sexta-feira, 15 de maio de 2020

Resenha: "Codinome Villanelle - Killing Eve #1" (Luke Jennings)

Tradução de Leonardo Alves

Sinopse: O surpreendente thriller que deu origem à série de sucesso Killing Eve, um drama de espionagem diferente de tudo o que você já viu.

Villanelle (um codinome, é claro) é uma das assassinas mais habilidosas do mundo. Uma psicopata hedonista, que ama sua vida de luxo acima de quase qualquer coisa... menos a emoção da caçada. Especializada em matar as pessoas mais ricas e poderosas do mundo, Villanelle é encarregada de aniquilar um influente político russo, e acaba com uma inimiga determinada em seu encalço.
Eve Polastri é uma ex-funcionária do serviço secreto inglês, agora contratada pela agência de segurança nacional para uma tarefa peculiar: identificar e capturar a assassina responsável e aqueles que a contrataram. Apesar de levar uma vida tranquila e comum, Eve possui uma inteligência rápida e aguçada – e aceita a missão.
Assim começa uma perseguição através do globo, cruzando com governos corruptos e poderosas organizações criminosas, para culminar em um confronto do qual nenhuma das duas poderá sair ilesa. Codinome Villanelle é um thriller veloz, sensual e emocionante, que traz uma nova voz à ficção internacional.

Por Stephanie: Me interessei por Codinome Villanelle por ser a obra que deu origem à aclamada série Killing Eve (inclusive fiquei surpresa quando soube que o programa não era um roteiro original). Ainda não tive a oportunidade de assistir, mas posso afirmar que o livro sozinho não teria conseguido despertar meu interesse pela série, caso já não existisse antes.

O enredo é bastante simples: acompanhamos a caçada de uma investigadora britânica que tenta capturar uma assassina de aluguel. Os crimes cometidos por Villanelle envolvem pessoas do alto escalão mundial, e por isso o livro tem um tom muito presente de espionagem durante todo o seu desenvolvimento – o que surpreendentemente me agradou, já que não sou muito fã dessa temática.

A narrativa de Luke Jennings é bem direta, sem muitas firulas e bastante fria. O ponto de vista é em terceira pessoas e há algumas descrições breves de locais e de sentimentos dos personagens, mas curiosamente e sem motivo aparente o autor foca bastante a descrição de roupas, principalmente as de Villanelle, que praticamente só usa looks de grife. Achei o excesso dessas descrições muito cansativo.

Villanelle está usando um vestido Valentino de seda e luvas de gala Frateli Orsini que cobre até o cotovelo. O vestido é vermelho, mas de um tom tão escuro que quase parece preto. Uma bolsa Fendi espaçosa está pendurada em seu ombro por uma corrente fina.

O livro é dividido em apenas quatro capítulos, que chegam a ser quase independentes. Como Villanelle viaja bastante, cada parte se passa em um local diferente e tem um “alvo” distinto; por isso, é como se, ao final de cada capítulo, houvesse uma conclusão para o crime que a assassina cometeu. Não costumo gostar de livros com poucos capítulos mas a leitura flui bem e o livro é curto, então até que isso não me incomodou tanto.

Meus maiores problemas têm relação com a escrita do autor, que achei um tanto amadora. Como esse não é o livro de estreia de Jennings, não consigo achar uma justificativa para uma escrita tão pouco inspirada, que diz muito mas mostra pouco. Villanelle e Eve são sempre descritas como arqui inimigas, porém, na prática, não conseguimos ver todo o ódio que o autor descreve que há entre elas. Na verdade, os personagens como um todo são bastante frios e não conseguem convencer como pessoas reais.

De pé ali no terraço, em sua jaula de neve, Villanelle sente a ansiada onda de poder. A sensação de invencibilidade que o sexo promete, mas só um assassinato bem-sucedido proporciona de fato.

A única exceção é a própria Villanelle, que nitidamente é a personagem a quem o autor dá mais atenção e desenvolve melhor. Ela é bissexual e acho que nesse ponto foi bem desenvolvida, com naturalidade (um ponto a ressaltar é que o livro possui diversas cenas de sexo protagonizadas por ela). Villanelle é descrita como sociopata em várias passagens e o autor repete em muitas ocasiões que a assassina sabe imitar as emoções humanas com perfeição. Toda essa repetição, mais uma vez, soou bastante cansativa. Acredito que esses problemas se resolveriam com uma boa mão de um editor.

É difícil dizer se recomendo ou não essa leitura. Acho que os fãs do seriado podem ter uma experiência positiva, afinal, é sempre bom ter materiais inéditos sobre algo que gostamos, mas aqueles que como eu nunca assistiram Killing Eve provavelmente terão alguns dos problemas que tive com a obra. Ainda assim, verei a série assim que possível, porque parece ser superior ao livro (que é o primeiro de uma trilogia).

Até a próxima, pessoal!

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Ana Liberato