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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Resenha: "Nos bastidores do Pink Floyd" (Mark Blake)

Tradução: Alexandre Callari

Por Sheila & Glaucio: Oi pesso@s lindas, como vocês estão? Ta aí uma coisa que nunca havia me chamado muito a atenção: biografias. Sei lá eu por que. Nunca tive muito interesse sobre a vida de ninguém. Curto muito as músicas do Pink Floyd, mas saber como a banda começou, curiosidades e - o que Mark nos promete - uma "história secreta" nunca havia me passado pela cabeça.

Maasss... meu marido também queria muito ler o livro. Temos uma certa diferença de idade, então os caras são muito mais da época dele do que da minha. Assim, lemos eu e meu marido, e resenhamos juntos (É na saúde e na doença, com biografia e com resenha também!).

Já havíamos feito isso antes, quando lemos e resenhamos aqui para o blog "O espadachim de carvão" (e se você ficou curioso pode conferir a resenha aqui) e seguiremos mais ou menos o mesmo modelo: vamos construir o desenvolvimento juntos e, ao final, colocar dois parágrafos com as opiniões de ambos separadas. Ok? Então vamos lá!

O livro trata da trajetória do Pink Floyd seguindo uma certa "linha do tempo" nos capítulos, onze ao total, em que o autor irá falar do começo da banda, gravações, primeiros shows, turnês, brigas entre os integrantes e, inevitavelmente, a dissolução desta que é considerada uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos.

Momento a momento, vamos acompanhando a banda e sua trajetória, com detalhes que nunca antes haviam sido trazidos à tona em nenhum outro livro ou documentário produzido. Mesmo sendo um texto completo e minucioso, a escrita é agradável, o que faz com que a história complexa e intrincada dos integrantes seja lida em poucos dias, mesmo sendo mais de 400 páginas.

Começando com a reunião acontecida entre a banda em julho de 2005, e a tensão enolvendo o show para o Live 8, como uma forma de chamar a atenção para o encontro do G8 que iria debater o enfrentamento a pobreza no terceiro mundo, vamos acompanhar passagens excelentes, fotos raras e exclusivas e termina, novamente, no Live 8.

"Seria fantástico se pudéssemos fazer isso para algo como outro Live Aid, mas talvez eu esteja apenas sendo terrivelmente sentimental ... você sabe como são velhos bateristas"
Nick Mason
 

"Realmente, espero que possamos fazer algo juntos outra vez"
Richard Wright
 
"Acho que não passaríamos pela primeira meia hora de ensaios. Se vou estar no palco tocando, quero que seja com pessoas que eu amo"
Roger Waters
 
"Acho que Roger Waters tem meu numero de telefone, mas não tenho interesse algum em discutir qualquer coisa com ele"
David Gilmour
Segundo Glaucio, meu marido, Nos bastidores do Pink Floyd é uma narrativa minuciosa, envolvente e imperdível àqueles que se consideram fãs da banda, o que torna a leitura desta obra uma quase obrigatoriedade. Impossível não se emocionar lendo algumas passagens, sendo que o grande diferencial talvez sejam as entrevistas das pessoas próximas aos músicos.

Do meu ponto de vista, um pouco mais desapaixonado, parece ser um livro completo; houve realmente uma dedicação do autor em publicar uma obra definitiva, que abarcou a história não só dos músicos, mas das pessoas que eles eram antes disso, o que eu acho muito interessante. Afinal, as letras das músicas do Pink Floyd são cheias de simbolismos, que ficam um pouco mais claros quando descobrimos quem eles eram antes mesmo da formação da banda.

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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Resenha: "B.B. King - Uma vida de blues" (B.B. King e David Ritz)



Tradução: Alexandre Callari

A verdade é que os fatos não contam a história completa, porque não estou escrevendo uma história de sangue frio. Estou escrevendo uma memória do meu coração. É esta a verdade que busco — seguir meus sentimentos, não importando para onde me levem. Eu quero me entender na esperança de que você — minha família, amigos e fãs— também me entendam.

   Por Marianne: Entrei de vez na minha fase de biografias e autobiografias e dela não saio mais. Escolhi a autobiografia de B. B. King, lançada pela Editora Generale aqui no Brasil, atendendo minha curiosidade de conhecer melhor a trajetória do músico que faleceu ano passado. E vou dizer pra vocês, que escolha, meus amigos ♥.

Os chefes eram governantes absolutos dentro dos seus reinos. Xerifes não gostavam de violar as fronteiras deles, mesmo que isso significasse abrir mão de um criminoso. Isso dava uma sensação dúbia — você se sentia protegido, mas também se sentia pequeno, como se não pudesse cuidar de si próprio no mundo. Eu conseguia sentir o velho elo com a escravidão, sabia que aquele sistema era mil vezes melhor — afinal éramos cidadãos livres — mas também sabia que de certa forma, o cultivo dos campos dava sequencia à mentalidade escravagista.

   Riley Ben King cresceu trabalhando num fazendo de algodão no Mississippi. Após perder a mãe repentinamente, Riley precisou aprender a se virar sozinho na fazenda ainda muito jovem. A vida na colheita de algodão era estável e proporcionava conforto e um salário. Até o dia que, inesperadamente, seu pai, que Riley não via há muito tempo, apareceu e decidiu levá-lo para viver com ele e sua família. 
   A inadequação de Riley ao novo ambiente foi evidente, e cansado de se sentir um intruso na família do pai, Riley fugiu de bicicleta.
   A fuga marca a retomada de Riley sobre as decisões de sua vida. De volta ao trabalho na fazenda, dessa vez em Indianola, onde Riley deu seus primeiros passos em direção a o que ele sonhava que seria sua carreira musical.
   De músico de rua a cantor de jingles, as famosas músicas de propagandas americanas, Riley fez de tudo para alcançar o sucesso e ver sua música reconhecida pelo público que apreciava o blues.
   O livro, que é narrado pelo próprio B.B King, nos conta detalhes de sua vida pessoal, seu relacionamento distante, porém de muito respeito, com seu pai e seus relacionamentos amorosos — esses últimos, quase todos fadados ao fracasso devido a sua obsessão por trabalho.
   O que mais me chamou a atenção na narrativa foram os relatos de racismo sofridos por B.B. King na época. Vejam bem, o blues era um sucesso e estava deixando de ser música exclusiva de negros e as casas de shows de blues lotavam nas noites de apresentações, mas os Estados Unidos vivia sua época whites only — onde a segregação racial era mais escancarada e restaurantes, hotéis e bares baniam os negros de frequentá-los colocando avisos dizendo "whites only" (apenas brancos) em suas entradas.

Eu não fiquei rico e famoso, mas no mundo da black music, me tornei um nome nacional. De uma hora para outra, meu território se espalhou para além do Tenesse, Missisipi, Arkansas e Alabama. É importante lembrar que eu era um artista num mundo exclusivo de negros. Não vendia para os brancos e não tocava para eles. Isso só aconteceria dali a 20 anos.

  O livro conta minuciosamente toda a trajetória e as pessoas envolvidas no caminho para o sucesso de Riley King até se tornar B.B. King. É também um retrato fascinante da propagação do blues na mídia e no mundo e como B.B. King acompanhou e participou ativamente dessa evolução. De músico banido de hotéis  e restaurantes por causa de sua cor, B. B. King passou a ser convidado especial para jantares com o presidente dos Estados Unidos na Casa Branca.
   O livro também tem fotografias raras das primeiras apresentações de B.B King. Fotos com sua família, com sua banda em turnê e de suas apresentações com outros também celebrados músicos como Eric Clapton e Stevie Wonder.
   Na minha mais que humilde opinião o livro pode ser considerado quase um documento histórico da ascensão do blues. B.B. King cita todos os seus maiores influenciadores e também os primeiros propagadores do estilo musical, que nos mostram a difusão do blues através dos tempos.
   Recomendo a leitura pra todos. A narrativa do músico foi bem conduzida e a leitura flui fácil. O livro é comovente, forte e cheio de referências musicais que me fizeram me apaixonar pela história e pelo trabalho de B. B. King. E se você precisa de mais uma ajudinha pra iniciar essa leitura, pode começar por essa playlist que eu preparei aqui embaixo com alguns dos sucessos de B.B. King e de alguns de seus grandes influenciadores. Espero que vocês também se derretam e queiram conhecer mais da vida e do trabalho desse grande músico ♫. 
Até a próxima resenha e aperta o play!


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Ana Liberato