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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Resenha: "Reinado Imortal - A Queda dos Reinos, vol. 06" (Morgan Rhodes)

Tradução: Flávia Souto Maior

Por SheilaOi pessoas! Como estão? E chegamos ao final da série A Queda dos Reinos! Todos os outros cinco livros já foram resenhados aqui no Dear Book por euzinha que vos escreve!

Vou deixar para vocês os links das resenhas anteriores e, como eu sempre aviso, se você não leu os mesmos, a partir daqui, é inevitável que tenhamos alguns spoilers.


A Queda dos Reinos - vol 1.
A Primavera Rebelde - vol 2
A Ascensão das Trevas - vol 3
Maré Congelada - vol 4
Tempestade de Cristal - vol 5


E continuamos a partir daqui com Reinado Imortal. Só relembrando:


- A história se passa em Mítica, que é dividida em três reinos, Limeros, Paelsia e Auranos.

- Limeros e Paelsia são reinos em decadência, que veem em uma discussão entre jovens que acabou muito mal um motivo para invadir a próspera Auranos.

- O rei de Limeros, Gaius Damora, na verdade esta seguindo as orientações de uma Vigilante.

- Vigilantes são seres míticos que detém poder incomensurável, sendo que todos os passos do rei Gaius são na verdade uma forma de encobrir sua caça à Tétrade, que são quatro cristais que supostamente contém magia.

- A princesa Cleiona, unica sobrevivente da família à invasão de seu reino, Auranos, é obrigada a se casar com Magnus, príncipe de Limeros, afim de consolidar uma aliança política.

- Lúcia é a irmã adotiva por quem, Magnus, viveu muitos anos secretamente apaixonado, uma grande feiticeira que veio cumprir uma profecia.

- Jonas é um rebelde Paelsiano, que começa a história matando por vingança, e agora busca aliados para restaurar a justiça nos três reinos.

- Ioannes e Melenia eram vigilantes, e foram mortos ao fim de "Ascensão das Trevas". Ioannes era o tutor de Lúcia, por quem esta estava apaixonada; Melania era a vigilante que ajudava Gaius, mas que na verdade só queria libertar Kyan, deus do fogo, preso na pedra da Tétrade.

- Amara e Ashur são príncipes de Kraeshia que vieram a Mítica em busca da lenda da Tétrade. Ao fim de Tempestade de Cristal, Amara estava casada com Gaius, o Rei Sanguinário e Ashur desaparecido acusado de traição.

No fim de Tempestade de Cristal, Cleo e Magnus, que realizaram uma aliança improvável com o Rei Gaius, são traídos por sua avó que desde o início queria realizar um ritual para libertar os quatro deuses imortais da Tétadre. Para isso, escolheu quatro hospedeiros: A princesa Cleiona, seu amigo Nic, a Vigilante Olívia e o rebelde Taran. Como o Rei Gaius conseguiu matá-la antes do fim do ritual, este não se consolidou como deveria. Ficaram Cleo e Taran com os Deuses contidos em seus corpos, mas ainda no domínio de si; e Nic e Olívia tomados pelos Deuses, mas não de maneira completa.

Magnus havia sido preso por um antigo desafeto e enterrado vivo, para morrer lentamente. Já Jonas impediu que a profecia que previa a morte de Lúcia se concretizasse, ao emprestar um pouco de seu poder para ajudá-la a dar à luz a Lyssa, sua filha com Ioannes.

O livro 6 começa praticamente onde o anterior terminou. Vamos encontrar Jonas em uma pousada com a Princesa Lúcia e a pequena recém nascida Lyssa, ainda sem entender muito bem qual seu papel nisso tudo, já que as informações cedidas pelos vigilantes são sempre muito escassas. Ele só sabe de duas coisas: não deixou que uma antiga profecia se concretizasse, e que possui em si uma magia que não sabe como controlar.
Os cílios escuros de Lucia tremulavam. Ela abriu os olhos e encarou Jonas.
- Que... que droga eu acabei de ver? - Jonas perguntou com a voz grossa. - Foi apenas um sonho? Ou foi uma visão do futuro?
- Você estava dentro da minha cabeça - ela sussurrou. - Como isso é possível?
- Eu... não sei.
Enquanto Jonas precisa lidar com sua magia recém descoberta, Cleo tenta entender o que aconteceu com Magnus, e também tentando se adaptar ao fato de que agora há um elementia dentro de si, lutando para assumir o controle. No mal fadado ritual executado pela mãe do Rei Gaius, coube a Cleo ser o novo corpo do Elementia da água. Mas, contrariando o desfecho esperado, ela ainda continuava ali, assim como Taran.


- Como esta se sentindo? - Amara perguntou, hesitante. - Não vi você o dia todo.- Estou bem o suficiente. - Cleo fechou a mão esquerda, que agora tinha o desenho de duas linhas onduladas paralelas, o símbolo da água. A última pessoa que havia compartilhado a marca tinha sido uma deusa.Mas Cleo não se sentia uma deusa. Ela se sentia uma garota de dezessete anos que não tinha dormido nata na noite anterior  depois de acordar assustada de um sono extremamente realista em que estava se afogando.
Amara, quando percebe que nada mais foi que um joguete nas mãos de Kyan, o Elementia do fogo, resolve retornar a Kraeshia onde será coroada imperatriz. Seus sonhos em relação à Tétrade são abandonados, mas seu coração parece ter ficado para trás. Apesar de casada com o Rei Sanguinário foi uma relés criada quem conseguiu, de fato, conquistar seu coração.

Após um instante, Amara abriu os olhos. Seu estômago se revirou. Nerissa Florens estava caminhando em sua direção.
A ex-criada da imperatriz e espiã secreta rebelde em tempo integral - secreta, pelo menos ate muito recentemente - parou diante dela.
Mai uma pessoa que Amara deveria evitar. 

Era o desfecho esperado, mas tudo aconteceu muito rápido. Mortes, acertos de contas, amadurecimentos de pontos de vistas de personagens. Pareceu aqueles finais de temporada de séries que estão prestes a serem canceladas, e os produtores resolvem todos os conflitos em um único episódio. Infelizmente, isso fez com que algumas passagens ficassem um pouco forçadas e previsíveis, e aquele clímax, que permeou toda a saga, acontecesse muito pouco.

Mesmo assim, enquanto saga, é uma história maravilhosa, bem escrita, envolvente, cheia de reviravoltas, magia, romance, lutas sangrentas, perdas terríveis e vitórias sofridas. Afora essa "apressada" no final, recomendo muito!

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segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Resenha: "Saga Três Luas - Livro 1 - Lua Azul" (Fred Oliveira)


Ilustrações de Arthur Pandeki

Sinopse: O universo está em perigo... Uma poderosa civilização monitora a relação entre o bem e o mal do universo, destruindo planetas inteiros sempre que o equilíbrio parece ameaçado. Para tal, observam uma incrível relíquia, chamada A Grande Balança, que se inclina sempre que um planeta precisa ser exterminado. E mais: a Terra, o Planeta Azul, é o próximo. Mas, muito tempo atrás, na Itália renascentista, Galileu e seus discípulos desenvolveram o que poderia ser a última esperança da raça humana: sete armas de extremo poder, confiadas a gerações e gerações de guerreiros habilidosos e comprometidos com a salvação do mundo. Essa história atravessará os séculos até chegar a Tóquio, no ano de 2064. Katsuma, um jovem de apenas dezesseis anos, receberá uma das grandes armas de Galileu e terá de lidar não apenas com os sentimentos e as descobertas de um adolescente comum, mas também com o peso da maior responsabilidade que um homem adulto poderia suportar: o de ser o herói de que a humanidade precisa para continuar existindo.

Fonte: Skoob

Por Eliel: Não sou um grande fã de livros de youtubers, mas Fred Oliveira fez um trabalho espetacular em criar a primeira Light Novel no Brasil. Esse gênero é muito popular em países asiáticos e suas principais características são os textos rápidos e cativantes.

Existe uma raça extraterrestre responsável pelo equilíbrio entre o bem e o mal do Universo, eles usam A Grande Balança que se inclina contra um planeta sempre que esse equilíbrio parece ser ameaçado. Para restabelecer essa relação eles destroem o planeta alvo. sinceramente, não sei quem deu autoridade e poder para que os habitantes de Hakai julgassem qual planeta merece tal fim.

- O fato de não saber fará você sair em busca de sabedoria. O fato de não entender fará você encontrar respostas verdadeiras.

A Terra é a próxima da lista desse povo cruel. Séculos atrás, Galileu criou, junto com seus discípulos, sete poderosas armas confiadas através das gerações a grandes guerreiros que protegeriam a Terra. Nossa aventura começa muitos anos depois em Tóquio no ano de 2064, Katsuma recebe uma dessas armas e com apenas 16 anos terá que se tornar um herói para a humanidade.

Katsuma é introduzido em um mundo fantástico que se quer imaginava que pudesse existir e nessa aventura ele vai descobrir segredos sobre sua vizinha por quem é apaixonado, Iyo. Outras personagens vão se juntar e formar uma equipe bem heterogênea: o nerd, o mascote, o atleta, entre outras personalidades típicas.

- Eu não quero mais ser salvo por você, pelo Red, ou mesmo pela dra. Murakami. Eu quero ser o cara que protege, só para variar um pouco, sabe?

Nosso protagonista passará por descobertas sobre suas responsabilidades como herói e como um jovem adulto amadurecendo. Toda a narrativa tem toques da jornada do herói que amarra super bem todas as passagens dessa primeira parte.

Nem bem terminei esse primeiro livro e já estou com aquele gostinho de quero mais. Que venha logo o volume dois, pois estou curioso como será feita a continuidade desse livro que me encantou. Não me lembro se já disse por aqui o quanto essa nova safra de autores nacionais têm me surpreendido, tem muita galera boa e logo vocês verão por aqui.


O livro conta com muitas ilustrações bem ao estilo mangá do Arthur Pandeki

E se você quiser conhecer um pouco mais do trabalho do Fred é só acompanhar o canal Anime Whatever no YouTube.

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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Resenha: "Laços" (Bianca Sousa)

Sinopse: Apesar da aparência frágil, Lívia é perigosa.
Aprisionada em uma torre por uma bruxa cheia de segredos e um passado obscuro, Lívia e ela estão mais entrelaçadas do que gostariam.



Contudo, a chegada de um misterioso caçador ao reino de Corvina pode pôr tudo a perder e trazer à tona medos e desejos há muito esquecidos.



"Não existem leis, somente 3 regras: Nunca brinque com a vida, a morte e o destino. Principalmente se eles estiverem de mãos dadas com o amor."
Fonte: Skoob



Por Eliel: Desde Eterna: O Som do Amor venho acompanhando de perto o trabalho de Bianca Sousa. O talento de contar ou recontar clássicos é inegável, além disso, o carinho e cuidado que ela tem com seus leitores e fãs é impressionante.


Aqui no Dear Book, pelas mãos da autora, romances impossíveis, fantasias sobrenaturais, músicas que são eternas, ballet clássico e agora ela nos apresenta Laços, uma narrativa que de inicio pode até parecer conhecida. Uma garota na torre, um príncipe, uma bruxa, se eu citar as tranças nem preciso dizer qual foi a fonte de inspiração; mas quando se trata de Bianca, nada é o que aparenta ser e é preciso ter um olhar mais apurado para entender as nuances do enredo.


O medo aprisiona mais do que qualquer força física ou o feitiço mais poderoso.

O plano de fundo é bem mais obscuro que os outros livros da autora, nele somos apresentados à Lívia, uma jovem vampira aprisionada no alto de uma torre por uma bruxa da floresta, Brianna. Temos ainda, Gabriel, um destemido caçador, e o Príncipe Felipe, herdeiro do trono de Corvina. Posso estar enganado, não enxerguei nenhum desses personagens como protagonista e antagonista, pois cada um tem seus próprios objetivos ao longo da história. Na verdade, pude enxergar como "protagonista" os laços que ligam essas personagens e a interação que elas tem ao lidar com as ações e reações de cada ato do presente ou passado.

Crescer sem saber sua origem deve ser uma das piores coisas que pode acontecer. Ser uma vampira presa em uma torre protegida por magia e não saber do seu passado e nem como foi transformada deve ser pior ainda. Essa é a vida que Lívia leva, atraindo pobres desavisados para suas refeições e seu único amigo é o Príncipe Felipe, com quem tem uma ligação telepática desde sempre.


O príncipe sofre quase que o mesmo que Lívia, vive confinado no Reino onde somente o Rei e seus criados sabem da sua situação como vampiro. Seus objetivos incluem destronar o cruel Rei e salvar Lívia das mãos de Brianna.

Brianna, a bruxa da Floresta, tem uma difícil relação com sua família e com sua ambição por poder. Ela não é uma personagem rasa e  de fácil compreensão, pois tudo o que ela fez e faz tem um objetivo muito maior do que podemos entender de imediato. Certas passagens trarão alguma identificação.

A vida e relação deles passa por uma transformação com a chegada de Gabriel à Corvina. A missão que o levou até esse reino vai embaralhar os laços dessa história e criar novos. Ao conhecer Lívia no alto da torre,  o amor surge como um passe de mágica e suas prioridades passam a incluir a liberdade de sua amada. Ele não medirá esforços para alcança-los.

Ele era caçador, mas filho de bruxa. "Como isso é possível?" Em seguida lembrou-se de que, embora toda fruta caísse perto da árvore, algumas caíam podres.

A Floresta é repleta de segredos e mistérios e você vai se amarrar nesse romance gótico que nos ensina uma importante lição sobre responsabilidade ao fazermos escolhas que envolvem o futuro, tanto o nosso quanto o dos que estão próximos.

Você encontra o último lançamento de Bianca Sousa na Amazon.


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segunda-feira, 19 de junho de 2017

[Novidades] Leandro Reis é agora Leandro Radrak + ebooks

Leandro Reis, autor da trilogia fantástica Legado Goldshine (resenhas) e Garras de Grifo (resenha), agora assumiu a alcunha Leandro Radrak e traz seus livros em formato digital!

O Legado Goldshine, Sombras da Morte e contos Fragmentos de Grinmelken já foram disponibilizados no catálogo Amazon-Radrak. Apenas Garras de Grifo está em espera. Veja abaixo links direcionados – e trechos de resenhas da Sheila!



Filhos de Galagah (resenha) – Senhor das Sombras (resenha) – Enelock (resenha) 
"Filhos de Galagah" possui personagens complexos, uma trama bem elaborada e uma linguagem simples que faz com que as páginas praticamente virem sozinhas. Para quem gosta de Literatura Fantástica, posso dizer que não deixa nada a desejar aos títulos estrangeiros, prendendo a atenção do leitor do início ao fim - e ficando com gosto de quero mais, claro, já que a trama não é resolvida no primeiro livro. Vale ainda destacar que as cenas de ação são muito bem escritas, numa narrativa que, apesar de descritiva, não cansa por não ser extensa, mas precisa. Por mais que a temática explorada seja muiiiiiiittto antiga e extensamente usada - a luta do Bem contra o Mal - Leandro consegue nos transportar à um mundo paralelo, onde o Bem e o Mal descritos podem quase ser sentidos, tocados ... Enfim, diálogos inteligentes, ação, aventura, drama e até mesmo um toque de humor em algumas passagens, fazem do Livro I da trilogia não só um livro muito bom, mas, na minha modesta opinião, memorável.

** 
Além de chamar atenção para a ação neste segundo volume, muito maior que no primeiro, iremos encontrar um grupo menos entrosado, com Iallanara aprofundando-se mais em seu conflito interno entre luz e trevas, e Galatea mostrando-se mais humana e sujeita a falhas. Enfim, Leandro Reis consegue construir uma miscelânea de personagens, diálogos, espaços, narrativas e conteúdo para leitor de Literatura Fantástica nenhum colocar defeito. E se você não é muito fã deste tipo de livro, mesmo assim recomendo ler. Realmente muito bom.

** 
Mas o mais importante, com um final que não deixa nada a desejar, nem muito previsível nem fora do contexto da trama, que emociona e faz a leitura da trilogia e o acompanhar da jornada de todos os personagens valer – e muito – a pena. Vale destacar também que todas as pontas soltas e dúvidas são explicadas, e até umas passagens que ficaram um tantinho “forçadas” nos outros livros, são revisitadas e ampliadas, não só explicando mas também justificando sua presença na trama. E para quem, assim como eu, ficou com um “gostinho de quero mais” pode dar uma olhadinha no blog do autor no conteúdo extra do mundo de Grinmelken aqui, o lugar onde se passa a história.

*em espera*


Este é um livro de ação e aventura, onde a honra acaba sempre ficando em primeiro lugar, na luta contra a ganância e a sede de poder. A narrativa de Leandro é brilhante, consegue descrever todas as cenas de forma a fazer com que nos sintamos transportados até as batalhas que as gêmeas terão de lutar – em grande parte do livro separadas – para resgatar seu povo. Mas preparem-se para lutas ruidosas, com muito sangue derramado, membros decepados, mas também planos ardilosos e reviravoltas surpreendentes. Ah, e para quem leu Legado Goldshine, teremos também a participação de um personagem muito querido do clã de Galatea – mas que não vou contar quem é para não estragar a surpresa! Enfim seja você fã de literatura fantástica ou não, é um livro que realmente vale a pena ser lido, arte e capa bem feitos, narrativa empolgante, estória bem construída e amarrada, sem pontas soltas. Recomendo!




A bruxa vermelha – A garganta do macaco – A dama inevitável –
Esperança corrompida – A dama noturna – A lenda de Remiel –
Dia de caçada – Alma de Dragão

Os livros digitais da Amazon podem ser lidos no celular, Tablet, computador ou dispositivo Kindle; basta baixar o Software Kindle na Play ou Apple Store, se cadastrar e começar a usar. Se você tem o Kindle Unlimmited, as leituras saem de graça!

Para acompanhar mais do autor, curta a página

Leandro “Radrak” Reis, mora em São José dos Campos-SP. Colecionador de espadas, trilhas sonoras e miniaturas, é fascinado pelas estórias de dragões, elfos e magia. Começou a escrever valendo-se de um cenário imaginário de nome Grinmelken, mundo que surgiu quando, há mais de uma década, imaginou suas paisagens e personagens pela primeira vez.

Inspirado por diversas referências, escreveu contos e criou lugares, personagens e sociedades, baseado em pesquisas, imaginação e muita discussão. Decidiu investir no meio literário em 2006, dedicando-se fortemente às comunidades e listas relacionadas à literatura especulativa.

Após oito anos publicando pela editora IDEA, passou para o conteúdo digital, focando a disponibilização de suas publicações na Amazon.


Até a próxima!

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Resenha: “O chamado da floresta” (Jossi Borges)

Por Kleris: Há muito tinha essa novelinha no kindle só a espera de um momentinho mais propício – quem já viu muitas de minhas resenhas, sabe que gosto de combinar leituras com “momento certo”. E foi certeiro! 
Mariana sempre desdenhara as velhas lendas de seus pais e avós sobre os seres encantados, visagens e assombrações das matas. Curupira, Saci, Iara, Boto... Tudo isso para ela não passava de simples folclore, contos lendários repassados de geração a geração ou velhas tradições indígenas. Seria apenas isso mesmo? O conto, ambientado numa propriedade rural dos anos 1950, traz à tona as belezas e a magia do folclore brasileiro, revivido em uma fantástica e idílica história de amor. (Skoob)


Pouco li literaturas com nosso folclore, então foi uma boa surpresa ter esse contato. O prólogo, então, foi outra grata surpresa, por trazer um cordel lindo.

[...]
Eu me aproximei do vulto
E murmurei em tom caipira
“Quem és tu? Por qual motivo
Tanto a fauna te admira?”
Ele disse: “eu sou lendário,
Eis meu nome, CURUPIRA”

Jossi coloca elementos muito conhecidos da literatura fantástica, porém, com um toque singelo, ingênuo e despretensioso. Geralmente se pensa no curupira como uma figura travessa e sempre tão à margem nas histórias. Jossi o coloca de maneira repaginada, o que é um bom conflito e arranjo para a trama.

De início não curti muito a protagonista, Mariana, mas aos poucos sua história foi me ganhando. Ela tinha sonhos para além da cidadezinha que morava, da roça, queria mais da vida, mais do que frívolas historietas para boi dormir... E por isso mesmo, negava-se a acreditar nelas, mesmo já tendo tido alguma espécie de experiência sobrenatural. Mariana havia escolhido não acreditar e permanecer no mundo “real”. Aos poucos, conforme a história anda, isso vai mudando na cabeça dela. 
Eu tinha passado a noite entre um sonho estranho e outro, no qual me via percorrendo as florestas da fazendo, correndo de alguma coisa. E ao mesmo tempo querendo que tal coisa me encontrasse. Eu não sabia o quê ou quem era. Então, no meio da madrugada, acordei com os assobios. 
Alguma coisa despertou em mim, uma ânsia, uma saudade, um desejo, como se eu sempre estivesse esperando por aquilo. Talvez mais do que esperara pelo príncipe encantado garboso da cidade grande.

Achei bacana que a Jossi não deixou de explorar outros conflitos, escolha que muitos contos por aí deixam a desejar. A corroborar, sua escrita é leve e serena, o que deixa a leiturinha um amorzinho para fim de noite, descanso e muitos sonhos. Vou com certeza atrás de mais textos dela – e já garanti alguns deles :)

Para acessar na Amazon, clique aqui.

Para outros textos da autora na Amazon, aqui.


Até a próxima!

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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Resenha: “Lagoena – O diamante de fogo” (Laísa Couto)

Por Kleris: O diamante de fogo é um segundo passeio rápido (o primeiro foi O lenhador, a bruxa e a lua cheia, que você pode ler aqui) na fantasiosa Terra Secreta, um livreto que traz um conto com um dos personagens que Rheita e Kiel encontraram no primeiro livro de Lagoena – O portal dos desejos. Como mencionei na resenha anterior (reveja aqui), O portal dos desejos foi de um verdadeiro tour e primeiro passo para os mistérios deste mundo que Laísa Couto bem criou, e em O diamante de Fogo, isso fica claro, aliás, claríssimo que o que Lagoena mais tem é história pra contar e Laísa, muito para escrever.

Neste spin-off em especial, o mago Zagut é intimado para uma aventura com o rei Amaz, cego em suas ambições. Desde o primeiro momento, a caçada pretensiosa por ouro parecia ser uma missão impossível e Zagut tentou de todas as maneiras avisar a Amaz o que aquele desejo intenso poderia trazer. Algo no fundo do mago, no entanto, lhe sussurrava que ele precisava ver o que havia por detrás deste tesouro. 
— Lamento, Amaz. Não posso fazer parte disso — Zagut passou a mão na testa úmida. Ao redor, Archotes nas paredes estalavam. — Você colocaria a vida dos seus homens em risco por mero capricho?
— É dever do rei para com seu povo desbravar aquelas montanhas, mago! Meus antepassados cometeram o erro de não pisar em cada solo de Lagoena.
— Esse erro se chama prudência, Amaz! – rebateu Zagut, agora encarando o homem que lhe falava às costas.

Em O diamante de fogo senti que Laísa manteve sua essência e estilo poético. Ao passo que adentramos Lagoena junto à comitiva do rei, nos embrenhamos novamente em questões de virtudes e vícios, ambições e equívocos. Zagut é um mago de sabedorias, que usa a experiência e conhecimento a seu favor, ao contrário de Amaz, que se deixa vencer fácil pela ganância e teimosia. Juntos eles funcionam bem, mas Zagut, intrigante que é, não entrega tudo de bandeja – o que pode ser muito bom para si e muito ruim para quem possa entrar em seu caminho. 
A escuridão condensava o ar e grudava na pele como pinche. Havia algo muito antigo sob aquelas montanhas, um segredo profundo, memórias que o passado consumiu durante dias e noites trevosas, o eco de um grito que há muito aconteceu. Ali era o silêncio estarrecedor que imperava como o único e verdadeiro rei, o murmúrio do rio já havia se perdido, agora só se escutavam o estalar dos próprios calcanhares.

Fico bastante impressionada como Laísa sabe nos colocar no lugar certo e oferecer, mesmo em tão poucas páginas, uma boa leitura imersiva. Ela tem uma capacidade caprichada e impecável de nos colocar dentro da ação, nos levando a uma visão estupenda do que se passa nas cenas. Gosto muito também de como ela conduz o mistério, como nos instiga e como deixa as pistas de uma maneira tão... despretensiosamente pretensiosa. Pra falar a verdade, nunca fui muito chegada no estilo da fantasia, mas não posso negar o quanto Lagoena tem esse “quê” de nos sugar tão facilmente. Imagino que não tenha leitor esse que passe por Lagoena e não fique encantado. 
— Vossa majestade precisa alertar seus homens; essa floresta é venenosa e com certeza as águas que passam por suas raízes também são, e alimentam seres famintos — alertou Zagut, os olhos perscrutando algum segredo na escuridão daquelas águas.
— Que tipo de criaturas? — perguntou Amaz, examinando o rio no alto de sua cabine, um pequeno compartimento sem muito luxo para um rei.
— As mais vis. — respondeu o mago, preocupado.
— Serpentes? Sereias? — Amaz riu. — Vamos, mago, esse lugar é muito quieto para oferecer algum perigo.
— É o silêncio que deve temer. [...]

Como prometido pela autora, o conto veio com uma pegada mais dark, explorando o outro lado dos personagens de Lagoena – Zagut, então, parece ter mais de dois lados para se contar. Achei interessante como o conto parece ser maior do que é. Em 22 páginas (curtíssimo!), Laísa fecha essa pequena trama com ares de suspense para qualquer curioso confabular. Embora a historieta seja bem enxuta, em nada diminui as pistas que Laísa jorra pelas páginas. Ler sobre certa chave me faz querer reviver tudo com Rheita e Kiel.
— Tem certeza de que é seguro?— Vossa majestade deveria saber que essa jornada pode ser tudo, menos segura.
Li O diamante de fogo em versão impressa (fanzine), um mimo que a autora distribuiu em um encontro especialíssimo no Clube do Livro Maranhão (veja mais aqui sobre o #LagoenaDay) e boatos fortíssimos que Laísa vai publicá-lo na Amazon até o fim do ano. Ficamos na espera! 

E para quem não sabe, Lagoena saiu da Editora Draco e pretende vir com tudo em futuro próximo. Saca a nova arte que a Laísa vem preparando: 



Ah! E não deixem de escutar uma entrevista com a autora lá no CabulosoCast <3 Rolou um bate-papo surpresa (aqui) bem bacana com impressões de leitores sobre O portal dos desejos – tem partes com e sem spoilers e com avisos pra você não se preocupar. Vale muito a pena!

Preciso dizer? Recomendadísssssimo :)

Espero que tenham gostado e voltem aqui assim que lerem os contos de Lagoena. 
— Você e seus segredos, Zagut.
— O que seria de um homem se não fossem seus segredos? Apenas um corpo sem alma — refletiu o mago, absorto em seus pensamentos.


Até a próxima! 

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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Resenha: "Maré Congelada" (Morgan Rhodes)

Por Sheila: E ai galerinha, tudo ok com vocês? Para quem acompanha as postagens e resenhas do blog deve saber que estamos acompanhando - com MUITO entusiasmo - a série "A queda dos Reinos", que iniciou com livro contendo esse mesmo titulo.

Vou deixar para vocês os links das resenhas anteriores e, como eu sempre aviso, se você não leu os mesmo, a partir daqui é inevitável que tenhamos alguns spoilers.


E continuamos a partir daqui com Maré congelada. Só relembrando:

- A história se passa em Mítica, que é dividida em três reinos, Limeros, Paelsia e Auranos.

- Limeros e Paelsia são reinos em decadência, que veem em uma discussão entre jovens que acabou muito mal um motivo para invadir a próspera Auranos.

- O rei de Limeros, Gaius Damora, na verdade esta seguindo as orientações de uma Vigilante.

- Vigilantes são seres míticos que detém poder incomensurável, sendo que todos os passos do rei Gaius são na verdade uma forma de encobrir sua caça à tétrade, que são quatro cristais que supostamente contém magia.

- A princesa Cleiona, unica sobrevivente da família à invasão de seu reino, Auranos, é obrigada a se casar com Magnus, principe de Limeros, a fim de consolidar uma aliança política.

- Lúcia é a irmã adotiva por quem Magnus viveu muitos anos secretamente apaixonado, uma grande feiticeira que veio cumprir uma profecia.

- Jonas é um rebelde Paelsiano, que começa a história matando por vingança, e agora busca aliados para restaurar a justiça nos três reinos.


Em a "A ascensão das trevas" terminamos com uma história eletrizante: Ioannes morto, Melenia morta por Lúcia, a descoberta de que a Tétrade na verdade não eram simples pedras, mas que haviam seres, deuses presos dentro das mesmas e Kyan, o Deus do fogo, liberto e em busca de vingança junto com Lúcia.

Magnus havia salvo Cleo de uma execução, mesmo sabendo que, para seu pai, a traição equivalia à morte. Amara, a princesa Kraeshiana, havia matado seu irmão Ashur e roubado de Cleo e Magnus o cristal da água, voltando para Kraeshia com a certeza de ter sentenciado os dois à morte.

Diante dessa explosão de acontecimentos do último livro, devo confessar que esta continuação foi boa, mas um tanto quanto morna. Magnus voltou à sua eterna dualidade yin yang, não-se-se-sou-mau-ou-não. A punição por sua suposta traição foi adiada, já que o rei Gaius, agora de posse da tétrade do ar, levado à ele por Félix, resolve viajar para Kraeshia na tentativa de estabelecer uma aliança.

Lucia e Kyan ficam só vagando por mítica, em busca de uma forma de chegar ao santuário e acabar com os vigilantes, única forma de Kyan garantir que nunca mais terá sua forma aprisionada em um cristal por nenhum imortal.

Jonas já não pode mais ser chamado de líder rebelde, visto que não há mais rebeldes a liderar. Esta à beira da morte apesar da intervenção de uma vigilante exilada em seu auxílio na batalha travada no livro anterior, e suas tentativas de matar o Rei Gaius seguem sendo frustradas.

É somente do meio para o fim que o livro começa a ganhar uma cadência mais acelerada, e que acontecimentos de fato relevantes começam a surgir na história, fazendo-nos ansiar por cada novo acontecimento, cada novo capítulo.

Este é o quarto livro de uma coleção de seis, logo, ficarei eu aqui mais uma vez ansiosa pela continuação e, claro, desfecho desse épico sobre magia, poder e desolação. Recomendo!

Abraços e até a próxima!

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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Resenha: "A Ascensão das Trevas (Morgan Rhodes)

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Trago a vocês hoje a continuação de "A primavera Rebelde", da sequência iniciada com "A queda dos Reinos". Você pode conferir as resenhas anteriores feitas por euzinha aqui no Dear Book aqui e aqui.

Como esta é uma sequência de livros, ao falar do terceiro é inevitável que alguns spoilers dos livros anteriores acabem surgindo, assim àqueles que não gostam de saber de antemão de detalhes da história recomendo parar por aqui.

Aos que prosseguem vamos lá. A primavera Rebelde nos fez terminar a leitura com um gostinho ácido na boca. Ao invés de uma "primavera" o que vemos é um caos rebelde. Ações mal planejadas, planos que não dão certo, dor, morte e sofrimento.

Lysandra estava presa com o irmão no aguardo de sua execução, Cleo continua encarcerada pelos Damora, e uma amizade improvável estava se formando entre Cleo e Lúcia, perdida e sem conseguir controlar bem seus poderes.

Muita coisa aconteceu. Mas nada aconteceu realmente em "A Primavera rebelde", me fazendo ansiar por um pouco mais de ação em "A Ascensão das Trevas". E, ok, já adianto que não fiquei decepcionada não. No início do livro, vamos encontrar Jonas com seus arrependimentos, e o que lhe restou de seus rebeldes.

Além dele, Rufus foi o único rebelde que apareceu no ponto de encontro naquela manhã. Jonas o encontrara ali parado, com lágrimas escorrendo pelo rosto sujo, tremendo de medo e divagando sobre fogo mágico, bruxas e feitiçaria.
Apenas dois, de quarenta e sete, restaram. Tinha sido uma derrota avassaladora em diversos aspectos, e, se Jonas pensasse muito sobre isso, ficava cego e paralisado pelos sentimentos de culpa e luto.
Seus planos. Suas ordens.
Sua culpa.
De novo.
Cleo continuou tentando aproximar-se da princesa Lúcia e a fingir cordialidade e aceitação aos Damora, sempre arquitetando secretamente uma forma de se vingar e retomar o reino que lhe foi brutalmente retirado pelo Rei Gaius, o temido Rei Sanguinário. De posse da informação de que Lucia é uma forte feiticeira, começa a acreditar na lenda da tétrade e acreditar que será achando-a que poderá reconquistar tudo que perdeu.

Magnus continua uma bagunça; ele é bom ou mal como o pai?  Ele venera o pai ou quer destruí-lo? Ele quer Lúcia, a irmã de criação que o rejeitou, Amara, a princesa Kraeshiana que surgiu em "visita, ou esta começando a sentir alguma coisa por sua esposa de mentirinha, a princesa Cleiona?

- Sua opinião é irrelevante para mim princesa.
- Você é todas essas coisas. - Ela assentiu como se concordasse consigo mesma. - Mas quanto mais penso a respeito, mais você se torna um enigma. Ontem foi apenas mais um exemplo. Antes disso teve a oportunidade de me expor como espiã ao seu pai, mas não fez nada. Podia ter deixado aquele rapaz me esfaquear em Limeros, mas o impediu. Você me defendeu quando Aron expôs a perda de minha castidade. Caso contrário, o rei teria me expulsado. E não contou sobre a adaga nupcial que o principe Ashur me deu.
Cleo falava como se ele tivesse feito aquelas coisas de proposito para ajuda-la.
- Esta imaginando gentilezas onde não existem.

Já Lúcia parece estar finalmente superando sua insegurança em relação à própria magia ... ou será que a magia vem apropriando-se de seu ser, tornando-a uma jovem egocêntrica e fervilhante pelo sentimento de poder absoluto?

Em "A Ascensão das trevas" vemos uma frenética caça ao "tesouro" das tétrades, a chegada de novos personagens de fora de Mítica, alianças improváveis, amores impossíveis, reviravoltas sem fim. Pessoas a beira da morte praticamente ressuscitadas, pessoas que num parágrafo estavam ali e em outro tinham sido simplesmente varridas para fora da trama de Rhodes.

Confesso que fiquei impressionada e looouuuucaaaa pela continuação. Se recomendo? Não só recomendo, como espero ansiosa por pessoas para discutir esse final!

Abraços e até a próxima.

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sexta-feira, 6 de maio de 2016

Resenha: "Abner e a história (ainda) não escrita" (Daniel Wu)


Por Kleris: Que projeto mais <333, mia gente! Assim que bati o olho na história de Abner, deu aquele good feeling de novo. Quando comecei a ler, ainda ano passado, a publicação do projeto estava mais ou menos pelo meio – e quem acompanha nossa page pôde ver que divulgamos o trabalho do Wu (também conhecido como Dnepwu) – mas, por andanças da vida, parei a leitura e voltei a ela já quando estava finalizada. Agora volto a indicar essa leitura, porque, de tão é excelente que é, merece ser lida, relida e espalhada!


Mas, Kleris, é um projeto ou é um livro?

Vamos considerar que é uma história, uma literatura (ilustrada) publicada numa plataforma incomum para tramas semelhantes (acho?) e que foi desenvolvida pelo roteirista e ilustrador Wu. A plataforma? Facebook! A surpresa não para por aí, pois a história funciona ao estilo livro-jogo, em que você faz escolhas e é levado para outros lados da aventura. Isso sem falar que tem personagens interagindo com a gente nas postagens e comentários. Todos esses pontos diferenciais super funcionam e agregam mais valor à saga. É tudo tão organizadinho, gente :) Fiquei encantada demais! 

Em Abner e a história (ainda) não escrita, Abner é um garoto que acaba de passar, mais uma vez, por uma rejeição. Acontece que ele tem uma mancha de nascença que lhe cobre parte do rosto e isto se revela motivo para muitas maldades gratuitas das pessoas ao seu redor. Além disso, ele carrega uma culpa ao peito por conta de um acontecimento na família. Não vendo outra solução, ele se refugia numa lata de lixo para fugir de uns bullys e lá por acaso conhece uma mosca... que conversa com ele e propõe a ajudá-lo. Então a Mosca seletora encaminha o garoto para um universo onde parece haver esperança para esse seu problema. A partir daí, Abner segue caminhos incertos – ou melhor, nós – em busca da “cura”: 
— Vamos ao que interessa: eu sei como te ajudar.
— Mas você nem me conhece…
— Conheço o seu tipo. Você não é tão raro quanto pensa.
— Agora vá atrás de uma lágrima de Mégora.
— Lágrima do quê?
— De Mégora! Esta mancha te deixa surdo também? Aliás, você não está mais no seu mundo.
— Isso vai tirar essa mancha da minha cara?! — gritou Abner, mas Mosca já havia sumido. O que é muito fácil de se fazer quando se é uma mosca.

O que Daniel construiu foi uma história muito rica. A ambientação, os detalhes, as ilustrações, os trechos em destaque, tudo um primor só. A trama e os conflitos também não deixam nada a desejar, estão bem conciliados. O autor vira e mexe muito nessa questão da aceitação e das escolhas. Na verdade, Abner e a história (ainda) não escrita respira escolhas. 
Os três acenaram. Eram, respectivamente, um brutamontes meio lagosta, um pinguim e uma mulher oriental metade carpa. Capitão Barão virou-se para Golda.
— Você será a Maruja, a princesa! E você... Ora, nenhum pirata é mais pirata do que alguém que já nasceu com um tapa-olho! Você será o Pirata, o lorde! Agora, todos a bordo do nosso navio – a Orca!
O cogumelo abriu os olhos lentamente e sorriu simpática.
— Vamos! Os perigosos perigos do Mar Alto nos aguardam!
— Perigosos perigos? – disse Abner — Não tem um outro caminho?
— Até tem, mas se não navegarmos rumo aos nossos medos, seremos sempre medrosos. Vamos, Pirata, o lorde! Para a Ilha Perfeita!

O que não falta é personagem para dar o ar da graça – alguns, como mencionei acima, até comentam comentários de leitores. Eles são um conjunto heterogêneo de seres bem interessantes, como podemos ver: água-morta-vivas, piranhas vegetarianas, mulheres camarão, caranguejo bigodudo, camelos urubus, mula-marinha... Rola até Lampião e Seu Lunga! Minha fase favorita foi justo essa do cagaçoeste :) 
— Não foi always assim. Era uma cidade normal, happy até. But then, veio o Fardo e nobody mais quis sair da city com medo dos coletores farejarem a culpa.
— Os coletores farejam culpa?
Ela deu a volta no balcão, rebolando o corpo inteiro, e continuou:
— Oxe, tu não sabe? Everybody se culpa pelo que aconteceu com Mégora. Os coletores sugam essa culpa e levam até ela. Por isso todo mundo ficou bem escondido here, dependendo do Seu Lunga, o xerife pra tudo. Of course que ele não dá conta, daí foi que todo caboclo da cidade ficou arredio. E a chuva stoped. De repente. Mas eu e my girls estamos aqui para desestressá-los. If you know what I mean.

E as referências? Muita tiradinha, perspicácia e até conspiração. Wu faz um redemoinho delas, vez e outra quebrando um clichê ou retomando um em suas intervenções... Há sempre um toque sobre algo ser real ou duvidoso. Dá aquele feel de que é uma animação pra criança, mas são os jovens e os adultos que realmente pegam a sacada.

Abner e a história (ainda) não escrita me impressionou bastante em toda a desenvoltura. Quantos caminhos! Quanta criatividade! E quanta curiosidade de espiar os outros lados da história hehehe – num minto, na segunda leitura, resolvi perambular por outras trilhas.

Para ler, você pode acompanhar os capítulos (são 18) conforme a página (e a trama) te direciona. Há ainda a opção de ler no celular, sem perda alguma de conteúdo – já li das duas maneiras, tá tudo certo ;) Os caminhos são múltiplos, sempre divididos por cores, e às vezes calham de dar de encontro; é tudo muito ágil. No mais, lá e acolá o autor precisa dar só uma pincelada na revisãozinha de texto, que nem incomoda assim.

visualização de capítulo na page (clique para ver melhor)

Para acessar, curta e leia aqui: 

Recomendadíiiiiiiiiissimo a quem procura uma jornada de herói cômica e misturada, de literatura fantástica, fantasia, aventuras nonsenses e ambientação a uma plataforma diferenciada. Deixem-se surpreender pelo trabalho do Wu!

 

Mas a forma com que se lida com as consequências da sua escolha, isso é bem revelador. 

Conheça outros trabalhos e mídias do Dnepwu



Até a próxima!

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Ana Liberato