segunda-feira, 14 de maio de 2018

Resenha: "Seu Nome era Morte" (Nicholas Vernetti)

Sinopse:  "A culpa é a cicatriz que a morte do amor deixou para trás. Aqui os olhos sangram, e o sangue é transparente.”

A garota quer morrer. 
Karen, a jovem que dizia possuir amor pela vida enfrenta o inferno. A perda do irmão, o abandono de seus pais, todos os sonhos desapareceram, os amigos não podem ajudá-la. Ela quer morrer, a vida não vale mais nada. 
E então, no Rio de Janeiro ela encontra aquele que se diz a própria Morte encarnada. O sedutor e poético homem lhe propõe um desafio: Ela deverá acompanhá-lo por três noites, para finalmente descobrir a verdade sobre a vida e a dor. Quando a Morte bate à porta trazendo um convite, não se pode recusá-lo.


Fonte: Skoob

Por Eliel: É a primeira vez que leio um romance filosófico, confesso que foi uma leitura difícil. Isso porque a filosofia não é o meu forte, embora o autor tenha se esforçado para deixar os conceitos bem claros para que o leitor fique confortável com o desenrolar do enredo. Talvez eu não estivesse preparado para o livro ainda, por isso vou reler com certeza.

Karen Bittencourt é uma jovem paulista que vive no Rio de Janeiro. Logo após a morte de seu irmão Lucas, abandonou o curso de psicologia. Por sinal, já se passou um bom tempo e ela ainda não superou a sua perda, talvez por ter sido em circunstâncias trágicas. Ele foi assassinado por um grupo dentro do seu próprio apartamento e ela viu. No presente, ela é uma gerente de  uma loja de roupas, atormentada por um sonho tenebroso e depressiva.

Karen namora Marcos, mas a relação deles é puramente de conveniência. Ele não faz nenhum bem para ela, sendo até mesmo uma relação abusiva, o que claramente não ajuda com a depressão que ela enfrenta. 

Quem sofre com essa doença sabe o quão difícil é sair de casa para sair com os amigos. Mas Karen faz um grande esforço em relação à isso e mesmo não se sentido bem em frequentar lugares que seu irmão ia e sua aura ainda está tão presente, ela acompanha seus melhores amigos Rafael e Amanda. Certa noite, diante de uma das pinturas de Lucas exposta em um bar Karen recebe um estranho convite de passar três noites com um homem que diz ser a Morte.

Nessa parte me veio muito do Conto de Natal de Charles Dickens, não sei se essa foi a intenção de Nicholas Vernetti. Aqui começa a parte mais densa do livro, pois nessas três noites Karen irá vivenciar uma filosofia nunca pensada antes, isso a mudará. Se o leitor estiver em um momento filosófico melhor que o meu poderá absorver muitos ensinamentos desse ser misterioso. O lago é profundo e eu provavelmente apenas arranhei a superfície.

Um romance filosófico gótico cheio de mistério e suspense e muito, mas muito tenso. É assim que eu definiria essa obra da literatura nacional, mas se eu a definisse iria limitá-la, portanto sugiro que a leia, tenho certeza que ela será uma leitura única para você. Afinal, junto com a leitura você irá trazer muito de você, das suas experiências e vivências para esse livro. Por vezes, denso, mas com uma essência poética e cheia de originalidade. 

Como eu disse no começo é uma leitura difícil, mas muito agradável no sentido de te tirar do lugar comum e te fazer pensar um pouco mais que o normal. Talvez isso tire o ritmo da leitura, mas na minha opinião esse não foi escrito para se ler rápido. Aqui cabe o conselho para ter paciência e aproveitar a jornada.

Nicholas escreve desde cedo na vida e ele tem muito talento. Ler os jovens autores nacionais é um incentivo para que mais obras surjam.

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Ana Liberato