quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Resenha: "Necrópolis" (Douglas MCT)

Por Sheila: Oi pessoas! Hoje vim apresentar a vocês mais um livro de um autor brasileiro, na verdade o primeiro livro de uma série. Este livro 1 de Necrópolis intitula-se "A fronteira das Almas. Nosso protagonista é um jovem órfão de 20 anos, Verne Vipero, que vive junto com seu irmão, Victor, de 13 anos, num orfanato na Itália.

Já de início percebemos que há algo que perturba Verne: olheiras, humos irritadiço, discussões sem motivo aparente com seu irmão e a afável administradora do orfanato Sophie Lacet, que tem pelos meninos um carinho especial por ter sido amiga de sua falecida mãe.

Se a princípio o autor nos dá a atender que o mau-humor de Verne tem a ver com sua transição de adolescente à adulto, bem como a uma rivalidade com outro jovem em função de seu amor não correspondido por Arabella Orr, no desenrolar da trama vemos que há outras coisas mais sombrias perturbando o mais velho dos Vipero.

Mesmo seu AI Chax - seu Amigo Imaginário - não consegue fazê-lo melhorar o humor, só o irrita mais. Uma característica importante é que os AIs costumam acompanhar as crianças apenas até os 15 anos, não havendo explicação para o motivo do AI de Verne ainda não tê-lo deixado. Na verdade, os AIs são aceitos pelo mundo adulto, considerados uma parte da personalidade das crianças que será incorporada naturalmente quando for chegada a hora.

Na verdade, os dois parecem levar uma vida pacífica, Verne com seus conflitos e Victor com seus folguedos junto aos amigos e o despertar das primeiras paixonites, quando o impensável acontece: de alguma forma Victor e seus amigos são envenenados por um gás que lhes garante uma morte horrenda e dolorosa. É quando os limites entre o mundo real e a fantasia começam a se romper para Verne Vipero, procurado por um cigano que é mais do que aparenta ser. 
- Sou eu Verne - disse o homem acenando. - Vim como o prometido.
- O que você quer afinal? - indagou com um suspiro aborrecido (...)
- Os membros das outras famílias não me ouviram, então vim na esperança de que você pudesse me ouvir. Me diga: no que você crê?
Foi a vez do rapaz hesitar, tentando compreender a pretensão da pergunta. 
- Acredito em mim, acreditava em Victor. Acredito em algumas pessoas, amigos próximos.
- E algo acima disso?
- Você se refere a algo sobrenatural? Não, eu não creio em nada.Nem em assombrações nem em Deus. Sou cético.
No entanto, todo este ceticismo está prestes a ser abalado já que este não é um cigano comum: seu nome é Elói e, na verdade, ele não é deste mundo. Segundo as histórias contados pelo Velho Saja, um dos ciganos anciões, o universo é formado por oito círculos: Sheol, de onde vêm as criaturas demoníacas; Sonhar, lugar onde surgem os devaneios; Magia, habitada por seres encantados; Isolação; Ilusão; Bestial, das feras adormecidas; Moabite e o Círculo da Criação, origem de tudo e todos.

É do sétimo círculo, Moabite, que vem Elói, mas especificamente de Necrópolis, O Mundo do Mortos. Mas o mais surpreendente é ao que Elói se propõe ao procurar Verne: ajudá-lo a procurar pela alma de Victor, seu irmão, antes que ele atinja o Abismo sem volta. Assim, de uma hora para outra, o cético Verne embarcará em uma aventura por um estranho mundo com Zumbis, doendes, gigantes, vampiros e outras criaturas fantásticas que, para ele, só existiam em contos infantis.
- Não estou vendo nada. Só estamos nós dois neste lugar.
- Tenha paciência.
O rapaz resolveu respirar fundo. Seu ceticismo era maior que ele, e mesmo depois de ter visto fantasmas em seu próprio quarto, ainda resistia a crenças de criaturas do além-mundo (...)
Uma luz diferente surgiu do outro lado do túnel, era intensa, porém pequenina. Alternava as cores branca e dourada, e era o brilho mais belo que Verne já tinha visto.
- Era uma fada Verne - revelou Elói (...)
Recobrado, o jovem Vipero esfregava as mãos com furor. Parecia estar confuso e chegou a pensar que, talvez, apenas quisesse estar confuso. Mas não tinha mais motivos.  Ele tinha visto fadas. Não podia mais negar a existência de seres mágicos.
No entanto, como Elói foi banido, não poderá acompanhar o jovem Vipero em sua jornada. Agora, em Necrópolis, Verne encontra novos aliados que o ajudarão em sua busca para resgatar a alma de seu irmão, antes que esta caia no Abismo. 

Apesar do elaborado da trama, e a criação de todo um novo mundo por Douglas MCT, com criaturas fantásticas e acontecimentos inesperados, além de possuir uma narrativa ágil e direta, não consegui gostar muito do livro. Primeiro por que ele faz parte de uma série, pelo que Douglas nos diz em sua nota inicial bem extensa, e ficam diversas perguntas que espero serem esclarecidas nos próximos volumes.

Mas principalmente, não consegui me identificar com os personagens, torcer por eles, sofrer com eles, chorar com eles. Mas a capa e a arte do livro ficaram lindíssimas, e dá para ver o quanto o autor é atento aos detalhes, e a leitura é bem fácil, consegui lê-lo em um dia. Assim, recomendo que você (s) leia (m) até para que possamos comparar nossos pontos de vistas ok? Abraços e até a próxima.

10 comentários

  1. Sem sombra de dúvidas, a capa é belissima!
    Nunca tinha lido nada a respeito dessa serie, mas admito que dá um orgulho danado de ver como a literatura nacional tem crescido né?
    Adorei saber que o livro dá a entender uma coisa, mas no fundo é outra..rs adoro quando o autor brinca assim o leitor.
    Com certeza, esse vai pra lista de desejados!!

    Beijos

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  2. A capa do livro é linda e a história parece ser bem interessante, porém, não é um livro que desperta o meu interesse de leitura.

    Beijos,
    http://secretsofbook.blogspot.com.br

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  3. Parece ser um livro muito bem elaborado; eu, pessoalmente gosto quando os autores criam todo um novo mundo, uma nova sociedade para seus personagens e gosto ainda mais quando esse mundo é bem elaborado, então talvez eu venha a gostar dessa série.
    O fato de não conseguir se identificar ou se comover com os personagens é sempre uma droga, mas isso só dá pra saber depois da leitura, afinal é algo que diferencia de pessoa para pessoa.

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  4. Realmente, a capa é lindíssima e a história parece ser muito interessante. parabéns por essa resenha.

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  5. Gizeli Regina Meistersábado, dezembro 08, 2012

    Pela sua resenha um livro riquissimo em história que acrdito que valha muito a pena ler.Fiquei muito interessada em ler e vai para a lista interminável!!!

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  6. O nome ja me chamou bastante a atenção, esse livro parece ser bem interessante, e com a resenha fiquei ainda mais curiosa para lê-lo...

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  7. Livros nacionais estão surpreendendo! Curti a historia, fiquei interessada.

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  8. Eu simplesmente amei essa resenha e to com muita vontade de ler este livro. Amo livros desse gênero! Mais um para a minha lista ;)

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  9. Está aí um livro para provar que livros nacionais também são bons. Estou ansiosa para lê-lo. Ótima resenha!

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  10. Esse livro parece ser bem interessante, com certeza se o ler, irei gostar :D

    Beigos!

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Ana Liberato