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domingo, 30 de setembro de 2012

Resenha: “Sempre” (Maggie Stiefvater)

- Clique aqui para ler a resenha dos livros anteriores.

Por Juny: Um dos livros mais esperados do ano para mim, mas que logo que comecei a ler, quis estender ao máximo a leitura, temi pelo desfecho que a autora iria proporcionar.

Em “Calafrio” Sam era o lobo que se transformava no inverno, Grace sofria na sua ausência. Em “A Espera” Sam consegue a tão sonhada cura e o vírus depois de anos silencioso se manifesta em Grace, separando assim mais um vez esse casal tão sofrido. E o que esperar em “Sempre”? Como encontrar uma saída?
“Quando nos beijamos, não importava o fato de eu ter sido loba horas antes, ou de que voltaria a ser. Não importava que mil problemas nos tomariam quando deixássemos aquele lugar. Só uma coisa importava: nossos narizes se tocando, a maciez dos lábios dele, o desejo dentro de mim”
E as coisas vão muito além disso. Cole e Isabel, personagens fantásticos, tão ricos em sentimentos, dão um tempero a trama. O romance deles, tão errado, tão incerto, balanceia o clima do romance puro e perfeito entre Sam e Grace.
Eu não sabia o que queria. E então, não escutei mais as respirações e, um segundo depois, senti os lábios dele nos meus. Não foi como o beijo que havíamos dado antes, faminto, cheio de desejo, desesperado. (...) Cole tocou o meu pescoço, com o polegar pressionando minha mandíbula. Não era um toque do tipo “eu quero mais”. Era um toque do tipo “eu quero isso”.
– É assim que eu a beijaria se a amasse.
Cole está em busca da cura ou de uma maneira de controlar o vírus, porém suas primeiras experiências não são muito animadoras. Para piorar a situação o pai de Isabel, Tom Culpeper, consegue autorização para uma caçada aérea para matar os lobos, os dias da matilha de Mercy Falls estão contados. Shelby também continua causando problemas.

E ainda a policia suspeita que Sam seja um criminoso psicopata que matou Grace e outras pessoas. E Sam também continua com seu dilema sobre a real personalidade de Beck... Um anjo ou um demônio? Tudo o que ele viveu parece distorcido.
No meio da noite, Grace acordou, com os olhos arregalados e o corpo tremendo. Ela disse meu nome, como Beck dissera anos antes no acostamento, e então, como Beck, ela me deixou apenas com uma muda de roupas e mil perguntas sem resposta.
Um livro com fortes emoções, momentos tensos para todos os envolvidos. Paro por aqui para não dizer nenhum spoiler, fiz apenas um panorama dos assuntos que esse livro envolve.
Rilke disse: “Entre esses invernos há um tão infinitamente inverno que apenas passando por ele seu coração sobreviverá.”

Foi assim que Cole me encontrou, uma hora mais tarde. Sentado de pernas cruzadas na banheira vazia, com o violão no colo, e os dedos dedilhando um Sol maior, cantando uma música que eu nunca havia cantado.
Não vou esquecer tão cedo de tudo que vive com Sam, Grace, Cole e Isabel, nessa luta contra tantas coisas. Não faltam citações maravilhosas nesse livro, por isso não resisti e separei várias.
Quando Cole abriu a porta da casa de Beck, ele estava sem camisa e um pouco suado. Parecia que estava cavando com as próprias mãos e havia um leve arranhão acima do seu olho esquerdo. Ele tinha um sorriso amplo e bondoso no rosto. Era uma expressão linda, apesar dos seus cabelos estarem despenteados e ele estar vestido apenas com uma calça de moletom. Havia algo inegavelmente teatral em Cole, mesmo quando seu palco era o mundo.
O final foi intenso... Fiquei algum tempo pensando sobre o assunto, tentando chegar a uma conclusão sobre a leitura dessa trilogia e no fim das contas achei que autora  terminou muito bem, embora tenha deixado algumas coisas em aberto e saído um pouco do previsível, ela marcou, deixou a cargo do leitor imaginar algumas coisas, além do que foi escrito. Ela fez jus ao título “Sempre” (ou “Forever” na versão original). Recomendo muito essa trilogia!


quarta-feira, 30 de março de 2011

RESENHA: “Espera” (Maggie Stiefvater)

- Clique aqui para ler a resenha do primeiro livro da série, "Calafrio".

“Espera” é a continuação de “Calafrio”, ambos constituem a série “Os lobos de Mercy Falls”. O primeiro livro da série é tão lindo e dramático, um romance daqueles que destrói seu coração, literalmente.

Já em “Espera” as coisas mudam um pouco. Fiquei traumatizada logo nas primeiras linhas do Prólogo onde simplesmente contam, o que para mim pelo menos, parece um big spoiler, mas que é a premissa desse livro: o problema agora é Grace, ela que se transforma em lobo. Confesso que quase desisti de ler o livro depois de saber disso, afinal, queria tanto que eles pudessem ficar juntos em paz. Mas foi bom não ter tomado essa decisão porque, apesar de tudo, é um livro maravilhoso.
Esta é uma história de amor. Nunca imaginei que houvesse tantos tipos de amor, nem que o amor pudesse levar alguém a fazer tantas coisas diferentes. Nunca imaginei que houvesse tantas formas diferentes de dizer adeus.
Acredito que o nome do livro esteja ligado a essa “espera” pelo que acontecerá com Grace, que vai sofrendo aos poucos no decorrer do livro e a agonia dela e de Sam ao presenciar isso contagia o leitor.

Mas o melhor nesse livro, um pouco de luz em meio a esse romance triste e belo é a crescente participação de Isabel e Cole (um dos novos lobos). Além dos capítulos narrados por Grace e Sam, agora temos também a visão de Isabel e Cole, que são muito mais divertidas, irônicas e em suas passagens há mais ação e um romance num patamar diferente do casal protagonista.

Cole é um dos novos lobos, escolhidos por Beck, que quis se transformar por vontade própria, e essa decisão deixa Sam chocado no inicio. É um personagem incrível com uma estória bem rica e que cresce no decorrer da trama. É o vocalista de uma banda de rock super famosa chamada “NARKOTIKA” e que acha que ao se tornar lobo consegue fugir e esquecer de tudo. Sua participação é fundamental no livro. Ele se envolve com Isabel, e os dois formam um casal muito diferente do convencional e cheio de química.

Isabel então desatou a rir, um riso cruel e estridente, tão seguro que, de certa forma, me excitou. Ela engatou a marcha ré.
Continuo esperando que você me conte alguma coisa que eu ainda não saiba.
Isabel apesar do seu lado irônico e sua “máscara” de patricinha que não liga para nada, ajuda muito Sam e Grace. Ela ainda tenta superar a morte do irmão, que acredita ser culpa dela.

Grace passa boa parte da trama doente, lutando para esconder isso de todos. Também mostra um lado mais rebelde, diferente da garota exemplar do livro anterior, ao desafiar algumas ordens de seus pais. Sam continua romântico, poético e apaixonante; porém as vezes da um pouco de raiva o fato de ele “fingir que não está acontecendo nada com a Grace”, tentando adiar a realidade.

“Espera” não é um livro que você lê numa tarde, pelo menos para mim, é aquele livro que você deve ir descobrindo aos poucos dando tempo para pensar nos acontecimentos e quanto mais perto do fim, mais triste você fica, pois sabe que para Sam e Grace nada é fácil.
Lutei para encontrar palavras para explicar. Não tinha nada a ver com ter perdido Sam e querer mantê-lo por perto. Não tinha nada a ver com sexo. Tinha a ver com adormecer com as costas de encontro ao peito dele, de modo a poder ouvir seu coração desacelerar para bater junto com o meu. Tinha a ver com crescer e perceber que a sensação dos seus braços em volta de mim, o cheiro dele enquanto dormia, o som da sua respiração – que isso era aconchego e tudo o que eu sempre quis encontrar. Não era a mesma coisa estar com ele acordada. Só que não sabia como explicar isso a Rachel. Me perguntei porque quis lhe contar.
Recomendam esse livro para os fãs da série “Crepúsculo”, mas acho que seu publico alvo é muito maior, recomendo para quem curte um bom romance, muito bem escrito, muitas vezes poético e cheio de drama, aquele amor impossível que precisa superar diversas barreiras até conseguir o final feliz, que tenho fé que virá no último livro.
sábado, 25 de dezembro de 2010

RESENHA: “Calafrio” (Maggie Stiefvater)

Esse livro foi um dos presentes que ganhei da Alba no Amigo Secreto Literário. Me arrependo amargamente por não ter lido esse livro antes. É simplesmente apaixonante! Nunca gostei tanto de lobos quanto agora.

Tudo começa quando Grace, ainda criança, está em seu balanço de pneu, no quintal e é atacada por lobos e arrastada para o bosque. Alguns lobos a mordem e ela ao invés de se debater ou tentar fugir, fica imóvel olhando para os olhos amarelos, tão humanos, de um dos lobos que só a observa, intensamente. Depois disso ela acaba acordando no hospital, e crê que foi o lobo dos olhos amarelos que a salvou. Depois disso passam-se anos e anos e ela sempre observa o lobo no bosque próximo a sua casa, e ele está sempre lá, como se estivesse esperando-a.

Certo dia, um dos alunos da escola de Grace, Jack, é atacado por lobos e dado como morto, o que gera uma revolta da população e o inicio de uma caçada aos lobos. Grace se desespera e vai ao bosque a fim de proteger seu lobo de olhos amarelos e o bando, ao ouvir vários tiros, inventa desculpas ao policial, que sua amiga esta tirando fotos lá e pode ser atingida, e consegue que a caça seja adiada. Até que volta para casa e vê um rapaz nu e com um ferimento de tiro, ao olhar em seus olhos, amarelos, não tem dúvidas de quem ele é. Leva-o ao hospital, e quando ele acorda, se apresenta como Sam, esclarece algumas coisas, sobre sua origem, que no fundo, ela parecia já sentir.
Beijei-a. Só um leve roçar dos meus lábios nos dela, nada animal.
Grace sorriu para mim. Suas palavras foram zombeteiras, mas sua voz foi carinhosa:
- Isso é tudo que tem a oferecer?
Toquei seus lábios de novo, e dessa vez, o beijo foi diferente. Valeu por 6 anos de espera, sua boca criando vida sob a minha, com gosto de laranja e desejo. Eu me sentia selvagem e domesticado, e feito em pedaços e perdido entre tudo isso ao mesmo tempo.
E disso nasce um grande amor. Romance dos bons! Sam é sensível, um artista, pensa em letras de músicas para descrever momentos e suas emoções, cita poesias alemãs. Eu espeva por um lobo mais agressivo, mas a personalidade de Sam me surpreendeu muito! Grace é forte, enfrenta os problemas, não se abala facilmente, não entende arte e não gosta de expor muito seus sentimentos, gostei muito da personalidade dela e me identifiquei. São dois personagens muito diferentes que se completam, ele tão romântico e ela muitas vezes rude.
Fechei os olhos. Por um breve momento desejei de todo coração que ele fosse apenas um rapaz normal, para que eu pudesse ir embora furiosa, com meu orgulho e minha indignação. Mas ele não era. Era frágil como uma borboleta no outono, esperando ser destruída pela primeira geada. Então engoli a raiva, um gole amargo, e abri um pouco mais a porta.
Mas o livro não gira só entorno desse lindo romance. Tem muitos mistérios a serem revelados, que eu não vou citar nenhum, porque devem ser descobertos aos poucos na leitura. Só posso dizer que o final me surpreendeu muito, gostei bastante e estou louca pela continuação!

Despindo a minha pele.
Deixando só meus olhos
Você vê dentro de mim

E sabe que ainda é minha
Há vários outros personagens com papeis importantes na trama como Beck (líder da matilha de Sam), Shelby (loba psicopata obsecada por Sam), Jack (o que é atacado pelos lobos), Olívia (uma das melhores amigas de Grace), Isabel (uma garota metida da escola, irmã do Jack, me lembra um pouco a bitch da Aphrodite de House of Night).

O que se pode dizer sobre os lobos, nesse livro, é que se torna um deles a partir de uma mordida e o que determina as transformações é a temperatura, no verão/calor humano, no frio/inverno lobo.

Uma brisa inesperada levantou meus cabelos, frígida e penetrante. O inverno de repente parecia muito perto. Parei na calçada, fechando os olhos, lutando contra o incrível desejo de voltar para Sam. No fim, o dever venceu, e fui a escola. Mas aquilo parecia um erro.
Os capítulos tem narração alternada entre Grace e Sam e sempre no inicio marca a temperatura que esta fazendo nesse momento. Há tantas frases e citações lindas que eu tive dificuldade de selecioná-las para essa resenha, porque ao longo da leitura separei muitas, e não queria colocar somente as românticas, porque o livro vai muito além disso.

Esperei muito para ler esse livro, criei muitas expectativas e ele não me decepcionou. Realmente é um dos melhores livros do ano, vale a pena ler!

 
Ana Liberato