sexta-feira, 29 de abril de 2016

Resenha: “Bom dia, Princesa” (Blue Jeans)

Tradução de Mariana Marcoantonio

Por Yuri: Bom dia, Princesa foi escrito pelo autor espanhol Francisco de Paula Fernández, sob o pseudônimo de Blue Jeans. Este livro inspirou também o filme El Club de Los Incomprendidos, lançado no ano de 2014.

O livro de hoje narra a história de seis jovens que por não se encaixarem em nenhum grupo da escola onde estudam, decidiram se unir e criar sua própria turma, batizada de “Clube dos Incompreendidos”. Este clube é formado por Raul, Elisabete, Valéria, Ester, Bruno e Maria.

Raul, o rapaz que era estranho quando novo, mas que cresceu e se tornou o mais bonito do colégio e também é o líder do grupo. Elisabete era a típica adolescente cheia de espinha no rosto, mas que virou mulherão e passou a ficar com todos. Valéria é a tímida do grupo, se mudou para Madri e não conseguiu interagir com outras pessoas, até que conheceu aos poucos os integrantes do grupo. Bruno é o rapaz baixinho, que sofria bullying. Ester é a esportista que vive com dificuldades financeiras e Maria é a ruiva nerd da turma que sofre com a separação dos pais.

O livro narra como começou a amizade entre os integrantes do grupo, as paixões que vão surgindo e como isso pode abalar a continuidade do grupo.

A história parece mais ou menos com aquele poema de Carlos Drummond...
“João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. [...]”

Nesse livro Elisabete amava Raul que amava Valéria que amava Raul. Maria que amava Bruno que amava Ester que amava seu treinador de vôlei.

A narrativa começa quando Elisabete decide que ama Raul, ao mesmo tempo que Raul está cansado de todos os seus relacionamentos superficiais anteriores e está à procura de algo mais sério, e por isso quer tentar um relacionamento com Valéria, que é muito diferente de todas as garotas que ele já namorou.

Raul e Valéria passam a namorar escondido de todos do grupo, principalmente de Elisabete, que continua achando que Raul só precisa de um empurrãozinho para sentir alguma por ela e continua desabafando tudo o que acontece entre eles para Valéria.
“O jovem não sabe mais o que responder. Qual é a verdadeira razão para não querer namorar Elisabete? Valéria? Também não está apaixonado por ela. É um instante de dúvida para Raul, e sua amiga aproveita o momento para beijá-lo na boca. Mas algo falha. Nem sequer fecham os olhos. Ambos se olham enquanto seus lábios permanecem unidos. São os segundos muito estranhos para os dois.”

Quando tudo parece perfeito no novo relacionamento de Valéria, aparece o rapaz do metrô, que se apaixona por Valéria e a faz ficar em dúvida sobre o que sente por Raul.

Abrindo um parênteses no resumo do livro, o cara do metrô é o meu personagem favorito. Se for pensar pelo lado romântico, ele é super fofo, aparece em momentos que Valéria precisa de alguém e as passagens dele no livro são sempre divertidas e gostosas de ler. Mas se pensar pelo lado perturbador, esse personagem parece um perseguidor e nunca sabemos se as histórias que ele conta para Valéria são mesmo verdadeiras.
“- Sempre rimando, sempre rimando – diz, enquanto se coloca no centro do vagão. – Aqui no banco de Espanha, quem não é esperto, nada ganha. Olha essas minas da direita que não param de sorrir e me convidam para sair. O que cê acha, mano da jaqueta preta? Sempre rimando, sempre rimando... Eu nunca desafino, posso até falar fino, mas não desanimo. Rimo. Tá gostando, primo? É, você, do casaco xadrez; é escocês? Tenho um igual, mas comprei no chinês.”

Bruno se apaixonou por Ester à primeira vista e escreveu um bilhete anônimo demonstrando interesse. Ester por sua vez, dispensou o admirador secreto e se apaixonou pelo professor de vôlei, com o qual mantinha um relacionamento abusivo.
“Deitada na cama, coberta até o pescoço, abre a última mensagem que Rodrigo lhe enviou:
Desculpa se fui muito duro com você hoje à noite. Quero o melhor para o time, mas principalmente para você. Descansa, linda.
Releu uma dezena de vezes. E se emocionou várias outras. Nunca tinha vivido o que está experimentando com ele. Um sentimento tão intenso, tão profundo. Até agora não sabia o que era gostar de alguém de verdade.
Não se preocupe. Você tinha razão. O jogo de amanhã é muito importante e preciso estar preparada. Já estou na cama e vou dormir pensando em você. Um beijo.

Maria sabia que o amigo era apaixonado por Ester, mas olhava de escanteio essa paixão platônica florescer enquanto resolvia os próprios problemas familiares. Logo quando se encaixou em uma turma e tinha amigos com quem contar, decidiu mudar-se de cidade para ajudar o pai que passava por uma fase depressiva.

Enquanto cada uma vivia sua vida e suas tensões, foram vendo aos poucos o grupo se desmanchar. Será que valia a pena o esforço para manter o grupo unido? Ou depois de anos juntos, era melhor cada um viver seu próprio caminho?

Acho que essa é a beleza do livro, mostrar a vida como ela é. Amizades se construindo, pessoas se apaixonando, relacionamentos se desfazendo, as dificuldades da vida e as alegrias de ter pessoas especiais com quem contar.

Este é um livro muito bom de ler para descansar. A leitura flui facilmente e dá para acabar de ler em pouco tempo, apesar do livro ter bastante páginas.

Diferente da maioria dos livros que eu estou acostumada a ler, no qual o cenário é algum lugar americano, a história se passa em Madri. Achei legal conhecer um pouco sobre a cultura deles e os lugares que tem nessa cidade.

A história de cada personagem é bem diferente, mas é possível se identificar com algum deles, ou todos eles! Achei muito legal o autor ter abordado o relacionamento abusivo e também entre pessoas mais velhas e mais novas, acho que valeu a crítica e o alerta.

O comportamento dos personagens representam muito bem a nossa realidade, e os sentimentos expressados (ciúmes, raiva, dúvidas) são bem coerentes com as situações. Pra ser mais clara, esse livro não é nada como a novela das nove, cheio de armações e atitudes que você não acredita que alguém seria capaz (enfim, vocês devem ter entendido), mas situações normais que nós viveríamos ou vivemos na adolescência.

Em um livro fácil de ler, com personagens jovens e fáceis de entender, tem um pouco de tudo em um cenário encantador. Vale a pena conferir!

Até a próxima!

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Ana Liberato