Resenha: "A menina que roubava livros" - Markus Zusak

“Quando a Morte conta uma história você deve parar para ler"

Por Juny: Eu não sei nem por onde começar essa resenha, talvez eu ainda esteja sob influência da emoção que senti ontem ao terminar esse livro. Algumas palavras podem me ajudar a começar: drama, amizade, companheirismo, solidariedade, guerra, preconceito, amor, esperança.

Estou falando do livro “A menina que roubava livros” de Markus Zusak publicado pela Editora Intrinseca. No começo, o livro é um pouco difícil, mas quando você pega o ritmo, se envolve com as personagens, torna-se uma leitura gostosa. Já li vários livros de tamanho semelhante em 2 dias, mas esse, preferi saboreá-lo aos poucos, todas as noites, por umas duas semanas, isso tornou meu vinculo emocional com o livro maior, porque todas as noites eu não dormia sem ler alguns desses capítulos.

Mas vamos direto ao ponto, a narradora é nada mais, nada menos que a MORTE! E ela não é má ou assustadora, muito pelo contrário é gentil e solidária, lembra da cor do céu, no dia que levou cada alma, com muito carinho. A roubadora de livros é Liesel que tem uma infância muito difícil em tempos de guerra, ela já viu a morte algumas vezes e por isso despertou o interesse dela de contar essa história. O melhor amigo de Liesel é seu vizinho, Rudy, o garoto de cabelos cor-de-limão, que é encantador, mesmo fazendo diversas idiotices, acaba nos cativando, Saukerl idiota... rs

-Que tal um beijo, Saumensch?
Ficou parado mais alguns instantes, com água pela cintura, antes de sair do rio e lhe entregar o livro. Tinha as calças grudadas no corpo e não parou de andar. Na verdade, acho que ele sentiu medo. Rudy Steiner ficou com medo do beijo da menina que roubava livros. Devia ter ansiado muito por ele. Devia amá-la com uma intensidade incrível. Tanto que nunca mais tornaria a lhe pedir seus lábios, e iria para sua sepultura sem eles.

Personagens como Hans Hubermann que nos mostram que mesmo no terror da Alemanha nazista, ainda existe gente de bom coração que não concorda com os absurdos do Führer e tem solidariedade com os judeus. E por falar em judeu, há Max, com seus cabelos que parecem penas e que torna-se um amigo (secreto) muito importante para Liesel. O livro conta o cotidiano da vida de Liesel diante da guerra de 1939 a 1943.

Mas e aonde entram os livros? Liesel aprendeu o gosto pela leitura roubando livros e tentando ler-los com a ajuda de seu pai, que lhe ensinou muito mais que a escola. Ela sentira prazer em seus furtos literários e os práticou varias vezes ao decorrer do livro. A história mostra como a paixão pelas palavras pode salvar a vida de uma pessoa, mesmo que diante dos pesadelos de uma guerra. Uma frase que Liesel diz e que me marcou muito é “Odiei as palavras e as amei, e espero tê-las usado direito”, me identifiquei muito com a “sacudidora de palavras” e sua paixão pelos livros.

O livro transborda emoção, tristeza e alegria. O final me chocou muito, em suas ultimas 30 paginas chorei compulsivamente até o final, nunca um livro me tocou de tal maneira, talvez seja porque aqueles personagens tenham sido como meu conhecidos, amigos, parentes e não conseguia suportar o fim dessa história. A guerra é sempre dramática e esse livro trás toda essa tensão, misturada com os momentos de felicidade da menina, seja com o pai, Rudy ou Max.

Já é um Best seller, mas espero que muitas pessoas ainda o leiam, poque é simplesmente fantástico! Recomendo de todo coração!

Uma ultima nota de sua narradora.
"Os seres humanos me assombram."