segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Resenha: "Daisy Jones & The Six" (Taylor Jenkins Reid)

Tradução de Alexandre Boide.

Sinopse: Todo mundo conhece Daisy Jones & The Six. Nos anos 1970, dominavam as paradas de sucesso, faziam shows para plateias lotadas e conquistavam milhões de fãs. Eram a voz de uma geração, e Daisy, a inspiração de toda garota descolada. Mas no dia 12 de julho de 1979, no último show da turnê Aurora, eles se separaram. E ninguém nunca soube o por quê. Até agora.

Essa é a história de uma menina de Los Angeles que sonhava em ser uma estrela do rock, de uma banda que também almejava seu lugar ao sol e de tudo o que aconteceu – o sexo, as drogas, os conflitos e os dramas – quando um produtor apostou (certo!) que juntos poderiam se tornar lendas da música.

Nesse romance inesquecível narrado a partir de entrevistas, Taylor Jenkins Reid reconstitui a trajetória de uma banda fictícia com a intensidade presente nos melhores backstages do rock'n'roll.

"É isso o que todo mundo quer da arte, não? Ver alguém expor os sentimentos que existem dentro de nós. Arrancar um pedaço do seu coração e mostrar para você."

Por Thaís Inocêncio: Por se tratar de "uma história de amor e música", como diz o subtítulo, eu já sabia que iria me apaixonar por esse livro – e estava certa! Escrito em formato de entrevista, a obra traz um registro completo de como surgiu a estrela Daisy Jones, como foi formada a banda The Six e como essas duas potências se juntaram, formando o fenômeno Daisy Jones & The Six. 

Os relatos inéditos são dados pelos próprios integrantes da banda e por pessoas próximas a eles, também envolvidas no meio musical na década de 1970. As entrevistas foram feitas anos após o fim da banda, portanto os personagens recorrem a flashbacks. Isso torna a narrativa ainda mais interessante, porque, em muitos casos, cada um deles se lembra da mesma situação de maneiras diferentes, a depender do modo como foram afetados por aquele momento. 

"Muitas vezes a verdade não está nem de um lado nem de outro, e sim escondida num meio-termo."

Quem está acostumado com uma narrativa linear, pode se atrapalhar um pouco até se ambientar na história e conhecer os personagens, que não nos são apresentados da maneira tradicional; vamos descobrindo quem eles são e o contexto em que vivem aos poucos. Gostei desse formato porque a autora nos coloca no papel de fãs ou, pelo menos, de pessoas que já conhecem os membros da banda, afinal, ela foi muito famosa, o que contribui para a verossimilhança da história. 

Por falar em verossimilhança, mais uma vez Taylor Jenkins Reid consegue construir personagens tão complexos – como as pessoas realmente são – que fica difícil de acreditar que Daisy Jones & The Six não existiu de verdade. Para completar, a autora criou, de fato, as letras das músicas compostas pela banda, as quais podem ser encontradas na íntegra ao final do livro. Cada vez que uma música aparece na história, a vontade de ouvi-la de verdade é quase incontrolável. Felizmente, há uma série vindo por aí e eu mal posso esperar para ver essa banda ganhando vida!

"We only look like young stars

Because you can't see old scars"

[Nós só parecemos astros jovens / 

Porque você não tem como ver as velhas cicatrizes]

Letra da música "Young stars"

Outro ponto de destaque é a representação das personagens femininas, que são à frente de seu tempo e dignas de admiração. Daisy é uma personagem cheia de camadas que chama a atenção pela determinação e ambição, pela maneira como impõe suas vontades e pelo controle do próprio corpo. Karen, a tecladista e minha personagem preferida nessa história toda, é independente e conhece bem o significado de sororidade. Camila, esposa do vocalista Billy Dunne, impressiona pela resiliência, perseverança e pelo modo como coloca os outros acima de si mesma (o que às vezes é uma virtude, às vezes uma fraqueza).

É importante dizer que, apesar de ter sido o que me chamou a atenção inicialmente, essa não é apenas "uma história de amor e música". O livro aborda, ainda, a dependência de álcool e drogas, o relacionamento abusivo e os diversos sentimentos que perpassam as relações humanas em geral, como inveja, egoísmo, paixão, insegurança, desejo, entre outros. O plot twist realmente me impressionou e acredito que esse seja um dom da autora (vide o que ela fez em Os sete maridos de Evelyn Hugo). 

"As coisas não precisam ser perfeitas para ser fortes."

A Stephanie também escreveu uma resenha de Daisy Jones & The Six para o Dear Book. Estamos aqui pra provar que essa leitura vale a pena!

Até a próxima, pessoal!


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sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Resenha: "Conectadas" (Clara Alves)

Sinopse: Raíssa e Ayla se conheceram jogando Feéricos, um dos games mais populares do momento, e não se desgrudaram mais – pelo menos virtualmente. Ayla sente que, com Raíssa, finalmente pode ser ela mesma. Raíssa, por sua vez, encontra em Ayla uma conexão que nunca teve com ninguém. Só tem um “pequeno” problema: Raíssa joga com um avatar masculino, então Ayla não sabe que está conversando com outra menina.

Quanto mais as duas se envolvem, mais culpa Raíssa sente. Só que ela não está pronta para se assumir – muito menos para perder a garota que ama. Então só vai levando a mentira adiante… Afinal, qual é a chance de as duas se conhecerem pessoalmente, morando em cidades diferentes? Bem alta, já que foi anunciada a primeira feira de Feéricos em São Paulo, o evento perfeito para esse encontro acontecer. Em um fim de semana repleto de cosplays, confidências e corações partidos, será que esse romance on-line conseguirá sobreviver à vida real?

"Sabe quando as coisas vão virando uma bola de neve e você não tem chance de voltar atrás?"

Por Thaís Inocêncio: Tudo começa de maneira muito inocente, nada premeditada. Raíssa escolhe um avatar masculino simplesmente para fugir do machismo escancarado do mundo dos games. Um dia, porém, ela encontra Ayla perdida no jogo, pedindo ajuda e sendo ignorada, já que nenhum menino sabichão quer interromper suas jogadas para ajudar uma menina iniciante. Como Raíssa já passou por isso e conhece esse preconceito, ela se dispõe a ajudar, sem, no entanto, se despir da sua capa de personagem masculino. 

A partir desse primeiro contato no jogo, as duas estreitam relações na internet. É aí que as mentiras e confusões têm início e a sensação que temos é exatamente a da quote acima: como é que essa bola de neve vai ser desfeita? As artimanhas de Raíssa para não revelar seu verdadeiro "eu" à Ayla são tão bem construídas que ficamos com a impressão de que, a qualquer momento, ela será engolida pelas próprias mentiras e não conseguirá mais se safar. 

Essa maneira de amarrar a história de modo que as coisas não fiquem muito óbvias ou com pontas soltas foi uma das coisas de que mais gostei no livro. A autora consegue nos convencer tanto de que Ayla realmente nem desconfia que Raíssa é uma menina quanto de que Raíssa tem motivos reais para continuar se escondendo por trás de um avatar masculino. Isso faz com que a gente não julgue (muito) as atitudes de Raíssa, mas a compreenda. Afinal, revelar-se para Ayla é também revelar-se para o mundo, não só o dos games, e é preciso muita coragem pra fazer isso. 

"Eu não estava pronta para admitir ao mundo que gostava de meninas."

Essa história vai muito além de um romance clichê entre duas meninas gamers; ela fala de descobertas, inseguranças, autoconhecimento, amor próprio, amizades e questões familiares. Imagino que quem faz parte da comunidade LGBTQIA+ se identifique com muitos dos caminhos e obstáculos que os personagens percorrem e enfrentam nesse livro, e o melhor é que ele mostra que, no fim, tudo vale a pena. Amei toda a representatividade presente nessa obra e espero que isso seja cada vez mais comum na literatura e na vida. 

Desejo que essa leitura aquela o coração de vocês como fez com o meu. Até a próxima, pessoal!

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

Resenha: "Codinome Lady V" (Lorraine Heath)

 

Tradução: A. C. Reis

Sinopse: Cansada de rejeitar pretendentes interessados apenas em seu dote escandalosamente vultoso, Minerva Dodger decide que é melhor ser uma solteirona do que se tornar a esposa de alguém que só quer seu dinheiro. No entanto, ela não está disposta a morrer sem conhecer os prazeres de uma noite de núpcias e, assim, decide ir ao Clube Nightingale, um misterioso lugar que permite que as mulheres tenham um amante sem manchar sua reputação.Protegida por uma máscara e pelo codinome Lady V, Minerva mal consegue acreditar que despertou o desejo de um dos mais cobiçados cavalheiros da sociedade londrina, o Duque de Ashebury. E acredita menos ainda quando ele começa a cortejá-la fora do clube. Por mais que ele seja tudo o que ela sempre sonhou, Minerva não pode correr o risco de ele descobrir sua identidade, e não vai tolerar outro caçador de fortunas.Depois de uma noite de amor com Lady V, Ashe não consegue tirar da cabeça aquela mulher de máscara branca, belas pernas e língua afiada. Mesmo sem saber quem ela é, o duque nunca tinha ficado tão fascinado por nenhuma outra mulher antes.Mas agora, à beira da falência, ele precisa arranjar muito dinheiro, e rápido. Sua única saída é se casar com alguma jovem que tenha um belo dote, e sua aposta mais certeira é a Srta. Dodger, a megera solteirona que tem fama de espantar todos os seus pretendentes.


Por Jayne Cordeiro: "Codinome Lady V" é o primeiro livro da série "Os Sedutores de Havisham". Eu sou suspeita para falar dos livros da lorraine, porque adoro tudo o que rka escreve, e foi interessante, ler esse livro, após ter lido as duas séries que antecedem essa, e que infelizmente não foram lançadas aqui no Brasil. Mas é sempre prazeroso tornar a ver um pouquinho daqueles personagens que acompanhamos a evolução. Mas vamos focar nesse aqui. Eu gostei bastante desse livro. E fiquei satisfeita em ver que ele não seguiu pelo caminho que achei que seguiria. Pensei que o mistério quanto a identidade de Minerva se estenderia por muito tempo e seria foco de várias situações. Mas as coisas acabaram seguindo outros rumos, que para mim, foi bem mais legal.

Adorei os protagonistas. A química entre eles era perceptível, seja nas cenas sensuais ou nos diálogos. As interações era instigantes e me fizeram devorar esse livro em pouco tempo. Ashe é decidido e confiante, como todo libertino (e duque) deveria ser, mas ele também tinha momentos tão doces e profundos. Já Minerva, não era aquela mocinha que buscava um marido, com dinheiro próprio e com uma personalidade única. O que também acabava afastando os pretendentes, que só se interessavam por seu dote. E tudo isso acabou causando uma grande insegurança pessoal.

Como acontece com todos os livros da autora que já li, ela consegue introduzir um tema bem interessante. Mesmo que não seja o foco do livro, já parece para mim, uma marca registrada dela. Os personagens secundários são interessantes, o que já me deixou ansiosa pelo próximo livro, e garantiu momentos bem divertidos. No geral, foi um livro muito gostoso de ler, que prende o leitor e que carrega todas as características da autora. Quem gosta de romances de época, precisa ler os livros dessa mulher. E esse livro consegue manter o alto patamar dela, e nos conquistar.



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sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Resenha: "Pessoas normais" (Sally Rooney)

Tradução de Débora Landsberg.

Por Thaís Inocêncio: Marianne e Connell frequentam o mesmo espaço, mas não pertencem ao mesmo mundo.  Apesar de serem colegas de classe de um colégio em Sligo, cidade da Irlanda, eles parecem viver em universos diferentes e paradoxais: ela é rica, mas excluída; ele pertence a uma classe social mais baixa, mas é popular. Há, porém, um fio que os conecta: a mãe de Connell trabalha como faxineira na mansão da família de Marianne.

Em uma das idas à mansão para buscar a mãe, Connell adentra o mundo de Marianne. Entre conversas e olhares, surge um desejo mútuo de ficar junto. Entretanto, como Marianne é vista como esquisita pelos alunos, Connell propõe que eles mantenham o relacionamento em segredo. Temos aí o primeiro conflito dessa história, causado muito mais por uma questão de poder social do que econômico.

“Quando conversa com Marianne, ele tem uma sensação de completa privacidade. Poderia contar qualquer coisa a seu respeito, até as coisas estranhas, e ela jamais as repetiria, ele sabe. Estar sozinho com ela é como abrir uma porta para fora da vida normal e fechá-la depois de passar.”

A partir de então, acompanhamos a vida e a dinâmica dos dois ao longo de quatro anos – do fim do ensino médio ao período da graduação. À primeira vista, esse parece o roteiro de um romance clichê que se passa entre jovens que estão entrando na vida adulta, mas essa é uma história muito mais densa do que se imagina, sobretudo pelos assuntos tratados. Entre outros temas, o livro aborda conflitos familiares, abuso psicológico, suicídio, depressão e diversos níveis de insegurança.

Com uma trama repleta de encontros e desencontros, o livro me fez lembrar bastante de Um dia, do autor David Nicholls, mas acredito que a linguagem usada por Sally Rooney atrapalhou um pouco a minha imersão na história.

Assim como Nicholls, Sally adota a narrativa em terceira pessoa para que seja capaz de nos dar uma visão ampla e, talvez, imparcial dos personagens. No entanto, sua escrita foge do convencional e a autora insere diálogos sem nenhuma diferenciação, como travessões ou aspas, e às vezes os coloca no meio dos parágrafos, o que pode causar confusão ao menor sinal de distração do leitor. Por isso, é importante estar concentrado na leitura para não se perder em relação ao momento do diálogo e a quem está falando.

“Passado um tempo ele a ouve dizer algo que não entende. Não escutei direito, ele diz. Não sei o que há de errado comigo, diz Marianne. Não sei por que não consigo ser que nem as pessoas normais.”

No entanto, ainda assim, achei incrível a construção dos personagens, que nos são apresentados de maneira tão crua. É como se a autora os revirasse do avesso e nos mostrasse tudo o que eles têm escondido lá dentro – e que, muitas vezes, escondemos também. Por isso, é fácil nos identificarmos com diversos sentimentos e situações apresentados no livro. Sally Rooney criou uma história simples, sem muitas reviravoltas, sobre “pessoas normais” e, ao mesmo tempo, extremamente complexas.

“A vida é a coisa que você traz consigo dentro da própria cabeça.”

E, se a escrita da autora prejudicou um pouco o meu envolvimento com a história, a adaptação lançada pela BBC (disponível no Brasil pelo streaming Starzplay) fez exatamente o contrário: me colocou de cabeça e coração na trama. A série, dividida em 12 episódios, é bem fiel ao livro, mas consegue ser superior, principalmente por causa da atuação dos protagonistas, interpretados de modo brilhante por Daisy Edgar-Jones e Paul Mescal. A intimidade e a química do casal nos faz ter certeza de que, ainda que a vida tenda a levá-los por caminhos separados, eles estão destinados a ficar juntos, pois só na companhia um do outro é que conseguem ser eles mesmos.

Paul Mescal e Daisy
Paul Mescal e Daisy Edgar-Jones como Connell e Marianne na série Normal People.

Até a próxima, pessoal!

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Resenha: "Dez formas de fazer um coração se derreter" (Sarah MacLean)

 

Tradução: Fabiana Colasanti

Sinopse: Isabel Townsend não é exatamente o que se espera da filha de um conde. Apesar de ter a pele delicada e de saber se portar como uma dama quando necessário, a jovem também monta a cavalo, conserta telhados, administra a propriedade e cria o irmão caçula desde que a mãe faleceu – tudo isso sem despertar a menor suspeita de que não há um homem sequer para cuidar de sua família.

Para o pai dela, que só queria se divertir e gastar dinheiro em jogatinas, pouco importava o que ela fizesse. Porém, quando ele morre, Isabel se vê sem recursos e precisa defender os direitos do irmão, ameaçados pela chegada iminente de um tutor. Assim, não lhe resta saída senão vender sua coleção de estátuas de mármore, o único bem que herdou.

Para sorte sua, um especialista em antiguidades acaba de chegar ao condado. Inteligente e sensual, lorde Nicholas St. John é um solteiro convicto que deixou Londres para se livrar das jovens que passaram a persegui-lo desde que foi eleito um dos melhores partidos da cidade.

Em poucos dias, fica claro para Nick que Isabel é a mulher mais obstinada e misteriosa – além da mais interessante – que já cruzou seu caminho. Ao mesmo tempo, ao conhecê-lo melhor, a independente Isabel percebe que há homens em que vale a pena confiar. Enquanto eles põem de lado suas antigas convicções, seus corações se abrem para dar uma chance ao amor.


Por Jayne Cordeiro: "Dez formas de fazer um coração se derreter" é o segundo livro da trilogia "Os Números do Amor". O livro é focado em Nicholas St. John, irmão gêmeo do protagonista do primeiro livro. Eu tinha expectativas boas para esse livro, porque gostei muito do primeiro, e Nicholas já tinha se mostrado um personagem bem encantador. A sinopse também parecia com a ideia de uma mocinha fora dos padrões, e um local de abrigo para mulheres que precisavam fugir de situações difíceis.

Eu gostei desse livro, apesar de considerar o primeiro melhor. Na verdade, esse livro teve apenas um fator que me incomodou, que foi a mocinha Isabel. Eu entendo a situação dela, e os motivos pelo qual ela atua de determinada maneira, mas eu achei ela muito na defensiva. Teimando em recusar ajuda, quando ela era mais que necessária. Isso me deixava um pouco exasperada, mas não posso dizer que ela não era uma personagem forte e com um coração enorme. Nicholas continuou com um alto conceito pra mim, sendo um personagem esperto e muito solidário.

Apesar desse problema com a Isabel, achei que o casal funcionou muito bem. Ele era mais relaxado, em oposição a tensão dela. E esse cabo de guerra entre eles, serviu bem a dinâmica dos dois. Adorei os personagens secundários, principalmente as companheiras de Isabel. E elas trouxeram leveza e diversão a história. E ainda podemos rever um pouco dos personagens do primeiro, e já deixou um gancho bem interessante para o terceiro livro, que estou bem ansiosa para ler. No geral, esse foi um ótimo livro, que me prendeu e deixou aquele gostinho de satisfação. Agora é ver o que virá no encerramento da trilogia.


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sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Resenha: "Terror a Bordo" (Stephen King e Bev Vincent)

 

Tradução: Regiane Winarski 

Sinopse: Stephen King odeia voar.E agora, junto com seu coeditor Bev Vincent, ele está pronto para compartilhar esse medo com você.Bem-vindos a Terror a bordo, uma antologia sobre tudo que pode dar terrivelmente errado quando se está a 20 mil pés de altura, cortando os céus a 800 km/h, preso em uma caixa de metal com centenas de desconhecidos.

Aqui você vai encontrar todas as maneiras como sua agradável viagem pelos ares pode se transformar em um pesadelo, incluindo algumas formas que você nunca imaginou… mas que vai imaginar da próxima vez em que estiver atravessando a ponte de embarque e entregando sua vida nas mãos de um estranho.
Incluindo histórias inéditas de Joe Hill e Stephen King, além de catorze contos clássicos e um poema de mestres como Richard Matheson, Ray Bradbury, Roald Dahl, Dan Simmons e muitos outros, Terror a bordo é, nas palavras de Stephen King, "perfeito para ler em aviões, principalmente durante aterrisagens turbulentas".


Por Jayne Cordeiro: Sou daquelas que tem vontade ler qualquer coisa que traga o nome de Stephen King. E aqui temos um livro que trás seu nome bem grande na capa, mas que não foi totalmente escrito por ele. "Terror a bordo" é uma antologia focada em um tema bem interessante. Quem nunca se preocupou com que poderia acontecer durante um voo? E aqui, tudo isso é aumentado ao dar uma conotação sobrenatural a todas essas possibilidades. Não vou falar sobre cada conto, mas sim no que o conjunto em si conseguiu passar.

Quem lê as minhas resenhas, sabe que não sou muito fã de antologias. Por mais que eu acabe gostando dos contos, terminar um livro deles, é uma tarefa mais difícil. Eu não consigo ter aquele animo para continuar lendo (o que explica nunca ter terminado Black Mirror), mas para quem gosta desse tipo de livro, não vejo motivos para não gostar desse aqui. O mais interessante sobre ele, é que os contos são dos anos mais variados, e o telespectador é situado com uma introdução que ocorre no começo de conto. E essa introdução já é interessante por si própria.

Individualmente, eu gostei de quase todos o contos. Eles não são longos, e você acaba vendo diversas escritas diferentes, com temáticas diferentes, e isso mantem a atração da coisa. Alguns me deixaram bem tensa, e outros me fizeram pensar "que estranho" e ficar com aquilo remoendo na mente. Todas as escritas me convenceram, e se mostraram bem coesos ao tema principal. Muitos contos até pareciam algo que o Stephen King teria escrito. E não foi a toa, que foram escolhidos por ele, para fazer parte dessa coletânea. Para quem gosta do gênero suspense/terror, e ainda gosta de contos, esse é um livro que vai entreter totalmente o leitor.


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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

Resenha: "Amor(es) verdadeiro(s)" (Taylor Jenkins Reid)

Tradução de Alexandre Boide.

Por Thaís InocêncioNa adolescência, Emma Blair tinha um crush no líder da equipe de natação do colégio, mas achava que nada iria acontecer entre eles, afinal, ele era popular e ela era... normal (bem coisa de filme estadunidense, sabe?).

Um dia, em meio a uma confusão numa festa, eles iniciam uma conversa e descobrem que têm muito em comum. Ambos não querem atender às expectativas dos pais e desejam fugir de toda a pressão que eles fazem: Emma não quer trabalhar na livraria da família; Jesse não quer ser nadador profissional. E assim eles começam a namorar.

Emma e Jesse, então, deixam sua cidade natal, em Massachusetts, e vão para a faculdade em Los Angeles. Eles se casam e têm uma vida muito feliz – até que uma tragédia acontece. Na véspera do aniversário de casamento deles, Jesse sofre um acidente de avião e é dado como morto.

Emma, é claro, passa por um longo processo de luto. Ela volta para a casa dos pais, para ter o apoio deles e da irmã, mas o sofrimento parece não ter fim. Aos pouquinhos, porém, ela vai se reerguendo. É nesse momento que ela reencontra Sam, um antigo colega, que trabalhava na livraria da família Blair. Eles se aproximam e iniciam um relacionamento. Emma, enfim, acredita ser capaz de se abrir novamente para o amor e, mais de três anos após a morte de Jesse, ela fica noiva de Sam. Então, chega a notícia bombástica: Jesse está vivo! É aí que Emma se vê dividida entre seus Amor(es) verdadeiro(s).

Narrado pela protagonista Emma, o livro consegue chamar a nossa atenção desde, literalmente, a primeira frase. Dá uma espiadinha:: 

"Eu estava terminando de jantar com a minha família e com o meu noivo quando meu marido de repente me liga."

Ou seja, já no prólogo, recebemos a informação de que Jesse está vivo. A história, portanto, começa na atualidade e, nos capítulos seguintes, recorre a flashbacks. Primeiro, somos levados à adolescência de Emma, que nos conta como conheceu e se apaixonou por Jesse. Depois, acompanhamos o seu intenso processo de luto. Por fim, vemos como ela consegue retomar a vida e se apaixonar novamente.

"Eu havia encontrado um homem que me entendia e me aceitava completamente, que tinha força suficiente para não se incomodar com o espaço no meu coração que guardei para o meu antigo amor." 

Essa estrutura é muito interessante porque permite que a gente conheça a personalidade dos personagens masculinos e saiba como nasceram e se consolidaram esses dois relacionamentos. Além disso, esse recurso de flashback nos permite entender o momento que Emma vivia quando se apaixonou por cada um. Isso é essencial para que os leitores se sintam tão divididos quanto ela, o que torna a experiência de leitura bastante imersiva. 

Além de romance, o livro tem bastante drama (acho que dá pra notar, né?). Alguns leitores podem achar certos momentos do livro cansativos ou repetitivos, como os que a Emma enfrenta o luto ou fica em dúvida sobre qual dos dois é o amor da sua vida, mas isso não ocorreu comigo. Eu entendi todas as dificuldades e os questionamentos da protagonista e me envolvi completamente com a história. Diria até que sofri quase tanto quanto ela.

Para mim, esse livro é 5 estrelas! Além de envolvente e emocionante, a história nos deixa belas lições sobre amor, amadurecimento e transformação. Será que daqui a cinco anos você será a mesma pessoa que é hoje? Isso é bom ou ruim? E, afinal, existe apenas um amor verdadeiro? Essas são algumas reflexões que poderão te acompanhar durante a leitura. 

"Não acho que um amor verdadeiro precise ser o único. Acho que amor verdadeiro significa amar de coração." 

Se você se interessou por esse livro, saiba que ele é só mais uma das obras perfeitas dessa autora. Por aqui, também somos fãs de Os sete maridos de Evelyn Hugo e Daisy Jones & The Six, todos escritos por Taylor Jenkins Reid. Confira nossas resenhas e até a próxima!

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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Resenha: "Voto de Sangue" - Legado da Irmandade da Adaga Negra (J. R. Ward)

 

Tradução: Cristina Calderini Tognelli

Sinopse: No volume 2 do spin-off da IAN, a Irmandade da Adaga Negra continua a treinar os melhores recrutas para a batalha mortal contra a Sociedade Redutora.

Entre os trainees do programa, Axe se revela um lutador perigoso e esperto – e também solitário, isolado por causa de uma tragédia pessoal. E, quando uma fêmea aristocrata precisa de um guarda-costas, Axe aceita o trabalho, embora esteja despreparado para a atração violenta que se acende entre ele e aquela a quem jura proteger.

Elise perdeu a prima num assassinato terrível, e o charme perigoso de Axe, o guarda-costas contratado por seu pai, é incrivelmente sedutor – e talvez funcione como distração do luto. No entanto, conforme investigam mais a morte da prima, e a atração física entre ambos se intensifica, Axe teme que os segredos dele e sua consciência torturada acabem afastando-os.

Enquanto isso, Rhage, o Irmão com mais sensibilidade, sabe tudo sobre autopunição, e quer ajudar Axe a atingir todo o seu potencial. Contudo, uma visita inesperada ameaça sua família, e ele se vê mais uma vez nas trincheiras lutando contra um destino que poderá destruir o que lhe é mais valioso.

Tanto as tribulações enfrentadas por Axe como as de Rhage vão exigir que os machos superem seus limites – e rezem para que o amor, em vez da raiva, seja as lanternas de ambos na escuridão.


Por Jayne Cordeiro: Esse não livro não é recente, mas só agora tive a chance de ler ele, então trouxe a resenha aqui para vocês. "Voto de Sangue" é o segundo livro da série "O Legado da Irmandade da Adaga Negra", um spin-off na série principal, que já conta com quase vinte livros. Eu recomendo que você tenha lido a série toda antes de chegar aqui, e tenha atenção para a ordem de lançamento, para seguir a ordem correta de leitura. Isso porque além de trazer o casal principal, sendo um dos pares, um jovem vampiro em treinamento para fazer parte da Irmandade, ele trás como história secundário algum casal, já estabelecido na história. Então ler a série principal e ignorar essa, ou ao contrário, pode fazer você perder alguns fatos importantes.

Eu gostei bastante do casal principal. Axe tem um complexo de vira lata, sempre menosprezando os membros da Glymera (aristocracia), e ainda tendo de lidar com a falta de dinheiro, e seus problemas com  o abandono da mãe e tristeza do pai. Elise vem de uma família rica e tradicional, mas ela não quer viver nesse mundo glamoroso. Além de sofrer com a recente morte da prima. Os dois parecem muito diferentes no primeiro olhar, mas a atração entre eles é imediata e difícil de resistir. Foi bem interessante a forma como o relacionamento deles se desenvolveu, e adoro a dinâmica da relação entre machos e fêmeas, dentro desse universo da autora.

A história trás um conjunto envolvente de ação, com momento descontraídos e romance quente e atraente. Somando a isso também os personagens secundários, já dando um gostinho do próximo livro, e com um enredo bem dramático sobre Rhage, Mary e Bitty, que conhecemos em um livro anterior. Mary e Rhage são um dos meus casais favoritos, junto com Butch e Marissa, então não houve uma parte desse livro que não me atraiu. Me emocionei muito vendo Rhage e Mary virando uma família com a Bitty, e os medos que todos os envolvido passam durante um processo de adoção. Este livro é um ótimo acréscimo a série, e não pode deixar de ser lido por quem é fã desse universo maravilho que é IAN.



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terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Resenha: "Nove Regras a ignorar antes de se apaixonar" (Sarah MacLean)

 

Tradução: Fabiana Colasanti

Sinopse: A sonhadora Calpúrnia Hartwell sempre fez tudo exatamente como se espera de uma dama. Ainda assim, dez anos depois de ser apresentada à sociedade, ela continua solteira e assistindo sentada enquanto as jovens se divertem nos bailes. Callie trocaria qualquer coisa por uma vida de prazeres.

E por que não se arriscar se, aos 28 anos, ela já passou da idade de procurar o príncipe encantado, nunca foi uma beldade e sua reputação já não lhe fará a menor diferença? Sem nada a perder, a moça resolve listar as nove regras sociais que mais deseja quebrar, como beijar alguém apaixonadamente, fumar charuto, beber uísque, jogar em um clube para cavalheiros e dançar todas as músicas de um baile. E depois começa a quebrá-las de fato.

Mas desafiar as convenções pode ser muito mais interessante em boa companhia, principalmente se for uma que saiba tudo sobre quebrar regras. E quem melhor que Gabriel St. John, o marquês de Ralston, para acompanhá-la? Afinal, além de charmoso e devastadoramente lindo, ele é um dos mais notórios libertinos de Londres.

Contudo, passar tanto tempo na companhia dele pode ser perigoso. Há anos Callie sonha com Gabriel e, se não tiver cuidado, pode acabar quebrando a regra mais importante de todas – a que diz que aqueles que buscam o prazer não devem se apaixonar perdidamente.

Com um texto leve, inteligente e sensual, Nove regras a ignorar antes de se apaixonar levou Sarah MacLean às listas de mais vendidos e foi escolhido um dos dez melhores romances de época do ano pela Publishers Weekly em seu lançamento.


Por Jayne Cordeiro: Este é o primeiro livro da trilogia "Números do Amor", que não é uma série recente, mas que tive a chance de ler agora. Já tinha lido outra trilogia dela, e tinha adorado. E essa série aqui, já começou muito boa. A mocinha, Callie, é de uma boa família, mas acabou uma solteirona, e com uma péssima autoestima. E sentindo que não fez nada de sua vida, decide cumprir uma lista de desejos, que podem muito bem ser sua perdição na alta sociedade. E é aí que entra Gabriel, um marquês que acaba contribuindo com essa lista em troca da ajuda de Callie, para ajudar usa irmã recém chegada.

Callie é uma jovem muito simpática, mas que sofre com os comentários da familia e conhecidos, por não ter se casado. Ela decide deixar de ser tão passiva com a vida, e viver grandes aventuras. Eu gostei muito dessa protagonista. Ela é doce, companheira, atenciosa, com um bom coração. É aquele tipo de pessoa que parece submissa, mas que quando preciso, pode aflorar como alguém que reage. Gabriel, é o tipico libertino, com uma grande fama, e que devido ao passado de seus pais, decidiu nunca se apaixonar. 

Mas é claro que as coisas nunca seguem como nossos libertinos gostariam. O livro é muito envolvente, com os diálogos e interações entre os mocinhos, nos mantendo grudados na leitura. Os personagens secundários, como os irmãos de Gabriel e a irmã e criada de Callie. É uma história gostosa de acompanhar, com momentos divertidos, dramáticos, e recheado de romance. Ele segue bem dinâmico, mas não surpreende muito com a história. Não no sentido de ser ruim, mas porque já havia algumas coisas que eu esperava que acontecesse, e foi bem assim. De qualquer forma, eu li bem rápido e fiquei muito curiosa para ler os outros livros da série, que são com Nick e Juliana, os irmãos de Gabriel.


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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Resenha: "Prisioneiro da Noite" - Série Irmandade da Adaga Negra (J. R. Ward)

 


Tradução: Cristina Tognelli

Sinopse: Depois de ter seu irmão sequestrado, a bela Ahmare não poupará esforços para recuperá-lo são e salvo. No entanto, ela não está pronta para encarar o tamanho das complicações que estão por vir. Trabalhando em conjunto com um prisioneiro perigoso e que deixa seus sentidos à flor da pele, ela se lança à odisseia de investigar um mundo completamente novo e envolvente. Duran foi traído por seu pai e passou décadas cativo em uma cela, tendo sobrevivido apenas pela motivação de sua sede de vingança. Possuído por uma ferocidade latente, ele fica à espera da chance de escapar e vê seu mundo virar de ponta-cabeça quando encontra sua liberdade diante de uma jovem destemida e extremamente sexy. Lutando contra forças mortais e encarando uma ameaça imprevista, ambos se lançam a uma corrida contra o tempo que visa salvar o irmão de Ahmare. Conforme o tempo vai se esgotando e o inimaginável se prolifera, será que o arrebatamento do amor verdadeiro será capaz de levá-los adiante?


Por Jayne Cordeiro: "Prisioneiro da Noite" é um livro que faz parte do universo da série Irmandade da Adaga Negra. É uma série com muitos livros, mas esse aqui tem uma história mais independente. É importante que você já conheça o universo da série, mas não precisa ter lido todos os livros dela, já que ele se passa mais distante dos personagens conhecidos. Esse livro é bem mais curtinho do que os outros. Tem uma história mais simples e rápida, mas ainda sim, com o mesmo clima de toda a série. E vale a pena conferir esse livro que amplia o universo de IAN (sigla por qual a série é conhecida).

A história é bem interessante, apesar de simples. Duran é um personagem que me lembrou outro da autora, pelo passado sofrido (e haja sofrimento), mas que consegue ser cavalheiro, atencioso e doce, apesar de tudo o que passou. Ahmare é uma vampira corajosa, capaz de qualquer coisa para ajudar o irmão,  que se meteu em problemas. Os dois personagens se complementam muito bem. E me cativaram rápido.

A história é interessante, com o passado conturbado de Duran, e sei desejo de vingança. Apesar de curta, a história segue bem desenvolvida, e dá aquele gostinho do universo que estamos já acostumados. Não é um livro que parece ter alguma ligação direta com a série por enquanto, mas ainda é um livro que vale a pena ser lido, por quem adora a série. E ainda trás personagens secundários que eu adoraria ver serem aproveitados. Seria bem legal se no futuro, eles todos aparecessem na série principal.


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segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Resenha: "Reino de Cinza" - Trono de Vidro Vol. 6 (Sarah J. Maas)

 

Tradução:  Mariana Kohnert  

Sinopse: Reino de Cinzas é a conclusão épica e inesquecível da série Trono de Vidro.Aelin arriscou tudo para salvar seu povo, mas isso pode não ter sido suficiente. Capturada pela rainha sombria trancada em um caixão de ferro, Aelin luta para permanecer forte e resistir às torturas de Maeve, pois sabe que a sobrevivência de seu povo depende disso.Embora tenha resistido por vários meses, sua determinação começa a diminuir a cada dia que passa. Em Terrasen, Aedion, Lysandra e seus aliados se esforçam para conter a ameaça iminente, porém a força dessa aliança pode não ser o suficiente para barrar as hordas de Erawan e proteger Terrasen da destruição total.Espalhados pelo continente, Chaol, Manon e Dorian precisam correr contra o tempo para encontrar seus destinos. Toda esperança de salvação - e de um mundo melhor - encontra-se por um fio.E do outro lado do oceano, com seus companheiros inabaláveis, Rowan luta para encontrar sua parceira e rainha capturada - antes que a perca para sempre.A batalha final se aproxima, todos devem se reunir em Terrasen, para uma última tentativa de vencer a guerra contra Maeve, Erwan e Valg. Seus finais felizes estão à vista se eles puderem aguentar o tempo suficiente para alcançá-los.Sara J. Maas fez um trabalho fantástico nesta edição final, amarrando todos os locais do mapa que ela teceu ao longo de todos os livros. A autora criou habilmente uma movimentação pelos campos de batalha, levando em consideração a rota, o relevo e o clima, fazendo com que seu universo emergisse de forma viva e realista. Maas construiu uma saga impecável, seus personagens complexos e únicos contribuem para tornar a série simplesmente inesquecível. Aelin Galathynius é uma protagonista forte e inspiradora. Em Trono de Vidro como Celaena Sardothien, é uma jovem mal-humorada, brilhante, mas quebrada. Ao final da saga ela está de pé, corajosa e independente. Reino de Cinzas é o fechamento perfeito e completo, sem pontas soltas, para uma aventura memorável.


Por Jayne Cordeiro: Finalmente cheguei ao último livro da série "Trono de Vidro". É aqui que todos os planos, viagens, aventuras e pessoas, devem convergir para o objetivo final de derrotar Erawan e seu exercito sombrio. Aelin está nas mãos de Maeve, com Rowan e seu grupo indo atrás dela. Dorian atrás da última peça para o fecho, Manon tentando juntar as Crochans, Chaol segue com seus aliados para o continente, Aedion e Lysandra segurando o exercito contra Erawan ao Norte. Varias coisas acontecem nesse livro, e ele não é grande a toa. Mas nenhuma cena é desnecessária. Tudo está em constante movimento, e seja com cenas dramáticas, embates épicos ou romance, "Reino de Cinzas" é uma conclusão maravilhosa para essa série.

É impressionante ver o amadurecimento e mudanças, pelas quais diversos personagens passam. E como todos os acontecimentos, as vezes de livros atrás, se encontram e se justificam aqui. Tudo isso mostra um planejamento e escrita aguçada da autora. É uma série sem defeitos, e esse livro foi o encerramento perfeito. Teve momentos em que eu não tinha a mínima ideia de como a coisas se resolveriam. Fiquei tensa diversas vezes, chorei, sorri, comemorei... tudo que tinha direito. O enredo é muito bem elaborado, e você percebe que nenhum personagem está ali em motivo. Fiquei surpresa diversas vezes, com os resultados, e acho isso um ponto alto da história.

Quando você pega esse livro, o oitavo da série, somando os extras, ver o desfecho desses personagens, a reunião final deles, dá uma sensação única de nostalgia, realização e de ficar orfã, quando tudo se acaba. Eu li os livros nesses últimos meses, sempre um atrás do outro, e chegar ao fim, é uma sensação de dever cumprido. Conversando com algumas pessoas, percebi o desejo de ler mais sobre alguns personagens, como Dorian e Manon, e concordo com elas. Mas entendo muito bem porque as coisas terminaram aonde foi, porque agilizar alguns processos, seria fugir do perfil da autora, de desenvolver bem a questões emocionais e de evolução. De qualquer forma, foi um livro cheio de emoções, e que manteve o alto patamar da série. Não há dúvidas quanto a isso.


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sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Resenha: "O Timbre - Scythe #03" (Neal Shusterman)


Tradução de Guilherme Miranda

Sinopse: A humanidade alcançou um mundo ideal, em que não há fome, doenças, guerras, miséria… nem mesmo a morte. Mas, mesmo com todo o esforço da inteligência artificial da Nimbo-Cúmulo, parece que alguns problemas humanos, como a corrupção e a sede de poder, são igualmente imortais. Desde que o ceifador Goddard começou a ganhar seguidores da nova ordem, entusiastas do prazer de matar, a Nimbo-Cúmulo decidiu se silenciar, deixando o mundo cada vez mais de volta às mãos dos humanos.

Depois de três anos desde que Citra e Rowan desapareceram e Perdura afundou, parece que não existe mais nada no caminho de Goddard rumo à dominação absoluta da Ceifa — e do mundo. Mas reverberações da Grande Ressonância ainda estremecem o planeta, e uma pergunta permanece: será que sobrou alguém capaz de detê-lo?

A resposta talvez esteja na nova e misteriosa tríade de tonistas: o Tom, o Timbre e a Trovoada.

Por Stephanie: Como é bom finalmente poder dizer que finalizei uma das minhas trilogias favoritas! E melhor ainda é afirmar com tranquilidade que a conclusão da história foi extremamente satisfatória.

Quando li O Ceifador, lá em 2017, eu sabia que havia encontrado algo especial. Foi uma experiência muito impactante pra mim, e até hoje me lembro exatamente como me senti quando finalizei aquela leitura. Basicamente, eu fiquei obcecada pelo mundo e personagens criados por Neal Shusterman, bem como pela escrita do autor.

Aí veio A Nuvem e desconstruiu praticamente tudo que eu achava que sabia. Neal ampliou o mundo, trouxe novos personagens e até fez algo bastante arriscado: mudou o foco da narrativa. Eu estranhei bastante isso, mas o final chocante desse volume explodiu minha cabeça num nível que eu só conseguia pensar no que viria na terceira (e última) parte da história.

(...) depois que o impensável se transforma em norma, você fica insensível a ele.

Foram dois anos de espera e muita ansiedade para finalmente saber o que o autor havia preparado para o futuro de Citra, Rowan e cia. Eu poderia ter pensado em várias de possibilidades para a conclusão da trilogia Scythe, mas acho que nenhuma delas teria se aproximado do que Neal Shusterman arquitetou com tanta maestria.

Os eventos de O Timbre se passam alguns anos após o bombástico final de A Nuvem. Logo nos primeiros capítulos, percebemos que esse volume tem mais de uma linha temporal, além de diversos pontos de vista e personagens novos. É um pouco confuso no começo, mas não demora muito para nos acostumarmos.

É muito difícil falar da conclusão de uma trilogia sem dar spoilers, por isso vou ser breve. O Timbre é um livro muito completo, que consegue abordar, além dos temas que já conhecíamos – como mortalidade, ética, religião e a corrupção humana –, outros temas muito relevantes. Há, por exemplo, um debate sobre gênero, decorrente de um personagem em específico que particularmente gostei muito e achei uma ótima adição para essa história.

Acredito que Neal conseguiu finalizar as histórias de todos os protagonistas e personagens secundários, o que pra mim é o mais importante. E por falar em personagens, eu gostei muito das relações entre todos aqui, sejam as amorosas, de amizade, família etc. Pra mim, todas foram bem inseridas e trabalhadas (com exceção de uma que queria ter visto um pouco mais… hehe).

É a natureza da vida temer o seu próprio fim. É assim que sei que estamos vivendo de verdade.

A Nimbo-Cúmulo foi um dos destaques de O Timbre. Ainda que em A Nuvem o papel dela já tenha sido de extrema importância, nesse último livro eu senti que ela se tornou mais essencial do que nunca. Algumas cenas dela eu amei tanto que nem sei explicar.

Quanto aos outros personagens, prefiro não me aprofundar muito para evitar fazer qualquer comentário com spoiler. O que posso dizer é que a cena final é puro amor. Eu não esperava chorar, mas lá estava eu me debulhando em lágrimas de emoção!

Os acontecimentos finais são muito grandiosos e impactantes. Acho que o autor foi bem ousado em algumas decisões e entendo perfeitamente que algumas pessoas possam não ter gostado tanto delas, porque nem todas têm consequências positivas. Mas esse tom agridoce fez toda a diferença pra mim; eu amei demais.

Somos seres imperfeitos (...). Como poderíamos nos encaixar em um mundo perfeito?

Portanto, se você ainda tem dúvidas se deve ou não ler essa trilogia, eu te digo: TÁ ESPERANDO O QUÊ? Corre pra ler essa história maravilhosa!

Até a próxima, pessoal!

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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Resenha: " Torre do Alvorecer" - Série Trono de Vidro (Sarah J. Maas)

 



Tradução: Mariana Kohnert

Sinopse: Os leitores fiéis da série Trono de Vidro anseiam para saber como a narrativa de Chaol se desenrolaria, que caminho ele seguiria após tudo o que aconteceu. Torre do Alvorecer certamente nos dá isso e muito mais.Chaol Westfall sempre se definiu por sua lealdade inquebrável, sua força e sua posição como capitão da Guarda. Mas tudo isso mudou desde que o Castelo de Vidro se quebrou; seus homens foram abatidos, e o rei de Adarlan o poupou de um golpe de morte, mas deixou seu corpo quebrado.Ele foi despedaçado emocionalmente, enlouquecendo pela culpa que sentia por decepcionar a si mesmo e a seus homens. Agora, enfraquecido se senta em uma cadeira, um recipiente para seu espírito profundamente combalido.Sua única chance de recuperação reside nos lendários curandeiros da Torre Cesme em Antica - a fortaleza do poderoso império do continente do sul. E é para lá que ruma Chaol, acompanhado de Nesryn, a única mulher na Guarda Real e sua nova capitã, depois de ter sido nomeado Mão do Rei. Então, eles viajam para Antica, na esperança de que os lendários curandeiros da Torre Cesme curem seu corpo. Eles também esperam fazer aliados do império sul na iminente guerra.Com a guerra se aproximando de Dorian e com Aelin lutando por seu trono de direito, Chaol pode ser uma peça-chave para a sobrevivência dos dois jovens monarcas, convencendo outros governantes a se aliarem a eles. O que Chaol e Nesryn descobrem em Antica, no entanto, vai mudar os dois - e será mais vital para salvar Erilea do que eles poderiam ter imaginado.As histórias de novos personagens acrescentam riqueza e profundidade ao universo de Trono de Vidro. A autora faz bom uso do tempo para explorar o passado e o presente.Embora contenha guerra e monstros, ameaças e perigos, Torre do Alvorecer é uma história de cura. É sobre as maneiras pelas quais medimos nosso próprio valor. E também é uma afirmação de que todos - não importa quão perdidos ou quebrados - podem se erguer novamente.


Por Jayne Cordeiro: "Torre do Alvorecer" é o penúltimo livro da série "Trono de Vidro", entre o volume 5 e 6. Ele serve como uma quebra da série principal,  porque sabemos que "Império de Tempestades" terminou de forma bem bombástica. O leitor pode ficar meio decepcionado ao pensar que ele vai ter que deixar de lado, personagens e histórias tão envolventes, para acompanhar a recuperação de Chaol. Mas não se enganem, muita coisa acontece nesse livro, e ele consegue ser tão bom, quanto qualquer outro livro da série.

Por um lado, "Torre do Alvorecer" lembra um dos livros iniciais da série por trazer mais do jogo político e a descoberta de fatos impactantes, mas também trás romance e um pouco de aventura e ação. Tudo na medida certa. É muito interessante conhecer um povo tão diferente do que estavamos acompanhando. Reencontramos mais um personagem de "Lâmina Assassina", e que vai ter um papel importante para toda a história.

Chaol é um personagem que sempre teve destaque, e que nos aprofundamos mais em seus pensamentos e sentimentos nesse livro. A forma como o relacionamento dele com Yrene, e outros personagens se desenrola, foi muito gostoso de acompanhar. É um livro grande, mas você consegue ler muito rápido. Várias informações surpreendentes surgem nesse livro, que serão fundamentais no último livro. Me surpreendi com outros personagens, que nunca dei muita importância, mas que apareceram e se destacaram positivamente. É um livro que vale muito a pena, dentro da série. E no final, ficamos ansiosos para ver o que vem pela frente.


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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Resenha: "Como se livrar de um escândalo" (Tessa Dare)

 



Tradução: A. C. Reis

Sinopse: Na noite do baile na Mansão Parkhurst houve um encontro escandaloso na biblioteca.

Será que Lady Canby teve um caso com um criado? Ou a Srta. Fairchild tinha um romance secreto? Talvez um casal de criados tenham aproveitado o momento de distração dos patrões para se encontrarem…

Tudo o que Charlotte Highwood sabe é que não foi ela. Mas os rumores apontam o contrário. A menos que descubra a verdadeira identidade dos amantes, a jovem será forçada a se casar com o marquês Piers Brandon, também intitulado Lorde Granville – o cavalheiro mais frio, arrogante e lindo que ela já teve a infelicidade de conhecer.

Quando começam as investigações dos verdadeiros amantes envolvidos no escândalo, Piers revela esconder muitos segredos. E guarda ferozmente a verdade sobre seu passado sombrio.

O escândalo na biblioteca parecia um mistério simples de resolver, mas logo perigos perturbadores surgem na vida de Piers e Charlotte.

A paixão é intensa. O perigo é real. Charlotte arriscará tudo para provar sua inocência nesse caso escandaloso ou irá se entregar a um homem que jurou nunca amar?


Por Jayne Cordeiro: O que dizer desse livro que eu simplesmente adorei? Este é o último livro da série "Spindle Cove", e ele também funciona como o quarto livro da série "Castles Ever After". Isso porque a mocinha, Charlotte, é a irmã caçula de Minerva, do segundo livro, e de Diana, protagonista de uma das novelas da série. Já o mocinho, Piers, o Marquês de Granville, é o ex noivo de Clio, do livro "Diga sim ao marquês", e irmão do Rafe. São muitas referências, mas pra quem já leu as duas séries, fica mais fácil de entender. Eu não esperava que ele fosse ser o protagonista, e achei ótimo, a autora ter escolhido ele.

Eu adorei o enredo inicial do livro, com o casal sendo pego em situação indecorosa, sendo que os coitados não tiveram culpa de nada. Tudo acontece de forma muito divertida, o que é bem característico da autora. Pra mim, ela foi se superando a cada livro, ficando um melhor do que o outro. Os protagonistas são encantadores. Por um lado, temos Charlotte, jovem, espontânea, bem diferente do tipo de pessoas que Piers costuma lidar, como espião da Coroa. E é isso que o atrai. Os diálogos deles são espertos, divertidos. A forma como o romance vai se desenvolvendo conquista fácil o leitor.

Há um pouco de mistério, com Charlotte tão convencida a achar o verdadeiro "casal indecoroso", para que ela não seja obrigada a casar sem amor. Mas Piers parece cada vez mais satisfeito com a ideia do casamento. E ele também tem seu próprio mistério para resolver. A parte dramática tambem foi interessante, com o motivo por trás do desejo de Piers de não se envolver demais com ninguém. É aquele tipo de romance, em que a mocinha vai derrubando as barreiras que o homem frio criou ao seu redor. Foi um livro gostoso de ler, que trás uma ideia comum, mas aborda de forma única. É um encerramento perfeito para a série, e um dos melhores livros dela também.



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Ana Liberato