segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Littera Feelings #19 – Os leitores em pauta (Parte 2)


— Qual é o seu livro favorito?— Humm – murmurei.Meu livro favorito era, de longe, Uma aflição imperial, mas eu não gostava de falar dele. Às vezes, um livro enche você de um estranho fervor religioso, e você se convence de que esse mundo despedaçado só vai se tornar inteiro de novo a menos que, e até que, todos os seres humanos o leiam. E aí tem livros como Uma aflição imperial, do qual você não consegue falarlivros tão especiais e raros e seus que fazer propaganda da sua adoração por eles parece traição.
Não era nem pelo fato de o livro ser bom nem nada; era só porque o autor, Peter Van Houten, parecia me entender dos modos mais estranhos e improváveis. Uma aflição imperial era o meu livro, do mesmo jeito que meu corpo era meu corpo e meus pensamentos eram meus pensamentos.
John Green – A culpa é das estrelas, p. 36-37.
Oi, pessoal, aproveitaram bem as férias? Tem gente entrando e saindo, mas não importa, com prova ou não, a gente tá aí sempre pensando na nossa estante, não é? Falando em estante, acho que tem livro novo nela, não? Consigo ver que galere foi em busca do presente dos pais e voltou com mais um livrinho. Estavam só de passagem, né? Sei...  

Bom, retomando a listinha que elenquei no post passado (podem ver a primeira parte aqui), esse segundo post traz livros que, em suas tramas, os personagens são leitores; senão, o fato de ser leitor de alguma forma contribui para a história em si, não sendo esta necessariamente uma ficção sobre a ficção. Acredito que isso além de ser um plus para a caracterização desses personagens, é também para a leitura. Porque nos faz embarcar na história deles já com um pezinho de identificação.

Vamos ver os indicados à categoria?

A culpa é das estrelas – John Green

Dos vários gostos que Hazel Grace e Gus Waters parecem compartilhar, leitura é um deles. É uma marca que tá ali, selada na história e define parte desta. Por diversos momentos eles conversam sobre leituras variadas, e desses papos sobressaiu-se o livro fictício Uma aflição imperial, que norteia boa parte dessas histórias de vida. O plus de ambos serem esses leitores e isso estar atrelado ao enredo é que nos reconhecemos fácil quando descrevem seus maiores feels. Quem nunca quis devorar qualquer escrito de seu autor preferido, nem que fosse apenas uma lista de supermercado?

O lado bom da vida - Matthew Quick

Ler não nos faz necessariamente uma boa pessoa, mas certamente é algo de diferencial na nossa identidade. Em busca de sempre agradar a “esposa”, Nikki, e se tornar um cara melhor enquanto estavam separados, Pat tem esse propósito de ler os livros que Nikki trabalha em sala de aula. Pat quer entender qual é o grande segredo, o que nos agrada, porque as pessoas amam tanto, mesmo quando a história, aparentemente, é uma droga. Por que importa? O que influencia? Qual é grande questão?
Acho engraçada essa abordagem porque traz um leitor que adentra o “nosso mundo” forçosamente e enquanto ele não se entregar ao mero e simples prazer, tudo ao redor sempre lhe deixará alheio. Nem todo leitor consegue reconhecer uma boa leitura de cara e nem todo livro vai conquistar aqueles que o abrirem. O lado bom da vida nisso é que os livros, sendo ruins ou não, carimbam de alguma forma uma impressão em nós.

O inferno de Gabriel – Sylvain Reynard

SR escreveu uma trilogia em paralelo à trama da Divina Comédia (de Dante Alighieri), de maneira que trouxe, por essência, vários personagens leitores. Mais que leitores, eles são estudantes e professores que trabalham com a literatura de modo mais... científico. Acompanhamos os passos de Julianne, uma aluna de pós-graduação que tenta seguir a vida e realizar-se profissionalmente com um estudo em Dante, mas muito do seu passado surge nesse caminho.
SR foi magnífico de trazer à baila as mais diversas referências culturais, indo bem além dos estudos literários. Por todos os livros há citações, menções, comparações... enfim, uma gama de coisas contribuindo para a construção da história e seus personagens, isso sem perder o humor ou a fluidez. Tocas de hobbit e momento Bridget Jones são só o começo.

Dessa vez eu trouxe poucos porque 1) quis levantar livros da atualidade (vejam aqui sobre livros clássicos da literatura) e 2) também vou descobrindo livros por aí com(o) vocês (e aqui uma listinha mais diversa). 

Há muitos aí que conheço de nome e pretendo ler por esse “primeiro” interesse: Matilda (sim, existe o livro!); A menina que roubava livros; A menina que não sabia ler; O clube do livro do fim da vida; O clube de leitura de Jane Austen; Aprendi com Jane Austen; Austenlândia (é todo um amor por Austen, gentes); Amor nas entrelinhas; Ler, viver e amar; Fangirl...

(oh, você vê *respira* os livros?)

E eu que pensei que não seriam tantos assim!

Bom, espero que tenham gostado das dicas e se leram alguns da breve listinha ou um desses últimos citados, deixem sua opinião sobre o que acharam das abordagens, se se encontraram nas páginas, algum mais que queiram acrescentar, se houve algum caso curioso...

Falando em caso curioso, indico uns bônus: adivinha quem é grande fã de Guerra dos Tronos? Foi numa websérie literária que reproduziu a história de Jane Eyre (Charlotte Bronte) que dois personagens (não vou entregar o ouro, viu) discutiram um pouco de George R.R. Martin. A série, Autobiography Of Jane Eyre, teve umas falhas de produção, mas achei bem legal a pegada da história. Vocês podem acompanhar episódios legendados aqui ou pela page de colaboradores, Todos Merecem Chá

E claro, não dá pra não citar The Lizzie Bennet Diaries, embora a websérie também não tenha focado necessariamente nesse ponto que levanto no post, mas, como fãs de Austen sabem, Lizzie era uma leitora e lá e cá pode ter umas referências. Episódios legendados aqui ou também na mesma page - créditos pra Larissa Siriani e todas as colaboradoras da page Todos Merecem Chá que legendam essas (e outras) webséries. 

Até a próxima jornada :) 

Kleris Ribeiro.

comentários

  1. Olá, Kleris
    Tudo bem?
    Dos livros indicados, li ACEDE e O lado bom da vida. São livros maravilhosos mesmo, ambos me prenderam de uma maneira que não consegui largar rsrsrs. Amei!
    Beijos*-*
    Território das Garotas

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Ana Liberato