sexta-feira, 29 de maio de 2020

Resenha: "Teto para dois" (Beth O'leary)


Tradução de Carolina Selvatici

Por Thaís Inocêncio: Tiffy terminou um relacionamento e saiu da casa do ex-namorado. Agora, ela precisa de um lugar barato para morar. 

Leon trabalha como enfermeiro no turno da noite e precisa de dinheiro para ajudar o irmão, que está com problemas. Então, ele resolve procurar alguém pra dividir o apartamento – ou melhor, a cama, porque só tem uma.

O plano é simples: encontrar uma pessoa que trabalhe durante o dia e só fique no apartamento à noite, quando ele está fora. Desse modo, eles podem usar a mesma cama e nem precisam se encontrar. É assim que Tiffy e Leon passam a morar “juntos”. 

Todo o trâmite da locação é feito entre Tiffy e a namorada de Leon, então ela nem o conhece pessoalmente. Por isso, eles passam a tratar de questões cotidianas via post-its espalhados pela casa. Aos poucos, essa comunicação evolui e o plano inicial de dividir a cama já não parece mais tão simples. 

Esse livro consegue ser fofo e sério ao mesmo tempo. Os capítulos são alternados entre os protagonistas e, assim, conhecemos a fundo o encantador Leon e a divertida Tiffy (que também é muito colorida – ela lembra a Lou, de "Como eu era antes de você").

"Bom, como o quarto vai estar?
Entro, intrépido. Solto um grito estrangulado. Parece que alguém vomitou arco-íris e estampas, cobrindo toda a superfície cm cores que nunca estariam juntas na natureza. Cobertor horrível e comido por traças em cima da cama. Uma enorme máquina de costura vege ocupa quase a escrivaninha toda. E roupas... roupas em todos os cantos."

Além do romance, a autora consegue tratar de assuntos necessários e atuais, como o relacionamento abusivo. E ela faz isso de modo muito responsável, esmiuçando a maneira como ele surge e se desenvolve, demonstrando como vítima é manipulada nesses casos e evidenciando a importância de se ter não só uma rede de apoio, mas ajuda profissional para superar os traumas que ele deixa.

"— Eu... me lembro de ser muito feliz com ele. Além de ser, tipo, infeliz pra cacete."

Achei interesse a maneira como a autora constrói pessoas "normais", que fogem do que é considerado padrão de beleza e são lindas na essência. A Tiffy é descrita como uma mulher de "grandes proporções" e Leon é pardo, magro e tem orelhas de abano. As personagens secundárias também são muito bem apresentadas e cativam o leitor, como os amigos da Tiffy, os pacientes do hospital onde Leon trabalho e o irmão dele, Richie (por quem estou apaixonada). A escrita é tão gostosa e a leitura é tão interessante que fica difícil não devorar o livro em poucos dias.

"Sempre vale a pena atravessar as portas."

Até a próxima, galera!
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segunda-feira, 25 de maio de 2020

Resenha: "Ligeiramente Casados" (Mary Balogh)




Tradução: Ana Rodrigues

Sinopse: À beira da morte, o capitão Percival Morris fez um último pedido a seu oficial superior: que ele levasse a notícia de seu falecimento a sua irmã e que a protegesse – "Custe o que custar!". Quando o honrado coronel lorde Aidan Bedwyn chega ao Solar Ringwood para cumprir sua promessa, encontra uma propriedade próspera, administrada por Eve, uma jovem generosa e independente que não quer a proteção de homem nenhum. Porém Aidan descobre que, por causa da morte prematura do irmão, Eve perderá sua fortuna e será despejada, junto com todas as pessoas que dependem dela... a menos que cumpra uma condição deixada no testamento do pai: casar-se antes do primeiro aniversário da morte dele – o que acontecerá em quatro dias. Fiel à sua promessa, o lorde propõe um casamento de conveniência para que a jovem mantenha sua herança. Após a cerimônia, ela poderá voltar para sua vida no campo e ele, para sua carreira militar. Só que o duque de Bewcastle, irmão mais velho do coronel, descobre que Aidan se casou e exige que a nova Bedwyn seja devidamente apresentada à rainha. Então os poucos dias em que ficariam juntos se transformam em semanas, até que eles começam a imaginar como seria não estarem apenas ligeiramente casados... Nesse primeiro livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos apresenta à família que conhece o luxo e o poder tão bem quanto a paixão e a ousadia. São quatro irmãos e duas irmãs que, em busca do amor, beiram o escândalo – e seduzem a cada página. "Mary Balogh começa esta série de seis livros com um casamento de conveniência entre dois dos personagens mais autossuficientes que já conheci. É uma alegria acompanhá-los na descoberta de que podem, sim, precisar de outra pessoa." – Rakehell Reviews

Por Jayne Cordeiro: "Ligeiramente Casados" é o primeiro livro da série Os bedwyns, da autora Mary Balogh. Não é uma série nova aqui no Brasil, mas ficou anos na minha estante sem que eu lesse, até que a série caiu como escolha em grupo de leitura coletiva, e aqui estamos nós. Não é nenhuma novidade que sou apaixonada por romances de época, e ainda mais quando tem uma série que envolve membros de uma mesma família. E é o que vemos aqui, e não qualquet família, mas uma que representa um ducado.

E também não é novidade que eu adoro romance, em que o casal casa logo e precisa de adaptar a vida de casados. E pelo nome do livro, já dá para ver que é isso que acontece. No começo fiquei com receio de não gostar do livro, por Aidan ser mais sério e  reservado. E não tive um primeiro contato divertido com os Bedwyns,  quanto li o livro predecessor da série, Um Verão inesquecível,  mas até que gostei da família como um todo.

Este livro é divertido, apesar de não acontecer de uma forma tão escancarada. Ele consegue prender o leitor até o final, e cria personagens muito interessantes, complexos, com várias camadas, então você nunca pode ter certeza do que dirão ou farão. Adorei Aidan e Eve, como eles foram maduros,  realistas, mas sem deixar o romance de fora da história. E se no começo, eu achei que o livro seria fraco, isso mudou do meio para o final.

É um ótimo inicio para a série, e conseguiu dar um belo panorama de todos os Bedwyns. Tem todas as qualidades esperadas de um romance de época e já dá vontade de correr para o próximo livro sa série, que pela sinopse, promete ser muito bom.


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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Resenha: "Um lugar só nosso" (Maurene Goo)

Tradução de Lígia Azevedo

Sinopse: Lucky é uma jovem estrela do K-pop. Talentosa e cheia de determinação, tem como próximo objetivo expandir sua carreira para o ocidente, e um passo importante para isso está prestes a acontecer: ela vai participar do programa norte americano Later Tonight Show, alguns dias depois do último show de sua turnê, em Hong Kong. O problema é que, por mais que tenha o mundo ao seus pés, Lucky ainda tem dúvidas de que essa é a vida que realmente deseja.
Jack está em seu ano sabático, entre o fim do colégio e o início da faculdade - ou, pelo menos, é o que ele diz para a família. Apaixonado por fotografia, tudo o que deseja é entrar em um curso de artes, mas não sabe como contar isso aos seus pais. Para conseguir se sustentar, faz bicos como paparazzo para um tabloide sensacionalista, e quando conhece Lucky tem o maior furo que poderia desejar bem à sua frente.
Durante um fim de semana em que fingem ser outras pessoas, Lucky e Jack vão descobrir mais sobre si mesmos do que imaginavam – e viver um romance digno de uma canção de sucesso.

Por Stephanie: Não é sempre que eu fico com vontade de ler uma história levinha, mas devido ao momento que estamos passando, isso vem acontecendo com maior frequência. Portanto, quando vi esse lançamento da Editora Seguinte, logo me interessei, e fico feliz por ter encontrado exatamente o que esperava.

A história se desenvolve majoritariamente em um período de dois dias, em que Lucky, uma cantora de k-pop, e Jack, um aspirante a fotógrafo que faz bicos como paparazzo, se conhecem e embarcam em uma aventura cheia de romance e momentos fofos.

Não conheço muito da cultura sul-coreana, principalmente em relação à música, mas acredito que nesse quesito, Lucky foi muito bem apresentada. Maurene Goo soube falar do lado obscuro da indústria com delicadeza, fazendo críticas mas sem se aprofundar ao ponto de deixar a história muito pesada. Lucky, além de todas as pressões que sofre por parte da gravadora, também sofre de ansiedade, e também acho que esse aspecto foi abordado de maneira responsável pela autora.

Quem disse que uma vida boa não pode incluir algum egoísmo?

Jack é um mocinho bastante convincente. Não chega a ser bad boy, mas também não é bobo. Independente e sonhador, gostei de ler sobre seus dilemas familiares e em relação à sua carreira. Mais uma vez, Maurene abordou a cultura asiática familiar (como as exigências dos pais de Jack) de forma tranquila e bem verossímil.

Todo o desenvolvimento do enredo, como é de se esperar, bebe bastante da fonte dos romances clichês. Porém, como aqui há protagonistas asiáticos e uma ambientação diferenciada, a história recebe ares de novidade, o que foi um dos pontos altos pra mim. Só eu sei o tanto que salivei com as descrições de comidas, hahaha!

Meu único ponto negativo é o fato de eu não ter me conectado tanto assim com os personagens. Eu os compreendi e senti empatia por eles, mas não sofri junto, sabe? Queria ter me sentido mais próxima deles.

Éramos como as estrelas quando vistas da Terra – uma lembrança de algo que já encontrara seu fim.

Fica então a minha recomendação para todos que gostam ou que estão à procura de uma leitura leve e gostosa!

Até a próxima, pessoal :)

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segunda-feira, 18 de maio de 2020

Resenha: "Função CEO - A Descoberta do Prazer" (Tatiana Amaral)


Sinopse: Não precisou mais do que um olhar para que entendesse que não tinha mais volta. Ela pertenceria a ele. Quando Melissa Simon iniciou o estágio como substituta da secretária executiva do CEO do grupo empresarial C&H Medical Systems, nunca imaginou no que estava se metendo. Robert Carter, líder e maior autoridade dentro da empresa seria o seu chefe. Não bastou mais do que um olhar para que Melissa entendesse que não tinha mais volta. Ela pertenceria a ele. Mas não sabia o que encontraria pela frente. Robert Carter é o chefe e ele estará no comando. Melissa Simon é a estagiária e estará disposta a obedecer às regras. Juntos eles descobrirão que sexo, prazer e amor, nunca mais serão a mesma coisa. Um jogo intrigante de sedução e descobertas, onde o amor é a única carta proibida. A entrega impensada a prazeres nunca antes sentidos e a certeza de que nada mais será como antes.

Por Jayne Cordeiro: "A Descoberta do Prazer" é o primeiro livro da trilogia Função CEO, que não é uma obra nova, mas que agora  tive a chance de ler. No começo fiquei achando que não gostaria do livro, porque não conseguia me apegar a história, não ficava instigada a continuar. Mas na medida em que continuei lendo e dando a oportunidade,  eu comecei a ficar curiosa e o livro começou a fluir melhor. Talvez  culpa tenha sido da dinâmica entre o casal, com Robert sendo muito grosso em um momento e sedutor em outro, e com a Melissa também puxando e soltando do outro lado. Mas depois que eles deixaram cair suas barreiras iniciais, a coisa ficou bem melhor.

Isso não quer dizer que ficou tudo um amor entre eles. Na verdade, ficou uma dinâmica bem interessante, porque Melissa fica sempre se questionando sobre entrar em um relacionamento com um homem casado, que está uma relação obrigatória, e cheia de raiva e desgosto com a esposa. E do lado de Robert, vemos como ele se envolve com a Melissa, mas ainda está preso em uma guerra fria com a esposa. E nesse ponto temos um mistério que prende o leitor: qual o acordo entre Robert e Tanya? O que o obriga  continuar casado e qual é o objetivo dos planos que um tem contra o outro? São perguntas que tanto Melissa, quanto o leitor possuem.

O livro é grande, mas a história não é monótona. Robert é muito mandão e quer as coisas do jeito dele, mas Melissa não aceita tudo sem pelo menos lutar um pouco contra. Não há um ápice na história desse livro, porque acho que ele funciona muito mais como uma introdução de todo o contexto e do inicio do romance entre os dois. Ele deixa várias questões em aberto, que incentivam a ler o próximo livro. No geral, o enredo é bom, a forma como a autora escreve é bem realista, e o leitor se irrita, diverte e questiona junto com os personagens. Para quem gosta do gênero  romance erótico, este é um bom livro para colocar na lista de leitura.



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sexta-feira, 15 de maio de 2020

Resenha: "Codinome Villanelle - Killing Eve #1" (Luke Jennings)

Tradução de Leonardo Alves

Sinopse: O surpreendente thriller que deu origem à série de sucesso Killing Eve, um drama de espionagem diferente de tudo o que você já viu.

Villanelle (um codinome, é claro) é uma das assassinas mais habilidosas do mundo. Uma psicopata hedonista, que ama sua vida de luxo acima de quase qualquer coisa... menos a emoção da caçada. Especializada em matar as pessoas mais ricas e poderosas do mundo, Villanelle é encarregada de aniquilar um influente político russo, e acaba com uma inimiga determinada em seu encalço.
Eve Polastri é uma ex-funcionária do serviço secreto inglês, agora contratada pela agência de segurança nacional para uma tarefa peculiar: identificar e capturar a assassina responsável e aqueles que a contrataram. Apesar de levar uma vida tranquila e comum, Eve possui uma inteligência rápida e aguçada – e aceita a missão.
Assim começa uma perseguição através do globo, cruzando com governos corruptos e poderosas organizações criminosas, para culminar em um confronto do qual nenhuma das duas poderá sair ilesa. Codinome Villanelle é um thriller veloz, sensual e emocionante, que traz uma nova voz à ficção internacional.

Por Stephanie: Me interessei por Codinome Villanelle por ser a obra que deu origem à aclamada série Killing Eve (inclusive fiquei surpresa quando soube que o programa não era um roteiro original). Ainda não tive a oportunidade de assistir, mas posso afirmar que o livro sozinho não teria conseguido despertar meu interesse pela série, caso já não existisse antes.

O enredo é bastante simples: acompanhamos a caçada de uma investigadora britânica que tenta capturar uma assassina de aluguel. Os crimes cometidos por Villanelle envolvem pessoas do alto escalão mundial, e por isso o livro tem um tom muito presente de espionagem durante todo o seu desenvolvimento – o que surpreendentemente me agradou, já que não sou muito fã dessa temática.

A narrativa de Luke Jennings é bem direta, sem muitas firulas e bastante fria. O ponto de vista é em terceira pessoas e há algumas descrições breves de locais e de sentimentos dos personagens, mas curiosamente e sem motivo aparente o autor foca bastante a descrição de roupas, principalmente as de Villanelle, que praticamente só usa looks de grife. Achei o excesso dessas descrições muito cansativo.

Villanelle está usando um vestido Valentino de seda e luvas de gala Frateli Orsini que cobre até o cotovelo. O vestido é vermelho, mas de um tom tão escuro que quase parece preto. Uma bolsa Fendi espaçosa está pendurada em seu ombro por uma corrente fina.

O livro é dividido em apenas quatro capítulos, que chegam a ser quase independentes. Como Villanelle viaja bastante, cada parte se passa em um local diferente e tem um “alvo” distinto; por isso, é como se, ao final de cada capítulo, houvesse uma conclusão para o crime que a assassina cometeu. Não costumo gostar de livros com poucos capítulos mas a leitura flui bem e o livro é curto, então até que isso não me incomodou tanto.

Meus maiores problemas têm relação com a escrita do autor, que achei um tanto amadora. Como esse não é o livro de estreia de Jennings, não consigo achar uma justificativa para uma escrita tão pouco inspirada, que diz muito mas mostra pouco. Villanelle e Eve são sempre descritas como arqui inimigas, porém, na prática, não conseguimos ver todo o ódio que o autor descreve que há entre elas. Na verdade, os personagens como um todo são bastante frios e não conseguem convencer como pessoas reais.

De pé ali no terraço, em sua jaula de neve, Villanelle sente a ansiada onda de poder. A sensação de invencibilidade que o sexo promete, mas só um assassinato bem-sucedido proporciona de fato.

A única exceção é a própria Villanelle, que nitidamente é a personagem a quem o autor dá mais atenção e desenvolve melhor. Ela é bissexual e acho que nesse ponto foi bem desenvolvida, com naturalidade (um ponto a ressaltar é que o livro possui diversas cenas de sexo protagonizadas por ela). Villanelle é descrita como sociopata em várias passagens e o autor repete em muitas ocasiões que a assassina sabe imitar as emoções humanas com perfeição. Toda essa repetição, mais uma vez, soou bastante cansativa. Acredito que esses problemas se resolveriam com uma boa mão de um editor.

É difícil dizer se recomendo ou não essa leitura. Acho que os fãs do seriado podem ter uma experiência positiva, afinal, é sempre bom ter materiais inéditos sobre algo que gostamos, mas aqueles que como eu nunca assistiram Killing Eve provavelmente terão alguns dos problemas que tive com a obra. Ainda assim, verei a série assim que possível, porque parece ser superior ao livro (que é o primeiro de uma trilogia).

Até a próxima, pessoal!

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sexta-feira, 1 de maio de 2020

Resenha: "Vermelho, Branco e Sangue Azul" (Casey McQuiston)

Tradução de Guilherme Miranda

Sinopse: O que pode acontecer quando o filho da presidenta dos Estados Unidos se apaixona pelo príncipe da Inglaterra?

Quando sua mãe foi eleita presidenta dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz se tornou o novo queridinho da mídia norte-americana. Bonito, carismático e com personalidade forte, Alex tem tudo para seguir os passos de seus pais e conquistar uma carreira na política, como tanto deseja.

Mas quando sua família é convidada para o casamento real do príncipe britânico Philip, Alex tem que encarar o seu primeiro desafio diplomático: lidar com Henry, irmão mais novo de Philip, o príncipe mais adorado do mundo, com quem ele é constantemente comparado ― e que ele não suporta.

O encontro entre os dois sai pior do que o esperado, e no dia seguinte todos os jornais do mundo estampam fotos de Alex e Henry caídos em cima do bolo real, insinuando uma briga séria entre os dois.

Para evitar um desastre diplomático, eles passam um fim de semana fingindo ser melhores amigos e não demora para que essa relação evolua para algo que nenhum dos dois poderia imaginar ― e que não tem nenhuma chance de dar certo. Ou tem?

Por Stephanie: Se você é leitor e viveu na Terra nos últimos meses, com certeza já ouviu falar em Vermelho, Branco e Sangue Azul, de Casey McQuiston. O livro virou febre mundial desde seu lançamento, e vem conquistando cada vez mais fãs em cada país que é lançado. No Brasil, não foi diferente: a obra foi muito bem recebida pelo público e Casey foi inclusive confirmada na Flipop, evento organizado pela Editora Seguinte, que a princípio se realizará nos dias 10, 11 e 12 de julho.

Com tanto hype em cima desse livro, não tinha como eu ficar indiferente; me interessei desde o começo e fiz questão de encaixá-lo nas minhas leituras assim que possível. Fico feliz em dizer que entrei pro time dos que adoraram a história e que querem divulgá-la para que mais pessoas possam conhecê-la e se apaixonar por ela!

Acho que não é nenhum segredo que VBSA tem um enredo que se pode chamar de clichê. Só pela sinopse já dá pra saber quais caminhos a obra tomará. Porém, acredito que o trunfo do livro está em sua representatividade: além de ter um casal homoafetivo como protagonista, há também a família de Alex, que possui descendência latina. Sem esquecer também que no mundo de VBSA, os EUA têm uma presidenta.

(…) É essa a escolha. Eu amo o Henry, com tudo isso, por causa de tudo isso. De propósito. Eu amo o Henry de propósito.

Com todos esses elementos, McQuinston constrói uma história que utiliza de artifícios já conhecidos para conversar com um público que não costuma se ver representado em narrativas como essa, ou seja, o LGBTQ+. Por mais que seja fácil imaginar o final de tudo, é um respiro ver situações típicas das comédias românticas heteronormativas tendo protagonistas fora desse padrão.

Alex e Henry são protagonistas cativantes e completamente opostos. Isso que torna a dinâmica entre eles tão divertida de acompanhar. Por falar em dinâmica, é bom deixar avisado que há cenas bem quentes entre o casal, e eu não recomendaria esse livro para menores de 16 anos.

Quanto aos personagens secundários, achei que todos agregaram positivamente. Talvez eles pudessem ter sido um pouco mais aprofundados (principalmente a irmã de Alex), mas como o foco de VBSA é o romance, é compreensível que outros assuntos acabem ficando um pouco de lado.

VBSA tem um pano de fundo político que pensei que seria apenas abordado de leve, mas que surpreende por ter um papel importante na narrativa. Há muitas crises e disputas ao longo do enredo, e acho que se fosse apontar alguma coisa que não me agradou tanto, seria essa questão, que fica bastante presente conforme a obra se aproxima de seu desfecho.

De forma geral, eu gostei muito de Vermelho, Branco e Sangue Azul e recomendo a leitura para os fãs de romance que estejam buscando uma história leve e engraçada!

Pensar em história me faz pensar em como vou me encaixar nela um dia, eu acho. E você também. Eu meio que gostaria que as pessoas ainda escrevessem desse jeito. História, hein? Aposto que poderíamos fazer.

Até a próxima, pessoal!
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Ana Liberato