segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Resenha: "A Canção do Sangue" (Anthony Ryan)

Tradução: Gabriel Oliva Brum

Por Sheila: Oi pessoas! Como vão todos e tod@s? Quem ai gosta de trilogia? E se ela se passar num mundo com ares de medieval, cheio de mistérios, um toque de magia, mas também muita ação com cenas de tirar o fôlego? Se essa for a "sua praia" você esta no lugar certo!

A queridíssima Editora Leya aceitou meu pedido para adentrar no mundo da Trilogia "A sombra do corvo" mesmo eu estando bem atrasadinha (o primeiro livro foi lançado em 2014), mas prometo me esforçar bastante para terminar a leitura e resenha de toda a trilogia para vocês o quanto antes! Mas vamos à história.

O livro começa com um prisioneiro, amaldiçoado por muitos por ser o Matador do Esperança. Visto com escárnio por uns e reverência por outros, ele esta sendo levado para uma espécie de batalha como julgamento por seus atos.

Escoltando-o, está Lorde Verniers,  Cronista Imperial, e todo o livro parece constituir-se do relato que Vaelin Al Sorna, o Matador do Esperança, lhe fará enquanto atravessam o mar para encontrar seu destino.

Ele tinha muitos nomes. Embora ainda não tivesse chegado ao trigésimo ano, a História achou apropriado conferir-lhe títulos em abundância: Espada do Reino para o rei louco que o enviara para nos atormentar; o Jovem Falcão para os homens que o seguiam pelas provações da guerra, Lâmina Negra para seus inimigos cumbraelinos e, como eu descobriria muito mais tarde, Beral Shak Ur para as tribos enigmáticas da Grande Floresta do Norte - a sombra do corvo.
É subindo ao navio que Al Sorna oferece a Verniers algo ao que ele não consegue emitir negativa: sua história. Que começa quando um pequeno garoto de 10 anos é levado pelo pai até a Casa da Sexta Ordem, sua nova família, que irá treiná-lo para ser um guerreiro, não do Reino, mas da Fé. O treinamento se mostrará duro, difícil e brutal.

A vida na Ordem é dura e, não raro, curta. Muitos de vocês serão expulsos antes do teste final, talvez todos, e aqueles que ganharem o direito de permanecer conosco passarão o resto de suas vidas patrulhando fronteiras distantes, lutando guerras intermináveis contra selvagens, foras da lei ou hereges, no decorrer dos quais é muito provável que vocês morram se tiverem sorte, ou sejam mutilados, se não tiverem. Os poucos que ainda estiverem vivos após quinze anos de serviço receberão suas próprias unidades para comandarem, ou voltarão aqui para ensinar aqueles que os substituirão. Essa é a vida que suas famílias lhes deram. Pode não parecer, mas é uma honra.
Honra ou não, Vaelin era apenas uma criança, que havia perdido recentemente a mãe, e ter como fim ser jogado pelo pai, atual Espada do Reino, para crescer em uma Ordem tão difícil por honra não parece assim tão bom a seus olhos. Assim, é com raiva, não com gratidão, que Vaelin abraça a crença da Sexta Ordem: proteger a Fé e seus colegas, agora Irmãos. Não há mais outra família que não a Ordem, e tudo que ficou fora dos portões deve ser esquecido.

A Fé do Reino constitui-se no culto dos Finados, ou seja, aqueles que já se foram, e não acredita-se em Deus, seja ele único ou mais de um. Aqueles que não seguem a Fé do Rei Janus, que unificou o reino, outrora quatro feudos independentes, é julgado e morto como herege ou Negador. Além disso, há sempre o temor das Trevas, histórias sobre pessoas com poderes sobre humanos que devem ser caçadas e condenadas a qualquer custo.

Enquanto Vaelin cresce, vamos descobrindo que a Ordem, apesar de dura, se importa com seus discípulos e que estes  realmente tem motivos para se sentirem acolhidos e entre uma família. Além disso, também vamos descobrir que as Trevas encontram-se mais próximas do que imaginávamos; que existem tramas políticas que vão muito além da Fé e da adoração que cada um resolve seguir; e que a Ordem tem segredos obscuros que ameaçam vir à tona a qualquer momento.

Este é um livro cheio de aventura com descrições que envolvem na leitura, a ponto de as páginas quase parecerem virar sozinhas. Foram mais de 600 página lidas em uma semana, e mal posso esperar pela continuação, para descobrir todas as respostas que ficaram sem uma conclusão neste primeiro volume, bem como tudo o que Vaelin ainda pode amadurecer como personagem, junto com seus irmãos da Ordem, presentes em todas suas batalhas.

Super recomendo! Abraços e até a próxima!

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sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Resenha: "A hora do lobisomem" (Stephen King)

Tradução: Regiane Winarski

UMA CRIATURA CHEGOU A TARKER’S MILLS. A HORA DELA É AGORA, O LUGAR DELA É AQUI.

O primeiro grito veio de um trabalhador da ferrovia isolado pela neve, enquanto as presas do monstro dilaceravam sua garganta. No mês seguinte, um grito de êxtase e agonia vem de uma mulher atacada no próprio quarto. 
Agora,a cada vez que a lua cheia brilha sobre a cidade de Tarker’sMill, surgem novas cenas de terror inimaginável. Quem será o próximo? 
Quando a lua cresce no céu,um terror paralisante toma os moradores da cidade. Uivos quase humanos ecoam no vento. E por todo lado as pegadas de um monstro cuja fome nunca é saciada. 
Por Sheila: Oi pessoas! Como vocês estão? Eu estou em ÊXTASE com esse livro lindo, perfeito, MARAVILHOSO lançado pela Suma de Letras. Na verdade, este é o segundo livro do projeto da Suma de Letras intitulado Biblioteca Stephen King. A ideia é relançar toda uma coleção de livros raros do nosso popular escritor de suspense e terror para os fãs. Você encontra a resenha de "Cujo", primeiro livro lançado, aqui.


Mais uma vez, o livro veio em capa dura, folhas amarelas, mas este exemplar veio todinho ilustrado pelo Bernie Wrightson, além de conter ilustrações extras, no final, de quatro ilustradores brasileiros. Segundo a editora, a ideia era que eles "escolhessem e representassem sua cena preferida de A hora do lobisomem"


Para quem ainda não conhece esse clássico de Stephen King, tudo começa quando, na cidade de Taker's Mill, um ataque brutal é encoberto pela primeira nevasca do ano. Sozinho e preso em um barracão devido a nevasca, Arnie Westrum, sinaleiro da Ferrovia, houve algo arranhar a porta. Seria um cachorro perdido? Ele descobrirá da pior forma que estava errado em sua suposição.
Antes que ele possa decidir o que fazer sobre o visitante, o choramingo baixo se transforma em um rosnado. Um baque soa quando uma coisa incrivelmente pesada bate na porta ... recua ... bate de novo. A porta treme na moldura, e um  borrifo de neve entra pelas frestas.
A porta fica no lugar por mais um tempo, curvada em torno da linha vertical e, enfiado nela, investindo e atacando, com o focinho franzido em um rosnado e olhos amarelos ardentes, esta o maior lobo que Arnie já viu ...
E os rosnados soam terrivelmente como palavras humanas.
Agora, em Taker's Mill sabe-se que existe um lobo voraz. Mas há uma certa similaridade nos ataques, que parecem acontecer apenas uma vez por mês, sempre quando a lua cheia esta bem alta no céu.

Enquanto a besta caça pessoas, Marty, um garotinho apenas, começa sua própria investigação para caçar o que vem se tornando o grande tormento daquela pequena cidade, fazendo com que até mesmo o quatro de julho seja cancelado. Ele acha que talvez saiba quem a besta é. Mas o que pode um garotinho contra uma criatura que é a encarnação do próprio mal?

A hora do lobisomem é um livro curto, lançado pela primeira vez em 1982, por muitos considerado mais adequado à uma coletânea de contos do que figurar como obra independente, por ter menos de 100 páginas em sua edição original. Dividido em 12 capítulos, um para cada mês do ano, foi adaptado para as telinhas em 1985, sendo também conhecido como Bala de prata.

Dentre as obras de Stephen King, este não pode ser dito como um dos que mais se destaca. Tem uma narrativa simples e fluída, mas não é memorável. Agora, esta edição relançada pela Suma de letras, esta sim configura-se como aquisição indispensável a qualquer fã das obras de King. Afinal, mais do que um livro, a capa, diagramação e ilustrações são quase uma obra de arte. Este não é um livro para se Ler, é um livro para se Ter. E Suma, sua linda! Fiquei tão feliz com o livro, por tocá-lo, por você existir e ter lançado essa coleção FANTÁSTICA que meu marido já esta ficando com ciúmes.

Abraços e até a próxima!


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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Resenha: "Coisas Frágeis" (Neil Gaiman)

Tradução: Michele de Aguiar Vartuli

Sinopse: Neil Gaiman é um dos maiores escritores de ficção em atividade, reconhecido pelos seus romances (Lugar Nenhum, Filhos de Anansi) e pelo seu trabalho em quadrinhos (Sandman). Em Coisas Frágeis, Gaiman mostra que seu talento como contador de histórias funciona perfeitamente no reino das narrativas curtas. Neil Gaiman escreve com desenvoltura sobre os mais diversos universos - sejam criados por outros autores (com contos que aludem aos mundos de Sherlock Holmes, Matrix e Nárnia) quanto seus próprios, como no conto "O Monarca do Vale", que tem como protagonista o personagem Shadow, de Deuses Americanos.

Os nove contos de Coisas Frágeis trazem Gaiman abordando os mais diversos temas, misturando puberdade, punk rock e ficção científica em "Como Conversar com Garotas nas Festas"; combinando o Sherlock Holmes de sir Arthur Conan Doyle com o terror de H. P. Lovecraft em "Um Estudo em Esmeralda"; extrapolando o mundo de Matrix em "Golias", inspirado no roteiro original do primeiro filme; ou mesmo presenteando a filha mais velha com um conto fantástico sobre um clube de epicuristas em "O Pássaro-do-Sol". Coisas Frágeis é um tratado prático de como escrever boas histórias - histórias que, como diz a introdução do livro, "duram mais que todas as pessoas que as contaram, e algumas duram muito mais que as próprias terras onde elas foram criadas".

Fonte: Skoob

Por Eliel: Esse livro é uma coletânea de contos que revelam as inúmeras facetas criativas de Gaiman. Perceberá nessas páginas o poder que ele tem de nos fazer enxergar a magia no mundo cotidiano por usar elementos tão corriqueiros. Após lê-los, aposto que nunca mais olhará com os mesmos olhos uma senhora no parque ou um pássaro a voar.

O estilo de escrita de Gaiman é bem característico e mesmo ao se aventurar em narrativas diferenciadas, o seu estilo parece água, é adaptável e se encaixa perfeitamente sem deixar de ser dele. Isso fica bem claro em Um Estudo em Esmeralda, que basicamente é uma história a la Holmes com pitadas de Lovecraft, onde o sabor final é de Gaiman sem sombras de dúvida.

Embora sombrio, como é de se esperar do autor, os contos são confortáveis com uma sensação de estar em casa em volta de uma fogueira contado histórias com os amigos. Você vai pensar duas vezes antes de ir ao banheiro à noite? Vai, e isso é o poder que a literatura deve ter de te tirar do lugar comum e fazer repensar a nossa realidade.

Acredito que não preciso nem recomendar, mais do que recomendei durante toda a resenha. Para quem gosta de contos fantasiosos é uma ótima escolha, de leitura fluída e bem fácil. Sugiro que após ler venha ver essa resenha novamente e achar as referências ocultas ;)

P.S.: O conto Como Falar com Garotas em Festas ganhou uma versão em HQ que logo estará por aqui no Dear Book e ainda uma versão cinematográfica que estréia em breve nas telonas do Brasil. Acompanhem as novidades.

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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Resenha: "Mil Beijos de Garoto" (Tillie Cole)

Tradução de Marina Della Valle

Por Stephanie: Quando eu digo que não sou fã de romances, não estou falando de todos. Até porque alguns dos meus livros favoritos são desse gênero, como Um Dia e A Mulher do Viajante no Tempo. O que eu quero dizer com isso é que não gosto de romances previsíveis, desses que não trazem nada de novo. E por mais que a sinopse de Mil Beijos de Garoto tenha chamado minha atenção, fico triste de dizer que o livro não vai agradar a quem busca algo diferente.



A obra conta a história de Poppy e Rune, duas pessoas que se conheceram aos oito anos de idade e desenvolveram um sentimento além da amizade ao longo do anos. Após Rune, aos 15 anos, precisar voltar com sua família para seu país natal (Noruega), os dois acabam se distanciando e só voltam a se encontrar dois anos depois. Só que algo mudou entre eles e aos poucos vamos descobrindo os motivos por trás de suas atitudes. Assim nos envolvemos em uma história de amor adolescente, família e sacrifícios.



O início da história tem um quê meio mágico e inocente, parecido com o filme Meu Primeiro Amor. Porém, logo de cara, o que me incomodou em Mil Beijos de Garoto foi a escrita. Os diálogos de Poppy e Rune quando crianças (e até mesmo enquanto adolescentes) não pareceram naturais pra mim e tive muita dificuldade em imaginar pessoas reais conversando como eles. Muitas vezes Poppy parecia uma senhora sábia de 70 anos e Rune soava como um menininho de três, em situações que suas idades estavam bem diferentes dessas que citei. Bem estranho.



Passada a primeira parte da história, a separação acontece e o livro muda de tom. O período em que o casal fica longe é tratado de maneira bem superficial, e senti falta de saber um pouco mais sobre suas vidas durante os dois anos vivendo separados. Eu compreendo que provavelmente Tillie Cole fez isso de forma proposital por conta do mistério, mas mesmo assim gostaria que ela tivesse entregado mais do que apenas alguns parágrafos.

Tudo bem rir. Tudo bem sorrir. Tudo bem se sentir feliz. Do contrário, qual seria o propósito da vida?
Quando Rune retorna aos Estados Unidos e reencontra Poppy, a história começa a tomar outros rumos. E quando a maior revelação é exposta, o livro se torna algo bem diferente do que eu imaginava. Não achei algo assim tão surpreendente (na verdade cheguei a cogitar pois ao meu ver só haviam duas possibilidades para tanto suspense), porém mesmo assim fiquei um pouco desanimada porque achei que a partir desse momento Tillie Cole começou a beber da fonte de muitos livros de romance e YA lançados até hoje. Eu gostaria de falar os dois principais livros em que Mil Beijos de Garoto parece ter se inspirado, mas seria um spoiler enorme e eu prefiro não entregar o principal plot do livro. Mas vá sabendo que é um assunto bem triste.


Falando ainda sobre referências, Poppy é bem parecida com uma outra mocinha de YA: Mia Hall, protagonista de Se Eu Ficar. Ambas tocam violoncelo, são “esquisitas” e namoram um garoto lindo e irresistível. Rune não chega a ser genérico, na verdade acredito que a autora até tentou diferenciá-lo de alguma forma, porém ele acabou se tornando um personagem com pouca profundidade, a meu ver.



É difícil falar de outros personagens além do casal protagonista, pois Tillie Cole nos dá poucas informações sobre a família e os amigos deles. Absolutamente tudo gira em torno somente dos dois, Poppy só vive para Rune e Rune só vive para Poppy. Ambos têm hobbies e interesses, mas até eles ficam ofuscados tamanha a devoção que um tem pelo outro. Isso me cansou, porque a autora faz questão de nos lembrar a todo momento o quanto este casal se ama e como é lindo e indestrutível o amor dos dois. Desculpem se isto soar insensível, mas eu não consegui lidar com tanto exagero.



O drama contido na segunda metade da história toma conta de cada parágrafo. É perceptível como as frases foram moldadas para emocionar o leitor, tentando sensibilizar a todo momento. Não vou mentir, no finalzinho do livro eu cheguei a ficar um pouco tocada, mas totalmente consciente do esforço da autora para atingir este objetivo.



Mas de uma coisa eu tenho certeza: o problema com Mil Beijos de Garoto é que ele não foi escrito para leitores como eu. Então eu acredito que o público ao qual a obra é destinada tem grandes chances de adorar o livro e se emocionar de verdade com a história de amor entre Poppy e Rune. O caso aqui é um típico “o problema não é você, sou eu”. Eu consigo enxergar os motivos pelos quais tantas pessoas gostam deste livro - por exemplo, toda a “explicação” sobre título do livro é muito delicada e bonita -, mas eu me senti forçada a sentir algo ao invés de sentir de forma natural. E isso é difícil de ignorar.

Quando você está por perto, meu coração não suspira, ele voa. Acho que os corações batem num ritmo, como uma música. Acho que, como música, somos atraídos por uma melodia em particular. Ouvi a canção do seu coração, e o seu ouviu a do meu.
Então, caro leitor, se você gosta de histórias de amor carregadas de emoção, com personagens sensíveis e puros e uma narrativa dramática, se jogue de cabeça em Mil Beijos de Garoto e faça parte do grupo de pessoas que amaram a leitura. Mas se você é como eu e prefere enredos um pouco mais densos e personagens mais aprofundados, provavelmente esta não seja a melhor opção para incluir na sua TBR.


Até a próxima, pessoal!



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segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Resenha: "Laços" (Bianca Sousa)

Sinopse: Apesar da aparência frágil, Lívia é perigosa.
Aprisionada em uma torre por uma bruxa cheia de segredos e um passado obscuro, Lívia e ela estão mais entrelaçadas do que gostariam.



Contudo, a chegada de um misterioso caçador ao reino de Corvina pode pôr tudo a perder e trazer à tona medos e desejos há muito esquecidos.



"Não existem leis, somente 3 regras: Nunca brinque com a vida, a morte e o destino. Principalmente se eles estiverem de mãos dadas com o amor."
Fonte: Skoob



Por Eliel: Desde Eterna: O Som do Amor venho acompanhando de perto o trabalho de Bianca Sousa. O talento de contar ou recontar clássicos é inegável, além disso, o carinho e cuidado que ela tem com seus leitores e fãs é impressionante.


Aqui no Dear Book, pelas mãos da autora, romances impossíveis, fantasias sobrenaturais, músicas que são eternas, ballet clássico e agora ela nos apresenta Laços, uma narrativa que de inicio pode até parecer conhecida. Uma garota na torre, um príncipe, uma bruxa, se eu citar as tranças nem preciso dizer qual foi a fonte de inspiração; mas quando se trata de Bianca, nada é o que aparenta ser e é preciso ter um olhar mais apurado para entender as nuances do enredo.


O medo aprisiona mais do que qualquer força física ou o feitiço mais poderoso.

O plano de fundo é bem mais obscuro que os outros livros da autora, nele somos apresentados à Lívia, uma jovem vampira aprisionada no alto de uma torre por uma bruxa da floresta, Brianna. Temos ainda, Gabriel, um destemido caçador, e o Príncipe Felipe, herdeiro do trono de Corvina. Posso estar enganado, não enxerguei nenhum desses personagens como protagonista e antagonista, pois cada um tem seus próprios objetivos ao longo da história. Na verdade, pude enxergar como "protagonista" os laços que ligam essas personagens e a interação que elas tem ao lidar com as ações e reações de cada ato do presente ou passado.

Crescer sem saber sua origem deve ser uma das piores coisas que pode acontecer. Ser uma vampira presa em uma torre protegida por magia e não saber do seu passado e nem como foi transformada deve ser pior ainda. Essa é a vida que Lívia leva, atraindo pobres desavisados para suas refeições e seu único amigo é o Príncipe Felipe, com quem tem uma ligação telepática desde sempre.


O príncipe sofre quase que o mesmo que Lívia, vive confinado no Reino onde somente o Rei e seus criados sabem da sua situação como vampiro. Seus objetivos incluem destronar o cruel Rei e salvar Lívia das mãos de Brianna.

Brianna, a bruxa da Floresta, tem uma difícil relação com sua família e com sua ambição por poder. Ela não é uma personagem rasa e  de fácil compreensão, pois tudo o que ela fez e faz tem um objetivo muito maior do que podemos entender de imediato. Certas passagens trarão alguma identificação.

A vida e relação deles passa por uma transformação com a chegada de Gabriel à Corvina. A missão que o levou até esse reino vai embaralhar os laços dessa história e criar novos. Ao conhecer Lívia no alto da torre,  o amor surge como um passe de mágica e suas prioridades passam a incluir a liberdade de sua amada. Ele não medirá esforços para alcança-los.

Ele era caçador, mas filho de bruxa. "Como isso é possível?" Em seguida lembrou-se de que, embora toda fruta caísse perto da árvore, algumas caíam podres.

A Floresta é repleta de segredos e mistérios e você vai se amarrar nesse romance gótico que nos ensina uma importante lição sobre responsabilidade ao fazermos escolhas que envolvem o futuro, tanto o nosso quanto o dos que estão próximos.

Você encontra o último lançamento de Bianca Sousa na Amazon.


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sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Resenha: "Caviar é uma ova" (Gregorio Duvivier)


"Minha sorte é que eu escrevo crônicas. Não preciso fingir que sei alguma coisa. Muito pelo contrario: preciso de um exercício diário de ignorância pra nunca deixar de ser leigo. Afinal, o mundo está o tempo todo tentando te empurrar certezas goela abaixo"(Dúvidas de um ignorante)





Por Mari Diniz.   Crônicas não requerem uma linearidade de leitura, não requerem verdades universais, não requerem um tempo para serem lidas e não esquecidas. Para as crônicas tudo que basta é o seu interesse em ler. Caviar é uma ova traz a abordagem de uma diversidade de temas, em que abre espaço até para o Chaves. Possui um humor crítico, mas, principalmente, temas políticos.


O foco político do livro poderia até não agradar alguns. Entretanto, no decorrer da leitura, ele me fez pensar no porque não pensamos em política. O intitulado Esquerdista Caviar, Gregorio Duvivier, diferente do que se pode imaginar, não exibe uma argumentação a fim de convencer o leitor de uma certa posição política. Ele não busca provar e deixar a certeza de algum ponto de vista, embora explique com clareza sua opinião. Talvez, Gregorio Duvivier seja um indeciso, cuja sua única certeza seja que algo precisa mudar.  
“Pra começar, caviar não me representa – nunca vi nem comi, só ouço falar. Caviar é uma ova – literalmente. Entendo a metáfora, mas acho que não se aplica a essa nova esquerda hipster que vocês tanto odeiam. Melhor seria Esquerda Maionese Trufada. Esquerda Cerveja Artesanal. Esquerda Bicicleta de Bambu. Aí sim: esse cara sou eu. Ou, pra ser sincero, nem assim. (Serhumaninade)”
Entre os contos, Serhumanidade, seja um dos melhores a fim de entender a mensagem do livro como um todo. Principalmente, por se tratar de uma coleção de crônicas. Serhumanidade busca abordar em uma única crônica temas defendidos por Gregorio contra os absurdos da desigualdade.

Política se torna o tema-estrela do livro e rende boas crônicas e bons sorrisos. A ironia de Gregorio representa aquele Como assim? Ou É isso mesmo? Plantados na nossa cabeça. A sua ironia ajuda um tanto quanto a pensar, a prestar atenção no que está acontecendo. Além de se utilizar de metáforas bem desenvolvidas e argumentadas.

Porém, como já mencionado, a diversidade de temas presente no livro, enriquece ainda mais a coleção. Aliás, crônica é dia a dia. É cotidiano. O humor encontrado em mínimos detalhes que nos parece que apenas cronistas conseguem perceber. 
“Odeio os carros quando tô a pé. Odeio os pedestres quando tô de bicicleta. Odeio os ônibus quando tô de carro. Odeio os ônibus quando tô de ônibus. Odeio todo mundo quando eu acordo. Odeio cigarro. E odeio quem se incomoda com cigarro quando eu tô fumando. Odeio acordar cedo e odeio acordar tarde. Odeio o Brasil, e odeio, ao mesmo tempo as pessoas que odeiam o Brasil.
Tem ódio que não faz o menor sentido. Mas tem ódio que faz. (Que ódio)”
Entre essas crônicas, algumas das minhas preferidas Sábado e O céu fica aqui pertinho, tem uma diferente modalidade de escrita, com uma crônica corrida que tenta seguir ou fluxo de pensamento, ou melhor, seguir as divagações da mente humana. O que, obviamente, diverte o leitor e dá um toque especial a crônica.

Além do simples cotidiano, Gregorio Duvivier ainda dá espaço para permear entre outros assuntos, principalmente quando se fala da própria linguagem, no qual inclusive aborda o tema Palavras. Formação, significados e usos.  

A leitura de Caviar é uma ova é sortida e super agradável. As crônicas muito bem escritas encantam por sua simplicidade e por seu humor inteligente. Mas, como diria minha vó, principalmente por sua personalidade opiniosa. Livro recomendadíssimo.
“Imagine duas vidas paralelas. Numa delas você gosta da Anitta – ou, pelo menos, a existência dela não te incomoda. Na outra, toda vez que você vê a cara da Anitta você tem engulhos, quando ouve a voz da Anitta o estomago revira, você evita ir a festas porque sabe que vai tocar Anitta. O objeto não gostado acaba ocupando um espaço gigantesco de seu tempo – muito maior que os objetos gostados. Aprender a gostar é, sobretudo, perceber que não vale a pena perder tempo com o que você não pode mudar (Haters gonna hate)”
Aproveitem a leitura!
Até a próxima, 
Mariana Diniz 
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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Resenha: "Tá no ar no livro" (Marcelo Adnet e Marcius Melhem)

Por Mari Diniz: A tarefa de dar uma opinião sobre um livro sem dissociar do programa não é a das mais fáceis. Cercar-se de opiniões sobre o programa, entretanto, não quer necessariamente implicar que estejamos falando do livro, e vice-versa. Mas o que mesmo o livro vem trazer de diferente?
“Desde a primeira reunião de criação, a orientação é escrever com liberdade, sem agressividade, buscando a melhor forma de construir criticas guiadas pelo intuito de fazer rir.”
A resposta mais óbvia e simples seria o processo criativo.  O livro propõe-se a explicar desde a conceituação até a direção de cenas. Estamos falando de tudo e todos envolvidos para fazer o programa acontecer. O livro é um fio exploratório, um por trás das câmeras, o segredo de onde a mágica acontece.
“Com isso, o formato também ficou definido: a TV dentro da TV. Uma programação em que o telespectador perde o poder de mudar de canal. O zapear é controlado por outra “pessoa”, navegando aleatoriamente pela variedade de atrações disponíveis. O ritmo acelerado simula a nossa frenética relação com o controle remoto, na incansável busca pelo “programa perfeito”. Os esquetes são fragmentados de canais que constroem um mosaico da televisão e da nossa sociedade, uma metalinguagem de possibilidades infinitas.”
Um dos aspectos mais interessantes no primeiro folhear de páginas é a diagramação do livro. Ele é bem imagético e reforça bem a identidade do Tá no ar como um programa que tenta representar o mundo televisivo e a relação do telespectador com o que assiste. O passar das páginas é o nosso zapear de canais. Em uma página temos um recorte de cena do programa, logo em seguida a coletiva de imprensa do elenco e não muito depois um texto sobre a conceituação do programa.

Há também destaque especial a todo elenco, autores, produtores e demais envolvidos. O reconhecimento do trabalho e a aposta em um programa de humor diferenciado, procuram justificar o que não dá pra ser visível ao assistir o programa.
“O senso comum imagina que o trabalho em uma redação de humor se resume a contar piadas, como em uma reunião de amigos no bar. Pelo contrário, o dia a dia é laborioso. Por trás da construção de todas as cenas feitas existem discussões e pesquisas sobre a escolha de cada palavra do texto.”
O livro também traz trechos de cenas do programa, desde recortes dos seus textos até storyboards feitos para a construção da cena. O livro procura apresentar os bastidores do programa e não economizou em mostrar os detalhes das cenas, textos e paródias, construção de personagens, musicais. Inclusive, muitas acompanham um QR Code para que o leitor/espectador possa assistir a algumas dessas cenas.  

Ele é super indicado para os fãs da série, a abordagem do livro é quase como assistir o programa com a lente criativa de criação. Além de também trazer o humor novo, pensado e repensado.

Aproveitem a leitura!
Até a próxima,
Mariana Diniz

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sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Resenha: "A Traidora do Trono" (Alwyn Hamilton)

Tradução Eric Novello

Sinopse: Amani Al’Hiza mal pôde acreditar quando finalmente conseguiu fugir de sua cidade natal, montada num cavalo mágico junto com Jin, um forasteiro misterioso. Depois de pouco tempo, porém, sua maior preocupação deixou de ser a própria liberdade- a garota descobriu ter muito mais poder do que imaginava e acabou se juntando à rebelião, que quer livrar o país inteiro do domínio do sultão. Em meio às perigosas batalhas ao lado dos rebeldes, Amani é traída quando menos espera e se vê prisioneira no palácio. Enquanto pensa em um jeito de escapar, ela começa a espionar o sultão. Mas quanto mais tempo passa ali, mais Amani questiona se o governante de fato é o vilão que todos acreditam.
Fonte: Skoob

Por Eliel: Antes de começar a ler esse post eu sugiro dar uma olhada no primeiro volume da Trilogia do Deserto, A Rebelde do Deserto, e assim evitar qualquer possível spoiler que possa aparecer nesse texto.

Após seis meses desde os últimos acontecimentos do último volume, Amani, está ainda mais envolvida com a rebelião e seus ideais de fazer um novo deserto sob um governo mais justo e humano.

O primeiro volume é repleto de ação e reviravoltas na aventura. Esse volume têm 10 vezes mais, afinal a rebelião se aproxima cada vez mais do sultão, um homem cruel e impiedoso. Amani é traída por uma pessoa improvável e acaba nas mãos do tirano governador do deserto.

Totalmente desprotegida é obrigada a sobreviver pelos seus próprios instintos e fazer alianças que serão o diferencial para tornar o deserto um lugar melhor para se viver. Para isso, ela precisa que os rebeldes continuem firmes em sua posição.

Nesse livro intermediário, a guerra vai começar de dentro para fora, começando com Amani que deverá ser forte em seus princípios mesmo quando são questionados com grande eloquência e destreza. De dentro das emoções e da razão para dentro dos muros do palácio e além.

Como um demji, Amani, não consegue mentir e justamente essa sua característica à ajuda em uma das passagens mais empolgantes do livro. Saber a hora de dizer toda a verdade para o seu maior inimigo e ganhar a confiança dele exige muita habilidade.

A fé de Amani na rebelião será testada ao extremo, será que diante do sultão e cercada de riquezas ela irá titubear e trair a rebelião? Se você ficou curioso para se envolver nessa rede de traições, corre já por a leitura em dia!

Esteja preparado para conhecer personagens mais profundos dessa trama, a própria Amani tem um crescimento muito impressionante e suas relações pessoais com Shazad, Ahmed e Jin são muito bem estruturadas e desenvolvidas. Com as personagens femininas é possível ver claramente um Ode ao poder delas nos bastidores da disputa de poder entre pai e filho pelo deserto.

A riquíssima mitologia árabe é  muito bem apresentada e com todos os detalhes da magia dos djnnis e sua origem e consequências amarra a trama de um jeito que não é possível largar até chegar à última página. Agora que devorei esse livro só me resta aguardar ansiosamente pelo fechamento dessa trilogia. 

E já espero um final épico para a rebelião e para nossa Rebelde do Deserto.

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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Resenha: "A Desconhecida" (Mary Kubica)

Tradução: Fal Azevedo

Por Sheila: Oi pessoas! Como estão? Tudo tranquilo? Se vocês acompanham o blog há bastante tempo já devem saber que terror, suspense e thriller psicológico são as minhas leituras preferidas, e com as quais costumo ser bastante exigente.

Já havia resenhado outro livro da Mary Kubica, A Garota Perfeita, e havia gostado bastante (você pode conferir a resenha aqui). Mas enquanto o livro anterior, apesar de cumprir com o que promete, ou seja, ser um ótimo thriller, acaba um pouco clichezinho, já em "A Desconhecida" a autora consegue se superar.

Heidi é o que se pode chamar de uma pessoa humanitária e altruísta. Trabalhando em uma ONG que visa ao atendimento e acompanhamento de refugiados em Chicago, ela parece ter a família perfeita: casa, marido, uma filha pré-adolescente, faz o que ama e se sente uma abençoada diante das dificuldades que percebe assolarem o mundo.

Principalmente naquela semana chuvosa. De frio intenso. Em que, mais de uma vez, vê aquela pobre menina, uma adolescente, com aspecto de andarilha, com muito pouca roupa para manter-se ao abrigo do tempo que castiga e - horror dos horrores - um bebê à tiracolo, que não para de chorar.
Hesito mais uma vez, desejando fazer alguma coisa, mas não querendo parecer intrusiva ou ofensiva. Há uma linha tênue entre ser solidário  ser desrespeitoso, uma linha que nao quero ultrapassar. Pode haver um milhão de motivos para la estar aqui com uma mala, segurando a bebê sob a chuva, um milhão de motivos alem do perturbador pensamento recorrente que me assalta: ela é uma sem teto.
Todo o conflito se estabelece quando Heidi, em um gesto de extrema bondade e altamente impulsivo, resolve levar a menina, Willow, e sua bebê, Ruby, para seu apartamento de dois quartos para abrigá-las pelo que parece ser um tempo indeterminado.
- Por quanto tempo ela vai ficar? - pergunto.
Ela dá de ombros.- Não sei. 
- Um dia, uma semana? Por quanto tempo, Heidi? - insisto, aumentando o volume da minha voz. - O que é isso? 
- A bebê está com febre.
Aos poucos, vamos descobrindo que a vida de Heidi não é assim tão perfeita. Seu marido, Chris, vive viajando, e há uma sombra de suposta infidelidade pairando sobre o casal devido à colega de trabalho, Cassidy, que mais de uma vez atendeu o celular de seu marido nessas viagens. Além disso, as coisas não parecem ir bem com a filha adolescente, que odeia a tudo e todos - inclusive sua mãe, que já não sabe mais como exercer essa função.

Ficamos ainda mais intrigados pela história pois, assim como no livro escrito anteriormente, a autora vai intercalando passado, presente e futuro em sua escrita, e contando-nos a história por diferentes vozes: as de Willow, Chris e Heidi.

E é Willow quem nos contará do uniforme laranja, usado nos presídios dos EUA, e sobre o longo interrogatório a que esta sendo submetida, bem como de seu desconforto por ter colocado Heidi em uma má situação. Ou seja, já no início, sabemos que a iniciativa de Heidi acaba mal. Só não sabemos por quê.

A trama vai ficando cada vez mais elaborada e complexa, tomando rumos completamente inesperados e acabando em um desfecho, se não surpreendente, no mínimo seriamente inquietante e original. Fazia tempo que uma leitura não me impedia de conciliar o sono por que precisava saber como isso tudo acabaria.

Recomendo!


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Ana Liberato