quinta-feira, 14 de janeiro de 2021

Resenha: "O jardim secreto" (Frances Hodgson Burnett)


Tradução de Liliana Negrello e Christian Schwartz

Sinopse: Uma história encantadora de transformação e empatia. Um clássico da literatura inglesa infanto-juvenil adorado há mais de um século por leitores de todas as idades.

Ao perder os pais numa epidemia de cólera na Índia, onde nasceu e foi criada, a pequena e mimada Mary Lennox é enviada para viver na lúgubre mansão de seu tio, no coração da Inglaterra rural. Deprimido pela morte da esposa, o tio está sempre viajando, enquanto seu filho Colin, primo de Mary, passa a vida na cama como inválido. Solitária, Mary tenta se divertir vasculhando a propriedade, até que descobre um segredo incrível: o deslumbrante jardim de sua falecida tia, trancado e abandonado.

A descoberta do jardim faz com que Mary conheça Dickon, menino que conversa com os animais e as plantas, e se aproxime do primo, que volta a sair da casa numa cadeira de rodas improvisada. Assim, a amizade das três crianças e o encantamento causado pelo jardim começam a transformar a vida de todos na casa.

Publicado em 1911, O jardim secreto já inspirou diversas adaptações para teatro, TV e cinema.

Por Stephanie: O filme "O jardim secreto", de 1993, é um dos meus favoritos da infância – e até hoje ainda tenho muito carinho pela obra. Sempre tive muito interesse pelo livro e, quando vi a edição de bolso luxo da Zahar, tive certeza de que era o momento certo para fazer a leitura. Como fazia muito tempo desde a última vez que assisti ao filme, não lembrava de todos os detalhes da história, o que foi ótimo pois consegui aproveitar melhor o livro, como se fosse a primeira vez.

A escrita de Frances Hodson Burnett é fluida, com poucos floreios mas muito sentimento. Ela descreve com perfeição os detalhes da natureza que cerca os personagens, seja no jardim propriamente dito ou em qualquer outra paisagem. Foi uma das coisas que mais gostei na obra.

Uma das coisas estranhas de viver neste mundo é que só de vez em quando somos capazes de sentir, com toda a certeza, que viveremos para todo o sempre. Isso acontece às vezes, quando acordamos naquela hora suave e solene da madrugada, saímos de casa, ficamos sozinhos, jogamos a cabeça para trás e olhamos lá para cima, para o céu pálido que vai se transformando e ruborescendo lentamente, e vemos coisas maravilhosas começarem a acontecer, até que a luz que surge no leste quase nos faz gritar - e o coração fica em silêncio diante do estranho e imutável esplendor do nascer do sol, que vem acontecendo todas as manhãs há milhares e milhares de anos. Nessa hora temos essa certeza, ainda que apenas por um breve momento.

Os personagens são bem desenvolvidos e encantadores, cada um à sua maneira. Gostei muito do desenvolvimento de Mary e de sua jornada ao longo da história. Colin também é um personagem memorável; ainda que seja um pouco inverossímil, gostei da maneira dele de ver o mundo, sempre positivamente e com esperança.

Por ser um livro com um público-alvo mais jovem, é natural que o enredo seja simples, com muitas metáforas e uma moral da história ao final. Aqui, creio que as mensagens são voltadas à valorização da natureza, fé em algo maior do que nós mesmos para superar as adversidades e importância da união familiar.

Recomendo demais a leitura, não só para os fãs do filme, mas para quem nunca entrou em contato com essa história tão encantadora. Só não dei nota máxima devido a algumas passagens racistas e xenofóbicas em relação a indianos e pessoas não brancas como um todo. Entendo que é reflexo do pensamento da época mas foram momentos que me incomodaram.

Tirando isso, é um livro lindo que merece ser lido por todos!

Até a próxima, pessoal!


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Ana Liberato