segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Resenha: "Daisy Jones & The Six" (Taylor Jenkins Reid)

Tradução de Alexandre Boide.

Sinopse: Todo mundo conhece Daisy Jones & The Six. Nos anos 1970, dominavam as paradas de sucesso, faziam shows para plateias lotadas e conquistavam milhões de fãs. Eram a voz de uma geração, e Daisy, a inspiração de toda garota descolada. Mas no dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê Aurora, eles se separaram. E ninguém nunca soube o por quê. Até agora.

Essa é a história de uma menina de Los Angeles que sonhava em ser uma estrela do rock, de uma banda que também almejava seu lugar ao sol e de tudo o que aconteceu – o sexo, as drogas, os conflitos e os dramas – quando um produtor apostou (certo!) que juntos poderiam se tornar lendas da música.

Nesse romance inesquecível narrado a partir de entrevistas, Taylor Jenkins Reid reconstitui a trajetória de uma banda fictícia com a intensidade presente nos melhores backstages do rock'n'roll.

"É isso o que todo mundo quer da arte, não? Ver alguém expor os sentimentos que existem dentro de nós. Arrancar um pedaço do seu coração e mostrar para você."

Por Thaís Inocêncio: Por se tratar de "uma história de amor e música", como diz o subtítulo, eu já sabia que iria me apaixonar por esse livro – e estava certa! Escrito em formato de entrevista, a obra traz um registro completo de como surgiu a estrela Daisy Jones, como foi formada a banda The Six e como essas duas potências se juntaram, formando o fenômeno Daisy Jones & The Six. 

Os relatos inéditos são dados pelos próprios integrantes da banda e por pessoas próximas a eles, também envolvidas no meio musical na década de 1970. As entrevistas foram feitas anos após o fim da banda, portanto os personagens recorrem a flashbacks. Isso torna a narrativa ainda mais interessante, porque, em muitos casos, cada um deles se lembra da mesma situação de maneiras diferentes, a depender do modo como foram afetados por aquele momento. 

"Muitas vezes a verdade não está nem de um lado nem de outro, e sim escondida num meio-termo."

Quem está acostumado com uma narrativa linear, pode se atrapalhar um pouco até se ambientar na história e conhecer os personagens, que não nos são apresentados da maneira tradicional; vamos descobrindo quem eles são e o contexto em que vivem aos poucos. Gostei desse formato porque a autora nos coloca no papel de fãs ou, pelo menos, de pessoas que já conhecem os membros da banda, afinal, ela foi muito famosa, o que contribui para a verossimilhança da história. 

Por falar em verossimilhança, mais uma vez Taylor Jenkins Reid consegue construir personagens tão complexos – como as pessoas realmente são – que fica difícil de acreditar que Daisy Jones & The Six não existiu de verdade. Para completar, a autora criou, de fato, as letras das músicas compostas pela banda, as quais podem ser encontradas na íntegra ao final do livro. Cada vez que uma música aparece na história, a vontade de ouvi-la de verdade é quase incontrolável. Felizmente, há uma série vindo por aí e eu mal posso esperar para ver essa banda ganhando vida!

"We only look like young stars

Because you can't see old scars"

[Nós só parecemos astros jovens / 

Porque você não tem como ver as velhas cicatrizes]

Letra da música "Young stars"

Outro ponto de destaque é a representação das personagens femininas, que são à frente de seu tempo e dignas de admiração. Daisy é uma personagem cheia de camadas que chama a atenção pela determinação e ambição, pela maneira como impõe suas vontades e pelo controle do próprio corpo. Karen, a tecladista e minha personagem preferida nessa história toda, é independente e conhece bem o significado de sororidade. Camila, esposa do vocalista Billy Dunne, impressiona pela resiliência, perseverança e pelo modo como coloca os outros acima de si mesma (o que às vezes é uma virtude, às vezes uma fraqueza).

É importante dizer que, apesar de ter sido o que me chamou a atenção inicialmente, essa não é apenas "uma história de amor e música". O livro aborda, ainda, a dependência de álcool e drogas, o relacionamento abusivo e os diversos sentimentos que perpassam as relações humanas em geral, como inveja, egoísmo, paixão, insegurança, desejo, entre outros. O plot twist realmente me impressionou e acredito que esse seja um dom da autora (vide o que ela fez em Os sete maridos de Evelyn Hugo). 

"As coisas não precisam ser perfeitas para ser fortes."

A Stephanie também escreveu uma resenha de Daisy Jones & The Six para o Dear Book. Estamos aqui pra provar que essa leitura vale a pena!

Até a próxima, pessoal!


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Ana Liberato