segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Resenha: "O Menino na Ponte" (M.R. Carey)

 

Tradução: Edmundo Barreiros

Sinopse: Aos 15 anos, Stephen Greaves é um gênio científico precoce, cujo trabalho pode dar à humanidade sua melhor arma contra uma praga devastadora que assola o mundo. Ele e a epidemiologista Samrina Khan são dois dos dez tripulantes do Rosalind Franklin, um laboratório blindado sobre rodas liderado por um comandante prepotente e autoritário, que cruza uma terra devastada em busca da cura para esse vírus que alterou para sempre a vida como conhecemos. A viagem é longa, e a restrição do espaço físico para toda a tripulação faz com que a tensão do confinamento seja também uma ameaça considerável. O veículo torna-se um caldeirão de diferentes agendas, crenças e visões de mundo prestes a explodir. Em meio a esse ambiente hostil, Stephen tem em Samrina uma figura maternal que o protege dos demais cientistas, que o tratam com cautela, desprezo ou verdadeiro ódio. Mas o menino não se importa com confrontos físicos, mentiras e incertezas; encara todos os seus desafios com interesse, astúcia e muita habilidade. Todos carregam aspirações e sonhos, mas sabem que, se tudo der errado, sua perda poderá ser suportada. Eles sabem muito bem que são dispensáveis. Estranho, surpreendente e assustador, O menino na ponte é uma história emocionante e poderosa que fará você questionar o que significa ser humano em um mundo onde a esperança pode ser o maior dos desafios. M.R. CAREY, sob o nome de Mike Carey, escreve para a Marvel e a DC, incluindo uma elogiada passagem pelos X-Men e a série Lúcifer, baseada no universo de Sandman. Seus trabalhos autorais aparecem com regularidade na lista de ficção gráfica do The New York Times."

Por Jayne Cordeiro: "O Menino na Ponte" é o segundo livro do autor M. R. Carey. O anterior "A menina que tinha dons" se passa no mesmo universo, mas não é necessário ter lido ele para ler este aqui. Eu mesma não li, mas já fiquei curiosa para procurar o livro e ler. Quem sabe acontece uma resenha dele por aqui. Peguei esse livro sem muita disposição, e acabei gostante bastante dele. Gosto de histórias envolvendo zumbis (caso dos chamados Famintos aqui), e esse livro conseguiu juntar ficção e ciência de uma forma bem estruturada. A história é densa, mas não é cansativa.

Acompanhamos vários personagens. Alguns de forma mais superficial, e outros de forma mais profunda, como Stephen Graves, um jovem com provável autismo, e extremamente inteligente. Sendo uma peça pouco valorizada, mas fundamental, em uma equipe que não tem muitas esperanças de achar a cura para a infecção que causou o Colapso. Stephen é um personagem cativante, mesmo que não tenha a intenção de ser simpático. Acompanhar essa história, principalmente através dele é uma ótima escolha, já que é um personagem inteligente, dedicado e com uma racionalidade bem interessante.

O enredo é bem estruturado e conectado. E as situações vão acontecendo, e o leitor precisa continuar lendo e ver aonde essas ações vão levar. Como saber que algo vai dar errado, mas a gente não consegue parar de olhar. Conseguimos nos apegar a esse grupo e sentir com eles as reviravoltas e dilemas. O livro consegue prender o leitor até o final, e mesmo sabendo, mais ou menos, aonde as coisas vão levar, ainda assim, acabamos surpreendidos no final. É uma leitura que recomendo, e que me deixou bem pensativa quando acabei. Com certeza, quero mais livros ambientados nesse universo, porque há muita coisa que pode ser tirada de lá.


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sexta-feira, 28 de agosto de 2020

Resenha: "Contos da Academia dos Caçadores de Sombras" (Cassandra Clare e outros)

 

Tradução: Rita Sussekind e Ana Resende

Sinopse: Os Caçadores de Sombras estão de volta numa novíssima aventura. Todas as histórias são verdadeiras. E, dessa vez, Simon Lewis está pronto para contar a dele. Numa história contada em 10 contos que revisitam o passado dos Caçadores e aponta para uma nova direção, Cassandra Clare, Sarah Rees Brennan, Maureen Johnson e Robin Wasserman presenteiam os fãs da série com uma jornada de tirar o fôlego, cheia dos personagens que todos já amam. Simon não se lembra do seu passado, das aventuras que viveu ao lado dos amigos... Nem sequer sabe quem é, de fato. Então, quando a Academia de Caçadores de Sombras reabre, o rapaz mergulha nesse novo mundo, determinado a se reencontrar. Mesmo sem ter certeza de que quer voltar a ser aquele velho Simon de antes. Mas o local é muito hostil e Simon acaba enxergando muitos problemas em sua nova escola. Como o fato de os alunos mundanos serem obrigados a viver no porão, ou sofrerem com as piadas e os preconceitos dos Nephilim. Numa jornada para se redescobrir, para voltar a se reconhecer entre os antigos amigos, como Clary Fairchild e sua amada Isabelle Lightwood (mesmo que ele não se lembre desse amor), Simon vai descobrir que pode ser mais do que antes. Que seu destino como Caçador de Sombras vai muito além de sua missão de voltar a ser quem era.

Por Jayne Cordeiro: Esse livro não é novo, mas finalmente eu tive a oportunidade de ler. Demorei para comprar e ler, pelo pensamento errado de que esse livro não traria nada de relevante para as séries principais do universo dos caçadores de sombras, ou sobre os personagens já conhecidos. Como eu disse, pensamento errado. E quando acabei de ler, fiquei pensando como não tinha lido essa maravilha antes. Tem tanta coisa dentro desse livro que precisa ser lido. Eu me diverti, chorei, e conheci um pouco mais de tantos personagens que amo desse universo. Neste livro temos vários acontecimentos que são introdutórios para outros livros.

Basicamente, esse livro se passa entre a série Instrumentos Mortais e Artifícios da Trevas. Ele é focado principalmente em Simon, e no processo dele de tentar reaver as suas memórias, reconstruir os laços com seus amigos e passar pelo treinamento para a Ascenção e se tornar caçador de sombras. O mundo dos Caçadores de sombras e do seres do submundo está se reconstruindo após a guerra contra Sebastian, e a Academia é aberta na intenção de transformar mundanos em caçadores e preparar os jovens das famílias já caçadores de sombras. É um internato com jovens, e é bem divertido de acompanhar. Simon é um personagem divertido, e gostoso de se acompanhar. Os outros adolescentes vão ganhando destaque ao longo do livro, e é legal ver essa nova geração de caçadores sendo moldada, e possivelmente trazendo uma nova mentalidade para essa sociedade, que a gente sabe que é cheia de problemas.

Junto com todo esse desenvolvimento de Simon como caçador, temos ainda as relações dele com Isabelle, Clary, Jace e os outros. Há muitos risos garantidos quando esses personagens se encontram, e é muito bom ver todos eles mais leves, sem precisar se preocupar em salvar o mundo, por enquanto. O livro ainda lida com questões como preconceito, aceitação, relacionamentos amorosos e familiares, histórias passadas e muito mais. Quem gosta do casal Simon e Isabelle, vai adorar as cenas deles. Como também há cenas muito boas com Alec e Magnus. 

No decorrer do treinamento de Simon, conhecemos outras história secundárias bem interessantes, contadas ou vivenciadas por outros personagens desse universo, como Robert Lightwood e o circulo de Valentim, o crescimento da família de Alec e Magnus, a ida a Academia do filho de Tessa Gray e Will Herondale e por aí vai. Muita história boa, algumas divertidas, como a de James Herondale, e tristes, como a de Mark e Helen Blackthorn, que são personagens, que suas histórias sempre apertam meu coração. Resumindo, um livro incrivel, mesmo não sendo parte de nenhuma série principal da autora. Se você gosta do universo dos caçadores de sombras, e por algum motivo não leu esse livro, você precisa ler agora.


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sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Resenha: "Diga sim ao Marquês" (Tessa Dare)

 

Tradução: A. C. Reis

Sinopse: VOSSA EXCELÊNCIA ESTÁ CONVIDADA A COMPARECER AO ROMÂNTICO CASTELO TWILL PARA CELEBRAR O CASAMENTO DA SENHORITA CLIO WHITMORE E... E...?Aos 17 anos, Clio Whitmore tornou-se noiva de Piers Brandon, o elegante e refinado Marquês de Granville e um dos mais promissores diplomatas da Inglaterra. Era um sonho se tornando realidade! Ou melhor, um sonho que algum dia talvez se tornasse realidade... Oito anos depois, ainda esperando o noivo marcar a data do casamento, Clio já tinha herdado um castelo, tinha amadurecido e não estava mais disposta a ser a piada da cidade. Basta! Ela estava decidida a romper o noivado. Bom... Isso se Rafe Brandon, um lutador implacável e irmão mais novo de Piers, não conseguir impedi-la. Rafe, apesar de ser um dos canalhas mais notórios de Londres, prometeu ao irmão que cuidaria de tudo enquanto ele estivesse viajando a trabalho. Isso incluía não permitir que o Marquês perdesse a noiva. Por isso, está determinado a levar adiante os preparativos para o casamento, nem que ele mesmo tenha que planejar e organizar tudo. Mas como um calejado lutador poderia convencer uma noiva desiludida a se casar? Simples: mostrando-lhe como pode ser apaixonante e divertido organizar um casamento. Assim, Rafe e Clio fazem um acordo: ele terá uma semana para convencê-la a dizer “sim” ao Marquês. Caso contrário, terá que assinar a dissolução do noivado em nome do irmão. Agora, Rafe precisa concentrar seus punhos e sua força em flores, bolos, música, vestidos e decorações para convencer Clio de que um casamento sem amor é a escolha certa a se fazer. Mas, acima de tudo, ele precisa convencer a si mesmo de que não é ele que vai beijar aquela noiva.

Por Jayne Cordeiro: "Diga sim ao Marquês" é o segundo livro da trilogia "Castles Ever After", que podem ser lidos separadamente. Cada um foca em uma jovem lady, que ganha como herança de um padrinho, um castelo. Dessa vez, acompanhamos Clio. A coitada está noiva a 8 anos de um marquês, que está atuando fora do país como diplomata, e que parece não ter arranjado um tempinho para o casamento. Clio está cansada dessa história e disposta a desfazer o enlace, mesmo conhecendo o noivo e sua família desde criança. E é aí que Rafe Brandon, irmão do noivo, e ovelha negra da família entra. Ele pode desfazer o contrato de casamento em nome do irmão, mas não quer ser o portador dessa má noticia e tenta fazer de tudo para Clio não desistir de casar, mesmo que ele guarde sentimentos por ela, a anos.

A Tesa Dare é uma autora que consegue misturar bem o romance e o humor. E esse livro é um dos mais divertidos que já li dela. Acho muito legal quando vejo uma mocinha de época ter a oportunidade de se tornar independente e usar isso. Ganhar um castelo em seu nome, é a chance que ela tem de não depender mais de um casamento e com isso ela pode acabar com esse noivado, que mostrou um total descaso pela coitada. Clio é uma moça doce, mas ao mesmo tempo fiel a seus princípios, independente e que não tem medo de mostrar como se sente. É uma protagonista para não se colocar defeito.

Rafe é quem carrega o drama do livro. Ele não se dava bem com o pai, e no fundo, sempre sofreu com o descaso da família e a solidão. Ele se sente mal por não cumprir o requisitos que a sociedade impõe, e viveu sempre a margem disso. E apesar de gostar muito de Clio, não se achava bom o bastante para ela. Gosto muito dele, porque ele é passional em tudo o que faz. Se preocupa com Clio, e também com irmão que nunca teve uma boa relação. É aquele tipo de pessoa leal, que se sacrificaria pelo outro. Mas sem ser enganado ou passado de bobo, por isso.

As tentativas de convencer Clio a casar, rendem cenas bem divertidas. Muito a cargo do amigo e treinador de Rafe. Os outros personagens secundários, como as irmãs de Clio, também ajudam a criar o momentos divertidos, mas também momentos dramáticos e de enriquecimento da história. E as cenas românticas de Rafe e Clio são ótimas. É um romance de época, que eu não pude colocar defeito. Vale muito a pena, a leitura, e conseguiu ser melhor que o primeiro. Vamos ver o que o último livro da série vai trazer.


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segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Resenha: "Romance com o Duque" (Tessa Dare)

Tradução: A. C. Reis

Sinopse: Izzy sempre sonhou em viver um conto de fadas. Mas, por ora, ela teria que se contentar com aquela história dramática.”A doce Isolde Ophelia Goodnight, filha de um escritor famoso, cresceu cercada por contos de fadas e histórias com finais felizes. Ela acreditava em destino, em sonhos e, principalmente, no amor verdadeiro. Amor como o de Cressida e Ulric, personagens principais do romance de seu pai.Romântica, ela aguardava ansiosamente pelo clímax de sua vida, quando o seu herói apareceria para salvá-la das injustiças do mundo e ela descobriria que um beijo de amor verdadeiro é capaz de curar qualquer ferida.Mas, à medida que foi crescendo e se tornando uma mulher adulta, Izzy percebeu que nenhum daqueles contos eram reais. Ela era um patinho feio que não se tornou um cisne, sapos não viram príncipes, e ninguém da nobreza veio resgatá-la quando ela ficou órfã de mãe e pai e viu todos os seus bens serem transferidos para outra pessoa.Até que sua história tem uma reviravolta: Izzy descobre que herdou um castelo em ruínas, provavelmente abandonado, em uma cidade distante. O que ela não imaginava é que aquele castelo já vinha com um duque...

Por Jayne Cordeiro: Este é o primeiro livro de uma trilogia chamada "Castles Ever After". Três histórias isoladas, com uma única coisa em comum. Três jovens mulheres que herdam, cada uma, um castelo. E junto com isso, uma história de amor surge. No caso, deste primeiro livro, temos a protagonista Izzy, que acaba totalmente desamparada, com  morte de seu pai, famoso autor de uma saga de fantasia. A herança deixada por seu padrinho é sua única esperança. Mas esta, acaba sendo um castelo cheio de problemas, com direito a un duque mau humorado e que não quer a presença de Izzy por perto.

Eu gostei bastante desse livro. Ele tem romance, e é divertido na medida certa. Adoro um mocinho que tenha algum tipo de deficiência física,  e que precisa ser puxado  volta a vida. E é o caso de Ransom. E o mais legal, é que ele e Izzy se completam,  porque ele é reservado, mas ela é alegre, sonhadora e o obriga a sair do mundinho fechado em que ele se colocou. As interações deles são divertidas, e o romance se desenvolve de uma forma bem construída e gostosa dr acompanhar. As cenas românticas deles são doces e sensuais na medida certa.

O livro trás várias cenas divertidas, graças aos personagens secundários que fazem parte da história. E  inclusive, há referência a cosplay, com fãs  das histórias do pai de Izzy. Li esse livro em pouco tempo, porque ele consegue prender o leitor com muita facilidade. Romance, drama, diversão e um pouco de surpresas, permeiam essa história, que foi um ótimo começo para essa trilogia. A trilogia não é recente, então os três livros já estão disponíveis, e devo trazer as resenhas qui, para vocês.

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sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Resenha: "Malorie" (Josh Malerman)

Tradução de Alexandre Raposo.
Por Thaís Inocêncio: Pra quem não conhece o livro nem o filme, Caixa de pássaros conta a história de um surto inexplicável que deixou poucos sobreviventes no mundo, entre eles Malorie e seus dois filhos. Aparentemente, ao ver alguma coisa, possivelmente uma criatura, as pessoas tiram a própria vida de maneira brutal. Por isso, o melhor a se fazer é não abrir os olhos. Nesse primeiro livro, Malorie sonha em fugir para um local onde a família possa ficar em segurança, mas, para isso, terá que encarar, de olhos fechados, o mundo fora da casa em que está trancada.
Se você não leu Caixa de pássaros, talvez não queria ler o restante desta resenha.
Em Malorie, sequência de Caixa de pássaros, descobrimos que a estadia na escola para cegos não deu muito certo e conhecemos a vida da protagonista doze anos após a sua fuga anterior. Agora, ela vive em um acampamento apenas com os filhos, que estão com 16 anos de idade, mas o mundo continua o mesmo, portanto ainda não se pode vê-lo. Até que, um dia, um homem desconhecido que diz ser do censo bate à sua porta (Ok, eu ri muito nessa parte. Imagine que um mundo apocalíptico, tipo Walking Dead, terrível e perigoso, é incapaz de deter um homem do censo com sua prancheta. Hilário hahaha).
Malorie e os filhos não têm contato direto com esse homem, mas ele deixa para trás documentos contendo informações valiosas, inclusive a de que pessoas que Malorie acreditava estar mortas, na verdade, estão vivas. Então, ela terá que tomar a difícil decisão de se manter segura, protegida pela venda, ou partir em uma viagem incerta, cheia de riscos, em busca de esperança.
"Você pode fazer tudo o que puder para evitar o novo mundo, mas, de um modo ou de outro, em breve ele vai bater à sua porta."
Nos agradecimentos, o autor Josh Malerman conta que, após assistir à adaptação cinematográfica de Caixa de pássaros (que tem algumas diferenças em relação à obra original), ele se perguntou: O que acontece com Malorie agora? É o que ele nos conta neste livro. Não esperem explicações sobre as criaturas em si ou sobre o que originou tudo isso – o foco são Malorie, Tom e Olympia, três pessoas com maneiras completamente diferentes de lidar com um mundo que caiu na escuridão.
Malorie é uma pessoa que, há mais de uma década, vive pela venda (como ela mesma diz), seguindo fielmente as regras de não abrir os olhos e não confiar em ninguém. Olympia é uma garota tranquila e cuidadosa que demonstra respeitar as imposições da mãe. Já Tom é inquieto e, inconformado com o novo mundo, busca soluções para que não vivam mais escondidos. Essas diferenças de pensamentos e atitudes criam conflitos entre os personagens que acabam ditando o rumo da história. Porém, a descrição deles é tão boa que é perfeitamente possível compreender e até se identificar com cada um deles.
"Quero que vocês três saibam que o mundo não vai melhorar. Temos que começar de novo".
Essa sequência é menos eletrizante o primeiro livro, mas ainda carrega uma boa atmosfera de suspense e tensão que te mantém curioso o tempo todo. É inevitável comparar a história com o que vivemos hoje, que também parece ficção. O medo do desconhecido, do incompreensível. A sensação de impotências, as crescentes incertezas. As vendas deles são as nossas máscaras. Malorie diz que, pós-criaturas, a sociedade se dividiu entre pessoas prudentes e imprudentes. A obra ainda mostra que, embora as criaturas sejam terríveis, elas não são o problema; o homem é a criatura a ser temida. Hoje, no nosso mundo, não são os seres humanos imprudentes as verdadeiras criaturas a serem temidas?
"As criaturas podem ser monstros, mas, como evidenciado por sua mãe e pela vida que ela considerou adequada para você, essas coisas terríveis não são o problema. O homem é a criatura a ser temida."
Porém, o final do livro tem um tom de esperança que fez toda a jornada valer a pena pra mim – e até pensar que posso ter alguma esperança real por aqui.
Até a próxima, galera!
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segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Resenha: “Entre Estantes” & “Pétala” (Olivia Pilar)


Por Kleris: Você curte continhos para os entremeios da vida? Os da Olivia com certeza vão preencher seu momento de leitura! Ambos foram autopublicados e se encontram no Kindle Unlimited :)

A gente nunca tá preparado para as novas fases da vida. Ou pelo menos pra faculdade e o mundo que ela nos abre. 
Sabe quando o que você mais quer é mostrar para o mundo e para você mesma que fez a escolha certa?

Isabel é aquela caloura ansiosa para fazer tudo certinho, sequela clássica do ensino médio. Na primeira atividade do semestre, ela não perde tempo de ir à biblioteca para pegar um livro recomendado pelo professor.

E lá, entre as estantes, alguém chama sua atenção. Mais que isso, mexe com todas as suas perspectivas de vida e identidade.


Entre Estantes é um conto curtito e fofinho sobre quebrar o velho roteiro de vida e encontrar-se em um mar de possibilidades. Olívia tem uma escrita leve e encantadora que entrega uma excelente leiturinha de ponte, seja para mais narrativas lgbt, seja para mais livros longos.







Você já teve a sensação de estar apenas indo, sem sair do lugar? 
Eu escolhia as opções seguras e ela fazia as escolhas arriscadas.

Bruna estava incomodada, mas também ansiosa com a perspectiva de sair da sua zona de conforto. Só que, se era pra se sentir justa com os próprios sentimentos e em sintonia com a sua relação, não poderia se resignar mais a se entregar pela metade ou mesmo de qualquer jeito.

Foi assim que marcou um encontro com Pétala, quem pensava ser só mais um encontro no point. Para Bruna, no entanto, era o dia de mudar o rumo das coisas e o dia de respeitar o que verdadeiramente sentia.

Nos envolvemos na história através de uma DR que há muito tempo espreitava o relacionamento das duas. Entremeado às memórias de Bruna, o encontro mostra como a resposta pode estar na nossa frente, mas, por influências externas, postergamos dar o primeiro passo.

É um curtaconto sobre entregas e sobre tomar decisões em respeito aos próprios sentimentos, acima de qualquer opinião. Olívia nos entrega uma narrativa leve e dinâmica, ótima para curar ressacas literárias!



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sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Resenha: "Daqui a cinco anos" (Rebecca Serle)

Sinopse: Onde você se vê daqui a cinco anos? Dannie Kohan sabe exatamente o futuro que deseja e o que deve fazer para conquistá-lo. Depois de arrasar na entrevista para seu emprego dos sonhos em um dos maiores escritórios de advocacia de Nova York e de ser pedida em casamento pelo namorado, ela vai dormir com a certeza de que está no caminho certo para realizar todos os seus planos.
Quando acorda, entretanto, ela está em um apartamento diferente, com outro anel de noivado no dedo e um homem que nunca viu antes ao seu lado. A televisão mostra que é a mesma noite — 15 de dezembro —, mas cinco anos no futuro.
Depois de uma hora intensa e chocante nesse cenário, Dannie acorda de novo, de volta ao presente, como se nada tivesse acontecido. Profundamente abalada e sem entender o que houve, ela decide acreditar que foi apenas um sonho, por mais realista que tenha sido. E parece funcionar. Isto é, até quatro anos e meio depois, quando Dannie encontra o homem que viu naquela noite inusitada.
Ao mesmo tempo divertida e emocionante, Daqui a cinco anos é uma história sobre lealdade, amor, amizade e a natureza imprevisível do futuro.

Por Stephanie: É difícil ler a sinopse de Daqui a cinco anos e não ficar com vontade de ler. Eu sou apaixonada por qualquer temática que envolva universos paralelos, viagem no tempo ou premonições, e foi isso que esperei do novo livro de Rebecca Serle. Além do aparente romance, é claro. Mas, ao terminar a leitura, senti que não encontrei nada do que esperava, e que aquilo que a autora entregou foi um pouco decepcionante.

A primeira coisa que não me agradou muito foi a escrita. As descrições excessivas de roupas e grifes, bem como o vocabulário da protagonista, me fizeram achar que Rebecca era uma autora inexperiente e que esse livro era, na verdade, para o público jovem adulto – e nenhuma dessas suspeitas se confirmou. Felizmente, o tom simplista da narrativa vai diminuindo ao longo da história, mas as descrições de peças de roupas ainda persistem (e seguiram me incomodando).

Não posso falar muito do enredo sem revelar spoilers, mas o que posso dizer é que dificilmente o leitor irá encontrar o que espera, porque acho que a sinopse dá uma ideia diferente daquilo que a autora desenvolve em sua obra. Em resumo, o romance romântico fica de lado para dar espaço a um outro tipo de relacionamento.

Por um instante, esqueço do futuro que vi. Prefiro me deixar levar por este presente sólido e inquestionável.

A partir do momento em que o verdadeiro enredo dá as caras, eu pude prever muitos dos acontecimentos, o que nem sempre é interessante quando a intenção do autor claramente é a de surpreender. Não me levem a mal, eu reconheço o esforço de Rebecca em tentar fazer algo diferente, mas achei toda a construção da história um tanto quanto anticlimática.

Por falar em construção, é justamente o ponto principal que me fez não comprar a ideia que a autora desenvolveu. Acredito que com um trabalho inicial melhor (como um prólogo, por exemplo), me convenceria melhor da tal relação entre os personagens, que, como já disse, não posso explicar melhor para não revelar nada de importante.

Acredito que Daqui a cinco anos possa sim agradar e emocionar muita gente, principalmente quem se surpreender positivamente com os rumos que a história toma. Alguns dos conflitos são interessantes e é um livro muito rápido de ler, por isso indico sim a leitura para todos que tiverem curiosidade. A surpresa pode ser positiva, no fim das contas.

Agora vejo como o amor estava tão presente na minha vida que eu podia me dar ao luxo de não pensar a respeito.

Até a próxima, pessoal!

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segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Resenha: "Romance entre Rendas" (Loretta Chase)


Tradução: Simone Reisner

Sinopse: Que lady Clara Fairfax é dona de uma beleza estonteante, Londres inteira já sabe. Mas a fila de pretendentes que bate à porta de sua casa com propostas de casamento já está irritando a jovem.
Cansada de ser vista apenas como um ornamento, Clara decide afastar-se um pouco da alta sociedade e se dedicar à caridade. Um dia, numa visita a uma obra social, ela depara com uma garota em perigo e pede ajuda ao alto, sombrio e enervante advogado Oliver Radford.
Radford sempre foi avesso à nobreza, mas, para sua surpresa, pode vir a se tornar o próximo duque de Malvern. Embora queira manter sua relação com Clara no campo estritamente profissional, aos poucos ele percebe que ela, além de linda, é inteligente, sensível e corajosa.
E quando a perspectiva de casamento se aproxima, tudo o que Radford pode fazer é tentar não perder a cabeça por Clara. Será que a herdeira mais adorada da sociedade e o solteiro menos acessível de Londres serão vítimas de seus próprios desejos?

Por Jayne Cordeiro: E chegamos ao último livro da série As Modistas. Uma série que me conquistou demais, com suas protagonistas independentes e de classe social bem incomum. E esse último livro, apesar de não ser sobre uma modista, foi uma ótima conclusão. Passamos os outros livros acompanhando Clara Fairfax, em suas aventuras na busca por um marido que veja mais do que apenas a sua beleza, e como personagem secundária e ligada a todos os maridos das modistas. E preciso dizer que eu gostei muito desse livro. É como voltar ao ápice do primário, e possivelmente, superando ele.

Clara é um perfil já conhecido de mocinha de romance de época. Protegida a vida toda, guiada a encontrar um marido nobre. Ao contrário do que vemos muito, ela é deseja como esposa, e recebe diversos pedidos, mas sempre recusa, pois deseja algo "mais" do casamento. Radford é um tipo de personagem sempre divertido de ver. Ele é metódico, racional, e muito inteligente. Assim, ele é odiado pela maioria das pessoas e não liga para isso. Apesar de fazer parte de uma família nobre, ele é do lado mais comum, e é um ótimo advogado. 

As interações entre ele e Clara são maravilhosas. Ela se mostra tão perspicaz e inteligente quanto ele, e isso o surpreende. Junto com a atração entre eles, que Radford sabe que não deve ser incentivada, devido a diferença de classes. Mas as coisas acontecem, e o casal precisa enfrentar diversos obstáculos. Preciso apontar que a forma como Radford lida com os pais de Clara, foi memorável. Nunca vi nada parecido e foi ótimo. A forma como o relacionamento do casal se constrói, como apesar do lado racional dele, e de toda a criação de Clara, eles conseguem evoluir, sem ficar presos a questões comuns, foi incrível.

O livro tem um pouco de tudo, com drama, romance, diálogos inteligentes e divertidos, e um pouco de aventura. O enredo também trás um tema legal, falando sobre a realidade dos jovens pobres e como muitas vezes a situação social os levam para mal caminho, e que oportunidades e companhias podem fazer toda a diferença em seus futuros. Foi uma conclusão excepcional, para uma série que teve dificuldades no segundo livro, mas que merece um destaque na estante.


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Ana Liberato