sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Resenha: "A Bruxa da Sapolândia" (André Alvez)

Sinopse: Quando o gato de uma bruxa decide contar a história de sua dona, é bom parar para ouvir o que ele tem para nos revelar…
Campo Grande já teve uma bruxa. Ela existiu na região do atual bairro Taquarussu e ainda vive na memória daqueles que de alguma forma conviveram com ela, seja na forma do mito que se criou ou mesmo com a própria bruxa.
No final dos anos sessenta, quando a noite caía, os sapos, espalhados aos milhares pelas lagoas que formavam a Sapolândia, iniciavam o intenso coaxar que tomava conta da região. Podia ser ouvido de longe. Na casa de madeira escura da Rua Projetada, diversas crianças conviviam com Célia e seus feitiços. Ela prometia curas milagrosas e a volta dos amores perdidos. Para isso, usava os sapos, diversas magias e também as crianças, num ritual que causava assombros.
“Em nenhum momento pensei num texto biográfico. O que sempre realmente me importou foi manter viva a lenda.
O que eu sabia sobre a Célia eram os relatos dos parentes, especialmente os da minha avó, que combinavam e cresciam de maneira assustadora quando relatados por minha mãe, além da própria experiência de criança. Eu tinha medo dela e de toda a história que a envolvia. A bruxa da Sapolândia vai te pegar, todos diziam na intenção de amedrontar as crianças de minha época. Quando decidi escrever, busquei auxílio junto ao Tribunal de Justiça, que foram muito atenciosos e me entregaram todo o processo que culminou na prisão de Célia. Ela ficou presa entre os anos de 1969 até 1971, após denuncia sobre maltratados e assassinato de crianças, as quais ela própria enterrou no terreno lodoso da Sapolândia. Quando saiu, nada mais se soube dela, foi como se desaparecesse para sempre. Também nada se sabia sobre a sua origem. Fiz pesquisa, entrevistei várias pessoas que de alguma forma conviveram com a Bruxa, cada qual contava uma versão diferente. Concluí que eu tinha em mãos o núcleo de uma história e se fazia necessário criar um início e depois o final, totalmente fictícios.” Diz o autor André Alvez, que no processo de criação, deu voz a um gato que conta a história de sua dona.
Fonte: A Bruxa da Sapolândia

Por Eliel: Uma lenda urbana baseada em fatos reais assustadora. São quase 500 páginas repletas de sangue inocente, magia negra e sapos. Uma história real que aconteceu nos anos 60 em Campo Grande - Mato Grosso do Sul. 

André teve acesso ao processo que levou Célia de Sousa, a mulher conhecida como a Bruxa de Sapolândia, à prisão entre os anos 1969 e 1971 acusada pela morte de crianças por fome e maus-trautos, além de participação de rituais de magia negra.

A polícia foi à casa de Célia, no quintal, ela indicou onde estavam enterrados duas crianças, um menino e uma menina: Jesus Aparecido Larson, que morreu em agosto de 1967, e Dirce Silva, falecida em maio de 1967. A retirada dos corpos, sepultados em covas rasas, foi acompanhada pela imprensa, que eternizou em fotos a mulher agachada ao lado de um caixão e fumando cigarro. 

André romantizou esse processo depois de um amplo trabalho de pesquisa, além disso, ele criou uma origem, um passado, para essa mulher. Criou também um desfecho para essa história que permanece inexplicável até hoje, afinal ela sumiu.

A região que Célia morava era conhecida por Sapolândia, porque era recheada por diversos lagos de diferentes portes onde uma quantidade imensa de sapos infestavam o lugar. Perto dali existia uma casa de madeira escura, onde Célia morava e praticava seus atos de pura maldade, especialmente contra crianças.

Temos outras personagens interessantes, como Sofia, uma entidade misteriosa que está sempre presente na narrativa juntamente com o gato que conta essa história. Outra personagem misteriosa é Natanael, um menino que viaja no tempo levado pelas sombras amigas, tem hábitos peculiares e pinta quadros perturbadores.

As sete crianças que sofrem nas garras de Célia são um quadro fiel da maldade humana. Sem dúvida são os mais dramáticos dessa narrativa, não se admire ao derrubar algumas lágrimas, ficar enjoado diante das atrocidades que acontecem. 

A escrita André Alvez para A Bruxa da Sapolândia é de perder o fôlego, um pouco de sono e um tempo para refletir sobre a crueldade humana contra seu igual. Com certeza é uma leitura irresistível, repleta de mistérios. Saber que tem aquele fundo de verdade torna o texto mais profundo.


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quinta-feira, 29 de novembro de 2018

[Cineclube]: Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald





Cineclube é uma coluna semanal que tem como objetivo trazer para os leitores do Dear Book, críticas sobre filmes (do retrô até os últimos lançamentos), além de alguns especiais sobre temas do universo cinematográfico, passando eventualmente pelas séries que tocam nossos corações (seja por amor ou total aversão mesmo). Qualquer assunto da sétima arte que mereça ser discutido você vai ver por aqui, no Cineclube.





Titulo: Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
Data de lançamento (Brasil): 15 de novembro de 2018
Diretor: David Yates
Elenco principal: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler, Alison Sudol, Jude Law, Johnny Depp, Ezra Miller e Zoe Kravitz
Gênero: Fantasia, Aventura

Newt Scamander (Eddie Redmayne) reencontra os queridos amigos Tina Goldstein (Katherine Waterston), Queenie Goldstein (Alison Sudol) e Jacob Kowalski (Dan Fogler). Ele é recrutado pelo seu antigo professor em Hogwarts, Alvo Dumbledore (Jude Law), para enfrentar o terrível bruxo das trevas Gellert Grindelwald (Johnny Depp), que escapou da custódia da MACUSA (Congresso Mágico dos EUA) e reúne seguidores, dividindo o mundo entre seres de magos sangue puro e seres não-mágicos.

Os Crimes de Grindelwald é o segundo filme da nova franquia que se passa no mesmo universo que a série Harry Potter. É preciso que você tenha assistido o primeiro filme "Animais Fantásticos e Onde Habitam" para entender este. Não é preciso ter visto a série Harry Potter antes, mas acredito que o filme pode não ter tanto apelo para você, se não tiver a bagagem dos outros filmes. E vou te dizer o porquê.


Falando primeiramente deste filme, ele traz algumas qualidades, mas muito mais coisas que me incomodaram. Começando pela coisas boas, os efeitos especia estão muito bons, principalmente na criação da criaturas mágicas, que continuam tendo um destaque, o que vale o título inicial da série.  As cenas em 3D estão também muito boas e vale a pena ver o filme assim (apesar de por aqui só existir realmente sessões em 3D). 


A história em si é interessante, e apresenta novos personagens, ao mesmo tempo que trás alguns do nosso passado (no caso do futuro do "universo"). Então, o filme ganha alguns pontos por nos mostrar Hogwarts anos ante da ida do nosso bruxinho favorito, Harry Potter, e mais do que isso, nos mostra Alvo Dumbledore mais novo e com aquele mesmo ar misterioso, que Jude Law conseguiu representar perfeitamente. Por isso, digo que o filme atrai muito mais pelas referências série inicial, do que por seu próprio mérito. 


Quero chamar a atenção para a atuação da Zoe Kravitz, que interpreta Leta Lestrange, que para mim, se saiu muito bem no papel, e representou o único personagem que mostrou alguma complexidade e conteúdo nos filmes até agora. Todo o apelo de Dumbledore e Grindelwald vem muito mais do que já conhecemos deles, e é legal ver isso ser contado no filme. Ainda que de forma discreta até agora. Mas em relação aos personagens novos, a série tem um problema sério, que torna dificil se apegar a tudo. As personagens de Tina e Quennie não conseguem agradar e são sem nenhum atrativo. O jeitinho enjoada na Quennie é bem difícil de aguentar.


Os outros personagens, como Jacob (que foi o humor do primeiro filme) ficou quase como um figurante, sem nenhuma função especial. E todos os outros personagens, com a Nagini (que criou tanta polêmica) e Credence, são fazem ocupar a tela, e dar uma história de fundo (no caso de Credence). Espero que eles sejam mais aproveitados no próximo filme. Outra questão é que é muito problemático quando você tenta misturar passado e futuro do universo HP, porque para quem conhece bem a série, é possível perceber alguns falhas cronológicas e de conteúdo, que incomodam, e são surpreendentes, quando a roteirista é a própria autora do universo.


Sei que acabei sendo bem crítica sobre o filme, e particularmente ele não me encantou, mesmo que um dos pontos mais legais seja ver adultos podendo usar magia no mundo exterior. Isso possibilita muito coisa e dá um ar empoderado aos personagens que me atrai bastante na série. O filme é bom, entretêm, e as horas passam rápido. Ele consegue passar o ambiente e clima do universo bruxo, mesmo que tenha uma história bem mais sombria. Não é perfeito, e tem algumas questões que precisam ser melhoras, e outras que não sei o que pode ser feito a respeito. Mas é uma ida obrigatória ao cinema, para quem assistiu a série original. E talvez seja isso, que faz o filme ter tanto sucesso nas bilheterias.





Jayne Cordeiro é de Salvador-Bahia, e tem 26 anos. Enfermeira, com pós graduação em auditoria, sempre foi apaixonada por livros e filmes, e entrou no universo dos blogs em 2015, ao se tornar resenhista literária da página Maravilhosas Descobertas. Além disso, hoje ela também participa do blog O Clube da Meia Noite, como resenhista literária e esporadicamente na crítica de filmes. E agora faz parte do blog Dear Book com a nova coluna sobre filmes, Cineclube.

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segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Resenha: "Graça e Fúria - Graça e Fúria #1" (Tracy Banghart)

Tradução de Isadora Prospero

Por Stephanie: Atualmente, muitas editoras estão pegando carona no sucesso da série The Handmaid's Tale, vendendo seus lançamentos como livros feministas e que trabalham a força da mulher. Graça e Fúria certamente se encaixa nessa categoria, mas não considero isso como um de seus pontos fracos; Tracy Banghart consegue trabalhar bem as referências, favorecendo a história que criou.

A obra nos apresenta as irmãs Serina e Nomi, duas jovens que vivem em um reino em que mulheres tem papéis pré-estabelecidos e poucos direitos. Serina foi criada para ser uma graça, ou seja, uma mulher que viverá no palácio e servirá ao rei (no caso, ao herdeiro do rei), em troca de uma vida de luxo para si e sua família. Nomi, ao contrário da irmã, nunca quis uma vida assim para si, e sempre foi contra as imposições do reino. Ela aprendeu a ler (mesmo sendo contra a lei) e participará da seleção de graças com Serina, mas para ser a aia dela e auxiliá-la diariamente.

Tudo parecia bem, até que coisas acontecem e o destino das irmãs muda drasticamente: Serina é enviada para uma prisão feminina e Nomi ganha o posto de uma das graças do príncipe Malachi, mesmo sem ter nenhuma ideia de como fazer isso. Ela não sabe se portar, não sabe dançar, não sabe servir. E será que Serina, com toda sua delicadeza e ingenuidade, vai conseguir sobreviver aos horrores da prisão?

– Vocês devem ser tão fortes quanto esta prisão, tão fortes quanto a pedra e o oceano que as cercam. Vocês são concreto e arame farpado. Vocês são feitas de ferro.

Graça e Fúria é uma leitura rápida e dinâmica. A maioria dos grandes acontecimentos ocorre nos primeiros capítulos, mas mesmo assim ainda temos alguns momentos bem importantes ao longo do enredo. As protagonistas são bem distintas entre si, e acredito que assim como eu, você também vá se surpreender com qual das duas vai se identificar mais.

O livro tem uma ambientação simples e até um pouco genérica; não me lembro de nenhuma característica específica que consiga diferenciar Viridia de tantos outros reinos ou países já citados em outras fantasias que já li. 

Quanto aos personagens, o que mais gostei foi da evolução de alguns deles. Vemos claramente a força feminina sendo representada em sua melhor forma, ainda que timidamente. Acredito que tudo em Graça e Fúria seja bem introdutório: desde o enredo até as ideias sobre feminismo, sororidade e governos autoristas. É uma ótima maneira de se iniciar na leitura de livros empoderadores.

(...) Não é uma escolha quando você não tem a liberdade de dizer não. Um"sim" não tem nenhum valor quando é a única resposta que se pode dar!

Enquanto temos personagens cativantes e fortes de um lado, há também aqueles que tomam as decisões mais erradas e inocentes do outro. Há algumas revelações sobre determinadas pessoas que não posso falar por motivos óbvios, mas digo que, se o leitor fizer um pouco de esforço, vai conseguir perceber com facilidade o que virá pela frente.

No geral, Graça e Fúria é uma boa leitura, principalmente para os leitores que não estão acostumados com fantasias ou histórias sobre governos patriarcais. Recomendo!

Até a próxima, pessoal!

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sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Resenha: "O Elefante Desaparece" (Haruki Murakami)

Tradução: Lica Hashimoto

Sinopse: Com a mesma genialidade com que escreveu seus romances mais famosos, 1Q84ou Crônica do Pássaro de Corda, por exemplo, Haruki Murakami usa esta coletânea de contos para tomar o senso de normalidade de assalto. Um homem vê seu elefante favorito desaparecer, dois recém-casados sofrem de uma fome avassaladora que os faz roubar uma lanchonete no meio da noite, e uma jovem mulher descobre que a forma de se livrar de um pequeno monstrinho verde pode estar ligada a seus próprios pensamentos: esses são apenas alguns dos contos que integram essa seleção de dezessete histórias. Por vezes assustador, por vezes hilário, O elefante desaparece é mais uma prova da habilidade que Murakami tem de ultrapassar as fronteiras da realidade — e de voltar carregando um tesouro.


“Todos os contos se passam em universos paralelos não tão distantes da realidade, é quase como se eles sempre estivessem escondidos logo abaixo da superfície: ruelas secretas que oferecem uma perspectiva inesperada.” — The New York Times



“Encantador e intrigante. Todos os contos possuem características surreais e um tom moderno e espirituoso.” — The Wall Street Journal



“Essa coletânea consegue reunir as melhores características de um romance: um tom homogêneo e uma multiplicidade de detalhes que cria uma textura única para a escrita.” — The Independent

Fonte: Grupo Cia das Letras

Por Eliel: O título causa um estranhamento logo de cara. Isso é proposital, pois o estilo de Murakami é cheio repleto de surrealismo, abstracionismo beirando o absurdo deixando a obra aberta para interpretação e discussão. 

Os contos são ambientados principalmente no Japão e geralmente são pessoas comuns que trazem um ar solitário até melancólico. Parece até que conhecemos aquele vizinho ou aquela senhora que passa pela rua tamanha a habilidade do autor de nos envolver na narrativa.

Não existe um tema central que ligue os contos uns aos outros, por isso eles podem ser lidos em qualquer ordem. Murakami tem uma habilidade para distorcer a realidade usando de transtornos psicológicos, inércia, fantasia, entre outros. Ele faz isso de uma forma natural que você só se dá conta que atravessou o véu da realidade depois de estar bem longe na trama.

- Sei que soa estranho - ela admitiu. - Não é para menos. A história toda é bem esquisita.

Os contos podem parecer meio sem pé nem cabeça e Murakami tem o costume de não dar muitas explicações, mas o conceito é esse mesmo, provocativo e ousado. Esse autor vai mexer com seu psicológico (no bom sentido).

Hoje eu entendo que, em muitos casos, não se deve relatar a realidade das coisas. A realidade deve ser criada.

Meu conto favorito é Sono, nele acompanhamos o dia a dia de uma mulher que por alguma razão não sente mais sono e não se sente cansada. Por isso começa a refletir sobre sua vida, seu casamento  e as consequências na sua rotina por não dormir.

São 17 contos e o conto de abertura (O Pássaro de Corda e as Mulheres de Terça) é o primeiro capítulo de um dos seus livros (O Pássaro de Corda). O conto que fecha essa antologia é justamente o que dá título à esse livro. São contos de diversos tamanhos e ritmos, mas a leitura do livro em si é bem rápida. Gostei bastante da experiência e com certeza recomendo

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segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Resenha: "A Busca" (Lisa Kleypas)


Tradução: A. C. Reis


Sinopse: Após uma infância cheia de traumas, tudo o que Hannah Varner deseja é viver bem longe da mãe problemática e das complicações que a irmã, Tara, despeja em seu colo. Hannah quer algo que nunca teve: uma vida tranquila. Mas um telefonema muda todos os seus planos… Tara teve um filho e desapareceu, deixando o bebê aos cuidados de Hannah.

Desesperada, a jovem decide investigar tanto o paradeiro da irmã quanto a identidade do pai da criança. E descobre que um membro da família Travis pode ser o responsável por aquela confusão em sua vida. Jack Travis, um milionário de uma das mais importantes famílias do Texas, amante das mulheres e do prazer, nunca pensou que encontraria em seu escritório uma jovem irritada e extremamente sexy segurando um bebê que pode ser seu filho.

Nesta envolvente trama, com personagens densos e uma história familiar inesperada, Lisa Kleypas nos leva a conhecer mais um membro da família Travis e a descobrir o verdadeiro significado das palavras amor e entrega.

Por Jayne Cordeiro: A Busca foi a minha primeira oportunidade de ler um romance contemporâneo da Lisa, que já era uma autora bastante conhecida por seus romances de época (e que adoro!). E como era de se esperar, ela arrasa perfeitamente com essa história cheia de carga emocional, mas também romântico e divertido.


- Eu sei que Dane preferiria salvar o mundo do que tentar salvar um bebê. Mas entendo o porquê. - Bebês são como clientes difíceis, Hannah - Tom disse. - Você ganha mais crédito por tentar salvar o mundo. E é mais fácil.

A protagonista Hannah se vê presa em uma situação super complicada ao precisar cuidar do sobrinho recém nascido, e ela é uma pessoa que carrega muitos traumas pelo passado difícil. Muito da personalidade e comportamento é uma adaptação e forma de auto defesa ao que ela vivenciou com a mãe cheia de defeitos.


- Uma pessoa não pode pertencer a outra - eu o contestei -. Na melhor hipótese, é uma ilusão. Na pior, escravidão.

E para equilibrar Hannah, aparece Jack Travis, que não ganhou um prêmio como melhor personagem masculino à toa, porque ele é feito na medida certa para lutar contra os mecanismos de defesa de Hannah. E é impossível não gostar de toda as cenas em que esses dois aparecem juntos. Desde o começo a química entre os dois é inegável, e é muito divertido acompanhar as conversas e interações entre os dois. 


"Vou lhe mostrar o que é bom de verdade Hannah. Começando com um sexo selvagem. Do Tipo que você não conseguirá lembrar do próprio nome quando terminarmos."

Para quem não sabe, A Busca é o terceiro livro da série The Travis Family, que como o nome já diz, apresenta em cada livro a história de um dos membros dessa poderosa família do Texas, mas não é necessário ter lido os anteriores, apesar de os personagens aparecerem aqui. Dá pra ver que os anteriores devem ser ótimos, pelo pouco que vemos aqui. É uma família super interessante e com uma dinâmica bem legal. 


Luke adormeceu segurando meu dedo. Aquilo foi de uma intimidade diferente de tudo que eu já tinha sentido antes.

Posso dizer que a autora conseguiu criar em A Busca um romance envolvente, bem escrito, com uma história interessante e que apresenta personagens bem complexos. O livro apresenta cenas divertidas, românticas, com aquela dose de sensualidade já tão presente nos outros livros da autora. Com certeza é um livro que merece ser lido para quem gosta de um romance contemporâneo.

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sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Resenha: "Uma Coisa Absolutamente Fantástica" (Hank Green)

Tradutor: Lígia Azevedo

Sinopse: Em seu aguardado livro de estreia, Hank Green traz a história original e envolvente de uma jovem que se torna uma celebridade sem querer - mas logo se vê no centro de um mistério muito maior do que poderia imaginar. Enquanto volta para casa depois de trabalhar até de madrugada, a jovem April May esbarra numa escultura gigante. Impressionada com sua aparência - uma espécie de robô de três metros de altura -, April chama seu amigo Andy para gravar um vídeo sobre a aparição e postar no YouTube. No dia seguinte, a garota acorda e descobre que há esculturas idênticas em dezenas de cidades pelo mundo, sem que ninguém saiba como foram parar lá. Por ter sido o primeiro registro, o vídeo de April viraliza e ela se vê sob os holofotes da mídia mundial. Agora, April terá de lidar com os impactos da fama em seus relacionamentos, em sua segurança, e em sua própria identidade. Tudo isso enquanto tenta descobrir o que são essas esculturas - e o que querem de nós.

Por Jayne Cordeiro: Sabe quando você pega um livro pra ler, imaginando uma coisa, e acaba sendo completamente surpreendida pelo rumo que o livro toma? Pois Uma Coisa Absolutamente Fantástica é exatamente isso. Para começar, eu não sabia que o autor era irmão do famoso John Green, autor de A Culpa é das Estrelas e Teorema Katherine (entre outros). Além de parecidos fisicamente, eles conseguem fazer uma mistura bem legal entre ciência e ficção (no caso de John Green, por Teorema Katherine). E para seu livro de estreia, Hank Green conseguiu uma obra muito legal.

Olha, sei que você está esperando uma história épica com intriga, mistério, aventura, quase morte e morte de verdade, mas, para chegar a isso (a menos que pule direto para o capítulo treze - não sou a sua mãe), você vai ter que lidar com o fato de que eu, April May, além de ser uma da coisa mais importantes que já aconteceu à raça humana, também sou uma mulher de vinte e poucos anos que cometeu alguns erros.

Bom, você pode pensar que este livro é mais uma obra de ficção científica, sobre invasões alienígenas, mas o livro acaba surpreendendo, porque esse tema, por mais que esteja em todo o livro, acaba sendo apenas a base para uma história mais profunda, e que trás uma crítica bem interessante sobre as mídias sociais e como somos influenciados e mudados por ela. Como isso acontece? A April, sem grandes pretensões (e sem ser muito ligada às redes sociais), acaba se tornando manchete e posteriormente ícone de uma situação, que mexe a dinâmica do mundo todo. O livro mostra como as pessoas lidam com isso através das redes sociais, e como outros se utilizam da mídia para conseguir atingir seus propósitos.

Eis algo realmente idiota sobre o mundo: o segredo para parecer interessante é não se importar em parecer interessante. De modo que o momento em que você chega ao ápice do interesse também é o momento em que você não está nem aí.

O livro trás uma temática bem legal, questionando a força que a internet tem em ligar e afastar pessoas, criando situações perigosas e solidárias, e como muitas vezes a busca pela atenção pode mexer com as pessoas e como lidamos com o dia a dia. Dá pra ver que o livro é bem mais que uma ficção, certo? Mas ele também trás um lado misterioso, enquanto todos tentam descobrir o que são os robôs que aparecem, e o significado de diversos acontecimentos estranhos que acontecem com todos.

- Está tudo bem? - Pode me contar mais sobre esse sonho? - Hum, claro, mas sé bem esquisito. Tive o mesmo sonho quatro vezes. Estou no lobby de um escritório todo chique, mas meio estranho...Ele terminou para mim:-Com um robô recepcionista, enquanto toca uma musiquinha que não sai da cabeça no fundo. Essa que você estava cantarolando agora.- Como você sabe?- Faz dias que estou tendo esse sonho April.

O livro é muito bem escrito, tem uma dinâmica que segura o leitor o tempo todo. Achei legal, como a história é contada pela April, diretamente para quem lê o livro, como se ela estivesse realmente contando a história para o leitor. Gostei da protagonista, exatamente porque ela não era perfeita. Tinha uma série de defeitos e más atitudes, mas acho que isso é importante para entendermos o que acontece com ela, e como ela chega até aquele ponto.

- Como eu estava dizendo, mesmo no mais terrível dos dias, mesmo quando só conseguimos pensar no nosso pior, tenho orgulho de ser humana.

Uma Coisa Absolutamente Fantástica é um livro divertido, mas ao mesmo tempo sério, capaz de mostrar as engrenagens que movem as mídias e as pessoas, que parece surpreendente, mesmo pra quem já mexe com elas, como se finalmente percebêssemos uma camada de tudo, que nunca tínhamos visto antes. Também é uma história que fala sobre união. É uma história envolvente, e com um final impactante, e que pode vir a ser um gancho para uma continuação ou não. É um livro que super indico!

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quinta-feira, 15 de novembro de 2018

[Cineclube]: Mente Sombrias





Cineclube é uma coluna semanal que tem como objetivo trazer para os leitores do Dear Book, críticas sobre filmes (do retrô até os últimos lançamentos), além de alguns especiais sobre temas do universo cinematográfico, passando eventualmente pelas séries que tocam nossos corações (seja por amor ou total aversão mesmo). Qualquer assunto da sétima arte que mereça ser discutido você vai ver por aqui, no Cineclube.




Titulo: Mentes Sombrias
Data de lançamento (Brasil): 16 de agosto de 2018
Diretor: Jennifer Yuh Nelson
Elenco principal: Amandla Stenberg, Harris Dickinson, Miya Cech, Mandy Moore, Bradley Whitford, Mark O`brien, Skylan Brooks e Patrick Gibson.
Gênero: Ficção Científica

Em um mundo apocalíptico, onde uma pandemia mata a maioria das crianças e adolescentes da América, alguns sobreviventes desenvolvem poderes sobrenaturais. Eles então são tirados pelo governo de suas famílias e enviados para campos de custódia. Entre elas está Ruby (Amandla Stenberg), que precisa se esconder entre as crianças sobreviventes devido ao poder que possui.


Mentes Sombrias é um filme que eu estava ansiosa para ver, pois logo quando vi o trailer meses atrás eu me identifiquei muito. Sua história misturando mundo pós apocalíptico e super poderes é uma receita certa para mim, que adoro ficção científica. Por isso corri atrás do livro e o devorei em pouco tempo. Essa semana pude assistir o filme e aproveitei para para trazer o que achei para vocês.

Bom, estamos falando de um filme de ficção cientifica juvenil. Se esse não é seu gênero de escolha, então provavelmente Mentes Sombrias não é o filme para você. Ele tem como pano de fundo um mundo em que as crianças foram dizimadas por uma doença desconhecida e as que sobraram foram trancafiadas, pois adquiriram poderes especiais. Junto a essa temática, temos uma protagonista que passou quase metade da vida nesta prisão e que aprendeu a temer seus poderes. A história também apresenta aquele momento mais leve, mostrando as interações sociais e as descobertas da juventude. Por isso, acredito que esse seja um filme que os jovens vão se identificar.

Gostei da escolha do elenco. A protagonista Amandla tem conquistado bastante espaço nas telonas, e logo mais ela vai estrear com o filme O Ódio que Você Semeia, uma outra adaptação que o livro já fez muita gente se emocionar. Ela pode não ser uma atriz espetacular, mas tenho visto uma evolução nela, e acredito que possa se consolidar no meio. Quando aos outros atores, como fã do livro, posso dizer que os outro integrantes do grupinho foram bem escolhidos e conseguiram (mesmo que de forma rápida) passar um  gostinho de como eles interagem. Quanto a Mandy Moore (nome mais conhecido ali) o papel dela não tem muito destaque, então ela passa mais desapercebido. 

O enredo segue um bom fluxo, entre momentos emotivos, divertidos e de ação. Os efeitos são bem feitos, e o filme prende você até o final. Para quem já leu o livro e está curioso em saber se foi uma boa adaptação, posso dizer que foi sim. Sem grandes sustos. Fizeram algumas mudanças, para poder condensar o filme, isso era o esperado. Mesmo que eu tenha sentido falta de uma das cenas finais, que para mim são um dos pontos altos do livro. No filme, Ruby está mais decidida com ela mesma, com meno medo em relação aos poderes dela. Mas no geral, foi uma adaptação bem fiel, ao contrário de outras coisas que temos visto por ai.


Mentes Sombrias é um filme de ficção juvenil divertido, e que prende o leitor, mas não consegue passar todo o potencial do livro, não por falta de tentativa, mas porque o livro abre muito mais possibilidades. No final, você sente que gostou do livro, mas ele não consegue marcar realmente. Acaba sendo mais um filme do gênero, que vale a diversão, mas que não te faz dizer "Uau!". Mas vale a pena ser assistido por quem leu o livro ou por quem gosta do gênero.





Jayne Cordeiro é de Salvador-Bahia, e tem 26 anos. Enfermeira, com pós graduação em auditoria, sempre foi apaixonada por livros e filmes, e entrou no universo dos blogs em 2015, ao se tornar resenhista literária da página Maravilhosas Descobertas. Além disso, hoje ela também participa do blog O Clube da Meia Noite, como resenhista literária e esporadicamente na crítica de filmes. E agora faz parte do blog Dear Book com a nova coluna sobre filmes, Cineclube.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2018

#Lançamento: Encontro - Um Conto do Clube do Livro (EBOOK GRATUITO)

Curtaficção de estreia de Kleris Ribeiro será lançada pelas plataformas PagSocial e PayWithATweet

Imagine poder vivenciar um encontro de leitores a qualquer hora. E, além disso, descobrir que uma experiência literária pode ir além do folhear de páginas. É isto que a escritora Kleris Ribeiro nos faz experimentar em Encontro – Um conto do clube do livro, sua curtaficção de estreia, lançada virtualmente neste novembro em formato ebook pelas plataformas PagSocial e PayWithATweet – onde leitores “pagam” com um compartilhamento em suas redes sociais, como Twitter e Facebook, para ter acesso ao conteúdo.

Baseada em experiências dentro do Clube do Livro Maranhão, a história do conto transita entre diversos personagens – clubistas, pessoas que ainda não conhecem o projeto e pessoas que nunca imaginariam ter um contato mais íntimo com a leitura. Cada um deles traz uma vivência singular em um “dia de clube”. O próprio encontro é assim descrito pela autora, que lança mão de sentimentos e emoções para transformar a experiência do clube em palavras.

“São pessoas diferentes e ao mesmo tempo tão parecidas,
curiosas o bastante para ir além da leitura.”

A cada linha e a cada personagem, o leitor é tomado por uma onda de identificação. Talvez ele se veja na Bárbara, mandando mensagens para convidar os amigos para o encontro. Ou quem sabe se identifique com a Petra, mãe de André Paulo, que não resiste à curiosidade e visita o clube pela primeira vez. O André, é claro, acompanha a mãe. E aqui, de forma sutil, a ficção se alinha à realidade e mostra que os clubes de leitura são um espaço para todos.

”Ao levar informações e reflexões, os leitores podem se sentir acolhidos, sabendo que eles também são protagonistas de suas histórias e podem contribuir muito na história de outras pessoas", descreve Kleris, que foi assertiva ao homenagear o Clube (de qual participa) na obra, além de dar holofotes aos clubes de leitura presenciais. ”Saber que esses espaços de troca existem pode incentivar mais a procura e participação de leitores”, completa.

Para clubistas, a curtaficção é uma forma de reviver a mágica do clube a qualquer instante. Para os navegantes que ainda não embarcaram na primeira viagem, o ebook adocica as expectativas e não deixa o leitor perder o navio. E para quem ainda não conhece o Clube do Livro Maranhão, a historieta é uma excelente oportunidade de adentrar a este incrível e extraordinário universo

Encontro - Um conto do clube do livro será disponibilizado exclusivamente entre os dias 14 e 25 de novembro, de forma gratuita no PagSocial e PayWithATweet. Para conferir o lançamento virtual, acesse http://bit.ly/EbookClube


SOBRE A OBRA E A AUTORA

“É envolvente, reflexivo, sensível e muito verdadeiro em retratar as diferentes perspectivas da literatura, da leitura e das relações humanas.” Talita Guimarães – autora de Vila Tulipa e Recorte!

Uma experiência literária pode ir além do folhear de páginas – é o que promete um “dia de clube”. Descubra neste conto como uma simples reunião pode fazer diferença na sua história.
A conversa nunca é só sobre livros, é sobre a vida.

Kleris Ribeiro é beletrista, produtora cultural, redatora, social mídia, leitora e diretora no Clube do Livro Maranhão. Escreve para o blog @dearbookbr e no IG literário @textosdecapa.

LANÇAMENTO
ENCONTRO  UM CONTO DO CLUBE DO LIVRO
Autoria: Kleris Ribeiro
Gênero: Ficção, Conto, Drama, Contemporâneo.
Temáticas: Leitores, leitura, clube de leitura, relacionamentos.
Ebook independente, 32 páginas.


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Ana Liberato