sexta-feira, 2 de maio de 2014

Resenha: "Doctor Who - Shada, A aventura perdida de Douglas Adams" (Gareth Roberts)

Por Sheila: Oi pessoas! Como vocês estão? Eu estou empolgadíssima com a resenha de hoje. Sempre tento ser imparcial no começo, e esboçar minha humilde opinião ao fim da resenha, mas eu AMEI o livro e simplesmente não consigo conter minha empolgação! Terminei de lê-lo em um dia (ontem) e vim correndo escrever antes que eu perca o pique.

Comecemos por falar de Gareth Adams. O quê? Vocês nunca tinham ouvido falar dessa pessoa??? Eu também não! E o google não me ajudou nem um pouco já que, segundo a wikipédia, este seria um jogador de futebol ... enfim, Gareth Roberts é a pessoa responsável por "dar vida" à Aventura perdida - ok, copiei da capa, não estou muito criativa hoje -  de Douglas Adams.

Desse aposto que vocês já ouviram falar não é? Trata-se do autor da série "O guia do Mochileiro das galáxias", que surgiu como uma serie radiofônica, sendo posteriormente publicada - segundo a wikipédia de forma muito modificada e amplificada - numa saga de romances homônimos, e que eu confesso que não conhecia (#mesentindototalmenteporfora) até pesquisar para esta resenha (quem disse que ser resenhista não exige dedicação, pesquisa e muito trabalho árduo?).

E da série Doctor Who, alguém já ouviu falar? Ok, mais uma vez eu confesso que não sabia "nadica" sobre ela, até ter o livro em mãos ... mas, enfim, ainda segundo a minha grande amiga wikipédia, esta é uma série de ficção científica transmitida pela BBC, que estreou nas telinhas em 1963, sendo considerada um dos melhores programas de televisão britânicos - e pelo livro dos recordes “a mais longa série de ficção científica do mundo” .

E vocês sabem como isso tudo se relaciona? Bom Douglas Adams escreveu 3 episódios da série clássica:
- The pirate Planet;
- City of Death (com o produtor Graham Willians, a partir do roteiro original do escritor David Fisher. Foi transmitida sob o pseudônimo de David Agnew); e
- Shada (parcialmente filmado, não foi transmitido devido à greve da produção na época. Mais tarde saiu um VHS com Tom Baker narrando as partes não filmadas.

E é aqui que entra nossos querido Gareth Roberts, que aceitou o desafio de, a partir do roteiro original de Shada, anotações de Douglas, e hoooooras assistindo aos antigos episódios, escrever o presente livro: por isso a aventura perdida de Douglas Adams. Agora uma confissão ... na verdade, num primeiro momento não gostei muito da ideia de ler o livro não, e por questões bem pessoais. Pois bem tenho que confessar que sou um pouquinho (entenda-se MUITO) obsessiva, e me pareceu que haveria um problema de continuidade em ler um episódio do "meio" da série.

Ainda bem que eu estava muito, super MEGA errada. Mas vou - finalmente! - passar à resenha para que vocês avaliem junto comigo :). 

Pois bem, o personagem principal da série - e do livro! - é O Doutor, um ser alienígena da raça dos Senhores do tempo, que explora o universo não só em termos de extensão, mas também temporais. Ou seja o Doutor é um viajante do espaço-tempo, que enfrenta vários inimigos enquanto protege alguns planetas, como um de seus preferido: a Terra.

Em Shada, vamos encontrar O Doutor com sua acompanhante Romana, também da raça dos Senhores do Tempo, em visita ao professor Chronotis, um simpático velhinho que adora um chá e é apaixonado por livros. E é justamente por causa de um livro que toda a confusão começa. Afinal, vamos descobrir que Chronotis também é um Senhor do Tempo, mas com uma idade já muito avançada, o que o faz ter lapsos de memória e um comportamento um tanto quanto excêntrico - que alguns diriam irresponsável - mas que, na narrativa de Gareth se torna encantador.

Em meio a desordem em que vive na sala P14,  na Universidade de Cambridge, um dos livros mais importantes do Universo "se perde", sendo missão do Doutor encontrá-lo e restituí-lo à Gallifrey, terra dos Senhores do Tempo.

Afinal de contas, quando Chris, um outro professor de Cambridge, vem em busca de livros sobre datação por carbono, disposto a impressionar Clare, uma antiga paixão que está prestes a arrumar suas malas e ir embora, este nunca imaginaria o tipo de livros que o Professor Chronotis guardava em suas prateleiras – nem o tipo de confusão em que iria se meter.
- Os livros que você quer estão na estante alta da extrema direita. Terceira prateleira de baixo.
Chris passou pela cabine de polícia, tentando não pensar muito nela, e correu os olhos pela prateleira que o Professor havia indicado. Puxou um livro, um exemplar estreito de capa de couro com uma elaborada vinheta dourada em alto-relevo, meio celta mas não exatamente. Folheou algumas páginas e viu linhas e mais linhas de símbolos, hieróglifos ou fórmulas matemáticas. (...) Chirs não tinha idéia que dentro daquela pasta havia o mais estranho, mais importante e mais perigoso livro de todo universo.
E é claro que, um livro tão poderoso só poderia atrair a atenção de um vilão temível, com idéias abomináveis a respeito da utilização desta relíquia de Gallifrey – tão remota que nem mesmo o Doutor sabe bem sua origem e utilização. Skagra é o nome deste temível e egocêntrico vilão, que fará tudo para possuir “O venerável e ancestral livro de leis de Gallifrey”
Aos 5 anos Skagra conclui sem sombra de dúvidas que Deus não existia. A maioria das pessoas que chegam a tal constatação reagem de uma das seguintes formas – com alívio ou com desespero. Somente Skagra reagiu pensando: “Peraí. Isso significa que existe uma vaga disponível.”
Agora, muitos anos depois, Skagra descansou a cabeça – a cabeça mais importante do universo – contra o interior acolchoado de sua alcova e ficou ouvindo a sinfonia de gritos agonizantes que vinham de todas as direções. Ele se permitia dois sorrisos ao dia e pensou em usar um deles agora. Afinal de contas, os sons perturbadores de aflição mental e de sofrimento físico eram um bom sinal de que seu plano estava dando certo, e de que este seria um bom dia, quem sabe até um dia nota 9. Mas era possível que Skagra tivesse motivos ainda melhores para sorrir mais tarde, e ele não gostava de desperdício. Então decidiu economizar aquele sorriso, por via das dúvidas.
Agora, Chris e Clare, dois humanos com vidas comuns, embarcarão junto com Doutor e Romana, sua companheira de viagem, na mais fantástica aventura de suas vidas a fim de salvar o universo dos planos maléficos de Skagra e descobrir, afinal de contas o que significam as palavras enigmáticas do professor Chronotis, minutos antes de desfalecer: cuidado com Shada.

O livro de Gareth Roberts é delicioso de tão divertido! Tem uma linguagem clara e acessível, e um humor inteligente e tão bem construído que consegue transformar a trama mais previsível e as situações mais absurdas num livro absolutamente memorável. A melhor descrição do Doutor – uma figura cativante! – é dada pelo próprio autor, através do personagem Chris.

Chris estava desconfortavelmente ciente de que Skagra podia ordenar a morte deles a qualquer momento. Eles não tinham armas, não tinham planos. Mas, de alguma forma, as provocações infantis do Doutor tinham, por incrível que pareça, virado a balança em favor deles. Skagra estava obviamente intrigado e desconcertado, em desvantagem. Chris considerou que aquele era o lugar ao qual o Doutor pertencia – situações terríveis com todas as chances tão absurdamente contra ele. Igual às pessoas que simplesmente se encaixam bem atrás de um bar, ou num escritório gigante atrás de uma mesa, ou engolindo espadas num palco London Palladium. Ali, o Doutor estava em sua melhor forma.

Ou seja, o livro simplesmente é ótimo, e dificilmente eu conseguirei achar as palavras certas para descrevê-lo, mas espero que você, caro (a) leitor (a) fiel do nosso blog comente aqui o que achou da leitura – por que, sim, vocês não poderão ficar sem ler. Recomendadíssimo.


PS: Ah, já ia esquecendo! A Summa também nos enviou um super mimo, um camiseta promocional lindíssima, que posto para vocês aqui vestida pelo meu modelo profissional meu maridão. Beijos à todos e tod@s e até a próxima.


3 comentários

  1. Ainda não li esse livro, mas se tem uma coisa que eu tenho certeza é de que adoro Doctor Who. Também nunca vi a versão clássica, mas a moderna é uma das minhas séries preferidas. Não tinha muita fé nesse livro, por pensar que talvez ele não seja capaz de me cativar da maneira que a série fez, mas vou dar uma chance ao livro após essa resenha :)

    Beijos, Júlia -- vidadecliches.wordpress.com

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  2. Estou louca para ler o livro! Se Doctor Who já é ótimo como série, como livro então, deve ficar melhor ainda! Ótima resenha! :)

    Rebecca
    comodevorarlivros.blogspot.com

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  3. Oi, tudo bom?
    Eu assisto a série Doctor Who e a acho ótima! Preciso ler os livros! Esses tempos fui comprar a série de livros e resolvi passar a edição de capa branca de Harry Potter a frente hahaha
    Gostei da resenha!
    Beijos, http://coemundo.blogspot.com.br/

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Ana Liberato