segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Resenha: "Celular" (Stephen King)

Tradução: Fabiano Morais


Por Sheila: Oi pessoas do meu coração! Alô Alô kingmaníacos! Chegando nas livrarias agora em agosto pela nossa querida, AMADA, Suma de Letras, a nova edição de Celular!

Com essa nova capa linda, cheia de estilhaços, como se fosse uma tela de celular quebrada, vem engrandecer nossa coleção seguindo o design que a Suma vem criando para todos os lançamentos do mestre. 

Para quem ainda não conhece a história, somos apresentados no início a Clay Riddel, um escritor de histórias em quadrinhos que está muito feliz indo tomar um sorvete. Clay vem há muito tempo tentando vender seus livros de histórias em quadrinhos e, finalmente, havia conseguido. E é justamente nesse momento que nota que algo estranho esta acontecendo com as pessoas.

Então Clay escutou outro grito do Common, e daquela vez não era humano, mas algo entre um latido de surpresa e um uivo de dor. Ele se virou para olhar e viu o cachorro que estivera correndo com o frisbee na boca. Era um cão marrom de bom porte, talvez um labrador. Ele não entendia muito de cachorros; quando precisava desenhar um, copiava a gravura de algum livro. Um homem de terno e gravata estava ajoelhado ao lado do cão, e parecia estar —com certeza não estou vendo o que acho que estou vendo —mastigando a orelha dele. Então o cachorro uivou novamente e tentou se desvencilhar. O homem de terno o segurou firme e, sim, estava com a orelha do cão na boca e, enquanto Clay continuava a olhar, ele a arrancou do lado da cabeça do animal. Desta vez, o cão soltou um grito quase humano, e vários patos que estavam flutuando em uma lagoa próxima alçaram voo grasnindo.
Num evento mundial que mais tarde viria a ser chamado de Pulso, todas as pessoas que estavam ligadas a um telefone celular numa determinada hora foram afetados. As pessoas simplesmente enlouqueceram passando a atacar e matar todos ao seu redor. O caos se instaura, com carros batendo, aviões caindo e pessoas atacando umas as outras.

Clay, que tem apenas seu portfólio, agora sem mais nenhum valor, para se defender, acaba salvando de um ataque Tom McCourty, com quem resolve fugir e procurar por abrigo em um prédio. Lá eles irão encontrar outra sobrevivente, uma menina de 15 anos chamada Alice Maxwell, e irão esperar pela intervenção das autoridades, ou por alguma explicação do que diabos esta acontecendo com o mundo.

—Jesus Cristo —repetiu a voz branda do lado direito de Clay. Ele se virou e viu um homem baixinho com cabelo preto ralo, bigodinho da mesma cor e óculos com armação dourada. —O que está acontecendo? —Não sei —respondeu Clay. Era difícil falar. Muito difícil. Ele sentiu que estava quase empurrando as palavras para fora. Imaginou que fosse o choque. Do outro lado da rua, pessoas corriam, algumas saíam de dentro do Four Seasons, outras do ônibus de turismo acidentado. Enquanto ele observava, um sobrevivente do ônibus colidiu com um dos que escaparam do hotel, e ambos se espatifaram na calçada. Clay teve tempo de se perguntar se estava enlouquecendo e se aquilo tudo não seria uma alucinação dele em algum manicômio. Juniper Hill, na região de Augusta, talvez, entre injeções de Torazina. —O cara no caminhão de sorvete disse que talvez fossem terroristas. —Não estou vendo homens armados —disse o baixinho de bigode. —Nem gente com bombas amarradas nas costas. Clay também não, mas ele olhou para a sacola de compras da PEQUENOS TESOUROS e o portfólio na calçada, e viu que o sangue da garganta aberta da Mulher do Terninho Executivo —meu Deus, pensou, tanto sangue.
Quando por fim eles percebem que toda a ordem no mundo que conheciam se foi, e que estão por conta própria, a única preocupação de Clay é encontrar seu filho  e descobrir se ele esta bem. Acompanhado pelos seus dois novos companheiros, eles logo descobrem que, após o primeiro ataque de fúria, as pessoas atingidas começam a adotar comportamentos, digamos singulares. Quase como se estivessem evoluindo.

Agora, eles terão de aprender as novas regras da sociedade pós Pulso, se quiserem sobreviver para ver o nascer do próximo dia e, quem sabe, conseguirem achar o filho de Clay e sua ex-esposa ainda vivos e esperando por ele.

Celular é um livro brutal, pesado, onde a tecnologia se vira contra a humanidade, e há a todo momento o questionamento de qual a nossa responsabilidade ao a utilizarmos de forma indiscriminada. Como sempre, o destaque para os livros do King são a forma como consegue nos mostrar que não há monstro maior que o próprio ser humano, e sua capacidade ilimitada para encontrar formas de ferir o outro.

Mas, em contraponto, também sempre há as pessoas que, mesmo em meio ao caos, continuam fiéis às suas convicções de moral e civilidade, mesmo que a civilização como a conhecemos praticamente já não mais exista.

Aos Kingmaníacos, leitura obrigatória. Super recomendo!

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Ana Liberato