quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Resenha: "Fragmentados" (Neal Shusterman)

Tradução por Camila Fernandes
Sinopse: Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria.
Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe.
O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.
Fonte: Skoob


Só por que a Lei diz, não significa que é verdade.

Por Eliel: Como toda boa distopia, há sempre um momento em que o pavio é aceso. No caso de Fragmentados, primeiro volume da série homônima de Neal Shusterman, é a Guerra de Heartland. Houveram muitos conflitos e mortes nessa guerra civil, como solução para esses problemas surgiu a Lei da Vida. Ela assegura que a vida humana não pode ser tocada desde a concepção até a idade de 13 anos. Porém, entre os 13 e 18 anos, os pais podem escolher "abortar" a criança, desde que a vida da criança não tenha, "tecnicamente", um fim. Essa prática é conhecida como Fragmentação, que agora é uma prática comum... e aceita.

Em um mundo perfeito, todas as mães desejariam seus bebês e estranhos abririam seus lares para aqueles que não são amados. [...] Mas este não é um mundo perfeito. O problema são as pessoas que pensam que sim.

Ser fragmentado, basicamente, quer dizer que alguma parte do seu corpo ou órgão será removido para que seja usado por outro ser humano. A pessoa fragmentada continua viva, mas que tipo de vida é essa? Nesse volume conhecemos Connor, Riza e Lev, os protagonistas dessa aventura empolgante. Todos estão destinados à fragmentação, cada um com uma história única que os uniu. A grande aventura será sobreviver até que completem 18 anos.


A narrativa se divide entre os pontos de vista desses três infortunados protagonistas, além de hora ou outra termos o ponto de vista de uma personagem secundária. Achei essa forma de apresentar a narrativa muito dinâmica e interessante. A distopia desse livro é algo mais interior, é algo que acontece nos valores morais e sociais de uma comunidade, não há cenários caóticos, exceto pela mente humana.

Com claras discussões sobre temas atuais e polêmicos, em especial o aborto, porém com uma graciosidade de palavras que levam as ideias onde elas devem ficar, na mente e no coração do leitor crítico e pensante. 

Você aprende uma coisa depois de ter vivido tanto que eu vivi: as pessoas não são completamente boas ou completamente ruins. A gente passa a vida toda entrando e saindo das sombras e da luz.

Neal Shusterman é um exímio construtor de personagens, ele os faz tão reais, tão vivos, que é até mesmo possível tê-los sentados ao seu lado relembrando memórias tão obscuras. Narrativa envolvente que te prende já na primeira página e promete não te soltar até que essa série chegue ao fim. Torço para que a Novo Conceito não demore a lançar a sequência desse best-seller.

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Ana Liberato