segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Resenha: “Encruzilhada” (Kasie West)

*Por Mary*: “Uau!” define.

Quando li a sinopse deste livro, fiquei bastante curiosa com relação ao modo que a autora utilizaria para desenvolver uma trama que, para mim, parecia complexa e muito tendente a se tornar confusa.

Na minha cabeça, se a autora não fosse muito boa, um mote incrível seria completamente estragado. E ainda acho isso. Encruzilhada é o tipo de história que, ou é muito boa, ou é um desastre completo. Felizmente, ficamos com a primeira opção! o/

Addison Coleman tem o poder que a maioria de nós pede a Deus: quando está diante de uma decisão, consegue investigar duas possibilidades de seu futuro. Ao receber a notícia do divórcio de seus pais, Addie precisa decidir com quem morar, se com sua mãe, dentro do Complexo Paranormal; ou fora, no mundo Normal, com seu pai.

Investigando seu destino, Addie descobre que, se for embora com seu pai, conhecerá Trevor, um Normal sensível, inteligente e se apaixonará por ele. Por outro lado, se ficar, conquistará Duke, o quaterback mais bonito, divertido e popular da escola Paranormal. 
– Addie, não preciso ser Clarividente para te ver no meu futuro. Quero você lá. Preciso de você lá. Se não é capaz de confiar em mim, Investigue. Você vai me ver lá também. – Ele arruma uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e me dá um beijo no queixo.
Mas nem tudo é um mar de rosas. Investigando mais a fundo, Addie descobre, também, que nenhum desses futuros – aparentemente perfeitos – a fará inteiramente feliz, principalmente quando seu pai é convocado para investigar uma série de crimes que vêm ocorrendo no Complexo.

Os dois futuros envolvem amores, ganhos e perdas, mas apenas uma dessas realidades poderá ser efetivamente vivida.

De início, já devo dizer que a estreante Kasie West nos presenteia com uma narrativa extremamente envolvente, uma trama original e absurdamente apaixonante. Além de muito bem escrito, ela foi capaz de, já em seu debute, demonstrar uma habilidade impressionante para administrar o enredo, que, em minha opinião, assustaria muito escritor veterano.

E não é rasgação de seda!

Não obstante ser uma obra tipicamente YA – em tese, destinada a adolescentes – a história é madura, os personagens são bem construídos e não tem essa coisa de protagonista azeda.

Como eu comentei agora pouco, quem nunca quis poder investigar seu futuro para poder escolher que caminho seguir? Todavia, a gente descobre que a habilidade da Addie não é perfeita e nem sempre saber o que vai acontecer adianta muito para ajudar na decisão que deverá ser tomada.

Esse dom que a Addie tem gera consequências, no mínimo, singulares e com as quais – talvez por ainda ser muito jovem – ela não sabe lidar muito bem. Por exemplo, confundir o que é memória e o que é realidade alternativa, pois em sua mente há tantas possibilidades de futuros alternativos, que tem dificuldade de discernir quais dessas situações são memórias de escolhas as quais de fato fez e quais são meras possibilidades que ficaram para trás. Uma vez que as lembranças são muito vívidas, Addie age com as pessoas como se fossem culpadas por algo que jamais chegou a ocorrer. 
As energias simplesmente se misturavam de forma contínua em minha mente. Era mais ou menos como um riacho desaguando em um rio maior, “lembranças” instantâneas dos dois caminhos que eu poderia seguir. Quando terminava, sentia que já tinha seguido por ambos. Era por isso que não gostava de fazer isso com muita frequência, porque era tão real que ficava difícil separar o que “poderia vir a ser” do “foi”.
Ficou difícil de compreender? Eu explico: Imagine que o seu bestie simplesmente parou de falar com você, por nenhum motivo aparente. Você já buscou na memória todas as coisas erradas que fez na vida, mas não foi capaz de encontrar nada suficientemente grave a ponto de magoá-lo. E aí, quando vai perguntar a ele o motivo da chateação, ele responde que foi por que, se vocês tivessem decidido ir ao cinema na semana passada, você teria dado um bolo nele.

E aí você me reclama: Ué, mas isso nem chegou a acontecer! 
- Addie, você não pode punir alguém por alguma coisa que viu em uma Investigação. Ele não tem ideia do que teria feito errado.
Pois é, mas não adianta. A Addie já misturou tudo na cabeça dela.

Só não vou contar se isso acaba ou não se relacionando à história. Vocês terão que descobrir.

Outra coisa que me conquistou completamente é que durante o livro inteiro a autora vai soltando pistas – muito sutis, por sinal – acerca da trama e de qual caminho será escolhido, porém nós só as percebemos ao final.

Adoro isso!

Significa que não poderia ser qualquer final. A autora tinha uma meta, um caminho traçado na cabeça, e o leitor poderá descobri-lo se tiver atenção. Sendo assim, fiquem muito ligados!

Encruzilhada é o primeiro livro de uma duologia chamada “Pivot Point” e eu já estou aqui em desespero pela sequência.

Então, se você aí adora ficção, associada a uma trama original, bem escrita e apaixonante, aposto que vai adorar Encruzilhada. E digo mais: você não vai conseguir largar esse livro enquanto não chegar aos agradecimentos. Porque a Kasie nos mostrou de cara que, com ela, é assim: história para ler de uma tacada só.

Por fim, hoje farei diferente e, em vez de um trecho de finalização, deixarei dois, referente aos dois caminhos que Addie poderia seguir: 
– Você sabe o que mais uma menina comum que está se rebelando deve fazer? – Duke pergunta em voz baixa.Encaro Laila, mas é óbvio que ela não está escutando.– O quê?– Passar o dia todo com um garoto que não é bom pra ela.– E esse garoto seria...?– Eu, claro.– Você não é bom pra mim?– Terrível. Vou tirar sua concentração nas tarefas da escola, obrigar você a ficar pensando o tempo todo em me beijar e fazer você querer passar todo o seu tempo livre longe de casa.

 – E se isso for uma Investigação?Fico tensa.– O quê?– Já pensou nisso? E se agora, esse exato momento, não estiver definido? E se você estiver apenas tendo uma visão do que poderia acontecer?– Penso nisso o tempo todo. – Passo a mão no peito dele. Parece tão real.– E se você não escolher esse caminho? E se decidir que o outro futuro é melhor?(...)– Desde que manifestei essa habilidade, ninguém nunca me perguntou isso. Ninguém nunca pensou ser negociável.Ele respira fundo.– Quero que você me escolha, Addie. – ele sussurra. – Quero que isso seja real.

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Ana Liberato