segunda-feira, 16 de abril de 2018

Resenha: "Branca de Neve - Os contos clássicos" (Alexandre Callari)

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão todos e tod@s? Trago a vocês hoje a resenha de um livro que eu queria ler a muitooooo tempo! Já confesso que adoooroo esse mundo dos contos de fadas e tudo que a ele se relaciona, e que de todos Branca de Neve é um dos meus favoritos!

Lançado pela Editora Generale, eu esperava que este livro fosse apenas uma coletânea dos contos clássicos por detrás do que foi popularizado pelos estúdios da Walt Disney, mas foi uma grata surpresa descobrir que ele vai muito além do esperado.

O livro é dividido em três partes:

Na primeira, vamos adentrar o clássico escrito pelos irmãos Grimm em 1857, intitulado "Pequena Branca de Neve" e que mais se assemelha ao seu tão famoso longa adaptado pelos estúdios Disney em 1937.

Há muito e muito tempo, bem no meio do inverno, quando os flocos de neve caíam do céu leves como plumas, uma rainha estava sentada costurando junto a uma janela com esquadrias de ébano. Costurava distraída, olhando os flocos de neve que caíam lá fora e, por isso, espetou o dedo com a agulha e três gotas de sangue caíram na neve. Aquele vermelho em cima do branco ficou tão bonito que ela pensou: "Eu queria ter um neném assim, que fosse branco como a neve, vermelho como o sangue e negro como a madeira da moldura desta janela."Algum tempo depois, ela teve uma filha, que era branca como a neve, vermelha como o sangue e tinha cabelos negros como o ébano. Deram a ela o nome de Branca de Neve, mas, quando ela nasceu, a rainha morreu.

Além de outras versões - sete no total  - algumas muito semelhantes e, o mais destoante, contado em forma de poema. São elas:  "A Jovem Escrava"; "Árvore-Dourada e Árvore-Prateada"; "Maria, a madrasta má, e os sete ladrões"; "O Caixão de Cristal"; "A Morte dos Sete Anões"; "A Fábula da Princesa Morta e dos Sete Cavaleiros". Há versões em que, inclusive, não é a madrasta, mas a própria mãe que se toma de ciúmes da filha.

Era uma vez um rei que tinha uma esposa, cujo nome era Árvore de Prata, e uma filha, cujo nome era Árvore de Ouro. Num certo dia, entre outros dias, Árvore de Ouro e Árvore de Prata foram a uma ravina em que havia uma fonte, e dentro da fonte havia uma truta.

Árvore de Prata disse:
– Trutinha, minha pequena camarada, não sou a mais bela rainha do mundo?
– Oh! De verdade? Você não é não!
– Mas, quem é então?
– Ora, é Árvore de Ouro, sua filha.
Árvore de Prata foi para casa, cega de raiva.
Deitou-se na cama e jurou que nunca mais ficaria boa se não conseguisse comer o coração e o fígado de Árvore de Ouro, sua filha.

Aqui, além de adentrarmos as diferentes facetas apresentadas à cada história pela cultura da qual se originou, teremos também os comentários de Alexandre Callari, que vão elucidar muitas nuances que, num primeiro momento, podem passar despercebidas do olhar menos atento. Para além da história, há mitos, lendas e toda uma rica simbologia por detrás desse conto.

Na segunda parte do livro, será analisada toda a filmografia dai resultante, indo desde histórias até mesmo pitorescas e curtas passando, obviamente, pelo longa de Walt Disney, e caminhando até algumas adaptações bem recentes, como Espelho Espelho meu que teve Julia Roberts como Rainha Má; e Branca de Neve e o Caçador com Kristen Stewart, a protagonista da famosa saga "Crepúsculo". Também irá abordar algumas adaptações criadas para o teatro que se destacaram e até mesmo HQs.

Já na terceira parte, seremos brindados com conto do próprio Alexandre Callari, que irá fazer uma releitura do clássico, intitulado "Mundo dos Espelhos: Lobos, Sangue e Neve".

O interessante da história de Callari é que, na sua versão, Branca de Neve deixa de ser uma princesa sujeitada à maldade sem explicação de uma Rainha Invejosa e, depois, sujeitada a esperar ser resgata por um príncipe encantado, para verdadeira protagonista de sua história e de sua vida. Não mais mera vítima, mas salvadora de si mesma.

Por mais que alguns dos contos tenham passagens que hoje chocariam nossa sensibilidade - como a punição de dançar em sapatos de ferro até a morte, ou algumas questões claramente incestuosas - é interessante encontrar as origens de uma história que se tornou tão popular em nosso imaginário, bem como também saber de algumas curiosidades.

Por exemplo, vocês sabiam que o orçamento do longa metragem de Walt Disney ultrapassou em DEZ - isso mesmo dez vezes - o orçamento original? E que por muito tempo o filme ficou conhecido como "Loucura Disney"? Claro, que hoje sabemos que Branca de Neve foi o que alçou a Disney como a empresa multimilionária que é, mas na época deve ter sido difícil aos que trabalhavam no projeto.

Por fim, a versão do conto escrita por Callari, muito mais adulta, nos faz re-visitar esse nosso recôndito infantil, redescobri-lo e significá-lo de forma diferente. Também nos faz ver o trabalho de remodelagem por Disney de forma mais aberta e crítica, visto que na realidade, em sua origem, os contos também não seriam recomendados ao público infantil.

Recomendo!

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Ana Liberato