segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Especial de Halloween - Resenha: "A casa assombrada" (John Boyne)



Olhei para a cama sem acreditar, mas, antes que pudesse organizar meus pensamentos, a porta se abriu e de repente uma luz cortante preencheu o corredor; havia uma figura branca e fantasmagórica a minha frente.
 Por Marianne: Livros de suspense sobrenatural sempre foram maus queridinhos, e pra tristeza das minhas noites de sono e alegria desse meu "eu" que gosta de passar medo a Cia das Letras me enviou o novo romance de John Boyne, A casa assombrada.
   Ok, título bem clichê, concordo. Mas é do Boyne gente, não da pra ser ignorado.
   Eliza Caine é uma jovem professora que vive com o pai em Londres no século dezenove. Depois da morte do pai, com quem tinha um relacionamento de carinho, amizade e cuidado, Eliza decide sair de casa e deixar Londres e suas lembranças e perdas para trás.
   Respondendo com interesse a um anuncio para ser governanta e cuidar de crianças num casarão no condado de Nortfolk, no interior da Inglaterra, Eliza deixa casa e emprego pra trás e segue com entusiasmo para sua nova vida longe dali.
   Ao chegar à estação de trem Eliza quase sofre um acidente grave, alguém a empurra diretamente pra linha do trem no exato momento que um trem está chegando à estação. Mas graças ao Sr. Toxley, médico da cidade que segura Eliza pelo braço bem na hora, a moça não cai. Sem sinal da pessoa que a empurrou, Eliza conclui que deve ter sido o vento.
   Aguardando Eliza na estação está o estranho zelador da mansão. Sem demonstrar nenhuma simpatia e vontade de responder as perguntas da moça sobre as crianças e seus pais, a nova governanta desiste de obter respostas e aguarda para descobrir por seus olhos o que a espera na mansão de Gaudlin Hall.
   Mas ao chegar à mansão Eliza se depara com uma situação inesperada: apenas as crianças, Eustace e Isabela, estão na casa. A antiga governanta se foi assim que Eliza chegou, os pais não estão em casa, e ninguém parece querer responder a suas perguntar ou explicar quais serão suas tarefas.
   Eustace e Isabela têm oito e onze anos. Enquanto o menino parece receoso, mas amável, Isabela fala e age como se fosse adulta, desconfiada e distante de Eliza a todo o tempo.
   O mistério de quem são seus patrões, onde eles estão e por que as crianças estão sozinhas só aumenta quando Eliza vai conhecer a cidade, e nota a mudança de comportamento de todos os moradores assim que ela diz ser a nova governanta de Gaudlin Hall.
   Para piorar tudo, Eliza percebe estranhos e misteriosos acontecimentos pela casa, a maioria deles diretamente relacionados a machucá-la.
   O livro narrado em primeira pessoa e é todo construído na base do suspense, e que suspense meus amigos! A narrativa prende e não da vontade de parar enquanto não deciframos os mistérios da mansão. Boyne monta as peças da história com maestria fazendo nosso medo e irritação pelas respostas vagas e generalizadas que TODO MUNDO parece dar a Eliza, crescerem junto com os sentimentos da personagem.

“Srta. Caine, é mesmo necessário que eu diga?”

“Sim.”

Ele suspirou. “Receio que vá discordar de mim, mas creio que seria verídico dizer que sua sensibilidade, enquanto mulher...”

“Pare, por favor!”, insisti, levantando a voz a ponto de ecoar pelo corredor. Fechei os olhos por um momento, ordenando a mim mesma para controlar meu temperamento, a não permitir que ele me irritasse tanto. “Não diga que sou mais suscetível por causa do meu sexo.”

   A medida que a história se desenrola um cenário de filme de terror e construído, peças vão se encaixando e nosso desespero e o terror da protagonista aumentando.
   Eliza já está guardada com carinho como personagem favorita da vida. Perspicaz, ousada e com ideias consideradas modernas demais para sua época.  A moça é audaciosa e mesmo com medo, e o preconceito de todos que acreditam que por ser do “sexo frágil” ela estaria perturbada pelos acontecimentos na mansão, a governanta segue determinada a descobrir o acontece na mansão, e a proteger as crianças.
Papai me contou que certa vez me perguntou se ela estava ansiosa para que chegasse o dia em que se casaria e, portanto, não precisaria mais trabalhar; a resposta — ela preferiria beber tinta — o escandalizou, mas me deixou instigada.
   O final é sensacional e deixa um gancho para continuação, mas sem parecer que foi “feito pra ganhar dinheiro”, e sim naturalmente nos dando mais desespero pela história que não chegou ao fim
   Pra quem gosta de suspense sobrenatural, A casa assombrada faz jus ao gênero do começo a última página. É um dos livros de Boyne que eu MAIS gostaria que virasse filme, espero que alguém também tenha essa ideia e a coloque em prática.
Espero que tenham gostado da resenha, aproveitem o Halloween e até a próxima!

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Ana Liberato