia.

E navegando pela internet encontrei uma reportagem do site Terra Brasil e resolvi compartilhar com vocês. A notícia pode ser lida na íntegra aqui.




Julia Child poderia ter sido apenas mais uma apresentadora de programa de culinária. Mas foi com seu jeito original e bem-humorado, saudando sua audiência com um largo sorriso e um sonoro “Bon Appétit”, que ela conquistou de “simples mortais”, ávidos por aprender a cozinhar, a célebres nomes da gastronomia mundial.
Embora tenha falecido no ano de 2004, dois dias antes de completar 92 anos de idade, a chef californiana continua sendo atual e, diga-se de passagem, muito bem citada pelos entendidos do assunto. “Julia Child foi a figura mais importante, influente e com poder de mudança da história da gastronomia americana. Tudo se volta para ela”, disse o renomado chef americano Anthony Bourdain, do programa de TV de culinária Anthony Bourdain: No Reservations, ao jornal Huffington Post. “Ela será lembrada pelo que ela fez nessa terra, que era inspirar milhares de pessoas a cozinhar – e comer – melhor”, acrescentou.
Neste dia 15 de agosto Julia completaria 100 anos de idade. Em 2009, seu encontro com a culinária foi retratado no filme Julie & Julia, protagonizado pela atriz Meryl Streep. Desafiando a própria inabilidade na cozinha, ela começou a se aventurar nas panelas tardiamente. “Eu tinha 32 anos quando comecei a cozinhar. Até então eu só comia”, disse, certa vez.
Após se mudar para França, para acompanhar o marido militar, resolveu afastar o tédio se matriculando nas aulas de culinária oferecidas pela escola Le Cordon Bleu – decisão que acabou mudando a sua vida. Com bom humor e persistência, ela se entendeu muito bem com as técnicas francesas e acabou por compartilhar o que aprendeu com milhares de pessoas por meio de seus programas de TV e livros, entre ele, a “bíblia” Mastering the Art of French Cooking (em tradução livre, Dominando a Arte da Culinária Francesa). “Julia foi uma mentora para mim. Ela influenciou completamente a forma como me aproximo e preparo comida. Ela ajudou a mudar a forma como os americanos enxergam o ato de cozinhar e de jantar”, afirmou o chef americano Emeril Lagasse, que tem programas de TV de culinária e livros sobre o assunto.
Yes, you can
Incentivar aqueles que não nasceram com o dom para a cozinha, mostrando que todos são capazes, é uma das marcas de Julia. Não por acaso, a Julie (Amy Adams) do filme Julie & Julia (2009) se aventurou a fazer as 524 receitas do livro da chef e postar a experiência em um blog. Na vida real, Julia continua inspirado blogueiras no Brasil e no mundo. Para a comunicadora Maria Regina Carriero, 31, que assina o blog Fogão Azul, o principal mérito de Julia foi mostrar que qualquer um poderia cozinhar, “que isso não era simplesmente um dom divino restrito a poucos sortudos”. “Ela começou tarde, se dedicou muito, aprendeu e virou referência. O jeito dela era incomparável. Uma mulher daquele tamanho, um tanto desengonçada, completamente diferente das mocinhas prendadas da época, e fazendo pratos tão ricos, tão vistosos. Impossível resistir”, afirma.
Outro ponto observado por Maria Regina Carriero é a forma como Julia escolhia o que ia para a panela. “O que admiro muito na Julia é o uso de ingredientes dos quais hoje todo mundo foge. Ela não tinha medo de gordura boa e eu compartilho desse amor. Capricho na manteiga, no azeite e no creme de leite fresco. Eu fujo é de margarina, óleo de soja e tudo que é light. Prefiro gordura de verdade a espessante barato. Pelo sabor e pela saúde”.
Letícia Massula, 40, cozinheira da capital paulista, é uma das autoras do blog Cozinha da Matilde e acredita que o fato de Julia democratizar uma culinária tão refinada foi um dos aspectos que a elevou ao status de ícone. “Ela teve a oportunidade de conhecer e estudar a gastronomia francesa direto da fonte, em uma época em que poucas pessoas podiam e tinham interesse em fazer isso”, diz. Para ela, a omelete francesa de Julia tem uma particularidade especial. “Ela parte de uma manteiga quase queimada, o que confere muito mais sabor ao preparo”, observa.
Francês para não-franceses
Julia tinha um jeitão todo irreverente de mostrar suas receitas – era capaz de virar uma panqueca de forma desajeitada, deixando cair metade para fora da massa, após acabar de falar, em rede nacional, que “para virar qualquer coisa, é preciso ter coragem”.
E foi justamente essa simplicidade que acabou se tornando uma de suas marcas registradas, uma vez que popularizou a então inacessível culinária francesa. Patty Martins, 43, de Garanhuns, interior de Pernambuco, que assina o blog Aqui na Cozinha, acredita que Julia foi inovadora. “Ela é atual e continuará sendo, pois não se resume a ser uma chef. Ela nos ensinou o valor da simplicidade e nos deu lições para encarar a vida com leveza, curtindo cada momento por mais simples e pequeno que ele seja”.
Juliana Stelli, 29, pedagoga de Recife, Pernambuco, do blog Pitadinha, concorda. “Ela foi a fundo, pesquisou, entendeu os processos de cozimento e revelou o maravilhoso mundo da gastronomia francesa para quem quisesse prepará-la em casa. Ela se propunha a descomplicar as coisas, a mostrar que a tão purista culinária francesa era acessível e possível a todos”. Entre as receitas de Julia que ela já arriscou em casa, está o Potage Parmentier. “Nada mais é do que uma sopa de batatas com alho-poró, simples, aveludada e perfumadíssima, perfeita para os dias frios”, recomenda.
Já Tatiana Romano Leonard, 35, psicóloga de Sorocaba, São Paulo, do blog Panelaterapia, testou o famoso Boeuf Bourguignon. “Ficou exatamente como eu imaginava e como foi descrito na receita”, lembra. “Acho que a maneira didática como ela transmitia, tornando possíveis até os pratos mais complexos, era um grande diferencial”.
Para Larissa Januário, 33, jornalista de gastronomia e autora do blog Sem Medida, de São Paulo, Julia “foi a grande responsável por inserir na América a cozinha francesa de forma popular, numa época em que a informação não transitava com tanta velocidade”. “Ela comprou uma briga intensa para isso. E se hoje temos tanto da cozinha francesa em nosso dia a dia, devemos a Julia, que popularizou isso”, reforça.  “Para mim ela traz principalmente o amor pela comida, a vontade de aprender a cozinhar e de repassar esse aprendizado. Além disso, ela estudou numa das escolas de gastronomia mais conceituadas do mundo até hoje, a Le Cordon Bleu. Numa época em que só homens faziam isso. Precisou de muita coragem e ousadia e conseguiu”, finaliza.
Homenagens ao ícone
Em homenagem ao centenário de Julia Child, 100 chefs americanos criarão menus e eventos especiais em diferentes pontos do país, segundo informa o jornal USA Today.  Nomes como Barbara Lynch, de Boston, Traci Des Jardins, de San Francisco, Emeril Lagasse (com nove restaurantes em quatro cidades), Michel Richard em Washington, D.C. e Alice Waters em Berkeley, participam da ação, inspirados na chef e apresentadora de TV. Além disso, o Museu Nacional da História Americana, localizado em Washington, irá reabrir a exposição A Cozinha de Julia Child, de 15 de agosto a 3 de setembro. O local exibirá também episódios raros do programa The French Chef (em tradução literal, A Chef Francesa).



Além da receita de Potage Parmentier, que tal também tentar preparar a Infalível Omelete de Julia? Vamos lá:

  • 2 ovos frescos em temperatura ambiente (melhor se forem caipiras)
  • 1 colher de sopa de água
  • 1 colher de chá de manteiga
  • sal e pimenta-do-reino moída na hora
Preparo:
  1. Aqueça uma frigideira antiaderente e deite ali a manteiga para derreter.
  2. Enquanto isso, quebre os ovos, bata bem com o garfo, misture com a água.
  3. Despeje a mistura de ovos na frigideira pelando e vá fazendo esse vai-e-vem aí do vídeo (pra mim demorou um bocadinho mais, que meu fogão é tinhoso).
  4. Polvilhe pimenta e sal, dê a voltinha na omelete, despeje no prato, mais uma pitada de sal e pimenta e sirva. Fica bom polvilhado com páprica, com ervinhas frescas ou secas, untado com um pouco mais de manteiga… é uma receita coringa, uma base deliciosamente simples sobre a qual brincar. A minha foi ainda mais simples, porque era desse jeito que queria minha vontade.
Espero vocês na próxima semana para o nosso encontro gastronômico, até lá...

Boa Leitura e Bon Apetit

12 comentários

  1. Já tinha ouvido falar do filme, mas nunca tinha me inteirado dos detalhes sobre a vida da cozinheira. Legal saber mais sobre a Julia...
    Quanto à omelete, ainda não almocei, então me dê licença que eu vou lá experimentar a receita! :]

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  2. Amei o filme! Meryl Streep faz tudo com um charme e uma graça únicos! Fico imaginando que delícia deve ser o livro, com as receitas maravilhosas.
    Julia é uma mulher atemporal, que inspira qualquer mulher moderna que queira se aventurar na cozinha. Adorei o post, completo!

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  3. soh fiquei conhecendo a julia pelo doodle msmo^^' e nem assim cheguei a clicar hehe mto bom o post, matou minha curiosidade! =]

    --
    hangover at 16

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  4. Me condenem, mas nunca ouvi falar sobre essa mulher. Eu também sou dessas que gosta de usar manteiga KKKKKKKK
    Ainda não vi o filme, adoro a Meryl Streep! *-*

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  5. Já tinha ouvido falar muito sobre essa grande chef, mas nunca assim ,numa matéria tão extensa e completa.
    Puxa, ela hoje em dia, seria condenada..rs Apesar de ter morrido há pouco tempo, ainda bem que esse uso desgovernado da manteiga,gordura...diminuiu um pouco..rs
    Adorei a dica da omelete..vou acabar tentando fazer. Se tem algo que nunca consigo, é fazer uma bonita omelete..rs

    Beijo

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  6. Hey, te indiquei pra fazer um meme literário (:
    Só entrar lá e responder minhas perguntas: http://beingjournalists.blogspot.com.br/2012/08/meme-literario.html
    Quando responder me manda o link, tô curiosa pra saber suas respostas!
    Beijão.

    http://beingjournalists.blogspot.com

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  7. Ja ouvir falar vagamente dessa chef, mas não me recordo de onde, enfim gostei da receita espero que essa pelo menos de certo.

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  8. Conheci a história da Júlia por causa do filme Julie & Julia.
    Gostei muito e depois fiz umas pesquisas e descobri mais sobre como tornou-se culinarista.

    Bjoo.

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  9. Para quem gosta de gastronomia é ótimo. Assisti ao filme e as passagens são ótimas. O programa deveria ser ótimo, com uma apresentador e cozinheira bem humorada trazendo receitas ótimas.

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  10. Eu assisti o filme "Julie & Julia" e fiquei com muita vontade de ler o livro, mas ainda não li. Seu post como sempre está super completo e legal. Já testei a receita aqui em casa e amei, só faço essa omelete agora =D

    Beijos,

    Paula

    http://tri-books.com

    @Tri_Books

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  11. Vi o filme Julie e Julia e amei! É lindo *-* Gostei da receita, é apetitosa!

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  12. Muito interessante sobre a vida da Julia Child. Ela com sua simplicidade fez muito mais do que muitos arrojados hoje em dia. E que receita deliciosa!

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Ana Liberato