sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Resenha: "Santuário dos Ventos" (George R. R. Martin & Lisa Tuttle)

Tradução: Luís Reyes Gil

Sinopse: George R.R. Martin, autor de “As Crônicas de Gelo e Fogo” e “Wild Cards”, e Lisa Tuttle reuniram seus talentos para presentear o leitor com Santuário dos Ventos, uma obra ambiciosa e emocionante, que, combinando ficção científica e fantasia, chega às livrarias pela LeYa. O romance, ambientado num planeta distante, conta a história de Maris e seu sonho de se tornar um dos voadores, grupo de habitantes mais prestigiado do Santuário dos Ventos. Para isso, recorrerá a tudo que estiver a seu alcance para conquistar as preciosas asas – abalando a sociedade em que vive e gerando uma série de novas questões morais entre os voadores e os “confinados à terra”. Afinal: quem merece ganhar os céus? E até que ponto a benção se torna também uma maldição?

Fonte: Editora Leya

Por Eliel: Quando uma situação não te agrada o conselho mais comum e mais óbvio é mudar. Porém isso às vezes não é tão fácil. No santuário dos Ventos tem uma sociedade engessada que faz distinção social entre os voadores e os confinados à terra, herança dos seus antepassados. Os Voadores são uma classe de prestígio no Santuário dos Ventos, são eles que são o principal meio de comunicação entre as nações. Os Confinados à Terra são todos os outros membros do povo que habitam as ilhas desse planeta tomado por grandes quantidades de água e fortes ventos.

Maris é uma confinada à terra de nascença que teve acesso à asas porque seu pai adotivo, Russ, é um voador. Ele ensina a arte do voo para Maris que tem um talento nato, mas devido ao seu nascimento e as regras não terá o direito de se tornar uma verdadeira voadora.

Muito em breve, ela deverá passar as asas que lhe deram tanto prazer para seu irmão mais novo, Coll (filho biológico de Russ), que não tem o mínimo talento e vontade de ser um voador. Sua verdadeira paixão é a música.

- Não se preocupe - disse Russ, com uma voz cordial, mas meio forçada. - Foi só um suporte, filho; eles quebram à toa. Não é difícil consertar. Você estava um pouco instável, mas todos nós ficamos no primeiro voo. Da próxima vez será melhor.- A próxima vez, a próxima vez, a próxima vez! - repetiu Coll. - Eu não consigo, pai, não consigo. Eu não quero uma próxima vez! Eu não quero suas asas! - Ele chorava abertamente agora, e seu corpo tremia com os soluços.O grupo ficou mudo, chocado, e o rosto de seu pai ganhou um ar severo.- Você é meu filho, um voador. Haverá sim uma próxima vez. E você aprenderá.Coll continuava tremendo e soluçando, as asas já desatadas aos seus pés, quebradas e inúteis, pelo menos por ora. Não haveria voo para Eyrie naquela noite.

As asas dos Voadores são feitas de um material metálico provenientes das velas das grandes embarcações estrelares dos primeiros exploradores a chegarem nesse planeta formado por vários arquipélagos. Dessa forma esse material é bem escasso, e as asas são passadas de geração a geração o que mantém essa cultura viva. Como mensageiros a serviço dos Senhores da Terra, que são os governantes das nações, eles mantém a comunicação e a sobrevivência em comunidade do planeta.

Maris não deseja se separar da liberdade e das sensações proporcionadas pelas asas. Diante de um grande Conselho dos Voadores ela vai lutar bravamente pelo seu direito contra todas as tradições impostas por séculos de história, afinal para ela as asas deveriam ser passadas por mérito e habilidade ao invés por hereditariedade. Dessa forma, menos asas seriam perdidas e vidas seriam poupadas se não caíssem em mãos inexperientes e sem talento.

- Somos pessoas, e se temos algum instinto é o instinto, o desejo de mudança. As coisas sempre mudam e se formos inteligentes faremos as mudanças nós mesmos, e para melhor, antes que sejamos obrigados a fazê-las. A tradição de passar as asas de pai para filho funcionou razoavelmente bem por muito tempo. Com certeza, ela é melhor que a anarquia, ou que a antiga tradição de se defender isso num combate, que apareceu no Leste durante os Dias de Sofrimento. Mas não é a única maneira, nem é a maneira perfeita.

Maris se tornará uma lenda no Santuário, porém terá que lidar com as consequências de seus sonhos e atitudes. Um fardo que pode ser bem pesado para carregar, mas toda revolução tem fardos e consequências diante das mudanças necessárias.

Um livro escrito à quatro mãos e com uma única voz. O mestre Martin e Lisa Tuttle escreveram esse livro em 1981 e somente agora chega uma tradução encantadora chega às nossas mãos por meio da Editora LeYa. Uma aventura ao melhor estilo Espada e Feitiçaria que trata de temas como a busca de sonhos e a importância de questionar sistemas opressores. Com uma protagonista feminina forte e bem construída e à frente do seu tempo.

- Crescer pode ser doloroso - comentou Evan. - E toda cura leva tempo. Dê tempo ao tempo, Maris.

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Ana Liberato