segunda-feira, 25 de junho de 2018

Resenha: "A Heroína da Alvorada" (Alwyn Hamilton)

Tradução: Eric Novello


Sinopse: Quando a atiradora Amani Al-Hiza escapou da cidadezinha em que morava, jamais imaginava se envolver numa rebelião, muito menos ter de comandá-la. Depois que o cruel sultão de Miraji capturou as principais lideranças da revolta, a garota se vê obrigada a tomar as rédeas da situação e seguir até Eremot, uma cidade que não existe em nenhum mapa, apenas nas lendas — e onde seus amigos estariam aprisionados.

Armada com sua pistola, sua inteligência e seus poderes, ela vai atravessar as areias impiedosas para concluir essa missão de resgate, acompanhada do que restou da rebelião. Enquanto assiste àqueles que ama perderem a vida para soldados inimigos e criaturas do deserto, Amani se pergunta se pode ser a líder de que precisam ou se está conduzindo todos para a morte certa.

Fonte: Grupo Companhia das Letras

Por Eliel: Antes de começar a ler esse post eu sugiro dar uma olhada nos outros volumes da Trilogia do Deserto, e assim evitar qualquer possível spoiler que possa aparecer nesse texto.

Armani e o o que sobrou do exercito rebelde estão presos por uma muralha de fogo dentro do território inimigo. Os inimigos do sultão estão nos portões enquanto o sultão cria suas máquinas demoníacas com a ajuda de sua filha Leyla, uma traidora da rebelião. Houveram muitas mortes no último volume, A Traidora do Trono, e até o final dessa guerra terão muitas outras.



Ela havia morrido para que outros pudessem viver. Para que pudéssemos salvá-los. Para que outras garotas não morressem enquanto estivéssemos fora da cidade. Talvez até tivesse entrado ali sabendo que uma de nós morreria e decidira que seria ela. Para que pudéssemos viver. Escapar.Ela havia morrido para que pudéssemos fugir. Então fugimos.

Esse foi um dos volumes mais emocionantes e intensos para mim. Amani amadureceu muito e agora é a líder de uma rebelião e tem que fazer escolhas extremamente difíceis. Por vários momentos simplesmente precisei fechar o livro, respirar fundo e preparar um chá. 



Amani terá que lidar com as consequências de suas escolhas, com os seus desejos e com forças primordiais de seres míticos. Será que ela está preparada para tudo o que acontecerá até o clímax dessa aventura que chega ao fim nesse volume?

Tive a impressão de se tratar de um livro sobre encontros e desencontros, digo isso porque muitas personagens que nos foram apresentados em volumes anteriores estarão de volta. Bem ao estilo final de novela para dar desfecho aos seus arcos. Alguns desses encontros mais marcantes para mim foi entre Amani e seu irmão desaparecido, Noorsham; e quase no final de tudo - ao menos era o que parecia -, entre Amani e seu pai djinni, Bahadur.

Amani narrou a história dela em meio a uma guerra onde ela deixou de ser aquela garota egoísta da Vila da Poeira para se tornar uma das principais apoiadoras da causa do príncipe rebelde, Ahmed. Uma coisa que mais deixa curioso ao longo da leitura é se ele conseguirá cumprir sua promessa: Uma Nova Alvorada. Um Novo Deserto. E assim se tornar um governante que o sultão, seu pai, jamais fora para o povo.

O príncipe rebelde é o verdadeiro herdeiro. Ele deve governar Miraji, ou nenhum outro sultão reinará. O país será destruído pela guerra e pela conquista, consumido por exércitos à espreita em nossos portões. Será dividido e sangrará até a morte nas mãos de nossos inimigos.Este sultão só pode trazer escuridão e morte. Apenas o verdadeiro herdeiro de Miraji pode trazer paz e prosperidade.Então, um grito aflorou na multidão. Mesmo assim, todos ouviram as palavras que se seguiram.O príncipe rebelde renascerá.Trazendo uma nova alvorada. Um novo deserto.

Fugir da cidade de Izman, libertar o restante dos rebeldes de sua prisão em Eremot e acabar com o sultão são alguns dos maiores arcos desse livro, entre muitos outros que vão se solucionando, é um livro com muitas outras narrativas amarradas. Enxergo essas páginas como aquelas tapeçarias que tinham a mesma função de transmitir as histórias de um povo ao longo dos anos. 

Eu devia saber melhor do que ninguém a distância que separava as lendas da verdade. As histórias nem sempre eram contadas inteiras. Os monstros das histórias eram menos ferozes no mundo real; os heróis menos puros; os djinnis mais complicados. Mas havia certas coisas que não deveriam ser cutucadas só para ver se os dentes eram mesmo tão afiados quantos as histórias diziam. Porque, considerando a mínima possibilidade de as histórias estarem certas, você acabarias perdendo um dedo. 

A trilogia, como um todo, é super rica em relação ao folclore árabe. Isso fica muito nítido ao revelar o dia-a-dia das personagens, sua cultura e suas relações. E por se tratar de uma ficção fantástica, muitos dos mitos e lendas são mais vivos do que se pode imaginar.


Intercalado com a narrativa há pequenos contos relacionados às personagens, esses capítulos são os únicos que têm título. Alwyn conseguiu dar um final épico para essa trilogia arrebatadora e seguiu de perto o exemplo de Sherazade como uma contadora de histórias árabes.


A guerra tomava vidas e mudava as dos sobreviventes.

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Ana Liberato