domingo, 9 de fevereiro de 2014

Resenha: "Replay" (Marc Levy)

Por Marianne: Hello pra todo mundo! Primeira resenha das muitas que pretendo fazer esse ano. Atribui a mim mesma uma meta de leitura e minhas resenhas pro blog vão ser minha forma de acompanhar se a meta esta sendo cumprida ou não.

Mas bora ao livro que é o que interessa! Em Replay entramos direto na vida de Andrew Stilman, redator-chefe do New York Times, solteiro e meio workaholic. Tem apenas um amigo, Simon, com quem sai de vez em quando pra uns drinks no bar. Numa dessas noites Andrew reencontra uma ex namorada da adolescência, Valerie Ramsay. Depois de um jantares, umas mensagens trocadas e Valerie abandonar um relacionamento meio gasto no qual vivia, eles retomam o romance.

Enquanto a vida amorosa está a mil, no jornal Andrew está trabalhando numa investigação muito importante que envolve revelar a identidade de pessoas, hoje anônimas, que um dia trabalharam como pilotos dos voos da morte durante o período da ditadura argentina. São as muitas horas de dedicação à investigação e viagens pra Buenos Aires que deixam Andrew com peso na consciência por não estar dando atenção suficiente pra Valerie e o fazem tomar a impulsiva decisão de pedir a moça em casamento (aliás, um ótimo motivo pra pedir alguém em casamento “peso na consciência por ausência na relação”, ai ai ai...).

A decisão foi tão bem pensada que na noite antes do casamento, num bar, com o amigo Simon, Andrew fica idiotamente perdidamente apaixonado por uma moça que pede o mesmo drink que ele. E quando eu falo idiotamente perdidamente eu não estou brincando, o cara considera jogar o casamento todo pro lixo pra descobrir quem era a mulher misteriosa do drink com quem ele trocou cinco ou seis palavras.

Mas ele casa, meio sem saber o que fazer afinal já está tudo pago né, mas casa. Saindo da cerimônia Andrew vê de novo a tal moça do bar passando de carro, dando uma piscadinha e jogando o cabelo. Não precisava de mais nada. Chegando em casa, noite de núpcias, Andrew começa a chorar pra Valerie (vestida de NOIVA) e pedir perdão porque “não a ama mais” e está “apaixonado por uma fantasia”.

O tempo passa depois de todas essas emoções, o término com Valerie e o andamento da investigações, Andrew sai pra uma corrida matinal e é assassinado. Alguém o atinge no tórax e ele morre, tudo vai ficando escuro, ele fecha os olhos e acabou. E é agora meus amigos que a história começa!

Andrew acorda, está no mesmo lugar onde foi “assassinado”, concluindo que deva ter perdido os sentidos por um tempo ele volta pra casa. Entrando em casa ele é surpreendido por Valerie no apartamento, agindo como se nada tivesse acontecido, e as notícias na TV, que eram exatamente as mesmas de dois meses atrás. Andrew percebe que voltou dois meses no tempo.

A partir daí ele traça três objetivos: descobrir quem é seu assassino, não magoar Valerie de novo e concluir as investigações de Buenos Aires.

Eu não sei como ele consegue fazer tudo isso sabendo que vai ser assassinado em dois meses, mas ele se dedica. Os suspeitos do assassinato são vários: um colega invejoso do jornal, algumas pessoas descontentes com acusações que Andrew já fez em reportagens anteriores e a própria Valerie que, num futuro que já é passado, foi abandonada horas depois do casamento.

A partir daí eu acho que tudo que eu disser pode ser spoiler, o livro entra numa correria sem fim e boa parte da história foca na investigação de Andrew em Buenos Aires, o que pra mim foi a parte mais interessante. Vale muito a pena saber o que foi a realidade dos torturados pela ditadura argentina, de como foram colocados semi vivos nos aviões da morte e lançados  ao mar, de como os filhos dos torturados foram criados por militares sem nunca terem a menor ideia de quem são seus pais verdadeiros e quem são hoje as Mães da Praça de Maio que se reúnem pra fazer a Argentina se lembrar das crueldades cometidas a seus filhos.
 “—De que justiça você está falando, senhor jornalista? Dessa que anistiou esses animais? Dessa que deu tempo para que eles fizessem novos documentos de identidade? Depois da volta à democracia, em 1983, nós, as famílias das vítimas, pensamos que esses criminosos seriam condenados. Não contávamos com a covardia do presidente Alfonsin e com o poder do Exército. O regime militar teve tempo de apagar os traços, de limpar os uniformes manchados de sangue, de esconder o material de tortura à espera de tempos melhores, nada garante que aquelas coisas não voltarão a acontecer um dia. A democracia é frágil.(...)”
Eu não dava nada pra Replay, a capa é bem fraquinha, da a entender que é só um romance com uma “viagem” no tempo, e é escrito pelo mesmo autor de “E se fosse verdade” (daquele filme da Reese Witherspoon) que é um romance bem tranquilo. Em nenhum momento imaginei que fosse se transformar numa história pesada com relatos da guerra suja Argentina.

Vale a pena, você vai atravessar uns capítulos do protagonista (insuportável por sinal, tenho mania de amar livros com protagonistas que eu detesto hahaha) fazendo umas idiotices, mas assim que ele morre tudo melhora, rs.

E por hoje é só pessoal, até a próxima resenha e um bom começo de ano procês!

9 comentários

  1. Muito engraçado ler você dizer que após o protagonista morrer o livro melhora!
    Se tiver oportunidade quero ler esse livro. E não pensava que se tratava de um conteúdo mais complexo. Bom saber.

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    1. Vale muito a pena Oliveira! O protagonista é bem chato, achei que depois que ele morre os objetivos dele ficam mais bem traçados e a história muda o rumo totalmente. Por isso tudo melhora, rs.

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  2. Eu amo livros desse gênero,q ue a pessoa morre e volta no tempo haha mas tenho a impressão que vou odiar tanto o personagem principal que fico com medo de comprar, porque até chegar a parte dele morrer sinto que será uam tortura
    xx
    Flávia - Caverna Literária
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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    1. Não chega a ser uma tortura, mas rolam uns momentos de vergonha alheia e raiva pelo protagoista que doem na alma hahahaha. Mas eu nunca me interessei tanto pela história argentina como depois de ler esse livro, pode ir fundo que vale a pena!

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  3. Tbm não tava dando nada pela capa, a história pareceu meio ??? e aí tudo melhora qnd ele morre hahahaha Fiquei interessada dpois dessa.

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    1. Kleris, o começo da história é total ?????. Inclusive, comparando os primeiros capítulos com o desenrolar do livro, parece que são duas pessoas diferentes escrevendo.

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  4. Eu nunca li nada do autor, parece ser interessante, mas não sei se tenho realmente vontade de ler, talvez... Gostei da parte histórica da coisa, isso sempre me chama a atenção.

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    1. Essa parte envolvendo a história da Argentina foi o que me fez achar que vale a pena a leitura Adriana.

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  5. Gostei da resenha, o livro melhora depois que o protagonista morre, rs, é a primeira vez que vejo isso, interessante a temática do livro, a capa realmente é fraquinha, nunca li nada desse autor, vamos ver se começo por esse livro.

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Ana Liberato