quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Especial de Halloween - Resenha: “O Vilarejo” (Raphael Montes)









“No vilarejo, falar que o pecado mora ao lado é mais do que um dito popular: é uma verdade ameaçadora da qual os moradores se dão conta pouco a pouco.

E, para alguns, é tarde demais. Como resistir ao mal? À luxuria, à ganância, à ira? 

Como não ceder aos pecados da carne quando a guerra chega e o inverno castiga, quando o frio e fome tomam conta, quando uma força maior parece conspirar e rodear os moradores para que eles se entreguem aos seus piores instintos?”




Por Yuri: Oi pessoal! O dia 31 de outubro já está chegando, então para deixar o Dear Book em clima de Halloween, nada melhor do que uma resenha de conto de terror. No livro de Raphael Montes os demônios estão soltos para invocar o pior nos habitantes do vilarejo.
“O legado mais famoso do padre Binsfeld é a classificação dos demônios, escrita em 1589. De acordo com seu trabalho, cada um dos demônios, os Sete Reis do Inferno, era responsável por invocar um pecado capital nos seres humanos: Asmodeus (luxúria), Belzebu (gula), Mammon (ganância), Belphegor (preguiça), Satan (ira), Leviathan (inveja) e Lúcifer (soberba).”

“O Vilarejo” é dividido em sete contos, no qual cada um narra a história de um morador. O primeiro conto, “Banquete para Anatole”, é uma referência ao demônio da gula. Durante o período de guerra, o frio assola o vilarejo, e sem ter o que comer Anatole parte para caçar. Sua esposa, Felika, espera por muito tempo pelo retorno do marido e enquanto Anatole não volta, estoca comida secretamente para não dividir com os vizinhos.
“Entre fadas e dragões, Felika ouve nova batida à porta. Não pode acreditar que a impertinente sra. Helga voltou. Caminha devagar, hesita. Ao puxar as cortinas, mal se contém: Anatole! [...]
- Você está ótima, querida! – diz o marido, enquanto aperta suas bochechas. Espanta-se que a esposa esteja tão sadia e corada.
- Tenho dado meu jeito – gaba-se Felika.
- Parece até um tanto mais... gorda!
- Ora, não seja bobo, Anatole!
- Onde estão as crianças?
- Na mesa, jantando. Vamos comemorar!
Espalhados pelo pequeno cômodo, Anatole reconhece os corpos de vários moradores do vilarejo. No sofá, sem a cabeça, está Krieger, o aleijado. Ao lado, Ivan, o ferreiro, tem uma faca rústica cravada no peito. Mais perto da lareira, as pernas e as cabeças de Vália e Latasha, enfiadas em espetos compridos, esperam o momento de serem assadas.”
Confesso que eu sou super medrosa. Quando li o resumo do livro, achei que apareceria uns demônios no meio da história. Já estava arrepiada no primeiro conto achando que a qualquer momento a personagem seria possuída, mas a ideia não é essa. Depois que eu terminei o primeiro conto, entendi que cada personagem representaria um pecado capital em referência aos Sete Reis do Inferno.

Achei o primeiro conto horripilante e vale a pena dizer que os outros contos não deixam nada a desejar. Todos são repletos de cenas de morte, assassinato e preciso dizer que fiquei com vergonha do comportamento humano. O livro realmente mostrou o pior dos seres humanos.

O livro é bem curto, escrito para ser lido de uma vez. Apesar de serem contos individuais, é interessante ler na ordem sugerida, pois as narrativas seguem uma linha de raciocínio que é amarrada no último conto. Para aqueles que não costumam ler notas inicias, sugiro que não deixe de ler o prefácio e o posfácio deste livro, pois essas partes tornam a obra muito mais instigante.

Fica aqui a sugestão de um livro fácil de ler, mas com uma ideia interessante.

Até a próxima!

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segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Especial de Halloween - Resenha: "A casa assombrada" (John Boyne)



Olhei para a cama sem acreditar, mas, antes que pudesse organizar meus pensamentos, a porta se abriu e de repente uma luz cortante preencheu o corredor; havia uma figura branca e fantasmagórica a minha frente.
 Por Marianne: Livros de suspense sobrenatural sempre foram maus queridinhos, e pra tristeza das minhas noites de sono e alegria desse meu "eu" que gosta de passar medo a Cia das Letras me enviou o novo romance de John Boyne, A casa assombrada.
   Ok, título bem clichê, concordo. Mas é do Boyne gente, não da pra ser ignorado.
   Eliza Caine é uma jovem professora que vive com o pai em Londres no século dezenove. Depois da morte do pai, com quem tinha um relacionamento de carinho, amizade e cuidado, Eliza decide sair de casa e deixar Londres e suas lembranças e perdas para trás.
   Respondendo com interesse a um anuncio para ser governanta e cuidar de crianças num casarão no condado de Nortfolk, no interior da Inglaterra, Eliza deixa casa e emprego pra trás e segue com entusiasmo para sua nova vida longe dali.
   Ao chegar à estação de trem Eliza quase sofre um acidente grave, alguém a empurra diretamente pra linha do trem no exato momento que um trem está chegando à estação. Mas graças ao Sr. Toxley, médico da cidade que segura Eliza pelo braço bem na hora, a moça não cai. Sem sinal da pessoa que a empurrou, Eliza conclui que deve ter sido o vento.
   Aguardando Eliza na estação está o estranho zelador da mansão. Sem demonstrar nenhuma simpatia e vontade de responder as perguntas da moça sobre as crianças e seus pais, a nova governanta desiste de obter respostas e aguarda para descobrir por seus olhos o que a espera na mansão de Gaudlin Hall.
   Mas ao chegar à mansão Eliza se depara com uma situação inesperada: apenas as crianças, Eustace e Isabela, estão na casa. A antiga governanta se foi assim que Eliza chegou, os pais não estão em casa, e ninguém parece querer responder a suas perguntar ou explicar quais serão suas tarefas.
   Eustace e Isabela têm oito e onze anos. Enquanto o menino parece receoso, mas amável, Isabela fala e age como se fosse adulta, desconfiada e distante de Eliza a todo o tempo.
   O mistério de quem são seus patrões, onde eles estão e por que as crianças estão sozinhas só aumenta quando Eliza vai conhecer a cidade, e nota a mudança de comportamento de todos os moradores assim que ela diz ser a nova governanta de Gaudlin Hall.
   Para piorar tudo, Eliza percebe estranhos e misteriosos acontecimentos pela casa, a maioria deles diretamente relacionados a machucá-la.
   O livro narrado em primeira pessoa e é todo construído na base do suspense, e que suspense meus amigos! A narrativa prende e não da vontade de parar enquanto não deciframos os mistérios da mansão. Boyne monta as peças da história com maestria fazendo nosso medo e irritação pelas respostas vagas e generalizadas que TODO MUNDO parece dar a Eliza, crescerem junto com os sentimentos da personagem.

“Srta. Caine, é mesmo necessário que eu diga?”

“Sim.”

Ele suspirou. “Receio que vá discordar de mim, mas creio que seria verídico dizer que sua sensibilidade, enquanto mulher...”

“Pare, por favor!”, insisti, levantando a voz a ponto de ecoar pelo corredor. Fechei os olhos por um momento, ordenando a mim mesma para controlar meu temperamento, a não permitir que ele me irritasse tanto. “Não diga que sou mais suscetível por causa do meu sexo.”

   A medida que a história se desenrola um cenário de filme de terror e construído, peças vão se encaixando e nosso desespero e o terror da protagonista aumentando.
   Eliza já está guardada com carinho como personagem favorita da vida. Perspicaz, ousada e com ideias consideradas modernas demais para sua época.  A moça é audaciosa e mesmo com medo, e o preconceito de todos que acreditam que por ser do “sexo frágil” ela estaria perturbada pelos acontecimentos na mansão, a governanta segue determinada a descobrir o acontece na mansão, e a proteger as crianças.
Papai me contou que certa vez me perguntou se ela estava ansiosa para que chegasse o dia em que se casaria e, portanto, não precisaria mais trabalhar; a resposta — ela preferiria beber tinta — o escandalizou, mas me deixou instigada.
   O final é sensacional e deixa um gancho para continuação, mas sem parecer que foi “feito pra ganhar dinheiro”, e sim naturalmente nos dando mais desespero pela história que não chegou ao fim
   Pra quem gosta de suspense sobrenatural, A casa assombrada faz jus ao gênero do começo a última página. É um dos livros de Boyne que eu MAIS gostaria que virasse filme, espero que alguém também tenha essa ideia e a coloque em prática.
Espero que tenham gostado da resenha, aproveitem o Halloween e até a próxima!

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sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Resenha: “Eu Sou Malala – Como uma garota defendeu o direito à educação e mudou o mundo” (Malala Yousafzai & Patricia McCormick) (Edição Juvenil)


Tradução de Alessandra Esteche

Por Kleris: Oi, pessoal. Aposto que muitos por aqui só ouvem falar de quem é Malala pelos jornais e por conta do fatídico dia, em 2012, em que ela levou um tiro do grupo Talibã. Pois bem, nessa edição juvenil, conhecemos outras Malalas além tragédia, defesa pela paz e prêmios. 
— Não sei por que a Malala é famosa – ele disse a papai. — O que ela fez?Para o mundo, posso ser a Malala, a menina que lutou pelos direitos humanos. Para meus irmãos, sou a mesma Malala com quem eles têm vivido e brigado todos esses anos. Sou só a irmã mais velha.
Não quero que pensem em mim como “a menina que foi baleada pelo Talibã”, mas como “a menina que luta pela educação”, a menina que defende a paz, tendo o conhecimento como arma.

Malala viveu em meio ao caos de uma das cidades dominada pelo Talibã – grupo político islâmico rígido que se pauta em textos religiosos para determinar as regras de vivência (como corte a qualquer tipo de cultura ocidental, de eletrônicos, música, filme, cinema; as mulheres só podem sair se acompanhadas por algum homem da família e devem usar burcas para se esconder do mundo; e a educação deve ser direcionada somente aos homens, as mulheres só tem acesso enquanto crianças) e se utiliza de armas e ataques homens-bomba para fazer valer suas leis.

Por noites e dias, na região da Swat, os pachuns vivem junto do medo, das ameaças, dos ataques. Há dias em que há confrontos diretos com o Exército e há dias que o mínimo deslize faz com que as moças apanhem, sejam chicoteadas, humilhadas e levem tiros na rua simplesmente por irem ao mercado e não se aterem ao modo como estão usando seus véus – ou por não estarem com a burca – e, não bastando os absurdos dessas leis massacrantes, por insistirem em frequentar a escola. Os civis homens também não ficam atrás, morrem pela mínima ideia contrária. 
Mas ver essas mulheres batendo papo casualmente – os rostos radiantes de liberdade – era ver um mundo novo.

— Por que mandar uma filha para a escola? – os homens diziam. — Ela não vai precisar de educação para administrar um lar.

Eu nunca respondia aos mais velhos. Na minha cultura, não devemos desrespeitá-los – mesmo quando estão errados.
Mas eu via como a vida das mulheres era difícil, e ficava confusa e triste. Por que as mulheres eram tão maltratadas em nosso país?
  
Sendo eu uma ocidental, é muito louco de imaginar que sociedades, ainda neste século, sobrevivem assim. Não que eu não acredite, mas é triste pensar que às vezes temos tanto e arrumamos guerras na livre interação entre nós, enquanto do lado do mundo estouram-se Tvs para que a população não assista programas que não sejam de sua cultura, homens armados andam pelas ruas certificando-se que as mulheres sejam punidas por quaisquer mínimas razões e forçam as pessoas a acreditarem que as tragédias naturais (como terremotos, chuvas intensas ou secas) sejam culpa delas pelo simples ato de não obedecer aos preceitos de Alá.

O controle de fechar-se do mundo é tão grande que praticamente se volta a viver em outro século, mesmo entre tecnologias e conhecimentos. Na verdade, é isso, eles não querem que a população tenha conhecimento suficiente para derrubá-los, da mesma forma como operava a Igreja Católica nos séculos passados. Para Malala, essas leis não faziam sentido porque ela, como muitos de nós, teve acesso à escola, ela sabia reconhecer o que era fato e verdade no mundo por ter estudado diversas disciplinas que abriram sua noção de mundo, disciplinas como geografia, matemática, física, química. Mas para o Talibã, isso significou foi uma afronta. Uma afronta que, com o tempo e determinação da menina, virou assunto pessoal. 
Eu sabia que o que o mulá do rádio estava dizendo não era verdade. Um terremoto é um acontecimento geológico que pode ser explicado pela ciência, queria dizer a elas. Mas essas mulheres, muitas das quais não tinham estudado e haviam sido criadas para seguir os ditames dos líderes religiosos, estavam com medo. Quando mulá chorou, elas choraram também.

O pai de Malala era professor e diretor de uma escola. Por anos a fio, diversas escolas foram explodidas para impedir que a população fosse letrada, e Ziauddin foi quem lutou em manter a educação de pé, mesmo com a ameaças diretas à instituição e à sua família. Malala abraçou os ideais do pai e esteve junto nesta batalha diária.  
Meus outros crimes? Eu defendia a educação e a paz. Segundo o Talibã, eu defendia a educação ocidental, que era contra o Islã, na opinião deles. 
Amo a ciência, e não tem nada que eu ame mais do que fazer pergunta atrás de pergunta para entender como as coisas funcionam. Mas não preciso dela para entender por que não me lembro do ataque. Sei por quê: Deus é bom pra mim.


Eu sou Malala é um livro curto, mas muito rico de história através dos olhos da menina. A edição juvenil toca justo nessa vivência de Malala como uma menina que se destacou por seus ideais e como representou uma afronta direta às manipulações do Talibã, que se diz ter sido forçado a atacá-la porque ela não parava de chamar atenção e discursar contra eles. A leitura é convidativa e tem um quê de documentário. 

Para nos situar melhor, o livro traz um mapa, fotos, uma relação de termos específicos da comunidade paquistanesa, além de traçar dados históricos e informações ademais em favor do fundo Malala. A capa é linda e tem uma explicação interessante sobre a cultura islã e a força de Malala.

Mas não leia Malala apenas para conhecer sobre os confrontos e dominação religiosa, ou porque essa história aconteceu de verdade, leia para conhecer uma menina que é como nós, que gosta de conhecer mais do mundo, que brincava e jogava com os irmãos, que brigava pelo controle da Tv, que era team Jacob, determinada, teimosa e sonhadora, e que esteve presa nesse mundo bárbaro. Encontrar voz nesse mundão tem sido essencial para mudar esse trecho do mundo que é tão fechado.

O forte apego que ela tem à educação é algo mais que admirável. É abrir um livro de física, de matemática, de história, ler suas anotações e sentir-se aliviada por ver seu desenvolvimento pessoal conforme adquire mais conhecimento. Uma das coisas mais incríveis é ver que, apesar de ter tanta ciência da verdade, Malala manifesta sua fé em Deus e em seu amor, acredita que a religião não é motivo de ignorância, mas de conhecimento e paz. E isso, meus caros, é uma noção que falta até aqui mesmo no ocidente. 

Às vezes, quando os jornalistas veem meus irmãos brincando tão livres, perguntam se minha campanha pelos direitos das crianças roubou minha infância.Digo a eles para pensar em uma menina que se casa aos onze anos. Ou em um menino que tem que catar lixo para conseguir dinheiro para sua família. Ou nas crianças que foram mortas por bombas e balas. Eles é que tiveram sua infância roubada.

E às vezes os jornalistas parecem querer se concentrar no ataque, e não na campanha.
Isso me deixa frustrada, mas eu entendo. É a curiosidade humana. Mas o que penso sobre o assunto é o seguinte: eles já me machucaram, deixaram cicatrizes eternas. Mas da violência e da tragédia veio a oportunidade. Nunca me esqueço disso, principalmente quando penso em tudo o que o Fundo Malala tem feito e vai continuar fazendo.

 

Recomendadísssimo!


Até a próxima.


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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Resenha: Sombras na Place des Vosges (Georges Simenon)

Por Sheila: Oi pessoas como estão? Mais um livro de Georges Simenon, um re-lançamento da editora Cia das letras, de um autor que já foi mais de uma vez comparado à grande Agatha Christie, principalmente devido ao seu personagem principal, o Comissário Maigret.

Na verdade, são 28 livros de investigação, ambientados na França do século passado. Já resenhamos "A Dançarina do Cabaré" aqui no Dera Book, caso alguém queira conferir. Basta clicar aqui.

Mas vamos à resenha. Como em outros livros do autor, um crime aconteceu e o Comissário foi chamado ao local para investigá-lo. Desta vez, o crime ocorreu nas imediações da localidade que nomeia o livro, em um conjunto habitacional.

O dono de um laboratório farmacêutico, chamado Couchet, foi morto com um tiro. O motivo, parece ter sido o furto de uma quantia considerável de dinheiro contida no cofre da empresa do falecido.

Um escritório banal. Móveis claros. Papel de parede liso. E um homem de quarenta e cinco anos, sentado numa poltrona, a cabeça tombada sobre os papéis espalhados à sua frente. Morto com uma bala bem no meio do peito.

Logo no início, somos apresentados à várias situações simultâneas, que serão apresentadas para compor o mistério, e que nos farão avaliar os possíveis suspeitos pelo crime:

- Couchet, apesar de casado, possuía uma amante de longa data, com quem havia marcado de se encontrar na noite de seu falecimento, e que claramente tinha problemas financeiros para manter-se;

- A ex mulher de Couchet é moradora do mesmo conjunto onde ficava o laboratório da vítima, residindo com seu novo companheiro apenas um andar para cima e à poucos metros de distância. Separou-se por acreditar que o marido não lhe daria bom futuro, mas tinha que ver-lhe todo dia prosperar, agora rico, enquanto ela ainda levava uma vida mediana;

- O filho de Couchet tinha problemas com entorpecentes, e só procurava o pai para pedir-lhe dinheiro;

- Há uma moradora com problemas mentais no conjunto habitacional, que mora com sua irmã, que tem o costume de escutar por detrás das portas.

- E, claro, há a nova mulher de Couchet, mais nova e da ala sociedade, que casou com este muito provavelmente por este ser um dos novos ricos, ou seja, mais pelo que tinha nos bolsos do que por amor verdadeiro.

Diante destes fatos, Maigret vai apertando o cerco, conferindo álibis e horários, e deixando sua mente dedutiva trabalhar, a fim de resolver este misterioso assassinato e fazer justiça. Algumas reviravoltas acontecem e outros fatos curiosos vem à tona, mas para sabê-los, terei que deixar que você leia o livro.

O livro tem cerca de 130 páginas e é constituído em sua maior parte por diálogos, o que torna sua escrita leve, fluída e de fácil entendimento. É um daqueles livros que pode ser lido em uma tarde, sendo bem leve apesar de sua temática (mistério/suspense policial), endo inclusive algumas passagens divertidas.

Sei que Simenon é considerado um autor consagrado mas, mais uma vez, não consegui gostar do livro. E não concordo com a comparação com Agatha Christie e seu famosíssimo detetive belga Hercule Poirot. Enquanto Agatha constrói um mistério, dá-nos pistas, deixando a verdade à ossa vista e, no final, explicando de forma magistral a linha d raciocínio de seu personagem, Maigret me pareceu um tanto raso.

Além disso, não consegui criar empatia com os personagens, e acredito que os diálogos ficaram muito forçados. Simenon tem um estilo de escrever de forma a não completar as frases, deixá-las soltas, numa tentativa de criar ma atmosfera de mistério que, na minha opinião, não deu certo.

Mais uma vez também não gostei da capa. Me pareceu confusa e sem conexão com o livro em si. Mas recomendo que você leia e diga aqui nos comentários o que achou.

Abraços e até a próxima.

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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Resenha: "Primeiro amor" (James Patterson & Emily Raymond)




Por Marianne: Primeiro amor é um livro que não me pegou de cara. A história começa bem clichê: Axi é uma adolescente toda regrada e certinha que vive sozinha com o pai alcoólatra. Atormentada pelas lembranças do falecimento de sua irmã em consequência do câncer Axi junta todas as economias e abandona sua casa para seguir uma viagem de libertação de uma realidade que a incomoda muito.

Seu convidado especial para acompanha-la na viagem é seu melhor amigo (e paixonite secreta) Robinson. O rapaz é o extremo oposto de Axi. Parou de frequentar o ensino médio por não se adaptar, é irresponsável e totalmente despreocupado. O perfeito bad-boy-porém-bom-moço que os autores tanto amam colocar em suas histórias.

Os dois saem na fuga detalhadamente programada por Axi e seguem o itinerário preparado pela protagonista.

Antes de partir, pensei que parte de mim sentiria saudade de minha cidade natal. Ruim como era, ainda era minha cidade. Mas eu não sentia falta de nada, porque tudo o que verdadeiramente importava já havia partido ou estava ao meu lado ali no museu, segurando minha mão.

A história se desenrola num monte de acontecimentos improváveis na vida, mas bem prováveis num romance. A viagem não segue bem o roteiro preparado por Axi e as inconsequências de Robinson por muitas vezes quase estragam tudo. Roubo, fuga e dormir na casa de estranhos entram inesperadamente no roteiro dos dois.

Agora, sob um céu do Colorado tão azul que machucava meus olhos, nós chegamos à verdade aterrorizante. Você pode planejar sua fuga, pode abandonar sua vida e sua família, você pode acelerar por uma pista dupla em um carro roubado. Mas há certas coisas das quais você nunca poderá escapar.

A tensão entre o casal de amigos vai “piorando” no decorrer da história e o romance é inevitável, mas o que mais incomoda durante a história é de onde surgiu o vínculo criado entre os personagens. Como duas pessoas completamente diferentes criam um laço tão forte?

As questões que levantei, e me incomodaram boa parte da história, foram respondidas e quebrei a cara bonito.  Sim, duas pessoas completamente diferentes podem criar laços e se tornar amigos. A vida sempre reserva surpresas que ninguém pode imaginar.

Apesar das muitas situações improváveis vividas pelos protagonistas é entendível a necessidade de fuga de cada um. O romance segue na linha “amor adolescente” sem ser muito profundo em muitas questões. A leitura flui tranquila e alguma vezes meio cansativa, mas o desfecho é bonitinho e pode render algumas lágrimas se você faz o tipo leitor sensível.

Espero que tenham gostado da resenha, deixam as opiniões nos comentários.
Até a próxima, boa leitura!



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

#PROMO Especial Dia das Crianças - As Crônicas de Dopple Ganger + Resultado



Oi gentee!! Como vão vocês? Espero que muito bem porque chegou outubro, mês das crianças, todos do facebook desenterrando fotos antigas e etc.. Maaass depois de uma temporada sem fazer sorteios, que a gente sabe que vocês amaam, agora voltamos com a corda toda! Hoje estamos com uma promo super bacana em parceria com a Geográfica Editora! =D E já estamos organizando mais... Aguardem! 


Vamos aos detalhes da promo de hoje: 

- O sorteio vai ser feito pela ferramenta super simples, o Rafflecopter, que todos sabem usar (mesmo quem não souber, é super fácil e intuitivo).
- Se os vencedores não cumprirem as regras ou não responderem email de contato, realizaremos um novo sorteio
- O envio dos prêmios é de responsabilidade da Geográfica Editora. Entraremos em contato pelo email de cadastro para receber informações de endereço, etc.
- Serão 10 dias de promoção e 2 ganhadores, sendo assim distribuídos os prêmios:
1º sorteado: Os três primeiros livros da série "As Crônicas de Dopple Ganger".
2º sorteado: O primeiro livro da série.
A Primeira Fuga – Vol. 1 (resenha aqui)
O Segredo da Lua Índigo – Vol. 2 (resenha aqui)
O grande diamante magnata – Vol. 3 (resenha aqui)



RESULTADO DA PROMOÇÃO


Parabéeens Sabrina e Julielton!! 

Ambos participantes sorteados pela ferramenta cumpriram os critérios obrigatórios. Vamos mandar um e-mail para capturar o endereço postal e repassar à editora. Já podem comemorar \o/

Obrigada a todos que participaram e fiquem ligados que ainda irão rolar outras promos aqui no blog!




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Resenha: "Piscina já!" (Luiz Antonio Aguiar)


Por Marianne: Recebi Piscina Já! através do Book Tour que participei, organizado pela Editora Biruta e pela Aline do blog Livros y Viagens, obrigada pela oportunidade seus lindos ♥
   Em Piscina Já! conhecemos Lara, uma pré-adolescente que vive na década de setenta e tem grande admiração pelo seu Tio Zeca. Fã de Beatles e Che Guevara, Tio Zeca era a fonte de inspiração para Lara e seus irmãos, até o momento em que o tio Zeca sumiu. As crianças foram advertidas a não citar seu nome perto dos vizinhos e a casa de Lara passou a ser frequentemente invadida pela polícia. Lara estava acompanhando de perto as consequências de quem desafiava a ditadura militar.

—Lara! Não dorme só de calcinha porque, se os cretinos vierem, vão se aproveitar!
   Então, mesmo no calorão, eu dormia de pijama completo – naquele tempo, pouca gente tinha ar-condicionado em casa. E dormia com medo. Qualquer barulho fora do quarto, eu acordava.
Simultânea à história do desaparecimento do tio Zeca, narrado através dos olhos de criança de Lara, conhecemos um pouco da turma do Condomínio da Colina. Um condomínio com casinhas espalhadas pela encosta da montanha, onde a família de Lara tem uma casa de passeio e onde a menina se juntava com seus amigos pra fazer o que criança faz de melhor: bagunça.

Mas a paz das crianças é tirada quando descobrem que a piscina natural do condomínio, formada por um riozinho que passa ali por perto, não existe mais. A água do rio foi desviada para servir de piscina a apenas uma casa: a casa do general Pimenta.

Enquanto a ditadura tomava conta do país, e a maior preocupação da avó de Lara era encontrar uma maneira de trazer tio Zeca de volta, no Condomínio da Colina as crianças lutavam contra a repressão do general Pimenta pra retomar o uso da piscina coletiva.

Narrado em primeira pessoa por Lara os acontecimentos no Condomínio da Colina servem como um leve paralelo para ilustrar para o público para o qual o livro se dirige, ainda que de maneira bem leve, o conceito do que foi a repressão sofrida durante a ditadura militar. 

A agonia sofrida pela família diante do desaparecimento do Tio Zeca é mostrada de forma sutil, mas ainda assim chocante. As determinação da avó de Lara em ter seu filho de volta fica clara nas narrativas da menina relacionadas a avó.

O livro tem linguagem e roteiro voltados para o público infantojuvenil, não tem aquela pegada mais séria de O menino do pijama listrado, por exemplo. Eu consigo imaginá-lo perfeitamente sendo usado como base de estudo e debate numa sala de aula. As ilustrações de Tiago Lacerda dão o toque final pra deixar a leitura mais leve e divertida, e cativar o publico para o qual se dirige.


Para ler, você pode comprar o livro em diversas livrarias, deixo aqui o link da Amazon. Espero que tenham gostado da resenha e até a próxima!


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Ana Liberato