quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Resenha: “As Crônicas de Dopple Ganger – O Grande Diamante Magnata – Vol. 3” (G.P. Taylor)

Por Kleris: G.P. Taylor já começa nos intrigando com uma trama bem mais repleta de suspense. Ao que tudo indica, Muzz Elliot está sendo ameaçada. Mas ela não quer assustar ninguém... como se Saskia, Sadie e Erik não pudessem descobrir. Lembram deles? Já leram os primeiros livros? Para quem não conhece, pode rever as resenhas aqui: livro 1 – A primeira fuga e livro 2 – O segredo da lua índigo. Após uma boa temporada de calmaria, uma carta e uma ligação estranhíiiiiissima abalam a rotina desses três bisbilhoteiros de plantão.

Mais uma vez o autor me passou a perna – de um BOM jeito – pois abri este terceiro volume esperando adivinhar de novo que passos ele iria seguir e fui surpreendida. Hoje é tão complicado reservar tantas expectativas em um livro que eu tentei não ir com tanta voracidade. Tentei mesmo ler devagar, sabendo, afinal, que era o último disponível (foi lançado este ano). Para nos instigar mais, esse volume se alonga um pouquinho mais nas páginas e apresenta uma trama muito mais intensa que as anteriores. Se em O Segredo da Lua Índigo fui conquistada de vez, aqui eu fiquei mais impressionada.


Quando Muzz Elliot sai em busca de respostas e leva as meninas para uma viagem repentina, logo Erik e Dorcas Potts, ao perceber o perigo que elas correm, vão atrás. Eis que de repente Muzz Elliot se vê ambientada em perfeitos cenários e enredos por ela descritos em seus livros de suspense e novas figuras surgem em seu caminho, confundindo a todos. Do outro lado, Erik e Dorcas Potts também sofrem sérios ataques, são perseguidos e capturados. Temos muitas reviravoltas pra manter nossa atenção ali, presa. 


— Você se surpreenderia com o que eu faço, Saskia Dopple – Max Taranis disse.

— O que você ESTÁ fazendo aqui? – perguntou Sadie.

— Estou de férias, por engano.

— Como nós – disse Muzz Elliot já com a respiração refeita.

— Eu guardaria isso para você mesma, Muzz Elliot – Max Taranis respondeu. — Há certas coisas que são melhores se não forem ditas.

— Um criminoso diria isso – Sadie murmurou, brincando com um fio solto na parte inferior de sua blusa.

Senti que neste volume o autor se arriscou bem mais, tanto na parte gráfica, quanto no enredo e desenvolvimento de suas personagens. Enquanto que antes Saskia, Sadie e Erik se metiam em confusão ou suas traquinagens os levavam a investigações coincidentes, agora eles se tornam alvos de vilões maiores. Muzz Elliot também merece destaque, ela não é mais aquela escritora reclusa e tem lá suas artimanhas. Por um tempo achei que ela era um tanto fútil (por colocar perigos de lado pra, sei lá, ir almoçar calmamente), mas percebi que na verdade era sua forma de lidar com o peso sobre seus anseios e medos. 

— Por que aqui? Por que agora? – Dorcas Potts se perguntou em voz alta.

— Este é o melhor hotel da França – Muzz Elliot respondeu.

— Há algo mais que isso.

— Muito mais – Muzz Elliot disse.


Também temos um grande foco em Erik, com grandes revelações sobre seu passado e desafios que pesam em seus ombros. O modo como o autor nos apresenta esse lado da história é bem bacana, ainda mais por ele se utilizar de pistas que nos levam outra vez para os mistérios de madame Raphael e do Companheiro. Os propósitos da série, nesse sentido, ficam bem claros. 


— Erik, chegou a hora. Você sabe o que fazer. – disse Saskia.  — Não acho que seja certo, Saskia. – disse Erik.

— Não tem outro jeito! – sussurrou Saskia. — Não se quisermos salvar Sadie e Dorcas Potts. Não vou perder minha irmã!

— Não quero ser um ladrão como meu pai.

Além do ritmo alucinante de leitura já conhecido pelos livros passados, nesse último G.P. Taylor foi verdadeiramente engenhoso! Esquemas, bandidagem, máfia, viagens, metaficção... Conhecer esse trabalho foi uma grata surpresa (adooooro gratas surpresas). Já tinha visto uns comentários sobre outra série, chamada Shadowmancer, que, conforme relatos, era de desenvolvimento fraco. Bom, nessa série posso afirmar que o autor deu a volta por cima. Vale, no entanto, lembrar que os livros dessa série, As Crônicas de Dopple Ganger, são voltados para jovens e pequenos leitores, ou mesmo aqueles leitores que ainda não se engataram bem na leitura (olha o dia das crianças aí, gentes #ficaadica). Mesmo não sendo eu esse público alvo, curti muito.

Melhor, re-co-men-do.

Ainda não sei bem quantos livros formam essa série, visto que há muito pouca informação sobre eles. Pelo desenvolvimento até aqui, chuto que serão 6 livros. Estou tão ansiosa que é capaz de eu relê-los de pronto haha. Como cada um sempre termina com um aviso ou grande promessa de uma nova aventura, e, digamos que madame Raphael sabe ser bem enigmática quando quer, se eu fosse só dizer uma coisa sobre esses próximos livros, seria isso: QUERO.

E vocês aí? Já conhecem algo, ouviram falar, leram algum livro da série?


Para mais ilustrações e animações, trouxe este trailer com um compilado da série (está em inglês, mas é bem compreensível): 


Até a próxima!



segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Resenha "Época de Morangos" (Rafaella Vieira)



Por Gabi: Oi gente linda! Como vão vocês? Antes que se perguntem "Quem é essa louca que resolveu escrever uma resenha aqui hoje?" ou "Gabi tá viva ainda", eu vos respondo: SIIIMMM!! TÔ VIVA E VOLTEI! hahhahha Mas enfim, vamos bater um papo mais legal lá na Happy Hour, porque hoje eu vim trazer um livro que curti demais da pernambucana Rafaella Vieira. Bora?

Baseado nas lembranças da autora e, claro, das anotações de seu diário, temos aqui um romance super leve e gostoso ambientado no (lindo) Nordeste brasileiro, principalmente em Recife contado por  Jordana, ou apenas Jojô, ao longo de 10 anos de sua vida...  Seus pais se separaram quando ela tinha 6 anos e ela e o irmão foram morar com o pai. Seu irmão é um nerdzão que não curte muito relações sociais, seu pai é um cara do bem, mas meio "caretão", ao contrário da mãe, com quem ela não tem uma relação muito próxima. 

A vida de Jordana seguia muito bem entre o colégio, os gatinhos e as diversões com a prima-gêmea, Jaque, que são unha-e-carne. Sabe aquele papo de "separadas na maternidade"? Então. Até que em uma das férias a avó materna a convida para ir à Disney. E é nessa viagem que tudo muda e ela encontra seu Príncipe Encantado, como ela mesma diz:
Ele passou por mim me encarando, e eu sabia que não era aquele tipo de olhar, assim, por estar achando esquisito meu moletom verde-abacate.
A viagem foi super bacana, ela aproveitou e se divertiu muito. Ao voltar para o colégio ela descobre que o seu príncipe encantado não só se chama Edgar, como também estuda ali! Gente, a partir desse momento Jordana pira! Não só pelo fato de eles estudarem no mesmo lugar, mas também porque ela descobre que ele tem 12 anos, enquanto ela, 13, o que nessa idade é um abismo de diferença. Eles se tornaram grandes amigos e passavam cada vez mais tempo juntos... no intervalo quando ele disse que o cabelo dela cheirava morangos, mas era só seu Bubbaloo. E aí quase rolou o primeiro beijo, nas festinhas, lá no Damata, na patinação... enquanto isso ela só pensava se perder em beijos e amassos com o dono daqueles incríveis olhos azuis...
Crescer era muito complicado, ainda mais quando o garoto que eu tanto amava, parecia que nunca amadureceria.
A partir daí acompanhamos o desenrolar da vida da garota no ensino fundamental e como é difícil mudar de colégio no último ano e deixar o Edgar para trás. Aí vem a época de ensino médio vestibular e a universidade (ê tempos bons!), muitas festas... A autora conduz a narrativa em primeira pessoa de um modo muito leve e parece até que Jordana está sentada no sofá da sua casa e relembrando todos aqueles momentos com você... 

Um dos pontos altos do livro é que vamos conhecendo vários pontos de Recife, de cidades e estados vizinhos, bem como um pouco da cultura e do sotaque nordestino (como não amar?) e também o que há de referências musicais e artísticas bacanas... é de cantar lendo as letras de música! Mas o que mais me agradou foi o quanto eu me identifiquei com a expressão época de morangos, afinal, quem não tem aquele período da sua vida em que tudo é tão doce que só de lembrar já te faz voltar os cheiros, paisagens, sabores e risadas? Rafa, obrigada por compartilhar suas lembranças comigo e me trazer uma nostalgia doce de ótimos momentos...
fagulhas, pontas de agulhas
brilham estrelas de são joão
babados, xotes e xaxados,
segura as pontas, meu coração...

Os postes decorados por balões, o céu iluminado pelas estrelas, as pessoas vestidas com roupas juninas, as pintinhas no rosto e os chapéus de palha. Tudo era festivo e envolventes. Tudo era alegre. O clima era contagiante. 



sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Resenha: "Piratas" (Karen Alvares e vários autores)



Por Marianne:
—Não há como escapar. Só ficaríamos cansados, e nos alcançariam mais adiante — disse, sombrio. —Vamos pelo menos vender caro as nossas vidas.
(Os pilares de Melkart, Ana Lúcia Merege)
   Tinha todo um preconceito com livro de contos baseado em UM livro de contos que li nesses anos da minha existência. Estou sempre tentando me livrar dos meus preconceitos literários, mas esse deixei meio em stand by. Até que a oportunidade bateu em minha porta, e eu pensei “agora é a hora”, quando a autora Karen Alvares (já fizemos resenhas das obras dela aqui, aqui e aqui) me convidou pra participar do Book tour de, justamente, um livro de contos!
   Piratas reúne contos de vários autores brasileiros, incluindo a comandante Karen —idealizadora do projeto — sobre os temidos saqueadores que aterrorizavam os mares e, como descobrimos nos contos, os ares, o presente, o passado e até o futuro.
—Felipe, o tempo corre como um rio, e nenhuma força pode fazê-lo voltar —ela justificou com a voz pesada, carregada por um imenso remorso.
—Mas os fatos permanecem ao nosso redor como o mar, e são suas correntezas que guiam o futuro. Nós somos o que vivemos, Alteza.
(Vingadora, Paola Siviero)
   As histórias são envolventes e originais. Entramos na trajetória de cada pirata a quais somos apresentados. Descobrindo suas motivações pra viverem suas vidas de “pirataria”, seus medos, seus anseios e ambições.    Cada história mostra o lado mais humano de seus personagens, e devo dizer que grande parte do meu apego por cada um deles se deve a honestidade com que cada um é descrito. Nem bandido nem mocinhos, apenas indivíduos buscando seus interesses e, como vamos descobrindo nos contos, são os mais diversos os interesses de um pirata —  que nem sempre será um tesouro perdido.
Era como se tudo estivesse escrito sem que as páginas tivessem sido abertas. Como se os dias estivessem determinados sem que sequer tivessem começado. Era tanta certeza que viver tinha se tornado simplesmente desnecessário, mas, ironicamente, era essa sutil necessidade que agora a fazia arriscar tudo: viver.
(#BonnyRed, Fabiana Madruga)
   Os contos transitam pelos mais variados temas. Engana-se quem pensa que as histórias são, na maioria, focadas na fantasia. Encontramos fantasia sim, mas tem romance, tem busca pelo tesouro perdido, tem crítica social e até ficção
   Conhecemos também muitas mulheres comandando navios e liderando marujos com perspicácia. Marujas mais inteligentes que o próprio capitão e sua própria tripulação. Piratas está cheio de girl power gente, já morri de amor.
Por mais que a capitã tivesse falado que não havia violações ou outras violências entre a trupe, uma mulher chamada Preta, mas que respondia por Sete Quedas, deu a Amélia uma faca afiada.

—Coloque em uma das meias. Nunca se sabe, garota. A Irmandade pode tratar os homens e mulheres do mesmo jeito, mas alguns homens ainda não são homens.
(Mais pesado que o ar, Melissa de Sá)
   A arte da capa é excepcional, quando peguei o livro fiquei horas analisando cada detalhe. Particularmente, amo capas com desenhos bem detalhados cheios de informação.
   Superei, como podem ver, meu preconceito por contos. O livro é maravilhoso do começo ao fim, seu único defeito é que os contos acabam. A vontade de se aprofundar mais em cada história permanece ao desfecho de cada conto.
   Está recomendadíssimo, uma porta para conhecer melhor o trabalho de ótimos autores brasileiros. Espero que tenham gostado da resenha, até a próxima!
—Quando você  me pediu para se juntas a nós, eu permiti — começou Catarina (...).—Você me disse que não tinha para onde ir. Sei como é ser uma jovem mulher nesse mundo. Não há lugar para nos quando estamos sozinhas. Precisamos ajudar umas as outras.
(Mais pesado que o ar, Melissa de Sá)
Curta o Dear Book no Facebook Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Resenha: "O Diário Secreto de Lizzie Bennet" (Bernie Su & Kate Rorick)

Tradução de Cláudia Mello Belhassof

Por Kleris: Nada melhor que uma leitura de descanso pós-maratona trabalhos, não? Estava com Lizzie na estante faz um tempinho e resisti bravamente em não pegá-lo porque esperava um momento especial para voltar a Orgulho e Preconceito mais uma vez. Sendo uma apaixonada por tudo relacionado a OeP, o que mais quis era apreciar tudo sem pressa. Deixando isso de lado, vamos para a resenha!

Vou tomar mais uma vez (vide a resenha de As Sombras de Longbourn) que vocês conhecem Orgulho e Preconceito, a história-base dessa adaptação. Mas aqui estamos em pleno século XXI, 2012-2013, com internet, aplicativos e esforços de toda uma geração que tenta encontrar seus próprios caminhos no novo e no diverso. Por isso: é uma verdade inevitavelmente conhecida que alguém que se arrisca em formar uma voz na internet, deve estar consciente de um implícito contrato do que expor ou não expor perante suas mídias. Essa é basicamente a premissa de Lizzie Bennet, uma estudante de comunicação e novas mídias que decide fazer um experimento no youtube e pautar uma tese em cima. Que melhor aprendizado se não aquele que aplicamos e vemos como tudo realmente acontece na prática? 

— Com quem você falou? – Charlotte perguntou, mas seus dedos já estavam voando e bisbilhotando meu e-mail e meu feed do Twitter. — Hank Green? – ela soltou um grito agudo. Depois... — A Felicia Day tuitou sobre seus vídeos?

— Não achei que ia funcionar – repeti baixinho.

— Lizzie, você é um sucesso! Você tem um público de verdade agora!
— Tenho um público de verdade – repeti. — E eles vão querer mais vídeos – Meu estômago revirou. — Bons vídeos. Ai, meu Deus. Char, e se eu não tiver mais nada a dizer? E se eu não tiver nenhum assunto?
Ela me deu um sorriso afetado.— Eu te conheço desde que você nasceu, Lizzie. Nunca aconteceu de você não ter alguma coisa para dizer.

Assim nasceu o vlog The Lizzie Bennet Diaries. Ao ligar a câmera, falar sobre sua vida, a da família e dos amigos, Lizzie tornou tudo grande. Assim, nível EXCEPCIONAL. Mas havia coisas que Lizzie filtrava dos seus espectadores e muitas dessas coisas estavam em seu diário, que agora veio a público. É sobre esse livro que se trata essa nova comoção: o que Lizzie teria guardado de nós????? 

E nem pensar em falar nisso nos meus vídeos. O mundo não precisa saber de todos os detalhes das irmãs Bennet. Algumas coisas são pessoais demais, importantes demais para o consumo de massa.

— Só... finge que isso nunca aconteceu – ela disse — Porque, na verdade, não aconteceu.

Não vou me ater a pormenores da história, até porque acho que todos aqui sabemos (ou pelo menos já ouviram falar sobre OeP) e porque esse diário representa muito mais que um simples livro ou diário. Pela pegada da transmídia, entende-se que se extrapolam limites de plataformas para transmitir uma história, e esse diário secreto é justamente uma das últimas peças desse grande quebra-cabeça – já foi noticiado que haverá o livro da Lydia Bennet, então, para nossa alegria, essa fantasia AINDA NÃO acabou.


Mas NÃO tem como NÃO dizer: preparem-se para derreter, pra reviver, para se identificar, para amar, para surtar, para shippar, para... fangirlar! Rir tresloucadamente pela Mama Bennet, esquentar o coração com o Papa Bennet, pirar com a Lydia, orgulhar-se da Charlotte, da Jane, do Bing, odiar mais uma vez George Wickham, cair de amores por um Darcy hispter... Enfim, O diário secreto de Lizzie Bennet é todo esse arco-íris prometido. Original, extraordinário, magnífico, excepcional, maravilhoso, sagaz, inteligente e... meu Deus, eu posso jogar mil palavras de elogios e acho que não vão ser o bastante. Digamos que toda a equipe acertou em cheio como na fórmula das meninas superpoderosas. Souberam dosar e souberam usar bem seus recursos.

Senti um pouco de ironia (por causa desse post aqui) ler um livro com o celular do lado – para assistir os vídeos em conjunto – mas como o Diário é de uma multiexperiência, TUDO BEM, né? Faz parte. Fiquei entre ler sem assistir (o livro deixa umas pegadas sobre isso) e ler assistindo os vídeos todos (fora os da Lizzie também, claro), só que não resisti. Além das várias opções de curtir esse fenômeno, temos outras variedades de experiências. É de explodir a cabeça pensar sobre isso! Esse caráter expansivo, a autoficção, a metaficção, a interatividade, os diversos vlogs, aplicativos... é tudo muito louco! E possível! A gente ama muito mais, afinal, por esse enorme impacto. Não à toa o vlog ganhou um Emmy de narrativa original.

PORQUE É APENAS A MELHOR EXPERIÊNCIA DE STORYTELLING DE TODOS OS TEMPOS. 

É meio surreal.

De minha parte, é impressionante perceber que minha professora continua assistindo aos meus vídeos e vai saber tudo sobre a minha vida no próximo ano. Tudo. Assim como meus colegas de turma – é preocupante entrar numa sala de aula e perceber que todo mundo ali já te viu de pijama porque você já usou um na frente das câmeras. E tem muita gente sem rosto que também sabe da minha vida. Isso faz parte de ter uma mensagem com a qual as pessoas se envolvem.


Dessa maneira, o que o Diário agrega a essa história são fatos que nunca poderiam chegar a nós através das mídias interativas. Há muita coisa que nos ajuda a entender a trama, assim como aos segredos que Lizzie preferiu silenciar (muuuuito mais que a conhecida carta do Darcy) e acontecimentos triviais, mas de suma importância, que passaram pelo crivo da rede. É uma nova família Bennet que cresce diante de nós. Não é só sociedade, Lizzie, Darcy, orgulho, vaidades e preconceitos. As relações que mais me tocaram foi a do pai das meninas e da Lydia; foi um pouco surpresa pra mim nesse sentido. Outra surpresa foi a releitura, já que eu assisti a série em 2013, e houve coisas que parece que minha cabeça simplesmente apagou e elas novamente me pegaram e me derrubaram.

É extraordinário pensar que Lizzie e companhia não são pessoas de nosso mundo de realidade, mas um resgate desse nível para um livro clássico, é de bater palmas e palmas. Bernie, Kate e toda a equipe foram incríveis em criar uma ficção tão crível e fiel a nossa época.


Mais que recomendadíiiiiiiiiiiissimo, O diário de Lizzie Bennet é uma leitura necessária e não digo pela questão de adaptação, mas por toda a experiência que ela nos envolve. Mais século XXI que isso, impossível.



Até a próxima!



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Resenha: “Simplesmente Irresistível” (Rachel Gibson)

*Por Mary*: Vocês têm também a sensação de flutuar e o coração encher de uma coisa maravilhosa quando leem bons livros? A Rachel Gibson causa isso em mim, fico sorrindo toda boba depois que fecho o volume e só descanso quando chego aos agradecimentos.

Ganhei Simplesmente Irresistível de presente de aniversário (melhor prima do mundo!) e fiquei pulando igual aquela música da finada dupla Sandy e Júnior.

Mas vamos deixar de lenga-lenga e partir para a parte boa?

No dia de seu casamento com o ricaço Virgil Duffy, Georgeanne Howard percebe que não pode se casar com um homem que tem idade para ser seu avô e, ao empreender fuga da cerimônia, conhece um jogador de hóquei bonitão e problemático chamado John Kowalsky, que a ajuda – mesmo contra sua própria vontade – a dar o fora da mansão.

Tão logo põe os olhos sobre Georgie, John sabe que a moça é problema, afinal, está ajudando a noiva fugitiva do seu chefe. Uma atração imediata nasce entre os dois, mas, mesmo depois de uma noite mágica, John dá um fora na garota na manhã seguinte.

Sete anos se passam, os dois se reencontram e John descobre que aquela noite inconsequente resultou em uma filha, à qual está disposto a reconhecer e fazer parte de sua vida. Contudo, as mágoas que perduram entre o casal podem prejudicar na aproximação entre ele e Lexie, assim como o sentimento que renasce pode complicar ainda mais a situação toda, deixando as coisas consideravelmente mais explosivas.

A narrativa se dá em terceira pessoa, o que nos permite transitar pelos núcleos e ter uma ideia mais ampla do enredo e personagens. Não faço segredo que gosto, especialmente, dessa forma de narração, sobretudo por se deter menos nas especulações dos personagens e mais nos fatos.

E também não faço segredo da minha admiração por essa autora, que, em minha opinião, possui um estilo particularmente agradável. Com escrita fluida, histórias divertidas e ao mesmo tempo reais, cenas eróticas nada vulgares e personagens apaixonantes, Rachel Gibson nos arranca suspiros e risadas na mesma frequência.

Além disso, a Rachel consegue produzir histórias muito distintas umas das outras, trazendo elementos muito parecidos – que são ingredientes de seu estilo. Vou dar como exemplo essa trama do pai que não conhece a existência do filho: a autora conseguiu produzir enredos bem diferentes entre Simplesmente Irresistível e Daisy Está na Cidade. O que eu quero dizer com isso é que, não obstante o livro trazer elementos aparentemente semelhantes com outras de suas obras, Rachel Gibson os localiza com motes completamente distintos, bem como impõe situações muito singulares.

Acredito muito nessa coisa de “estilo” de cada escritor. Dia desses (ok, talvez já haja alguns meses) vi um filme que me fez pensar: Uau, esse roteiro é tão Rachel Gibson! O filme em questão se chama Família Por Acaso e não sei dizer exatamente por que pensei isso, mas, de algum modo tive tal impressão. E, por mais curioso que possa parecer, Simplesmente Irresistível só me fortaleceu esta tese.

Mas vamos falar de coisa boa? E não, não é sobre a Iogurteira Top Term, mas sim os personagens.

Há dois pontos que precisam ser mencionados nesta resenha:

O primeiro deles cabe a ambos os protagonistas, que é relativo à evolução deles no decorrer dos anos. Posso dizer que foi meio um tapa na minha cara por tantas vezes dizer que as pessoas não mudam. Diferentemente do que gosto de defender, o crescimento de John e Georgie no decorrer dos anos me pareceu muito natural, um amadurecimento causado pelas pancadas da vida no decorrer da jornada (quem nunca, né, minha gente?).
- Papais não cuidam dos bebês.
- Claro que cuidam – disse John. – Se eu fosse um papai peixe, estaria por aí procurando pelo meu bebê.
Erguendo a cabeça, Lexie olhou para John por um momento, pesando as palavras dele.
- Você procuraria até encontrar?
- Absolutamente. – Olhou para Georgeanne e depois de volta para Lexie. – Se eu soubesse que tinha um bebê, procuraria para sempre.
O segundo ponto é meio que um afunilamento do primeiro, dessa vez focando especialmente na Georgeanne. Na primeira fase do livro conhecemos uma Georgie fútil, frívola e influenciável, mas conhecemos também os motivos por trás dessa personalidade “fraca”. Para começar, o abandono dos pais, que a tornam sentimentalmente carente, apesar do amor dado pela avó. E, como complemento a isso tudo, a dislexia ligada à incompreensão da doença em meados dos anos 70, cuja disfunção era, basicamente, associada a “burrice”.

Hoje sabemos que a dislexia não é nada disso, mas ainda assim há certo preconceito acerca do problema. Imaginem vocês, então, esse quadro há quase trinta anos, com uma jovem bonita, sem mais ninguém no mundo além da avó e o medo de não ser aceita na sociedade por não ser uma pessoa “brilhante”. Não posso dizer que julgo a avó da Georgie por “treiná-la” para ser uma boa esposa, matriculando-a em escolas de etiqueta e culinária para que, no futuro, encontrasse um marido que “cuidasse” dela. Me parece muito claro que essa foi a saída encontrada por uma senhorinha do Séc. XX que queria, simplesmente, cuidar pelo amparo futuro da neta. 
Queria fazer John feliz também. Desde o primeiro relacionamento dela, aos quinze anos, Georgeanne sempre mudava como um camaleão para se tornar o que o namorado queria. No passado, fizera de tudo, desde pintar o cabelo de um vermelho profano até ficar toda roxa em cima de um touro mecânico. Só para agradar-lhes. Sempre deixara seu estilo próprio de lado e, em troca, eles a amavam.

Tinha um orgulho tremendo por tudo o que aquela garotinha acanhada do Texas conquistara. Caminhara no fogo, fora queimada até a alma, mas sobrevivera. Era uma pessoa mais forte agora, talvez menos crédula, e talvez tivesse se tornado extremamente relutante à ideia de dar seu coração a um homem novamente, mas não via essas características como impedimento para a sua felicidade. Aprendera suas lições da maneira mais difícil e, embora preferisse doar um órgão vital seu a viver novamente a vida que tinha antes de entrar na Heron Catering sete anos antes, tornara-se a mulher que era agora devido ao que lhe acontecera na época.
 A volta por cima dada pela Georgie anos depois deixa o leitor muito orgulhoso. Eu, pessoalmente, fiquei muito orgulhosa pela pessoa que ela se tornou e pelos objetivos alcançados. Claro, até então já estávamos nos anos 90, mas, ainda assim, suas conquistas são louváveis.

Em Simplesmente Irresistível conhecemos também um casal secundário, formado pelos amigos dos protagonistas: Mae e Hugh. Não posso finalizar essa resenha sem mencionar a mensagem bacana que eles passam. Primeiro de tudo, a de que não podemos julgar as pessoas pelo que elas aparentam, vestem ou fazem; e, por último, a de que muitas vezes ficamos a ponto de deixar a felicidade passar batido, puramente por nossos pré-julgamentos, sem dar uma chance para conhecer realmente o sujeito.

- Ele não é o homem certo para você.
- Como sabe?
Hugh sorriu.
- Porque eu acho que eu sou o homem certo.
Desta vez a risada dela foi com sarcasmo.
- Você deve estar brincando.
- Estou falando sério.
Ela não acreditava nele.
- Você é exatamente o tipo de homem com quem nunca saio.
- Que tipo é esse?
Ela olhou para a mão ainda em seu braço.
- Macho, musculoso e egocêntrico. Homens que pensam que podem intimidar pessoas menores e mais fracas que eles.
E, para finalizar, merece um adendo a ambientação. Assim como em Loucamente Sua, Rachel Gibson ambienta sua história nos anos 90. Na verdade, visitamos brevemente os anos 70 e 80 também, mas prevalece os anos 90. Já falei antes e vou repetir: muito legal ouvir falar em permanentes, papetes e Gretzky*, em um mundo sem celular e computadores. Por vezes, esquecemos que esse mundo existia há só vinte anos.

Enfim, todos esses detalhes de cada personagem – John também tem os seus – torna-os muito verossímeis, impelindo os leitores a se sentirem identificados, além de estarem intrinsecamente envolvidos com a trama, comportamentos e desenrolar da história. Então, se você quer uma autora apaixonante, uma história envolvente, divertida, bem escrita, fluida e que vai te arrancar suspiros com a mesma frequência de risadas, Simplesmente Irresistível é a escolha certa. Indico muito todos os livros da Rachel Gibson e aqui no blog você encontra as resenhas de Loucamente Sua e Daisy Está na Cidade. 
Não sou poeta nem romântico, e não conheço palavras para expressar com precisão o que sinto por você. Apenas sei que você é o ar dos meus pulmões, a batida do meu coração, a dor da minha alma e, sem você, sou vazio.

                                                                                           
*Jogador de hóquei.




sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Resenha: "Os Adoráveis" (Sarra Manning)

Por Clarissa: Olá seus dorks (já, já explico mais sobre isso), tudo bem com vocês? Espero que sim! Bom apertem os cintos porque vamos entrar no mundo do livro “Os Adoráveis” Da autora best-seller  Sarra Manning.

Jeane é uma blogueira, seu blog, adorkable, é um blog de estilo de vida diferente, até já ganhou prêmios na categoria “melhor Blog sobre estilo de vida”, ela adora balas Haribo, moda (a que ela cria, comprando em brechós) e colorir os cabelos. Jeane é bem diferente de tudo que já se viu, cria seu próprio look, adora cores extravagantes. Seu cabelo, por exemplo, é laranja, ou ruivo (risos) ela tentou alguma coisa no cabelo que não deu muito certo, ela só usava vestidos, saias, calças era bem raro, e não tem medo de ser quem é. Porem ela conhece um cara chamado Michael, oposto de Jeane. E ele só namoraria a garota mais bonita da escola, que veste roupa da Hollister. Muito diferente de Jeane, que compra suas roupas no brechó e reinventa estilos.

“Experimente Photoshop, tintura de cabelo, diferentes esmaltes e sabores de cupcakes, mas nunca experimente drogas.”
Mas Jeane acaba se apaixonando por Michael, e acontecem altos e baixos nesse enrolo, é bem divertido entrar no mundo dos Adoráveis. Jeane sofre com essa diferença de estilo na escola, mas é legal ser diferente. E quando ela acha que ser normal é a melhor opção, ela não se encaixa muito bem nesse estilo de vida tão normal, ela consegue mudar opinião dos outros em relação a ser você mesmo, não seguir modinhas.
“Então, tive aquela crise enorme e tentei virar as costas para o Reino dos Dorks. Eu até pintei meu cabelo de castanho e comprei calças jeans. Eu queria me encaixar, e foi um desastre. Alem disso, tudo foi muito, muito chato.”
Jeane tem mais amigos na internet do que na escola, ou do seu prédio, mas se algo acontecesse com ela, esses amigos da internet não poderia vir ajudá-la, isso era realmente difícil para Jeane. Mas ao decorrer da história muitas coisas vão acontecendo na vida dela.
“Vocês não precisam ser ninguém alem de quem vocês realmente querem ser. Algumas vezes, nós nos esquecemos de que não há nenhuma lei que diz que é preciso ser o que os outros esperam que venhamos ser.”
Esta história é muito engraçado e comovente. Eu não estava dando muita Fé ao livro, mas a cada página foi me comovendo, e tem esse lance de dork, isso significa que cada um tem sua essência, um jeito de vida diferente, algo que você se torna especial, diferente de tudo que se vê, creio que cada um de vocês tem algo de especial! A história faz você se identificar e se sentir abraçado pela historia, e como a escritora conseguiu descrever muitas juventudes, nas coisas que passamos e sobrevivemos. Alem de ser uma historia fofa é mega engraçada, a autora Sarra Manning teve muita imaginação, e é isso que me cativa.

Indico para todos, creio que vocês vão se apaixonar, me passou uma mensagem que a gente não tem que ter medo de quem somos enfrentar tudo o que vier e que atrapalhada a gente de realizar nossos sonhos.

Vocês vão se surpreender com a estória, Sarra Manning nos leva a um território desconhecido: um mundo de jovens bem informados, assertivos e que escapam de todos os clichês da adolescência. Uma estória de amor divertido dá voz a uma geração que agrega ao mundo seu conhecimento, é indispensável e delicioso.

A escrita é bem fácil, uma linguagem de adolescente, despojado e carismático, é uma leitura legal e cômica. Muitos vão se encontrar e se identificar com esta leitura.

Espero que tenham gostado e até a próxima.


quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Resenha: "O lago místico" (Kristin Hannah)

Por Sheila: Oi todo mundo! Como estão? Mais uma das minhas resenhas atrasadas! E de um livro que comecei a ler com muitas expectativas. Já havia me emocionado com "Jardim de inverno" resenhado aqui, por isso comecei a leitura dese livro com uma caixa de lencinhos.

Pois bem, logo no início da trama, somos apresentados à Annie, uma esposa e mãe dedicada, que está levando sua única filha até o aeroporto. Acontece que sua filha esta indo estudar e passar, pela primeira vez um período fora de casa o que, percebemos nitidamente, perturba Annie.

Era infantil estar assustada, ela sabia disso, mas saber não diminuía a dor (...) sentia orgulho da independência e coragem da filha em escolher percorrer toda a distância até a Inglaterra pessoalmente, mas não imaginara que seria tão difícil ver Natalie partir.
Esposa.
Mãe.
Esses eram os papéis que a definiam, que davam sentido a sua vida.

Como se já não bastasse essa perda, seu esposo mal estaciona o carro na bela casa que os dois possuem, e lhe comunica que quer o divórcio. Pior. Confessa que já não a ama mais há muito tempo, e que esta apaixonado por outra, uma mulher do serviço, muitos anos mais nova.

Sentindo-se despedaçar por dentro, Annie não aceita o divórcio, e pede ao marido alguns meses antes de tomarem um passo tão decisivo. Enquanto isso, resolve refugiar-se em Mystic junto à seu pai que, se não sabe usar muito bem as palavras, tenta apoiá-la  e lhe dar suporte da melhor forma possível.

Em meio à sua tentativa de reerguer-se, Annie descobre que uma antiga - e querida - amiga, havia falecido, deixando para trás um viúvo com uma garotinha: Nick e Izzy. Identificada com a família, já que ela nada mis era do que uma menininha que perdeu a mãe, só que agora adulta, Annie tenta ajudar Izzy a emergir de seu luto, enquanto tenta elaborar o próprio.

Tudo parece estar tomando um novo rumo na vida de Annie, quando seu marido reaparece, fazendo com que as inúmeras dúvidas e inquietações novamente se instaurem na vida de Annie. O que ela fará? Como abandonar o casamento de tantos anos por causa de um erro estúpido? Mas, também, como continuar após a dor da traição?

Bom, um dos motivos que me fez demorar consideravelmente para escrever esta resenha, foi a aversão absoluta que tive, de cara, por Annie. Como assim o marido dela diz que não a ama mais, que esta saindo com outra há meses, e ela sai correndo para casa do papai, se encolher em posição fetal, e rezar para que o maridinho se arrependa e volte para ela?

Chegar em Mystic e ter à sua espera uma família prontinha, com um amigo que já foi apaixonado por ela, uma criança problemática, só esperando que alguém chegasse para assumir o lugar da mãe/esposa morta, também me pareceu um clichê grande demais.

E quando o marido se arrepende e resolve que quer voltar. Sério que Annie fica em dúvida do que fazer? Por mais que Kristin tenha me arrebatado com Jardim de Inverno, "O lago místico" ficou muito aquém das minhas expectativas, a história me pareceu muito forçada e chegar ao final demorou muito, mas muito mesmo.

Mas, para aqueles que gostam de um romance beeeemmm açucarado, pode ser que o livro tenha seus encantos. Afinal, é inegável o talento da autora na construção das frases, cenários, bem como na descrição das emoções dos personagens. Nesse caso, recomendo. Do contrário, leia outra coisa.

Abraços e até a próxima.




sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Resenha: “As Crônicas de Dopple Ganger – O Segredo da Lua Índigo – Vol. 2” (G.P. Taylor)

Por Kleris: O que Saskia, Sadie e Erik vão aprontar dessa vez? Para relembrar desses personagens, revejam minha resenha do primeiro livro, A Primeira Fuga, aqui. 

Neste segundo volume da série As Crônicas de Dopple Ganger, essas três figurinhas estão juntas novamente na Escola Isambard Dunstan para Crianças Rebeldes, já que Muzz Elliot, mãe adotiva das irmãs Dopple, está se dedicando a um novo livro. As meninas então se esforçam para manter seu legado no orfanato, só que se veem mais uma vez enroladas em uma tramoia de adulto: há ladrões se enfurnando na casa e, vejam só, passagens secretas! As gêmeas são separadas no meio desse desastre e vilões “conhecidos” (vai ter que ler pra entender haha) surgem nessa jornada.

Como foi mencionado no primeiro livro, é preciso tomar cuidado com a Lua Índigo. Mas o que isso quer dizer? Quando peguei esse segundo pra ler, imaginei coisas totalmente diferentes, tentando adivinhar a nova trama e, olha, G.P. Taylor me passou uma bela de uma rasteira. Me surpreendeu como ele desenvolveu a história e até arriscou-se mais. Nada muito novo para quem já tem uma boa gama de livros lidos, mas, ainda assim, dá uma boa pegada. Dizem que é geralmente no livro 2 de uma série que a gente tem uma melhor visão da história e é verdade. Após quebrar o gelo com A Primeira Fuga, o autor se lança nesse segundo enredo, dá uma equilibrada e me deixou bem ansiosa nas revelações. Muito bom mesmo. Vale aqui a mesma nota da resenha passada: recomendo ter o próximo ao lado para quando o livro findar. Aproveitem que já temos os três lançados pra mandar brasa haha


Ainda não sei qual personagem tenho maior apego. Gosto de como Erik sempre tenta ver o lado bom e vem com umas piadinhas #fail, às vezes do nada, às vezes no calor do momento; e como Sadie e Saskia se conectam, acreditando que vão dar um jeito, mesmo com uma arma sendo apontada para elas. As traquinagens, afinal, as prepararam bem para esse caráter espevitado e espirituoso. Novamente, a esperteza dos personagens, suas percepções e entendimentos, são o que pegam os vilões no pulo.

Ah, vá, acho que fico a Saskia hahaha

— Ás vezes, para encontrar sabedoria você tem que olhar além de salas trancadas – madame Raphael disse lentamente. – Uma vez conheci um homem que procurava ideias sobre como o mundo funciona e só as encontrou enquanto dormia sob uma macieira.
— Ele encontrou as ideias em um sonho? – Saskia perguntou.
— Não – respondeu madame Raphael com um sorriso nos lábios. – Uma maçã caiu e bateu na cabeça dele.
— Sadie e Erik não acreditam que você é real. Eles dizem que eu imaginei tudo. 

Os mistérios que rondam madame Raphael voltam novamente em pequenas passagens rápidas. Enigmática e carismática, ela aparece em momentos-chave e confirmam nossas teorias sobre o chamado Companheiro. Já Dorcas Potts, a jornalista, revela-se uma mulher altiva como uma grata surpresa. A trama é, dessa maneira, muito bem construída e as abordagens para nos prender e trabalhar determinados assuntos são excelentes. G.P. Taylor me conquistou de vez.  



Entre conspirações, suspense, sacadas e reviravoltas, há de novo introduções de ensinamentos, fé, esperança e mais uns bons ganchos para os próximos volumes. As inserções gráficas (com trechos em história em quadrinhos, intensas imagens e jogos de letras) ainda são um super acerto para a série. Se não fossem por elas, não teríamos o mesmo apego. Na entrada desse volume, inclusive, há relatos de pais e professores que conseguiram a atenção dos filhos e alunos por causa dessa proposta ilustrada.



As Crônicas de Dopple Ganger com certeza me fizeram lembrar de um tempo que achei ter perdido por ter começado a ler “tarde demais”. Então imagino o que não deve ser para os pequenos (e novos) leitores que mergulham nessa história – e nesse ponto sim, posso ver porque correlacionam com Nárnia ou HP. É deveras pretensioso e arriscado declarar isso, masssssss, ok, validando pela história, pelo alto pico de ação, e pegar um público leitor desprevenido, pode sim envolver de maneira surpreendente. 

Volto com o booktrailer, porque vale a pena :)


Já vou pegar o terceiro aqui e já sinto saudades enooooormes porque sei que as páginas vão acabar num sopro só, estou vendo. Super recomendo!


Até a próxima!


 
Ana Liberato