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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Resenha: "Nos bastidores do Pink Floyd" (Mark Blake)

Tradução: Alexandre Callari

Por Sheila & Glaucio: Oi pesso@s lindas, como vocês estão? Ta aí uma coisa que nunca havia me chamado muito a atenção: biografias. Sei lá eu por que. Nunca tive muito interesse sobre a vida de ninguém. Curto muito as músicas do Pink Floyd, mas saber como a banda começou, curiosidades e - o que Mark nos promete - uma "história secreta" nunca havia me passado pela cabeça.

Maasss... meu marido também queria muito ler o livro. Temos uma certa diferença de idade, então os caras são muito mais da época dele do que da minha. Assim, lemos eu e meu marido, e resenhamos juntos (É na saúde e na doença, com biografia e com resenha também!).

Já havíamos feito isso antes, quando lemos e resenhamos aqui para o blog "O espadachim de carvão" (e se você ficou curioso pode conferir a resenha aqui) e seguiremos mais ou menos o mesmo modelo: vamos construir o desenvolvimento juntos e, ao final, colocar dois parágrafos com as opiniões de ambos separadas. Ok? Então vamos lá!

O livro trata da trajetória do Pink Floyd seguindo uma certa "linha do tempo" nos capítulos, onze ao total, em que o autor irá falar do começo da banda, gravações, primeiros shows, turnês, brigas entre os integrantes e, inevitavelmente, a dissolução desta que é considerada uma das maiores bandas de Rock de todos os tempos.

Momento a momento, vamos acompanhando a banda e sua trajetória, com detalhes que nunca antes haviam sido trazidos à tona em nenhum outro livro ou documentário produzido. Mesmo sendo um texto completo e minucioso, a escrita é agradável, o que faz com que a história complexa e intrincada dos integrantes seja lida em poucos dias, mesmo sendo mais de 400 páginas.

Começando com a reunião acontecida entre a banda em julho de 2005, e a tensão enolvendo o show para o Live 8, como uma forma de chamar a atenção para o encontro do G8 que iria debater o enfrentamento a pobreza no terceiro mundo, vamos acompanhar passagens excelentes, fotos raras e exclusivas e termina, novamente, no Live 8.

"Seria fantástico se pudéssemos fazer isso para algo como outro Live Aid, mas talvez eu esteja apenas sendo terrivelmente sentimental ... você sabe como são velhos bateristas"
Nick Mason
 

"Realmente, espero que possamos fazer algo juntos outra vez"
Richard Wright
 
"Acho que não passaríamos pela primeira meia hora de ensaios. Se vou estar no palco tocando, quero que seja com pessoas que eu amo"
Roger Waters
 
"Acho que Roger Waters tem meu numero de telefone, mas não tenho interesse algum em discutir qualquer coisa com ele"
David Gilmour
Segundo Glaucio, meu marido, Nos bastidores do Pink Floyd é uma narrativa minuciosa, envolvente e imperdível àqueles que se consideram fãs da banda, o que torna a leitura desta obra uma quase obrigatoriedade. Impossível não se emocionar lendo algumas passagens, sendo que o grande diferencial talvez sejam as entrevistas das pessoas próximas aos músicos.

Do meu ponto de vista, um pouco mais desapaixonado, parece ser um livro completo; houve realmente uma dedicação do autor em publicar uma obra definitiva, que abarcou a história não só dos músicos, mas das pessoas que eles eram antes disso, o que eu acho muito interessante. Afinal, as letras das músicas do Pink Floyd são cheias de simbolismos, que ficam um pouco mais claros quando descobrimos quem eles eram antes mesmo da formação da banda.

Recomendamos!

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sexta-feira, 7 de abril de 2017

Resenha dupla: "Renascida" e "Eterna" (C. C. Hunter)

Tradução: Denise de Carvalho Rocha

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Hoje tem resenha dupla, dos livros 01 e 02 da Saga Acampamento Shadow Falls da C. C. Hunter. Na verdade, a saga começa com outra protagonista, Kylie, mas nesta nova narrativa, iremos acompanhar sua melhor amiga Della. Como não li a série anterior - que tinha 05 livros - pode ser que eu deixe "escapar" alguma coisa, mas vamos la.

Della Tsang tinha uma vida perfeita, até ser transformada em vampiro e abandonada por todos que ama. Ela se refugia em Shadow Falls, um acampamento para adolescentes com poderes paranormais. Della está treinando para ser uma agente de investigação paranormal – e ela não vai deixar nada nem ninguém desviar sua atenção desse objetivo! Isso significa que não tem tempo para investir no romance com Steve, um metamorfo apaixonante. Quando um novo vampiro chamado Chase aparece no acampamento, a vida de Della fica mais confusa do que nunca. Della terá de enfrentar assombrações fantasmagóricas, uma teia de segredos de família e um novo caso que põe a vida dos seus amigos em perigo. - Skoob.
Bom, Della é uma vampira e precisa encarar o que todos os personagens que encontramos por ai enfrentam quando isso acontece. Afinal, eles agora são diferentes: pele pálida e gelada, hábitos noturnos, o que faz com que Della em particular precise conviver com o fato de que seus pais acreditam que ela tem problemas com drogas.

É aí que entra o Acampamento Shadow Falls. Na fachada, uma escola para alunos "problemáticos" ou "rebeldes" e que não se  encaixam nos padrões pré estabelecidos. Na realidade, um lugar onde seres sobrenaturais como Della, não só vampiros, mas metamorfos, paranormais, bruxas etc, encontram um lugar para aprenderem mais sobre si e também se protegerem do mundo as vezes hostil com o diferente.

Legal é que há toda uma explicação para o surgimento do vampirismo de Della. Na verdade, já descobriram que algumas pessoas carregam o gene do vampirismo e, pelo contato acidental que Della acaba tendo com um primo que esta com um machucado, é que ela desenvolve o mesmo.

Della é uma protagonista forte e decidida. Quer muito fazer parte da Unidade de Pesquisa de Fallen (UPF), como agente, e supervisionar outros seres sobrenaturais como ela. Afinal, não são todos os vampiros que se "comportam"  aprendem a dominar seus impulsos.

- Nós somos monstros - disse ela, sem intenção de expressar o pensamento em voz alta.
- Não, somos vampiros. E não somos mais monstruosos do que qualquer outra espécie. Inclusive os humanos. A bondade, a maldade e o mal não são exclusividade de nenhuma espécie. Nunca questione isso.
 Mas é justamente esta impetuosidade toda que as vezes parece ser um obstáculo aos objetivos e metas que Della busca em sua vida. Della terá que descobrir que, as vezes, a escolha mais inteligente é a que parece mais covarde.

- É isso que me preocupa - disse ele com um tom tão sério que tirou o sorriso maroto dos lábios dela. - Você é durona, Della, eu sei disso. Mas vai se deparar com marginais ainda mais duros que você, e com o seu jeito de ser, vai acabar como a nossa vítima desconhecida lá atrás. Estar disposta e ansiosa para lutar não faz de você uma boa agente. Saber como evitar uma briga que vai perder e ser capaz de deixar o orgulho de lado são qualidades melhores. Qualidades que você não desenvolveu ainda.
Apesar de não ter lido os cinco volumes anteriores, pode-se perceber que essa é uma história que, apesar de ser uma continuação, é contada de forma independente, ou seja, não é necessário ter lido os livros predecessores para entendê-la.

Acredito que os fãs da série anterior e de sagas como Crepúsculo vão adorar a leitura. A escrita é bastante fluída e há uma miríade de outros acontecimentos que giram em torna da vida de Della que fazem com que não sobre espaço nenhum para tédio ou enrolação.

Não gostei muito do triângulo amoroso, por que acho essas coisas um tanto quanto cansativas, mas não é nada que interfira na leitura. Agora é esperar pela continuação e... olha ela aqui gente!
O segundo volume da Saga Acampamento Shadow Falls - Eterna (e aqui começam os spoilers!!!!!!) já sabemos que Della é uma Renascida, ou seja, um tipo de super vampiro.

Justo quando Della estava começando a achar que tinha encontrado a sua tribo em Shadow Falls, sua vida vira do avesso novamente. Depois de ser vítima de um vírus mortal, ela precisa fazer a difícil escolha de ser uma Renascida, um tipo de vampiro mais forte e poderoso. Essa é a sua única chance de sobrevivência. Mas ela tem um preço: Della terá que ficar eternamente ligada a Chase. Será que a atração que ela começa a sentir por ele é real ou tem a ver com essa ligação? E o que acontecerá com Steve, o metamorfo? - Skoob
Iniciando exatamente de onde Renascida terminou, o triângulo se complica pela ligação que Della passa a estabelecer com Chase, o que faz com que eles dividam muitas coisas, inclusive visões.

Como Della finalmente conseguiu virar o que sempre quis, uma agente, as coisas deveriam estar mais fáceis para ela. Mas com Chase estando sempre ao seu lado, e uma história de assassinato que envolve sua família, a confusão, aventura e mistério na verdade estão apenas começando. O que torna tudo isso ainda mais complicado é a mágoa que guarda dos pais, que não sabem que é uma vampira e a tratam como uma desajustada.

Como ela poderia aproveitar alguma coisa, droga, com tantas malditas perguntas dando voltas na sua mente apertando o seu coração e pressionando a sua consciência?
A narrativa desse livro tem um ritmo mais rápido, já que todos os acontecimentos se desenrolam em um curto espaço de tempo, com muitas cenas de suspense, muita aventura, muitas perguntas que dão uma angústia terrível. Quem na verdade é a família de Della? Onde estão os dois jovens recém transformados desaparecidos? E, claro, Steve ou Chase.

O final é bem impactante e, agora sim, terei que amargar na espera do próximo livro para que todas as perguntas que ainda ficaram em aberto possam ser finalmente respondidas. E vocês também leram? O que acharam? Não deixem de comentar.

Forte abraço e até a próxima.


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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Resenha dupla: "Sobre Caçadores, Vigaristas e Banqueiros Suiços" e "O Cambista do Cais do Porto" (J.C de Toledo Hungaro)

Por Sheila: Oi pessoas! Como anda a vida? Saudades de resenha de autor nacional? Eu também! Por isso, hoje teremos uma resenha dupla: "Sobre caçadores, Vigaristas e Banqueiros Suiços" e "O Cambista do Cais do Porto", ambos escritos por J. C. de Toledo Hungaro.

Segundo o nosso querido skoob, o nosso primeiro livro pode ser apresentado desta forma:

A misteriosa Corporação de Consultores Financeiros Internacionais Interinvest, ocupa escritórios repletos de obras de arte de valor inestimável, em plena Saint James Street, na melhor fatia de Londres.
É desde aí que Frederick Von Krauz, senhor de recursos imensuráveis, recebe apenas alguns eleitos, da massa de centenas de investidores espalhados pelo mundo, para conceder a graça de aceitar os seus milhões para suas operações financeiras secretas e pouco ortodoxas, respaldadas por exclusivos bancos suiços e centenária seguradora de Hong Kong.
Mas quando um cínico e calejado consultor internacional, ateu de deuses e de homens, é contratado por uma espécie de Shogum rural moderno, para resgatar seu primogênito, vítima do traumatismo pós-golpe, aplicado por quadrilheiros transnacionais, os castelos de cartas marcadas começam a ruir.

Neste livro um antigo personagem de Toledo, Fernando de Aranjuez (protagonista de Selva! Amazônia Confidencial) retorna, mas o personagem principal é Hermann Schiller. Este, é um Alemão que abandona sua antiga vida, que incluía mulher e filhos, para tentar ascender profissionalmente no ramo bancário. Lá, infelizmente, acaba por envolver-se com Otto Kranz, uma associação que o leva a ser indiciado por diversos crimes dos quais não tomou parte, envolvendo desde tráfico até sequestros.

É então que Hermann decide se vingar, como uma forma de superar os mais de quatro anos confinado na prisão de Champ-Dollon, enquanto Otto e sua nova esposa, a ex-garota de programa Manuela Santhiago, vivem às custas de golpes e negócios escusos envolvendo o mercado financeiro internacional.

Uma coisa que chama a atenção é a originalidade do texto de Toledo Húngaro, o que faz com que seja, inclusive, difícil dizer propriamente a que gênero o mesmo pertence. Mais interessante ainda é a forma como chama a atenção para a distância sutil existente entre os negócios que são feitos na legalidade, para aqueles que são claros golpes, visto que os envolvidos as vezes são apenas experientes o suficiente para lesar, sem que se aparente que este era o objetivo desde o princípio.

Acredito que o fato de a obra ser baseada em crime financeiro real, mantendo as características e nomes do golpes, bem como as referências aos casos de domínio público, é o que fazem com que a veracidade das situações seja tão acurada. 

Chamaria a atenção apenas para alguns trechos que pareceram se estender em demasia, deixando a leitura pouco fluida, o que talvez se resolvesse caso se adotasse uma quebra diferente dos parágrafos ou, até mesmo, suprimindo algumas passagens, mas nada que comprometa a leitura.


Já no segundo livro lançado pelo autor,




O livro "O cambista do cais do porto" conta a história de um refugiado da Europa destruída ao final da Segunda Guerra Mundial, que resolve descer por alguns momentos no cais da praça Mauá, na cidade do Rio de Janeiro, para tomar café. 

O encontro com o povo da praça, seus choferes dos "carros de aluguel", prostitutas, vendedoras e demais membros da fauna portuária, dará a ele a primeira chance de encontrar um lar. 

E conta, ainda mais, as aventuras deste homem e sua atitude incorruptível de lealdade a este povo que o acolheu e seu amor a duas mulheres excepcionais. Homens e mulheres que lançaram este sobrevivente da terceira classe do velho navio que o levaria ao porto de Montevidéu e ao seu único parente vivo, para os palácios corporativos do mundo financeiro internacional e suas armadilhas. (Skoob)





Nosso personagem é um judeu com pensamentos um tanto ateístas, o que se justifica pelos horrores que passou em um campo de concentração antes de conseguir fugir como um esqueleto ambulante, e embarcar rumo ao Novo Mundo em busca de um pouco de felicidade - ou quem sabe um pouco menos de horror e sofrimento.

Uma descida no cais da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, para apreciar um simples café, faz com que Jacobo Abrahann Marttuz se apaixone pelo lugar - e resolva ficar por ali em definitivo, ao invés de seguir em sua viagem. Ali, conhece Moise Fucks, um taxista que vai não só dividir com ele este cafe, como lhe propor um negócio irrecusável.

E é o cais do porto que Jacobo encontrará alguma riqueza, respeito, um lar e, como não poderia deixar de ser, o amor. Mas este, nem sempre é fácil de ser vivenciado, principalmente quando o coração teima em desejar estar ao lado de duas senhoras ao mesmo tempo. 

Ler os livros de Toledo é uma bela maneira de explorarmos e adentrarmos melhor no que a literatura brasileira tem a nos oferecer, dado sua singularidade e a facilidade com que consegue nos fazer criar identificações com o que há de humano em seus personagens, mesmo que estrangeiros.

Recomendo.

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Resenha Dupla: “O Vento” e “Coração sobre Coração” (Karen Alvares)


Por Kleris: Acho que não é muita surpresa eu vir dizer que sou muito fã da Karen Alvares (e a Marianne também!, aquiaqui) e que por seus contos ela me conquistou (vide aqui). Há algo na sua escrita simples, mas muito firme e envolvente que me enlaça e logo me toca no coração. Foi assim com esses dois contos em especial, ambos participantes do concurso que rolou esse ano, Brasil em Prosa – torci muito por eles, mas não foi dessa vez. O que importa é que eles são <3

O Vento 
Uma menina observa a estrada das janelas do automóvel da família. Há dois caminhos a seguir e uma decisão à sua frente que pode mudar tudo. E o único que conhece a direção para Casa é o próprio Vento. (Skoob)

Nesse conto, a autora nos traz um pequeno recorte de uma família em viagem de carro e o feeling de que às vezes somos levados para outros caminhos por conta de um bem maior. Enganos pequenos nos salvam de enganos maiores. É algo incompreensível, mas que está ali, tão rente a nós e é extraordinário como por um fio tudo poderia ser diferente. Achei bacana esse conto por todo seu ar de inocência, receio e surpresa, de maneira que nos sentimos sendo a pequena menina que tudo sente, tudo percebe, mas escolhe em um bom momento guardar tudo para si.

Para ler, você encontra o conto lá na plataforma Amazon - e é possível ler de graça se você tiver o Kindle Unlimited.


Coração sobre Coração

Ministério Literário adverte: não recomendado para quem está num momento sentimental demais, lágrimas podem rolar a solta. 
Aquele dia havia um cheiro estranho no ar. Um cheiro que me deixou em alerta. Um cheiro triste de fim. As coisas mais importantes sempre acontecem nos dias mais comuns. Aquele dia mudou tudo. (Skoob) 
Era um dia como todos os outros.
Abri o olhos e ergui devagar a cabeça, atento. Tudo parecia exatamente igual, mas um sino insistente apitava em algum lugar, avisando que algo tinha mudado.
Algo importante.

Esse continho muito me emocionou! A autora nos relata um momento bem nobre e bonito da vida. Instinto é a palavra da vez. Aqui Karen repete a dose dos sentimentos incompreensíveis, ingênuos e simplistas. Fiquei apenas querendo um abraço após a leitura =’)

Para ler, você encontra o conto lá na plataforma Amazon - e é possível ler de graça se você tiver o Kindle Unlimited.
(print do app kindle, início do conto O Vento)

Nos contos da Karen encontro sempre algo que me surpreende e fico feliz de ter uma autora como ela figurando nossa literatura brasileira. Por sua escrita, sinto por sempre que sai do óbvio e traz recortes interessantes nessas historietas. É justo esse caráter despretensioso que se revela ser um plus. Mais uma vez afirmo que isso prenuncia uma boa carreira de escrita para essa moça ;)

As capinhas de ambos os contos são fofas e a organização dos ebooks também é bem feita. São super curtos e para serem lidos num sopro. Mas, embora se vão em minutinhos, deixam cá, conosco, múltiplos feels para um looooooongo, longo prazo.

Recomendadíííííssimos :)

Espero que conheçam mais dessa autora e me contem também o que acham dela. 

Até a próxima! 


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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Resenha Dupla: “O que poderíamos ter sido” e “A Dama das Ameixas” (Karen Alvares)

Por Kleris: Oi, pessoal. Já conhecem a Karen Alvares? Em uma resenha minha anterior, havia comentado sobre como primeiramente entrei em contato com os escritos dela (ver aqui). Na verdade, já a conhecia da Revista Trasgo, em que colaborou com conto de literatura fantástica. Muito bacana e bem escrito, só não era meu estilo – era mais da Marianne, que aqui no blog fez resenha de Alameda dos Pesadelos (livro de suspense) e em breve trará mais outros dela. Aí descobri que a Karen tem um lado + amor – terror!

Demorou um pouquinho para enfim conhecer mais de seu trabalho. O que posso dizer de antemão sobre isso é: não se demorem nessa, corram que vale a pena! Os contos que aqui comento não têm ligação direta, mas, como são contos curtos, preferi reuni-los num só post :) – espero que escolham os dois!


O que poderíamos ter sido

Como o título, é um conto de incertezas, encontros e desencontros. Não quero revelar muito. A pequena história envolve aquelas amizades que misturam as coisas e têm que arcar com as consequências. Até porque... e se a gente mistura errado?! Vivi reencontra Pedro para um café e nos conta sobre os “e se...” que tanto acumularam até ali. Teriam enfim um ponto final, novas reticências ou outras interrogações? 

Havia um tempo em que eu realmente acreditava em nós dois como pessoas que pudessem ser felizes juntas. Duas pessoas que gostavam das mesmas coisas, que conversavam por horas sem cansar, que dividiam o lanche e os segredos mais profundos. Um garoto e uma garota que talvez, você sabe, se amassem.

Mas você não me amava, não é?
Engraçado que quando a gente é adolescente é só isso que basta para acabar com uma amizade. Um gesto tão pequeno. Parece tolo agora, mas naquela época foi algo enorme.

O que poderíamos ter sido foi um dos primeiros escritos de YA da autora; percebe-se até que há ainda um pouco de cautela para se soltar. Karen faz um pequeno paralelo entre passado e presente e as tomadas de decisões. Algumas certeiras, algumas equivocadas... O fato é que só o tempo pode nos confirmar. Mas mesmo quando misturamos as coisas – e mesmo que misturemos errado – algumas precisam ser essenciais em um relacionamento.


Vocês podem encontrar opções de compra no site da editora Draco (lá tem várias vitrines, como Amazon, Kobo, Cultura, Saraiva).



A Dama das Ameixas

Sabe quando você perambula pouco por dados estilos e tem alguém que é bem hospitaleira em te apresentar as redondezas? Aqui Karen deu uma prolongadinha no desenvolvimento em relação ao O que Poderíamos Ter Sido, mas o conto continua diminuto.

Eleonora está num período de intervalo, a única trégua que tem da maldição que sofre. Ela se reserva de todos pelo perigo que representa, mas seu pai não se importa em ficar próximo. Ele é considerado o louco da vila porque ninguém sabe realmente o que aconteceu com sua filha. Eleonora não tem muito tempo, aproveita o quanto pode para passar com ele, mas dessa vez conhece Ezequiel, o vizinho de quem roubava umas ameixas. O término da trégua está para findar e uma batalha está para começar. O que será desse novo ciclo da tormenta? 
Pensou se não seria melhor voltar, seguir para oeste, para a floresta novamente, e ficar lá até os trinta dias estarem completos. Talvez fosse o melhor para todos. Não deveria ter vindo dessa vez. Porém, veio-lhe à mente a imagem lacrimejante do pai e sua barba branca. Ela vacilou. Ele esperava aquele mês durante um ano inteiro e, apesar da filha trazer tristeza, também trazia alegria. Não seria justo abandoná-lo agora, após tamanha espera. E afinal, ela também ansiava por esses trinta dias.

Mas ela retornou ao quintal da ameixeira.

Com o passar dos dias, tornou-se um hábito.Roubava apenas uma ameixa, agora geralmente mais podre. Então corria para a floresta. E esperava.

Nos primeiros eles não se falavam. Eleonora rolava sua ameixa podre pelo chão. E ele rolava de volta uma ameixa fresca – ou o melhor que conseguira.

Nessa breve historieta, a autora foi mais engenhosa. Me surpreendeu como ao mesmo tempo ela explorou tanto sem perder o foco e trouxe algo rico e completo. Muito bem elaborado e ambientado, A Dama tem uma proposta interessante dentro da literatura de fantasia, com uma pegada mais drama, suspense e ação.


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O que percebi da Karen (desde Azul, na revista Trasgo, e O orelhão, em Duas Doses de Amor) é que ela gosta de trazer situações cotidianas. Gosto do seu simplismo e realismo pra levar as histórias e mesmo quando ela se encaminha pra fantasia, percebo esses traços. São contos bem construídos, fluídos e, lá e acolá, deixam novos caminhos para a imaginação. Ambos foram publicados em ebook pela Draco – inclusive, A Dama das Ameixas participou da antologia Dragões da editora.

Curti bastante os dois. Tanto A Dama como O que poderíamos são contos para leiturinhas bem rápidas. Pra mim funcionaram como teasers de uma escritora que está se preparando (ou já se preparou!) para algo maravilhoso. Fico feliz em encontrar autores versáteis assim :)

Deixe uma leitora admirar...

Fica a dica para quem anda apertado para ler livros mais prolongados, tem VÁRIAS opções com a Karen.

Preciso dizer? Recomendadíssimo!

Até a próxima!
sábado, 11 de julho de 2015

Resenha: “Duas Doses de Amor” (Melissa de Sá e Karen Alvares)

Por Kleris: Sabe aquele gostinho de quero mais? Senti quando visitei o blog Papel e Palavras da Karen e vi um trecho inicial de seu conto O Orelhão (vejam aqui trechos de vários contos dela), encontrado em Duas Doses de Amor, uma publicação independente e em dupla com a Melissa de Sá. Fiquei curiosa de imediato! Não conhecia muito das duas e demorei um pouco para efetivar a leitura, mas quando finalmente fiz, foi muito <3 <3 <3!

Sem mais delongas, lá vão duas doses de amor, uma de cada autora:

Era pra ser você – Melissa de Sá

Era 1936 e o jazz era a dança do momento. A protagonista estava de férias em Nova York e sua prima, Lorraine, a leva para um baile no Savoy. Enquanto Lorraine dançava com Roy, sua crush, a protagonista encontra seu par, um rapaz que a encanta pela simplicidade dos passos. 
Fui dar um giro pelo salão. Existe beleza em ver um salão cheio de gente dançando. É como um coração gigantesco, pulsando ao som de jazz.E foi assim que o vi pela primeira vez.

Nesta pequena dose, Melissa nos leva em um leve balanço para um curto encontro de casais. Os poucos momentos que passamos com a protagonista é de preencher o copo com amor, principalmente quando fala da dança e nela vê seu par perfeito para o instante. A cena final, no entanto, foi um pouco súbita, faz uma quebra com o que nos é contado. Fica então a lembrança de Savoy e daquele momento único que foi simples, mas incrível no coração da protagonista.

O Orelhão – Karen Alvares 

O conto trata-se de um encontro fortuito entre duas pessoas durante uma chuva: um cara que se abriga no orelhão público e uma moça de sombrinha que precisa fazer uma ligação. Alguém tinha que ceder, afinal.

Orelhão virou tudo menos telefone público: monumento, mural de recados e, principalmente, abrigo de chuva. Foi desse jeito que conheci Flabiana. Flabiana, quase Fabiana, mas com um “L” no meio e ai de quem se esquecesse dessa letrinha.
Um orelhão certamente deve ouvir todo tipo de histórias debaixo da sua enorme orelha. E foi esse certo orelhão, anônimo, mas bastante orelhudo, que ouviu minha pequena história de amor.

O gancho que aqui Karen usa, de pegar uma coisa tão usual, mas tão esquecida no nosso cotidiano, e dar um tom tão engraçado, foi o que me pegou. Há uma simplicidade, um carinho e aquele sorrisinho breve. Uma pena tão curto, mas que a gente sabe que prolongar seria arriscado. Fica mais uma dose de amor para guardar.

Duas doses de amor cumpre a promessa: nos apresenta nos dois contos aqueles instantes únicos que são a partida perfeita para algo mais. Adorei ler e conhecer um pouco da escrita dessas duas escritoras. Vou ficar mais de olho nelas! 
Mas Lorraine sempre dava aquela risada esganiçada dizendo que a melhor parte de um namoro era justamente antes de ele acontecer.

Suspiraram?

A pequena coletânea vocês encontram na Amazon.


Até a próxima!




segunda-feira, 18 de maio de 2015

Resenha Dupla: “A Garota Que Você Deixou Para Trás” (Jojo Moyes)

*Por Mary e Kleris*: Oi, pessoal! Hoje tem resenha especial e em dupla para esse livro impressionante da Jojo Moyes. Quem “traumatizou” ou corre de Como Eu Era Antes de Você, chega mais que em A Garota Que Você Deixou Para Trás a autora com certeza é perdoada.

Liv é uma mulher que ficou recentemente viúva, mas ainda não superou muito bem a perda, vivendo solitariamente em uma bonita construção projetada pelo finado marido arquiteto. Além da vida fria dentro da casa minimalista e impessoal, Liv precisa lidar com os problemas financeiros e sua dificuldade em desapegar das coisas que lhe trazem lembranças.

Inesperadamente, entram em sua vida uma antiga colega de faculdade, Mo, e um investigador de obras de arte desaparecidas, Paul. Em meio a isso, um quadro de passado obscuro comprado durante sua lua de mel se vê no centro de uma disputa judicial, ao mesmo tempo em que Liv começa a descobrir – muito além do valor monetário da obra – a história por trás da pintura e de que modo “A Garota” viajou pela Europa durante a Primeira Guerra Mundial, reaparecendo décadas depois nas mãos de uma jornalista americana.

De início, já desejo mencionar a minha admiração pela capacidade da Jojo Moyes de se reinventar. Confesso que comprei esse livro já esperando algo que seguisse a mesma linha de Como Eu Era Antes de Você, mas me enganei redondamente. Até mesmo a estruturação da narrativa é distinta.

Aqui, Jojo divide a história em duas partes, a primeira sendo como um livro independente, no qual se conta a história de Sophie, em primeira pessoa; e, a segunda, escrita em terceira pessoa, nos dias atuais, introduzindo o leitor ao mundo de Liv e Paul, intercalados com capítulos continuadores da história de Sophie.

Achei estranha, no começo, essa divisão completa das partes e posso dizer que inclusive foi difícil me adaptar, mas isso aconteceu naturalmente. É meio chocante, porque, ao terminar a primeira parte, você encontra a vida de Liv e ocorre uma espécie de quebra. São duas histórias absolutamente distintas, a priori. Porém, no decorrer da obra, a autora faz sua mágica, entrelaçando as tramas de tal maneira, que nem mesmo a distância temporal é capaz de afastar as duas protagonistas. 

Ela se parece com você.

Ela não se parece nada comigo.

É interessante como o universo brinca com os caminhos das duas. Pelas quase 400 páginas as histórias paralelas dão todo um ar de suspense, ansiedade e reservas. Moyes nos arrebata a ponto de não querermos deixar nenhum personagem para pular para outra “visão”, mesmo que muitas perguntas nos suguem para outros pontos da história.

Das diversas questões que nos chamam atenção, uma que se destaca é a significância que ganha o quadro A Garota Que Você Deixou Para Trás entre essas vidas. Como poderia uma simples obra mover céus e terras?

Não é apenas um quadro e não é apenas um conflito.

Há dois pontos importantes a serem discutidos sobre a primeira parte.
A primeira delas diz respeito à impressionante ambientação feita pela Jojo Moyes de uma cidade francesa ocupada pelas tropas alemãs durante a Primeira Guerra Mundial, em meados de 1916. A autora menciona nos agradecimentos o livro que utilizou para tanto, mas, caramba, a descrição dela nos faz sentir como se estivéssemos vivendo aquele momento, em que os moradores são subjugados ao poder dos soldados alemães e obrigados a aceitar uma intrusão à cidade. E, mais que isso, às suas vidas. Para quem aprecia História, sobretudo esse corte de estudo das Guerras Mundiais, imagino que ficará bem satisfeito com o resultado conferido pelo talento da Jojo. 

O relógio do avô de René Grenier começara a soar. Isso, reconhecia-se, era um desastre. O relógio estava enterrado havia meses no canteiro lateral da casa, com o bule de chá de prata, quatro moedas de ouro e o relógio de bolso do avô, para evitar que sumissem nas mãos dos alemães.

O plano dera certo – de fato, quando se andava na cidade, o chão rangia por causa dos objetos de valor que haviam sido enterrados às pressas em jardins e caminhos – até Madame Poilâne entrar no bar numa fria manhã de novembro e interromper o jogo de dominó de René com a notícia de que a cada quarto de hora soavam badaladas abafadas sob o que restava das cenouras dele.


E o segundo ponto que merece destaque nesta primeira parte da obra, julgo que seja a própria Sophie e sua fé inabalável. Ela é o tipo de pessoa que vê tudo dando errado, o mundo caindo na sua cabeça e tudo indica que a coisa só piora, mas ela está lá. Firme. Confiante. Todas as pessoas ao seu redor já desistiram, sucumbiram e acham que ela só pode ter enlouquecido por acreditar tanto no melhor do futuro – e das pessoas, consequentemente. A sociedade, como sempre, é insana. 

— Você acha mesmo que nós duas podemos ir para a nossa terra? Para St. Péronne? Depois do que fizemos?

O soldado começou a se endireitar, esfregando os olhos. Parecia irritado, como se nossa conversa o tivesse acordado.

— Bem... talvez não agora – gaguejei. – Mas podemos voltar à França. Um dia. As coisas serão...

Foi por uma matéria de revista que a família de Sophie reencontrou o quadro pendurado na casa de Liv; eles vinham há tempos reunindo os trabalhos do pintor de A Garota. Por força de um processo legal de restituição de bens, crendo que o quadro fora mais um roubado pelos alemães na época da Primeira Guerra, eles querem a obra de volta. Liv entra nesse embate porque não aceita que a vida lhe tire mais um pedaço.

É estranho sair do início do século XX para o início do XXI na segunda parte da narrativa, mas aos poucos vemos como essa primeira ambientação se faz necessária para a história. Moyes poderia ter omitido toda essa visão e fico feliz que não tenha feito. Me senti na pele de Liv sempre pensando na Sophie e tendo expectativas sobre seu destino. É bem sobre os valores que agregamos às coisas e como faz que não só imaginemos uma história presenciada por estas, mas também sobre como nos importemos com aqueles que também já tomaram o mesmo objeto como parte de si.

Ao nos guiar para essa segunda trama, Jojo nos envolve numa mais que acirrada briga, que vai além desse processo judicial. Liv conheceu Paul, um cara gentil, maravilhoso e honesto, quem aflora sentimentos há muito esquecidos. Mas de novo o universo brinca com o destino, pois o trabalho de Paul revela-se um real conflito, já que ele está encarregado deste caso em específico, o retorno do quadro A Garota Que Você Deixou Para Trás às mãos da família.

Mas essas pessoas realmente se importam com o quadro? Quem deve ficar com a obra? Quem merece estar com ela? Melhor: com Sophie?

O que me surpreendeu nesse livro foi a força demonstrada pelas duas personagens, que, além de bem construídas, nos mostram o que é a verdadeira perseverança. Dotadas de tamanha fé, elas permanecem com seus ideais e lutam contra o mundo desolador, mesquinho e egoísta, mesmo quando nem tudo está ao seu favor. Jojo novamente nos coloca a prova quando o assunto é a confiança e, primordialmente, a escolha.

Apesar de todo esse clima de guerra, dominação alemã, processo e julgamentos, a história não pincela um drama por completo. Há momentos de tensão sim, mas há também momentos doces, engraçados e esperançosos. Para eles existem Hélene, Herr Kommandant, Mo, Greg, o pai de Liv, e, claro, Paul. Se você já teve seu coração arrancado pela autora em outro livro, aqui em A Garota ela trata de costurá-lo de volta.

Eles chegam à quadra dela, e ele ri do primeiro encontro deles; de Mo e de sua aparente convicção de que ele era um ladrão de bolsas.

— Vou fazer você pagar aquela recompensa de quatro libras — diz ele, impassível.  — Mo disse que eu tinha direito a ela.
— Mo também acha que é absolutamente aceitável colocar detergente nas bebidas de clientes de quem a gente não gosta.
[...]
— Mo está sendo desperdiçada nesse trabalho. Tem lugar para essa moça no crime organizado. 

Vale aqui uma nota sobre a edição. Semelhante à Como Eu Era Antes de Você, a capa é uma delicadeza só. Não pensem, por isso, que é alguma continuação (vide nota ao fim desta resenha). Assim como a editora preservou a capa original, conservaram o título, que é desses que tem uma força de presença tremenda na história. Percebemos isso cada vez mais após a leitura assentar.

Outro dia encerrei a resenha de Louco Por Você com o trecho de um episódio da série Forever, que condizia com o conflito debatido no livro. Curiosamente, a coincidência novamente ocorreu e, dia desses, vendo a série, me deparei com um episódio que se relaciona perfeitamente ao tema de A Garota Que Você Deixou Para Trás. Achei que seria legal repetir a dose.

“A expiação pode ocorrer de diversas formas. Um pedido sincero de desculpas, um grande gesto, uma prece silenciosa. Ou algo mais complexo, mais obscuro, mais difícil de se decifrar. E embora seja verdade que nenhuma expiação é capaz de mudar o passado, ela tem o poder de nos curar, de restaurar relacionamentos e ligações que pensávamos estarem perdidos para sempre.”

Precisamos dizer que recomendamos muitíííííííííssimo?


P.S.: O que será novamente de nossos corações quando After You (Depois de Você), a CONFIRMADA continuação de Como Eu Era Antes de Você, chegar?


domingo, 29 de abril de 2012

Resenha Dupla: "Estilhaça-me" (Tahereh Mafi)

Por Juny: “Estilhaça-me” para mim foi uma grande surpresa! O livro já chama atenção pela bela capa e a leitura flui muito bem, é viciante.

Conhecemos Juliette, uma garota que vive em uma cela e tem pensamentos bem contraditórios, muitas vezes fala algo e pensa outra coisa bem diferente e irônica (lemos exatamente desse jeito, com o texto tachado).
Tenho uma maldição.
Tenho um dom.

Sou um monstro.
Sou sobre-humana.

Meu toque é letal.
Meu toque é poder.

Sou a arma deles.
Lutarei contra eles.
Muitos mistérios a envolvem e ela sabe muito pouco sobre sua prisão e seus poderes. Só há uma certeza: seu toque é letal. Ela não pode ter contato com ninguém, pois acaba sugando a energia da pessoa e pode até mesmo matar.

Tudo muda quando Adam aparece. Ele é enigmático e não da para saber porque ele esta lá e se é confiável. De uma narrativa focada no psicológico da personagem, passamos para uma trama cheia de ação, romance (um pouco caliente!) e um regime totalitário que além de dominar a população acabou com a natureza (essa mensagem da destruição do meio ambiente é bem forte no livro).
Eles pensam que podem apagar as minhas memórias, minhas lealdades, minhas prioridades com algumas refeições quentes e um quarto com vista para fora. Eles acham que eu sou fácil de ser comprada.
O vilão Warner é um personagem bem marcante, apesar dos seus atos insanos e violentos, eu confesso: gostei dele! É um vilão bem espirituoso e carismático. (podem me xingar nos comentários da resenha HAUAHAU). Ele como todo bom vilão quer dominar o mundo e para isso precisa ter Juliette ao seu lado.
– Bem, você é o assassino – digo-lhe. – Então deve estar certo.
Seu sorriso é atado com dinamite.
– Vá dormir.
– Vá para o inferno.
Ele movimenta a mandíbula. Caminha até a porta.
– Estou trabalhando nisso.
Juliette é uma protagonista que sofreu muito, a principio é bem confusa, depois começa a ter personalidade e força para lutar pelo que acredita. Adam é muito fofo e sexy, suas cenas com Juliette são ótimas.

O que me incomodou para onde a estória caminhou. A autora teve uma idéia muito boa e original durante boa parte da narrativa, mas acaba caindo num clichê, deixando a trama idêntica ao quadrinho/desenho/filme “X-Men”. É impossível não fazer essa comparação! Espero muito pela continuação para ter certeza sobre o que Tahereh Mafi pretende com isso.

No geral é uma leitura muito agradável e difícil de largar, o livro proporciona boas horas de entretenimento, além de trazer uma reflexão sobre a relação da humanidade com a natureza e os problemas que isso pode acarretar. Recomendo!

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Por Debie: Você já sabe sobre o que o livro se trata, certo? Tem que saber, pois acabou de comprá-lo. Digamos que você leu uma resenha dele em algum blog por aí, ou mesmo só a sinopse e o booktrailer, nas nossas "Novidades da Semana". Mesmo isso nunca poderia prepará-lo para o que está DENTRO dele. A história já começa impactante: você não sabe nada sobre nada. A primeira frase já é o início do mistério que se estende por pelo menos mais da metade do livro:
Estou aprisionada há 264 dias.
Ao ler, você fica perdido no meio da pouca informação que a autora dá sobre o que está acontecendo. Porque se existe uma verdade inegável é a que você vai querer saber. E desesperadamente. Até que um certo indivíduo que, pelo menos por hora, tira a sua atenção disso.
Deus!
Eles estão tentando me matar.
Eles fizeram de propósito.
Para me torturar, para me atormentar, para eu nunca mais dormir durante a noite. Seus braços são tatuados até os cotovelos. Na sobrancelha falta-lhe uma argola, que eles devem ter confiscado. Olhos azul-escuros, cabelos castanho-escuros, linha da mandíbula definida, físico forte e magro. Deslumbrante. Perigoso. Aterrorizante. Horrível.
Só digo uma coisa: quando você menos perceber, já terminou. A história não flui, ela anda de metrô, tal a rapidez. No começo a forma com que o texto foi escrito vai assustá-lo, pois ele perde pontos, vírgulas, espaços, e você começa a sentir raiva de quem revisou e não viu aquilo. No entanto, à medida que vai percorrendo as páginas você vê que está imerso nos pensamentos de Juliette (esqueci de mencionar, ela é a protagonista). A autora usou da falta desses pontos (e dos ricos nas palavras através do livro) para expressar a urgência com que ela pensava, o desespero.

O livro é um pouco clichê, sim (e não vou contar por que, ou como ele parece com outras coisas por aí, senão não vai ter tanta graça...), mas não deixa de ser uma boa leitura. A forma como ele foi escrito me cativou (mesmo com a falta de pontuação), e, tenho que admitir, fez com que eu ficasse ávida pela continuação.

Boa leitura para quem comprou e, para quem ainda não o fez, O QUE ESTÁ ESPERANDO?
 
Ana Liberato