sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Resenha: "Piscina já!" (Luiz Antonio Aguiar)


Por Marianne: Recebi Piscina Já! através do Book Tour que participei, organizado pela Editora Biruta e pela Aline do blog Livros y Viagens, obrigada pela oportunidade seus lindos ♥
   Em Piscina Já! conhecemos Lara, uma pré-adolescente que vive na década de setenta e tem grande admiração pelo seu Tio Zeca. Fã de Beatles e Che Guevara, Tio Zeca era a fonte de inspiração para Lara e seus irmãos, até o momento em que o tio Zeca sumiu. As crianças foram advertidas a não citar seu nome perto dos vizinhos e a casa de Lara passou a ser frequentemente invadida pela polícia. Lara estava acompanhando de perto as consequências de quem desafiava a ditadura militar.

—Lara! Não dorme só de calcinha porque, se os cretinos vierem, vão se aproveitar!
   Então, mesmo no calorão, eu dormia de pijama completo – naquele tempo, pouca gente tinha ar-condicionado em casa. E dormia com medo. Qualquer barulho fora do quarto, eu acordava.
Simultânea à história do desaparecimento do tio Zeca, narrado através dos olhos de criança de Lara, conhecemos um pouco da turma do Condomínio da Colina. Um condomínio com casinhas espalhadas pela encosta da montanha, onde a família de Lara tem uma casa de passeio e onde a menina se juntava com seus amigos pra fazer o que criança faz de melhor: bagunça.

Mas a paz das crianças é tirada quando descobrem que a piscina natural do condomínio, formada por um riozinho que passa ali por perto, não existe mais. A água do rio foi desviada para servir de piscina a apenas uma casa: a casa do general Pimenta.

Enquanto a ditadura tomava conta do país, e a maior preocupação da avó de Lara era encontrar uma maneira de trazer tio Zeca de volta, no Condomínio da Colina as crianças lutavam contra a repressão do general Pimenta pra retomar o uso da piscina coletiva.

Narrado em primeira pessoa por Lara os acontecimentos no Condomínio da Colina servem como um leve paralelo para ilustrar para o público para o qual o livro se dirige, ainda que de maneira bem leve, o conceito do que foi a repressão sofrida durante a ditadura militar. 

A agonia sofrida pela família diante do desaparecimento do Tio Zeca é mostrada de forma sutil, mas ainda assim chocante. As determinação da avó de Lara em ter seu filho de volta fica clara nas narrativas da menina relacionadas a avó.

O livro tem linguagem e roteiro voltados para o público infantojuvenil, não tem aquela pegada mais séria de O menino do pijama listrado, por exemplo. Eu consigo imaginá-lo perfeitamente sendo usado como base de estudo e debate numa sala de aula. As ilustrações de Tiago Lacerda dão o toque final pra deixar a leitura mais leve e divertida, e cativar o publico para o qual se dirige.


Para ler, você pode comprar o livro em diversas livrarias, deixo aqui o link da Amazon. Espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!


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2 comentários

  1. Gostei! Tenho uma irmã mais nova que está no ensino fundamental, vou comprar pra ela ler. É uma boa para conscientização de crianças, mesmo que ainda não entendam do que realmente se trata.
    Eu, por exemplo, li vários livros quando era criança que somente vieram aa surtir algum efeitona minha formação pessoal (de forma efetiva) anos depois.
    Ótima resenha, aliás! Parabéns!

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  2. Oie, tudo bom?
    Concordo com você que esse livro poderia muito bem ser aplicado nas escolas para ensinar as crianças sobre esse período negro da nossa história. Adoro as ilustrações e a leveza com que a história triste foi contada. Obrigada por participar do projeto.
    Beijos!!!
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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Ana Liberato