segunda-feira, 1 de junho de 2015

Resenha: "Puros" (Julianna Baggott)

Tradução por Flavia Souto Maior

Por Eliel:

Sinopse: Pressia pouco se lembra das Explosões ou de sua vida no Antes. Deitada no armário de dormir, nos fundos de uma antiga barbearia em ruínas onde se esconde com o avô, ela pensa em tudo o que foi perdido — como um mundo com parques incríveis, cinemas, festas de aniversário, pais e mães foi reduzido a somente cinzas e poeira, cicatrizes, queimaduras, corpos mutilados e fundidos. Agora, em uma época em que todos os jovens são obrigados a se entregar às milícias para, com sorte, serem treinados ou, se tiverem azar, abatidos, Pressia não pode mais fingir que ainda é uma criança. Sua única saída é fugir.Houve, porém, quem escapasse ileso do Apocalipse. Esses são os Puros, mantidos a salvo das cinzas pelo Domo, que protege seus corpos saudáveis e superiores. Partridge é um desses privilegiados, mas não se sente assim. Filho de um dos homens mais influentes do Domo, ele, assim como Pressia, pensa nas perdas. Talvez porque sua própria família se desfez: o pai é emocionalmente distante, o irmão cometeu o suicídio e a mãe não conseguiu chegar ao abrigo do Domo. Ou talvez seja a claustrofobia, a sensação de que o Domo se transformou em uma prisão de regras extremamente rígidas. Quando uma frase dita sem querer dá a entender que sua mãe pode estar viva, ele arrisca tudo e sai à sua procura.Dois universos opostos se chocam quando Pressia e Partridge se encontram. Porém, eles logo percebem que para alcançarem o que desejam — e continuar vivos — precisarão unir suas forças.
Fonte: Skoob

Tenho lido muitos livros cujo tema é a distopia, mundo pós-apocalípticos e coisas do tipo. Poderia dizer que estou me tornando um especialista nisso, porém, nada que eu li até hoje me preparou para o impacto causado por Puros.

Julianna colocou nessas páginas um mundo distópico de tamanha realidade e intensidade que prova o quão cruel esse tipo de efeito pós-apocalipse pode ser. Os personagens não são o que se espera dos livros mais leves. Acontecimentos drásticos costumam marcar grupos de pessoas ou até gerações, é isso que a autora tenta mostrar por mostrar a verdadeira face da destruição e seus efeitos. Espera para passar por muita dor e sofrimento contidos nessa narrativa dramática.


"Queime um Puro e respire as cinzas

De suas entranhas, faça umas cintas.

Com seus cabelos, teça um cordão.
E de seus ossos faça um Puro sabão".

Os capítulos são narrados sob o ponto de vista dos personagens principais, Pressia, Partridge, El Capitán e Lyda. O que trás uma abordagem muito interessante, pois podemos enxergar pelos seus olhos qual foi efeito das Explosões nas suas vidas. Ah, sim, o acontecimento que marcou a todos foi a explosão de uma Bomba Nuclear, aliás não apenas uma, e portanto o marco passou a ser chamado de Explosões.

O incrível é que houveram sobreviventes disso tudo, os Puros (aqueles que se refugiaram no Domo) são os mais sortudos, afinal não sofrearam nenhuma lesão. Porém os que ficaram expostos ao pior das Explosões sofreram graves lesões e transformações. Fora do Domo, alguns humanos foram fundidos com outros humanos (os Grupais), com animais (os Feras), com a terra (os Poeiras) e aqueles que tiveram "sorte" tiveram partes do corpo fundidos com pequenos objetos ou terríveis queimaduras pelo corpo. Pressia tem uma cabeça de boneca no lugar da mão.

Ele está falando de assuntos em que ninguém toca, as Explosões e seus efeitos: as correntes de vento arrancando casas do chão, os ciclones de fogo, a pele ressecada dos moribundos, os corpos carbonizados, a chuva preta e oleosa, as piras para queimar os mortos, aqueles que morreram dias depois, começando com um sagramento no nariz se deteriorando por dentro.

O mundo que Julianna criou é grotesco, cruel, onde o certo e o errado se confundem na luta pela sobrevivência, mas mesmo assim belo. Afinal, o que guia essas pessoas é a esperança. Pressia no mundo real, Partridge querendo fugir do Domo para encontrar a mãe e fugir do pai ausente. É, nem tudo são flores dentro do Domo.

Se gostar de dramas pesados, Julianna vai te "Bombardear" com o que ela tem de melhor: uma narrativa envolvente e profunda.


2 comentários

  1. Eu não gosto muito de distopias porque elas acabam sendo bem parecidas e tem bastante delas, então essa é uma leitura que - no momento- não está me agradando, mas a resenha ficou boa - me pareceu um livro um pouco macabro com tanta transformação, que loucura!!rs *-*

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  2. Eu tenho esse livro e só não li ainda porque alguém me disse que ele não é livro único, mas pela sua resenha parece que mesmo que tenha uma continuação dá para ler tranquilo.

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Ana Liberato