segunda-feira, 25 de julho de 2016

Resenha: "A mão esquerda de Deus" (Paul Hoffman)

Por Sheila: Oi Pessoas! Como estão? Prontos para mais uma trilogia? Eu olhei essa capa numa livraria, roxa com um branco esfumaçado, e li a contra capa e pensei "UOU"

Seu nome é Cale.
Disseram a ele que poderia destruir o mundo.
Talvez ele destrua ...
Conheça o Anjo da Morte.


Como não surtar por uma trilogia com essa descrição? Assim, foi com muiiitaaa  expectativa que comecei a ler a trilogia "A mão esquerda de Deus". Logo de início, somos apresentados ao lugar e clima que ambientará boa parte da trama: frio, duro, áspero, cruel inóspito e triste.

Pense em um universo paralelo que se assemelhe à Inglaterra, Idade Média, tomada por ideias eclesiásticas absolutistas e rígidas sobre a vida e o mundo, com papéis estereotipados para homens e mulheres e tabus imensos a respeito de questões ligadas à sexualidade. É esse lugar que Cale chama de lar.

Preste atenção. O Santuário dos Redentores o Penhasco de Shotover deve seu nome a uma grande mentira, pois há pouca redenção naquele lugar e ele tampouco serve de refúgio divino. A região à sua volta é coberta de arbustos rasteiros e vegetação mirrada e você mal consegue notar a diferença entre verão e inverno, o que quer dizer que faz sempre um frio de rachar a qualquer época do ano. É possível ver o santuário propriamente dito a quilômetros de distância - quando não esta encoberto por uma neblina imunda, o que é raro -, com sua estrutura de sílex, concreto e farinha de arroz. A farinha deixa o concreto mais duro que pedra, e esse é um dos motivos que possibilitaram à prisão - pois é isso que ele é na verdade - resistir às varias tentativas de conquista.

Cale é um dos muitos meninos que foi recolhido e levado ao santuário, cedo demais em sua vida para que consiga se lembrar de qualquer outra coisa que não seja a vida miserável que levam dentro do Santuário. Entre punições severas, alimentação deplorável e total ausência de privacidade e noção de propriedade particular, os meninos vão sobrevivente neste misto de igreja e quartel militar.

Sim, os meninos do Santuário não são somente orações e cultos. Eles também recebem treinamento militar, para uma luta por suas almas que vem acontecendo já há muitas décadas, sem que nunca se chegue ao fim da contenda. 

Por mais que seja expressamente proibido fazer amizades dentro do Santuário, Cale faz algumas coisas que para nós são contravenções leves, mas que no Santuário são considerados crimes gravíssimos. E nelas, tem a companhia de dois outros garotos, Henri embromador e Kleist. Não sei se poderíamos dizer que eles são amigos. São todos garotos profundamente embrutecidos, sendo que Cale em alguns momentos demonstra uma falta de empatia pelos seres humanos que beira a psicopatia.

Numa dessas "escapadas" conseguiram, quase sem querer, topar com um dos itens mais valiosos dentro do Santuário: comida.

Os meninos não tinham palavras para a maioria das coisas que viam:  como ter uma palavra para pudim de ovos se você nunca sequer imaginou a existência é algo parecido, ou pensar que  as fatias de bife e  peito de frango tinham alguma relação com os pedaços  de visceras, patas  o cérebro cozidos na mesma panela  e enfiados  em   salsichas  que eram a única coisa que conheciam  por carne?  Imagine como as cores e os atrativos do mundo seriam  estranhos para um cego que tivesse começado  a enxergar de repente;   ou o homem surdo de nascença ouvindo pela primeira vez a melodia de uma centena  de flautas.


Acontece que não foi somente comida que os meninos encontraram naquele dia; e feliz ou infelizmente, ainda não saberiam, seria essa descoberta que viria a precipitar uma série de acontecimentos que os transformaria em fugitivos, os primeiros desde muito tempo, sendo uma questão de honra aos Redentores não só recapturá-los, mas fazer deles um exemplo para todos os outros meninos, ou seja, dor incomensurável.

O restante do livros será a narração da fuga dos agora quatro (e, sim, você terá de ler o livro para identificar o novo integrante do grupo), dos esforços empreendidos pelo Santuário para recapturá-los, e dos mistérios envolvendo a determinação ferrenha em ter Cale de volta a qualquer custo.

Apesar de achar a escrita de Paul Hoffman um pouco truncada e imatura em alguns momentos, a trama foi bem desenvolvida, fazendo com que o leitor se prenda na história para descobrir o desenrolar dos acontecimentos.

Como nesse primeiro volume fiquei com muito mais dúvidas do que certezas, e surgiram inúmeros questionamentos mas quase nenhuma resposta, terei que ler o segundo volume da trilogia para poder ter uma idéia de como me sinto em relação aos livros. Mas até aqui, com certeza recomendo!

Abraços e até a proxima!


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Ana Liberato