sexta-feira, 29 de maio de 2015

Resenha: "Desventuras em Série - Mau Começo Vol.1" (Lemony Snicket)

Por Clarissa: Olá pessoal, tudo bem? Espero que sim. Minha indicação de hoje é “Desventuras em série- Mau começo – Volume 1” Me apaixonei pelo livro só pela capa, depois que li, virou meu xodó.

Violet, Klaus e Sunny Baudelaire, são três crianças, espertos e educados, mas levam uma vida esmagada por aflições e infortúnios. Logo no primeiro capitulo, eles recebem uma trágica noticia. A infelicidade segue seus passos, como se eles fossem ímãs que atraíssem desgraças.
“Se vocês se interessam por historias com final feliz, é melhor ler algum outro livro. Vou avisando, porque este é um livro que não tem de jeito nenhum um final feliz, como também não tem de jeito nenhum um começo feliz, e em que os acontecimentos felizes no miolo da história são pouquíssimos.”

Os três jovens têm que lidar com um vilão repulsivo dominado pela cobiça, com roupas que pinicam o corpo, um incêndio calamitoso, um plano para roubar a fortuna deles e mingau frio servido como café da manhã. Os Baudelaire sofrem muito nesta fase de suas vidas, que eles desejam que seja um terrível pesadelo, e a vida deles voltassem ao normal.
“Mas as crianças sabiam, como tenho certeza de que vocês também sabem, que por pior que seja o ambiente à nossa volta, ele pode ser suportado, desde que as pessoas que nele se encontram sejam interessantes e gentis.”
Esta história não tem um final de “felizes para sempre”, apenas uma historia intrigante, misteriosa e trágica. Se você está procurando um livro de final feliz, largue este livro. Mas eu me apaixonei por esta história, que nos relata que nem tudo é contos de fadas. O livro descreve o relato de um jeito irônico, descrevendo os detalhes.

O autor Lemony Snicket tem uma escrita fantasiosa e dramática. Pelo primeiro volume já está na minha lista de preferidos, uma história diferente, espetacular. Livro, os leitores não vão conseguir parar de ler, se surpreender a cada página. Não é aquela historia que cansa, pensa que só vai acontecer tragédias (bastante) mas em meio disso tudo existe o amor, que uni os três irmãos a nunca desistir de uma vida feliz, vencer cada obstáculo, saber confiar nas pessoas certas. 

O livro é pequeno, estilo livro antigo, contém treze volumes. Brett Helquist usa para retratar as vidas trágicas dos Baudelaire, lápis quebrados, tinta seca e caixas e mais caixas de lenço de papel. Indico o livro e o filme, os atores são esplêndidos, a história é fiel ao livro, uma obra prima. Os efeitos, a delicadeza de cada tragédia.

Indico esta bela obra a todos, se aventurar junto com os órfãos Baudelaire, mergulhar em suas tragédias e suas mínimas felicidades.

Espero que vocês leiam e deixem seus comentários do que acharam do livro, dicas e criticas. Até a próxima, Boa leitura!



segunda-feira, 25 de maio de 2015

Littera Feelings #31 – Alguns pequenos hábitos incômodos


Nem a leitura escapa!

Oi, oi, pessoal. Como estamos com as leituras? Minha meta tá indo bem! Tá vindo muita resenha boa aí :)

Enquanto iiiiiiisso...

Quem lê muito já percebeu um e outro incômodo, não? Aquele livro que a gente não tem com quem comentar, ler spoilers sem querer (e querer matar o cidadão que espalhou), ficar se policiando pra não entrar na livraria quando tá sem dinheiro... Mas isso são situações mais exteriores.

Nas relações mais mano-a-mano com o livro, os desconfortos não são meras frustrações, são coisas que podem prejudicar a nós mesmos ou a nossas leituras.  

Sempre me perguntei sobre o hábito de lamber o dedo para passar página – já que eu não tive – e só imagino que bactérias possam se aproveitar da situação O.O Sem falar que, em algum paralelo, já morreu gente por isso hahaha Tem um livro (sem spoilers) que tá aí pra nos mostrar que é possível.

E insônia? Quem já teve insônia por ler antes de dormir em aparelhos que emitem luz? 
A grande lição é que insônia e gadgets eletrônicos não devem ser misturados antes de dormir, esclareceu o diretor da clínica neurológica da UCLA, Alon Avidan, em entrevista ao jornal Los Angeles Times.

A notícia/pesquisa não é de agora, mas não deixa de revelar um pouco dos incômodos que nossos (novos) hábitos têm nos trazido, além da preocupação para as novas gerações.

Um em especial me veio à cabeça esses dias. Na verdade, começou comigo um dia esquecendo o celular em casa para ir a uma reunião e... não senti falta dele. Quantas pessoas a gente conhece que não surta quando percebe que esqueceu? Que consegue ser assim, desgarrada do que é hoje o aparelho do século?

E foi aí que me lembrei de uma imagem que anda rolando pela internet, mostrando que as pessoas andavam dando mais atenção aos seus aparelhos do que aos livros ao lado.


Update: achei a imagem!

Você mexe no whatsapp enquanto lê? Ou outro aplicativo? Quantas vezes você já fechou o livro pra dar mais atenção a notificações? O quanto isso tem interferido na sua leitura? Qual foi o último livro que você teve um momento imersivo total? Já parou pra pensar nisso?

Um tempo atrás uma alma leitora (Wagner Brenner) confessou: não consegue mais ler livros
Não consigo mais ler livros.
Não que eu não queira. Simplesmente não consigo.  Sou um leitor, desde que me entendo por gente.
Sempre li muito. E continuo lendo.
Mas de uns anos para cá, me alimentar compulsivamente de internet tem causado um efeito colateral que ainda não consigo explicar muito bem.
Só sei que agora, toda vez que pego um livro nas mãos, não consigo ler, canso rápido. Se o texto não “embala” logo, preciso de muito esforço para continuar com a leitura.
E não é só com o livro de papel. A mesma coisa acontece com o livro digital. Não tem nada a ver com o tipo de apoio. [...]
Fico voltando para o começo do parágrafo, sabe? Nem a biografia do Steve Jobs eu consegui terminar.
Fico repetindo para o autor “vai, já entendi, conta logo, pára de enrolar”.
Esse é outro sintoma: fiquei mais factual e perco fácil a paciência com aquela fase de contextualização e envolvimento com os personagens. 

Será esse o nosso futuro de leituras?

Embora consiga me desgarrar umas horinhas, já encontro dificuldades para ler ou me concentrar, mesmo para os livros mais maravilhosos que abrir. Isso assusta um pouco, pois, e se agravar? O prazer de uma leitura completa está mesmo ameaçado?!

E, como amigo ali do post apontou, não é algo que difere entre impresso e ebook.

Tenho ativado bastante o modo avião do celular  que desconecta o aparelho de toda conectividade. Uma vez ativado, juro que ninguém te perturba (e ainda carrega mais rápido)  quando quero me reservar essas horinhas de leitura e concentração. Aliás, modo avião é uma das maravilhas desse século! Mas me espanta o quanto percebo ser necessário usá-lo ultimamente.

E para o futuro avante, isso parece ser tendência...

(já podemos também readaptar essa máxima)

E vocês, como andam de verdade seus momentos de leitura?
O que vocês têm notado?


Até a próxima o/

Kleris Ribeiro.

P.S.: vale esse texto do Eduardo Kasse sobre viver fora das telas

Resenha: “Cansei de Ser Gato” (Amanda Nori e Stefany Guimarães)

Por Kleris: Oi, pessoal! Vocês já conhecem o Chico? Ele é um gatinho que povoa nossas timelines do Facebook e Instagram faz um tempo, sempre em crise de identidade. Todo dia ele tenta ser outra coisa, porque... cansou de ser gato.

Há algum consenso inexplicável, mas compreensível, sobre como internet AMA imagens, vídeos e gifs de gatos. Excentricidades, estripulias, fofuras. Me passe um link com os melhores 50 gifs e pode ter certeza que vou passar um bom tempinho me divertindo. Diria o Youpix, eles são os reis da internet

Então imaginem o que é uma page sobre um gato que não quer ser mais gato. Chico tem mais de 300 mil curtidas e quase 80 mil seguidores no insta. No ano de 2014 foi até finalista da seleção Melhores da Websfera (organização do Youpix) na categoria Fanpage do Ano. Pelo jeito, nesses tempos novos, também dá pra ter uma 'página de Facebook de cabeceira'”. 
Minha “crise de identidade” começou em julho de 2013, depois que descobri que a vida é curta. Ainda bem que tenho 7 e posso ser o que eu quiser! E resolvi ser algo diferente todos os dias.
Cansei de ser gato é um pequeno fotolivro fofo que reúne alguns desses momentos mais excêntricos de Chico e uns bastidores mais. Suas donas sempre preparam todo um cenário, vestimenta, e o Chico lá, em uma nova persona a cada dia. Imagino a bagunça que dá.

 



A graça (e fofura) toda não se centra apenas nas fotos, mas nos comentários de postagem (logo, no livro também). Chico acompanha todas as novidades conosco. Como webcelebridade, já foi muitos (Lady Gaga, Félix da novela, John Lennon, Christian Gray, minion, político, fotógrafo, churrasqueiro, sushi).

Este livro faz valer cada fantasia, cada vez que a minha irmã Madalena derrubou o cenário, cada vez que corri com peruca pela casa e cada seguidor que sorriu com isso tudo.
As criadoras planejam novas edições, quem sabe dedicado a categorias, memes, filmes, música. Não há texto regular, nem histórias, é realmente um apanhado da página dedicada a esse gato. Apesar de parecer um livro de criança (pelo tamanho e edição), o conteúdo não é nada infantil. Curto e rápido, é um mimo certeiro para quem ama gatos e quer um pouco desse conteúdo online consigo.
Recebo cerca de 300 comentários, sugestões pelo site e pelas redes sociais todos os dias, pelo menos 500 pedidos de casamento e 1000 mensagens de pessoas querendo me apertar.
Quem não quer apertar essa coisinha linda?

Para saber mais, acompanhem pelo Instagram, pelo Facebook e pelo site oficial (tem extras lá!).

Até a próxima!




sexta-feira, 22 de maio de 2015

Resenha: “A Última Carta de Amor” (Jojo Moyes)

*Por Mary*: “Eu sou puro amor!” Essa é a frase que me define nesse momento. Só vejo arco-íris!

Em A Última Carta de Amor, Jojo Moyes faz uma dobradinha com o recurso utilizado em A Garota que Você Deixou Para Trás de traçar um paralelo entre passado e presente, entrelaçando as duas histórias de um modo envolvente e apaixonante.

Mas para quem pensa que, de algum modo, o recurso pode se tornar repetitivo, não poderia estar mais enganado. Aqui, Jojo mais uma vez inova e nos surpreende, utilizando uma narrativa inicial não linear, personagens autênticos e uma trama tocante, que, aposto, vai te prender do começo ao fim.

Mas vamos conhecer um pouco mais da trama?

Em meados dos Anos 60, Jennifer Stirling acorda em um hospital de Londres após sofrer um acidente de carro. Não consegue se lembrar de nada da sua vida anterior, mas descobre que tem um marido chamado Laurence, mãe, amigas e uma vida financeira confortável. O médico aconselha que não force nada, porque com o tempo a memória voltará – mas Jenny tem a sensação de que sua família não tem muita pressa para que isso aconteça. Quando volta para casa, os dias se passam e a sensação de que há peças faltando em sua vida é incapaz de ser ignorada. Além disso, a completa falta de química com o marido faz com que Jennifer se pergunte que tipo de sentimento tinha por ele quando se casaram. É em meio a este momento de difícil adaptação que Jenny encontra escondidas no meio de suas coisas cartas de amor endereçadas a ela e apenas de uma coisa tem certeza sobre elas: não foram escritas por seu marido.

Quarenta anos depois, em um jornal londrino, Ellie Haworth vive um momento complicado. Envolvida com um homem casado – a quem ela jura de pés juntos que a ama perdidamente e que um dia deixará a mulher por ela –, a relação reflete negativamente em sua vida profissional. Sua reputação, seu emprego e sua carreira estão por um fio e indo por água abaixo, uma vez que se vê cada vez mais consumida pela relação clandestina com John. Vasculhando os arquivos do jornal em busca de material para uma reportagem, Ellie encontra cartas de um amor proibido que estranhamente parecem envolvê-la de um modo inimaginável. Com a ajuda de um arquivista gatinho, Rory, Ellie busca mais informações sobre o casal, decidida a conhecê-los e reuni-los, o que, de alguma forma, acaba por dar-lhe respostas à sua própria situação.

Uma das coisas que mais admiro na Jojo Moyes – além de sua capacidade de nos transportar dentro de uma máquina do tempo para o lugar que ela bem entende – é seu talento em se reinventar. Cada um de seus livros, bem como cada um de seus personagens, são completamente distintos entre si. Abordagem, trama, história. Há em comum o sentimento doce, a narrativa bela e esse tipo de amor altruísta que somente ela sabe descrever.

Inicialmente, Jojo retrata a readaptação de Jenny à sua antiga vida, após acordar no hospital depois de um acidente de carro, no qual perdeu a memória. Contudo, posteriormente, passa a narrar alternadamente com capítulos de sua antiga vida. É aí que mora o perigo: o recurso de utilizar uma narrativa não linear é bastante válido e elogiável, mas fica um pouco confuso. Juro. Levei mais de cem páginas para entender que os capítulos estavam alternados. Não sei se isso aconteceu por pura lerdeza minha, se foi realmente o fato de não haver nenhum indicativo do método adotado ou se era justamente essa a intenção da autora. Fato é que o leitor precisa ficar atento e, se for um pouco mais criterioso (ou chato), pode ficar bastante incomodado com relação a isso. E eu nem posso julgar, porque, né?!

Traça-se um paralelo temporal em A Última Carta de Amor muito interessante. Conforme já mencionei, a primeira parte da história contextualiza-se na Londres dos anos 60. A partir disso, cria-se uma espécie de comparação comportamental quanto ao contexto histórico, sobretudo relativo ao âmbito amoroso e isso meio que é abordado metalinguisticamente. Caramba, Mary, o que diabos você quer dizer com isso, menina? Calma, que eu explico. Lembra que eu contei que a Ellie trabalha em um jornal? Pois, então, ela fica encarregada de escrever uma matéria comparando os amores de ontem com os de hoje. Essa comparação, indiretamente, é realizada pela própria autora ao abordar os problemas amorosos de Ellie, envolvida com um homem casado.

Outro tema indiretamente abordado é o atual papel da mulher na sociedade, se comparado aos costumes de décadas passadas. Não vou começar a falar aqui de feminismo – nem a autora faz isso –, ainda que este seja um tema que se toca inúmeras vezes no decorrer da narrativa. Atrelado a isso, outras questões são discutidas, tais como a problemática comunicação atualmente entre as pessoas (apesar dos inúmeros meios surgidos no decorrer dos anos) e as neuras surgidas em decorrência do surgimento dessas novas tecnologias (mas disso eu falo um pouquinho mais lá na frente, aguenta aí).

Há alguns personagens que merecem menção, dado a que representam. Jenny, em sua coragem de sambar na cara da sociedade e ir atrás do seu amor; Anthony, em sua entrega apaixonada; Rory, por aquela fofura impressionante e o humor que conquista o leitor de cara; e Melissa, que, apesar de aparecer tão pouco, corporifica muito bem o dilema carreira/família da mulher moderna capaz de se dividir em mil. Acho que preciso também mencionar a Ellie, por pura educação, mas, sinceramente, ela me fez muita raiva em alguns momentos.

Falando em Ellie, preciso comentar as neuras dela. É engraçado como isso é tão natural com o que vivemos no dia a dia. Quem aí nunca ficou às voltas com uma mensagem de texto ou e-mail daquele paquera, tentando interpretar a todo custo o que ele quis dizer com o mínimo “Oi, tudo bem?”? Se visualizou a mensagem no Whatsapp e não respondeu... Ah, então, aí mesmo que a gente se descabela (de raiva ou desespero, o que preferir). NÃO RESPONDEU POR QUÊ? O contrário também. Que atire a primeira pedra quem nunca ficou pensando, repensando e reescreveu milhares de vezes uma mesma pequena mensagem, só para garantir que o carinha lerá com a interpretação certa? Apesar de compreender a Ellie, isso chega a irritar. Criticar os outros é tão fácil... 
“Ela passa as mensagens armazenadas no celular, tentando ver se houve algum indício desse ‘esfriamento’ nos torpedos que ele lhe mandou.”
“Isso não dá uma impressão de dependência, possessão nem mesmo desespero. Sugere que ela é uma mulher com muitos convites, coisas para fazer, mas significa que o colocará em primeiro lugar se necessário. Ela relê a mensagem por mais cinco minutos, para garantir que acertou perfeitamente o tom, e a envia.”
 Me compreendam, ela não é aquele tipo de personagem insuportável – não quero passar a impressão errada a vocês – entretanto há um detalhe ou outro que nos faz implicar um pouquinho. Implicância saudável, garanto a vocês. Afinal, mocinha que é mocinha, tem que ser odiada e essa nem é completamente chata como algumas que vemos por aí.

BTW, para encerrar, quero elogiar uma coisa concernente à parte física do livro. No decorrer da leitura, percebi que os capítulos todos são iniciados com algumas últimas cartas de amor e isso me chamou a atenção. Algumas de pessoas conhecidas, outras não. Nos agradecimentos, a Jojo explica que essas correspondências foram enviadas por muitos de seus leitores, mas que contou também com a participação de correspondências literárias.



Se você quer morrer de amores e ficar toda sentimental por alguns dias, definitivamente, A Última Carta de Amor é a escolha certa. 
“Mas de repente me dei conta, no meio daquela pequena cena de loucura, que ter alguém que nos entenda, que nos deseje, que nos veja como uma versão melhorada de nós mesmos é o presente mais incrível (...). Não sei ao certo como conquistei o direito. Não me sinto totalmente seguro desse direito mesmo agora. Mas a própria chance de pensar em seu rosto lindo, seu sorriso, e saber que alguma parte disso poderia me pertencer talvez seja a coisa mais importante que me aconteceu na vida.”





quinta-feira, 21 de maio de 2015

[Assiste aí] The Blacklist

Olá pessoas!

Meu Deus! Quanto tempo! Acho que nem sei mais escrever.

Perdoem-me pelo sumiço, acho que eu estava acreditando que três semanas nunca passariam. Até eu esquecer o dia do meu último post. Mas estou de volta, trazendo mais uma série. E para me redimir dos meus dias de sumida, vou postar na próxima quinzena, a primeira indicação de uma web série.

Para meu segundo post, vou trazer uma das séries da minha enorme lista de favoritas. Vamos falar de The blacklist.


O que mais me interessou nessa série, inicialmente, foi a temática dela. Eu já sou apaixonada por séries policiais. E The blacklist sabe dosar essa questão ainda com um mistério intrigante. Tanto que a cada vez que assisto um episódio, já fico ávida pelo próximo, curiosa por mais uma pista sobre o envolvimento dos personagens em algo que você nem sabe o que é. 


Personagens principais. (Achei melhor não pedir para
a galera do FBI dá um sorriso)
Talvez, vocês pensem que séries de ar misterioso queira mais enrolá-los do contar uma história interessante, mas confiem em mim, quando digo que essa série te entrega informações aos poucos e o bastante para mantê-lo instigado pelo próximo episódio. E pelo próximo. E pelo próximo. Ops, já é a próxima temporada. E quando você estiver encaixando pecinhas. BAM. Pense novamente. 

E como os senhores não gostam de ser enrolados, vamos logo entregar toda o motivo da atração pela série.


A historia toda gira em torno do vilão mais procurado do mundo, Raymond Reddinton, que resolve se entregar de uma hora pra outra para o FBI, e o mais estranho, ele diz ter uma lista com os verdadeiros criminosos do mundo e pronto para entregar de um por um. Com uma condição: ele só fala com a agente Elizabeth Keen. O problema é que a agente nunca tinha visto ou tido contato com o tal criminoso. Ou seja, a prisão de Raymond tem coisas mais estranhas do que somos capaz de imaginar.

"Você fala demais"

Isso é tudo que vocês vão saber inicialmente, o porque esse cara apareceu para contar tudo isso agora, e porque essa mulher é a única com quem Raymond quer falar, são tópicos, cujas pistas vão sendo espalhadas durante as temporadas. Não arranquem os cabelos para saber o que está acontecendo. Não vai adiantar muito, amiguinhos. Só passem para o próximo episódio. 



"Oh Meu Deus! O suspense está me matando."
Ah! Não vamos nos esquecer também, que Raymond é o personagem mais incrível de toda a série. Além de inteligente, é um personagem eletrizante e com um texto extremamente bem escrito, mas que de nada seria se o ator não conseguisse nos convencer tão bem. Raymond é o criminoso mais amado e procurado do mundo também. Os melhores quotes da série são deles, com certeza. Eu amo a sinceridade dele também, fala o que pensa e consegue o que quer.


Os outros personagens conseguem acompanhar com excelência o ritmo de um personagem tão bem construído. O elenco é ótimo e super empolgante. Todos os personagens conseguem encantá-lo que às vezes, personagens secundários não são.

Cada episódio é uma investigação nova. Mais um criminoso riscado da lista. E todos os casos são cada vez mais fascinantes. Toda a receita de um romance policial + mistério, e porque não, alguns sorrisos que Raymond vai deixar no seu rosto?
Confiram o trailer e se apaixonem: 


Parece que eu ainda sei escrever, pessoas. Mas não vou deixar o tempo me fazer desaprender assim tão fácil novamente. Por enquanto, só assistam essa série. Ela está pedindo para ser vista. Ainda nem tem tantas temporadas lançadas até agora. Dá pra acompanhar rapidinho.

Até o próximo post,

Mariana Diniz
quarta-feira, 20 de maio de 2015

Resenha: "A Improvável Jornada de Harold Fry" (Rachel Joyce)

Tradução por Johann Heyes

Por Eliel:


Sinopse: A Improvável Jornada de Harold Fry - Vencedor do britânico National Book Award na categoria de melhor livro de estreia e finalista do prestigiado Man Booker Prize, A improvável jornada de Harold Fry, de Rachel Joyce, tem como temas centrais os sentimentos de amor, amizade e arrependimento. A autora conta a história do aposentado Harold Fry que numa manhã de sol sai de casa para colocar uma carta no correio, sem imaginar que estava começando uma jornada não planejada até o outro lado da Inglaterra. 

Ao receber uma carta de Queenie Hennessy, uma velha conhecida com quem não tem contato há décadas, ele descobre que ela está em uma casa de saúde, sucumbindo ao câncer. Então, Harold Fry escreve uma resposta rápida e, deixando sua mulher com seus afazeres, vai até a caixa postal mais próxima. Ali, tem um encontro casual que o convence de que ele deve entregar sua mensagem para Queenie pessoalmente. E assim começa a peregrinação improvável de Harold Fry.

Determinado a andar 600 milhas de Kingsbridge à Berwick-upon-Tweed, porque, acredita, enquanto caminhar, Queenie Hennessy estará viva, ao longo do caminho, ele encontra personagens fascinantes, que o trazem de volta memórias adormecidas: sua primeira dança com Maureen, o dia do seu casamento, a alegria da paternidade. Todos os resquícios do passado vêm correndo de volta para ele, permitindo-lhe conciliar as perdas e os arrependimentos.Fonte: Skoob

"Desde o instante em que conheci Harold Fry, não quis mais deixá-lo. Impossível parar de ler." Erica Wagner, The Times

E posso dizer que eu também senti o mesmo que a crítica literária acima. Do momento que ele cruza a soleira da porta para responder à uma carta de uma amiga que ele não via a muitos anos e que está padecendo de um câncer terminal é possível perceber que essa jornada será muito mais profunda do que o simples colocar um pé na frente do outro.

Harold Fry é um senhor aposentado com uma vida pacata e sem surpresas, chega a ser monótona. Eu não gostaria de envelhecer assim. Ele trabalhou durante toda a sua vida em uma única empresa e teve uma vida simples voando abaixo do radar, nunca chamando a atenção para si ou para seus feitos, um ser humano mediano.

A garçonete disse:

- A gente tem que dar uma enlouquecida de vez em quando, senão não dá. - Ela deu um breve tapinha em seu ombro e, finalmente, entrou pelas proibidas portas de vaivém.

Vivendo cada dia na mesma rotina dentro de um casamento desgastado, certo dia chega a fatídica carta de Queenie Hennessy. Decidido a responder a carta, ele caminha a até a caixa de correspondências, depois até o correio e daí para frente começa a jornada para entregar a carta pessoalmente. O detalhe é que a caminhada é de cerca de 1000 km.

Sem nenhum preparo prévio, nem físico e nem psicológico, ele acredita que enquanto caminha até sua amiga ele pode ajudá-la a lutar contra o câncer. Sua jornada será extremamente cansativa e cheia de dificuldades. Além disso, ela será uma caminhada à sua mente e ao seu passado. Tudo isso para salvar uma vida, e se tudo der certo mais de uma vida poderá ser salva.

Tem tanta coisa na mente humana que a gente não entende. Mas, sabe, se a gente tem fé, pode fazer qualquer coisa.

Ao longo do caminho ele vai encontrar pessoas, repensar atitudes e descobrir o prazer dos detalhes cotidianos. O poder de transformação dessa caminhada é percebido através dos temas abordados, como amor, fé, autoconhecimento, perdão, dor, solidão entre outros de igual importância.

Na minha opinião não é daqueles livros que batem recordes de venda, porém, ele é de uma simplicidade e verossimilidade que deveria ser lido ao menos uma vez na vida. Ou mais, garanto que em cada fase da sua vida você absorverá outras nuances das lições contidas nessas páginas ricas em sabedoria. Isso só me ensinou que as aparências enganam, Harold Fry é muito mais do que um senhor aposentado.

Ele estava tão feliz, tão unido à terra sob seus pés, que poderia rir e rir de tão simples que era.

Rachel Joyce tem uma fluidez na escrita que foi um tanto difícil de acreditar que não era um relato real. Por vezes monótono como uma caminhada solitária deve ser e em outras tão emocionantes que lágrimas simplesmente brotam sem razão aparente. Emocione-se com a força de vontade por trás de cada passo de Harold Fry.



segunda-feira, 18 de maio de 2015

Resenha Dupla: “A Garota Que Você Deixou Para Trás” (Jojo Moyes)

*Por Mary e Kleris*: Oi, pessoal! Hoje tem resenha especial e em dupla para esse livro impressionante da Jojo Moyes. Quem “traumatizou” ou corre de Como Eu Era Antes de Você, chega mais que em A Garota Que Você Deixou Para Trás a autora com certeza é perdoada.

Liv é uma mulher que ficou recentemente viúva, mas ainda não superou muito bem a perda, vivendo solitariamente em uma bonita construção projetada pelo finado marido arquiteto. Além da vida fria dentro da casa minimalista e impessoal, Liv precisa lidar com os problemas financeiros e sua dificuldade em desapegar das coisas que lhe trazem lembranças.

Inesperadamente, entram em sua vida uma antiga colega de faculdade, Mo, e um investigador de obras de arte desaparecidas, Paul. Em meio a isso, um quadro de passado obscuro comprado durante sua lua de mel se vê no centro de uma disputa judicial, ao mesmo tempo em que Liv começa a descobrir – muito além do valor monetário da obra – a história por trás da pintura e de que modo “A Garota” viajou pela Europa durante a Primeira Guerra Mundial, reaparecendo décadas depois nas mãos de uma jornalista americana.

De início, já desejo mencionar a minha admiração pela capacidade da Jojo Moyes de se reinventar. Confesso que comprei esse livro já esperando algo que seguisse a mesma linha de Como Eu Era Antes de Você, mas me enganei redondamente. Até mesmo a estruturação da narrativa é distinta.

Aqui, Jojo divide a história em duas partes, a primeira sendo como um livro independente, no qual se conta a história de Sophie, em primeira pessoa; e, a segunda, escrita em terceira pessoa, nos dias atuais, introduzindo o leitor ao mundo de Liv e Paul, intercalados com capítulos continuadores da história de Sophie.

Achei estranha, no começo, essa divisão completa das partes e posso dizer que inclusive foi difícil me adaptar, mas isso aconteceu naturalmente. É meio chocante, porque, ao terminar a primeira parte, você encontra a vida de Liv e ocorre uma espécie de quebra. São duas histórias absolutamente distintas, a priori. Porém, no decorrer da obra, a autora faz sua mágica, entrelaçando as tramas de tal maneira, que nem mesmo a distância temporal é capaz de afastar as duas protagonistas. 

Ela se parece com você.

Ela não se parece nada comigo.

É interessante como o universo brinca com os caminhos das duas. Pelas quase 400 páginas as histórias paralelas dão todo um ar de suspense, ansiedade e reservas. Moyes nos arrebata a ponto de não querermos deixar nenhum personagem para pular para outra “visão”, mesmo que muitas perguntas nos suguem para outros pontos da história.

Das diversas questões que nos chamam atenção, uma que se destaca é a significância que ganha o quadro A Garota Que Você Deixou Para Trás entre essas vidas. Como poderia uma simples obra mover céus e terras?

Não é apenas um quadro e não é apenas um conflito.

Há dois pontos importantes a serem discutidos sobre a primeira parte.
A primeira delas diz respeito à impressionante ambientação feita pela Jojo Moyes de uma cidade francesa ocupada pelas tropas alemãs durante a Primeira Guerra Mundial, em meados de 1916. A autora menciona nos agradecimentos o livro que utilizou para tanto, mas, caramba, a descrição dela nos faz sentir como se estivéssemos vivendo aquele momento, em que os moradores são subjugados ao poder dos soldados alemães e obrigados a aceitar uma intrusão à cidade. E, mais que isso, às suas vidas. Para quem aprecia História, sobretudo esse corte de estudo das Guerras Mundiais, imagino que ficará bem satisfeito com o resultado conferido pelo talento da Jojo. 

O relógio do avô de René Grenier começara a soar. Isso, reconhecia-se, era um desastre. O relógio estava enterrado havia meses no canteiro lateral da casa, com o bule de chá de prata, quatro moedas de ouro e o relógio de bolso do avô, para evitar que sumissem nas mãos dos alemães.

O plano dera certo – de fato, quando se andava na cidade, o chão rangia por causa dos objetos de valor que haviam sido enterrados às pressas em jardins e caminhos – até Madame Poilâne entrar no bar numa fria manhã de novembro e interromper o jogo de dominó de René com a notícia de que a cada quarto de hora soavam badaladas abafadas sob o que restava das cenouras dele.


E o segundo ponto que merece destaque nesta primeira parte da obra, julgo que seja a própria Sophie e sua fé inabalável. Ela é o tipo de pessoa que vê tudo dando errado, o mundo caindo na sua cabeça e tudo indica que a coisa só piora, mas ela está lá. Firme. Confiante. Todas as pessoas ao seu redor já desistiram, sucumbiram e acham que ela só pode ter enlouquecido por acreditar tanto no melhor do futuro – e das pessoas, consequentemente. A sociedade, como sempre, é insana. 

— Você acha mesmo que nós duas podemos ir para a nossa terra? Para St. Péronne? Depois do que fizemos?

O soldado começou a se endireitar, esfregando os olhos. Parecia irritado, como se nossa conversa o tivesse acordado.

— Bem... talvez não agora – gaguejei. – Mas podemos voltar à França. Um dia. As coisas serão...

Foi por uma matéria de revista que a família de Sophie reencontrou o quadro pendurado na casa de Liv; eles vinham há tempos reunindo os trabalhos do pintor de A Garota. Por força de um processo legal de restituição de bens, crendo que o quadro fora mais um roubado pelos alemães na época da Primeira Guerra, eles querem a obra de volta. Liv entra nesse embate porque não aceita que a vida lhe tire mais um pedaço.

É estranho sair do início do século XX para o início do XXI na segunda parte da narrativa, mas aos poucos vemos como essa primeira ambientação se faz necessária para a história. Moyes poderia ter omitido toda essa visão e fico feliz que não tenha feito. Me senti na pele de Liv sempre pensando na Sophie e tendo expectativas sobre seu destino. É bem sobre os valores que agregamos às coisas e como faz que não só imaginemos uma história presenciada por estas, mas também sobre como nos importemos com aqueles que também já tomaram o mesmo objeto como parte de si.

Ao nos guiar para essa segunda trama, Jojo nos envolve numa mais que acirrada briga, que vai além desse processo judicial. Liv conheceu Paul, um cara gentil, maravilhoso e honesto, quem aflora sentimentos há muito esquecidos. Mas de novo o universo brinca com o destino, pois o trabalho de Paul revela-se um real conflito, já que ele está encarregado deste caso em específico, o retorno do quadro A Garota Que Você Deixou Para Trás às mãos da família.

Mas essas pessoas realmente se importam com o quadro? Quem deve ficar com a obra? Quem merece estar com ela? Melhor: com Sophie?

O que me surpreendeu nesse livro foi a força demonstrada pelas duas personagens, que, além de bem construídas, nos mostram o que é a verdadeira perseverança. Dotadas de tamanha fé, elas permanecem com seus ideais e lutam contra o mundo desolador, mesquinho e egoísta, mesmo quando nem tudo está ao seu favor. Jojo novamente nos coloca a prova quando o assunto é a confiança e, primordialmente, a escolha.

Apesar de todo esse clima de guerra, dominação alemã, processo e julgamentos, a história não pincela um drama por completo. Há momentos de tensão sim, mas há também momentos doces, engraçados e esperançosos. Para eles existem Hélene, Herr Kommandant, Mo, Greg, o pai de Liv, e, claro, Paul. Se você já teve seu coração arrancado pela autora em outro livro, aqui em A Garota ela trata de costurá-lo de volta.

Eles chegam à quadra dela, e ele ri do primeiro encontro deles; de Mo e de sua aparente convicção de que ele era um ladrão de bolsas.

— Vou fazer você pagar aquela recompensa de quatro libras — diz ele, impassível.  — Mo disse que eu tinha direito a ela.
— Mo também acha que é absolutamente aceitável colocar detergente nas bebidas de clientes de quem a gente não gosta.
[...]
— Mo está sendo desperdiçada nesse trabalho. Tem lugar para essa moça no crime organizado. 

Vale aqui uma nota sobre a edição. Semelhante à Como Eu Era Antes de Você, a capa é uma delicadeza só. Não pensem, por isso, que é alguma continuação (vide nota ao fim desta resenha). Assim como a editora preservou a capa original, conservaram o título, que é desses que tem uma força de presença tremenda na história. Percebemos isso cada vez mais após a leitura assentar.

Outro dia encerrei a resenha de Louco Por Você com o trecho de um episódio da série Forever, que condizia com o conflito debatido no livro. Curiosamente, a coincidência novamente ocorreu e, dia desses, vendo a série, me deparei com um episódio que se relaciona perfeitamente ao tema de A Garota Que Você Deixou Para Trás. Achei que seria legal repetir a dose.

“A expiação pode ocorrer de diversas formas. Um pedido sincero de desculpas, um grande gesto, uma prece silenciosa. Ou algo mais complexo, mais obscuro, mais difícil de se decifrar. E embora seja verdade que nenhuma expiação é capaz de mudar o passado, ela tem o poder de nos curar, de restaurar relacionamentos e ligações que pensávamos estarem perdidos para sempre.”

Precisamos dizer que recomendamos muitíííííííííssimo?


P.S.: O que será novamente de nossos corações quando After You (Depois de Você), a CONFIRMADA continuação de Como Eu Era Antes de Você, chegar?


 
Ana Liberato