quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Resenha: "Sessão da meia-noite com Rayne e Delilah" (Jeff Zentner)

Tradução de Guilherme Miranda

Por Stephanie: Sessão da meia-noite com Rayne e Delilah é o mais novo lançamento de Jeff Zentner, autor de Dias de Despedida e Juntos Somos Eternos, dois livros que eu já li e gostei muito (confira as resenhas de ambos aqui e aqui). A obra acompanha a história de Josie e Delia, duas melhores amigas que juntas apresentam um programa de televisão sobre filmes de terror de qualidade duvidosa. Josie está passando por um momento de indecisão na vida, pois não sabe se deseja ingressar na faculdade ou seguir carreira na TV, enquanto Delilah vive uma situação delicada com uma mãe mentalmente instável e um pai ausente, que abandonou a família e a quem ela deseja reencontrar. As amigas irão embarcar em uma jornada para uma convenção do universo do terror que pode (ou não) mudar suas vidas.

Quando comecei a leitura de Sessão da meia-noite, confesso que estranhei um pouco o tom da obra e a escrita, que diferem do que encontrei nos livros anteriores do autor. Cheguei até a comparar com a escrita de John Green, principalmente por causa dos diálogos “cabeça” e meio esquisitos entre as duas protagonistas. Passado esse estranhamento, consegui me conectar com a história e sentir empatia pelos personagens, em especial pela Delia.

Acredito que cada pessoa tem direito a cinco ou seis dias perfeitos na vida. Dias sem nenhuma nota fora do tom nem incômodos, dias que vão amadurecendo como um pêssego na memória com o passar dos anos. Sempre que você o morde, ele é doce e suculento.

Toda a história que envolve o programa de TV é muito divertida de acompanhar; eu me lembrei de experiências semelhantes que tive durante a faculdade e foi bem nostálgico. Toda a preparação para o programa, o amadorismo envolvido, as cartas dos espectadores… tudo isso me deixou bastante entretida e arrancou sorrisos.

Porém, como era de se esperar, Sessão da meia-noite não é apenas divertido; há muitas partes tristes e reflexivas, que tratam principalmente de relações familiares. Ainda que esse seja o livro mais leve do autor, ele conseguiu trabalhar os dramas dos personagens (mais precisamente, da Delia) de maneira sensível e verossímil. Josie também tem seus problemas pessoais, mas que achei bem menos impactantes; em alguns momentos, senti que eram meio white people problems, sabe? Mas nada que me desagradasse tanto.

Agora, sobre algo que não me agradou mesmo: a viagem para a ShiverCon. Parece que Jeff Zentner deu uma escorregada nessa parte, inserindo situações bem desconfortáveis de ler e que chegaram a soar muito irreais. Achei desnecessário.

Há um romance que se desenvolve desde o início da história e que, apesar de ser fofo, não faria falta se não existisse. Eu teria gostado mais se todos fossem amigos, mas não acho que que vá incomodar os leitores em geral.

De qualquer forma, eu recomendo a leitura pra quem deseja se aventurar em um livro rápido e fluido, só para espairecer. Não acho que é a melhor opção para quem nunca leu nada do autor, mas, se a sinopse te interessou, pode apostar sem medo!

(...) Seria muito fácil pensar que dá para se proteger de se magoar simplesmente não amando ninguém. Meio como dá para evitar ser atropelado por um ônibus se você nunca sair de casa. Mas isso não é jeito de viver. É melhor amar as pessoas e se magoar. Ninguém nunca diz no leito de morte que gostaria de ter amado menos gente.

PS.: Há um easter egg que coloca esse livro no mesmo universo de Dias de Despedida! Meu coração se aqueceu e fiquei toda feliz quando li :)

Até a próxima, pessoal!

Curta o Dear Book no Facebook
Siga o @dear_book no Twitter e o @dearbookbr no Insta

0 comentários

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós! Pode parecer clichê, mas não é. Queremos muito saber o que achou do post, por isso deixe um comentário!

Além de nos dar um feedback sobre o conteúdo, contribui para melhorarmos sempre! ;D

Quer entrar em contato conosco? Nosso email é dear.book@hotmail.com

 
Ana Liberato