segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Resenha: “Amor Verdadeiro” (Jude Deveraux)

Tradução de: Ebréia de Castro Alves

*Por Mary*: Prontos pra uma indicação bem amorzinho?

Eu sou romântica, assumo.

E adoro ler romances, também assumo.

Quando esses romances trazem consigo uma pitada de mistério e uma ambientação exótica, então, não tem como resistir. E é isso que Jude Deveraux nos proporciona: uma história despreocupada, carregada de mistérios envolvendo uma casa mal-assombrada pelo fantasma do comandante morto em um naufrágio no Séc. VIII, que não foi capaz de se libertar por conta do desaparecimento não-esclarecido de seu grande amor, Valentina.

Seus motivos são puros e transparentes. O senhor está esperando pela volta – ou reencarnação, seja lá o que for – da mulher que ama, sua preciosa Valentina. E o senhor sempre lhe foi fiel. Já ouvi isso tudo antes. A vida inteira. O senhor vai reconhecê-la quando a vir, e vocês dois vão partir juntos rumo ao pôr do sol. O que quer dizer que ou ela morre, ou o senhor volta à vida.
O mister deste conflito é passado de geração a geração na família Kingsley, mas ninguém parece capaz de solucioná-lo, até que o surgimento de uma garotinha muito especial acende uma centelha de esperança para o charmoso Caleb.

Em Amor verdadeiro, conhecemos Alix Madsen, uma recém-formada estudante de arquitetura, que recebe da amiga de sua mãe – a quem não vê desde que tinha quatro anos – o direito de viver em sua casa por um ano, antes que a encantadora construção secular seja entregue ao herdeiro: Jared Montgomery Kingsley Sétimo. Para a moça, essa é uma irrecusável oportunidade para se dedicar ao portfólio que pretende montar antes de procurar emprego em um dos maiores escritórios de arquitetura do país, além de ajudar sua melhor amiga a organizar seu casamento e, de quebra, se deliciar com a maravilhosa ilha, repleta de pessoas acolhedoras e construções magníficas.

O que Alix não imagina é que este presente venha acompanhado de uma missão que poderá mudar sua vida de uma maneira absolutamente inesperada.
- E como é que você me considera agora? – ele perguntou, docemente.
- Como um ser humano. Um homem vivo, que respira e é impaciente, manipula conversas e informações da forma que quer, como um designer que às vezes falha em suas concepções.
Em terceira pessoa, Jude Deveraux se vale da figura de um narrador onisciente para contar as desventuras de um amor que esperou mais de dois séculos para se concretizar. Havia algum tempo que não esbarrava com o narrador que tudo sabe e tudo vê. A partir dele, o leitor fica a par de tudo o que os personagens sentem e pensam.

Apesar disso, fiquei com a impressão de que o mote – ou o que a sinopse deu a entender que era – ficou relegado a segundo plano. Em alguns momentos pensei: é agora que o livro realmente começa! Mas não, não começou. A meu ver, os mistérios envolvendo a razão de Alix ter sido mandada para a casa dos Kingsley poderiam ter sido melhor explorados; ao contrário disso, tornaram-se meros coadjuvantes.
- Ela e o comandante Caleb se apaixonaram imediatamente?
- Ele sim. Na época ele não sabia disso, mas se apaixonou à primeira vista. Quanto a Valentina, a princípio ela o desprezou.
- Não é isso que acontece sempre com os grandes romances? – Alix girou um círculo completo e o encarou.
- Talvez para se ler a respeito, mas não para vivenciar. [...]
Para aqueles leitores que preferem histórias mais verossímeis, talvez Amor verdadeiro não seja a alternativa mais adequada. E não digo isso pela trama envolvendo um fantasma de duzentos anos que precisa saber o que aconteceu a sua amada para poder se libertar, mas pelos personagens pouco reais, muito perfeitos e bonitos. Terminei a leitura com a sensação de que só existe boy magya em Nantucket.

Além disso, em meu ponto de vista, a história deixou algumas pontas soltas – algumas intencionais, claramente abrindo caminho para eventuais continuações – e outras, nem tanto. Como diria a Kleris, eu não diria que o desfecho ficou bem amarrado.

Ainda assim, estamos falando de um livro muito bom, bem escrito e fácil. Para quem deseja uma leitura despreocupada, sem muitos pontos de reflexão e conflitos, Amor verdadeiro é, sem dúvida, uma excelente opção. O tipo de livro que a gente mata em três dias, de boa.

Sendo assim, se você quer suspirar, acreditar que o amor pode sobreviver a muitos e muitos percalços, além de se divertir com os mistérios da ilha mais mal-assombrada da América, com certeza Amor verdadeiro é a opção certa. 
Alix repetiu seus votos para ele, e Jared constatou que todos tinham a ver com o ato de partilhar. Partilhar tudo o que se tinha, tudo o que se era, com outro ser humano. Recordou-se de Alix dizer a Victoria que ela achava a vida de Jared solitária até agora. Ele nunca tinha achado que fosse, mas soube então que ela estava certa. Uma por uma, ele foi perdendo as pessoas em meio às quais nascera, mas pouco a pouco a família de Alix as substituiu. E agora o círculo estava completo.


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Ana Liberato