sexta-feira, 28 de julho de 2017

Resenha: "O livro de Moriarty" (Arthur Conan Doyle)

Tradução de José Francisco Botelho

Por Mari Diniz: O desejo de conhecer melhor o maior e mais misterioso inimigo de Sherlock Holmes é o melhor estímulo para ler O livro de Moriarty

O livro inicia-se elucidando e situando o leitor diante de toda a trama que será narrada nos seis contos. Em sua introdução, o tradutor José Francisco Botelho explica resumidamente algumas das pesquisas em torno dos clássicos de Arthur Conan Doyle e nosso famoso detetive Sherlock Holmes. Porém, longe de se restringir apenas a biografia do autor e supérfluas explicações sobre a história do livro, as explicações, muito bem-vindas, vão desde furos da coletânea à admiração de Sherlock dirigida ao seu maior inimigo Moriarty.
- Imagino que jamais tenha ouvido falar do professor Moriarty – ele disse.
- De fato, nunca ouvi falar.
- Sim, e ai está o assombro e a genialidade da coisa toda! – ele exclamou  - O homem é onipresente em Londres, mas ninguém ouviu falar dele. Isso o coloca em um pináculo nos anais do crime. Eu lhe garanto, Watsonm com toda a seriedade: se eu conseguir derrotar esse homem, se conseguir livrar a sociedade do seu jugo, sentirei que minha carreira chegou ao ápice e poderei, então me dedicar a uma vida mais plácida.
A coletânea de contos em torno do arqui-inimigo de Holmes aproxima o leitor e o deixa mais atento e fervoroso para conhecer Moriarty. Entretanto, as aparições de Moriarty, que até mesmo John Watson nunca chegou a vê-lo, são tão sorrateiras quanto sua atuação criminosa. Moriarty, diferente do que se imagina, não é um protagonista.

Suas formas de atuação são tão inteligentes quanto o nosso detetive o descreve, de forma que todas as soluções dos crimes ocorridos nos contos convergem em sua direção, mas não conseguem entregá-lo ou incriminá-lo. O livro cujo maior tema é Moriarty mostra as façanhas do inestimável vilão das formas mais inteligentes e discretas com as quais o mesmo trabalha.

O primeiro conto, O problema final, talvez seja o maior contato que o público possa ter tido com o vilão. De forma ainda que indireta, já que Watson, nosso narrador, apenas escreve o que já havia sido descrito por Sherlock. Conhecemos o último contato entre nossos personagens. Watson nunca chegou a vê-lo, mas mantem Moriarty vivo nas narrativas como se o tivesse. Certamente o nosso principal vilão esconde-se, mas não desaparece.

O fato das narrativas serem contadas por Watson, a partir de suas observações, mas principalmente do que Sherlock conta , tornam os diálogos leves e facilmente legíveis. A presença constante deles também torna a leitura ainda mais amena, fugindo de grandes narrativas e deixando o livro tão dinâmico quanto ele pode ser.
- O trabalho é o melhor antidoto para a tristeza, meu caro Watson – ele disse- E, esta noite, tenho um serviço dos mais interessantes para nós dois; o tipo de caso cuja resolução, por si só, bastaria para justificar a existência de um homem neste planeta.
Este possui todos os contos em que Moriarty fora até mesmo apenas citado, mas nos quaissua participação influenciou fortemente o andar da história. Inclusive, o conto final, O vale do medo, mesmo sendo um pouco maior, para mim, foi o maior reflexo de como Moriarty atua.

Quem já leu outros contos sabe que O livro de Moriarty evidencia muito mais a relação entre o vilão e o herói, e para quem pela primeira vez toca na obra de Arthur Conan Doyle, O livro de Moriarty parece ser um pequeno aperitivo e excelente início para outros contos.

Até a próxima, 
Mariana Diniz

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