sexta-feira, 12 de abril de 2019

Resenha: "Querido Evan Hansen" (Val Emmich, Steven Levenson, Benj Pasek e Justin Paul)

Tradução: Guilherme Miranda

Lançamento em 17 de Abril de 2019

Sinopse: Dos criadores do premiado musical da Broadway Dear Evan Hansen, esta é uma história emocionante sobre solidão, luto, saúde mental e amizades inesperadas.

Evan Hansen sempre teve muita dificuldade de fazer amigos. Para mudar isso, decide seguir as recomendações de seu psicólogo e escrever cartas encorajadoras para si mesmo, com esperança de que seu último ano na escola seja um pouco melhor. O que não esperava era que uma das cartas fosse parar nas mãos de Connor Murphy, o aluno mais encrenqueiro da turma.
Quando Connor comete suicídio e sua família encontra a carta de Evan, todos começam a pensar que os dois eram melhores amigos. Sem conseguir explicar a situação, Evan acaba refém de uma grande mentira. Ao mesmo tempo, graças a essa (falsa) amizade, o garoto finalmente se aproxima de Zoe, a menina de seus sonhos, e passa a ser notado no colégio. No fundo, Evan sabe que não está fazendo a coisa certa, mas se está ajudando a família de Connor a superar a perda, que mal pode ter?
Evan agora tem um propósito de vida. Até que a verdade ameaça vir à tona, e ele precisa enfrentar seu maior inimigo: ele mesmo.
"Mesmo no formato de livro, a história de Evan Hansen canta. Leitura obrigatória, especialmente para quem já se sentiu invisível." - Becky Albertalli, autora de Com amor, Simon
"Querido Evan Hansen é uma poderosa reflexão sobre o luto, a depressão e as várias formas como estamos presentes (ou não) na vida daqueles que estão em nosso redor sem nem perceber." -  David Arnold, autor de Mosquitolândia.

Por Eliel: Contém gatilhos emocionais relacionados à depressão e suicídio.

Sou um apaixonado por musicais da Broadway e ter a oportunidade de conhecer um romance baseado em uma das mais aclamadas montagens dos últimos anos é sem dúvida incrível. Val Emmich escreveu esse romance sob o olhar do criador do ganhador do prêmio Tony de melhor musical de 2017, Steven Levenson e os compositores Benj Pasek e Justin Paul. Essa peça tem chamado atenção por ter ganho prêmios de Melhor Ator, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora, tudo isso em pouquíssimo tempo desde sua estréia em 2016 no Music Box Theatre, na Broadway, onde ainda está em cartaz. Ainda esse ano vai estrear em Londres e também nos cinemas, porém sem data prevista.

Vejam uma das músicas mais marcantes dessa montagem, Waving Through A Window:


E tem a minha favorita também, For Forever:


O livro que será lançado esse mês pela Editora Seguinte, trás um aprofundamento para a obra original que faz ela ter ainda mais peso. Hoje em dia nunca se falou tanto dos problemas de relacionamentos e a falta de comunicação, principalmente entre as gerações. Bullying e depressão são os hits do século. Esse livro trata de todos esses assuntos de uma forma única. 

Evan Hansen é um adolescente tímido e que sofre com a ansiedade, por isso tem tanta dificuldade em se relacionar com outras pessoas. Seu terapeuta sugere que ele escreva cartas para ele mesmo para trabalhar seus sentimentos. A história de desenvolve após Evan quebrar o braço quando cai de uma árvore durante as férias e agora vai começar mais um ano letivo.

Seu gesso permanece branco, ninguém assina como tradicionalmente acontece nesses casos. Evan não tem amigos, ele tem colegas de classe que estudam juntos por anos. Um desses colegas é Connor Murphy, um adolescente cheio dos seus próprios problemas, mas que ao perceber o gesso em branco se oferece para assinar. Dessa forma, o gesso de Evan tem uma única assinatura.

Evan têm uma queda por Zoe, uma das garotas mais populares da escola. Como qualquer clichê romântico, ela é inalcançável para ele. E após um momento estranho entre os dois e antes da sua próxima sessão de terapia, Evan escreve a carta mais sincera que consegue para mostrar ao seu terapeuta. Uma carta que fala de suas emoções, seus sentimentos pela Zoe e que mostra que apesar das aparências ele não está nada bem. Connor encontra a carta na impressora da biblioteca e vai levar para Evan, porém ao bater os olhos na carta ele vê que Evan fala da sua irmã. Isso mesmo, Zoe Murphy é sua irmã.

Vou ter de mostrar alguma coisa para o dr. Sherman, e tudo que tenho até agora é "Querido Eva Hansen".  Apaguei todas as coisas que escrevi de manhã. Toda aquela besteira sobre ser verdadeiro comigo mesmo. Só escrevi aquilo porque pensei que soava bem.É claro que soava bem. Ficção sempre soa bem, mas não ajuda muito quando a realidade vem e joga você de cara no chão. Quando enrola sua língua, prendendo as palavras na sua cabeça. Quando deixa você almoçando sozinho.

Connor fica muito bravo e desconta toda sua raiva em Evan. As coisas começam a se complicar quando Connor comete suicídio e é encontrado com a carta de Evan no bolso. Todos começam a achar que eles eram os melhores amigos e lidavam com seus problemas em segredo.

Evan cai em uma rede de mentiras alimentada por ele mesmo para não ferir os sentimentos dos pais de Connor. Uma amizade falsa é alimentada e dá esperanças para uma família em crise. Os acontecimentos levam um rumo que Evan jamais quis, ele se torna um modelo para pessoas que sofrem com a ansiedade e ele passa a ser reconhecido não só na escola.

Queria que tudo fosse diferente. Queria fazer parte de alguma coisa. Queria que alguma coisa que eu digo fosse importante, para quem quer que seja. Sério: alguém perceberia se eu desaparecesse amanhã?Do fundo do coração, seu melhor e mais querido amigo, Eu.

Uma poderosa história sobre responsabilidade e amadurecimento em quanto lida com problemas que, infelizmente, são tão comuns na nossa época. Mesclando capítulos do Evan com os do Connor (mesmo após sua morte) nos dão uma visão bem ampla de cada acontecimento.

Por momentos bizarra e emocionante, uma narrativa densa e de fácil compreensão. Com toda a certeza uma leitura agradável que fará muitas emoções virem à tona. Esse é o trabalho de uma obra literária, te tirar do lugar comum e te transportar além, te fazer refletir e agir. Recomendo fortemente.

- Hoje em dia, a sua geração, odeio falar isso, mas vocês só querem saber de alegria instantânea. Quem quer parar para ler um livro quando se pode ver o Facebook? Mas não tem como substituir um trabalho bem-feito. Não tem. Só precisa de um pouco de paciência.

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Ana Liberato