quarta-feira, 27 de julho de 2016

Resenha: "A Guerra dos Mundos" (H. G. Wells)

Por Sheila: OI pessoas! Como estão? Trago a vocês hoje a resenha de um super clássico da literatura de ficção científica, "A Guerra dos Mundos", lançada nessa belíssima edição de luxo pela Suma de Letras em comemoração aos 150 anos do nascimento do autor, H. G Wells.

Este livro é um percursor da literatura de ficção científica por ter sido o primeiro a imaginar uma invasão alienígena, onde estes teriam uma tecnologia superior à nossa.

Publicado pela primeira vez em 1897, foi adaptado diversas vezes para o cinema, na última tendo Steven Spielberg como diretor. Saber a data de lançamento desta obra é importante antes de iniciar a leitura, visto que todas as cenas descritas serão ambientadas mediante o raciocínio e tecnologias disponíveis naquela época.

Assim, teremos máquinas alienígenas sendo atacadas por tiros de canhão, infantarias montadas em cavalos e muitas pessoas fugindo da invasão de charrete, barco e trem.

Além da capa dura, somos brindados com as belíssimas ilustrações de um brasileiro - isso mesmo brasileiro!. Estou falando de Henrique Alvin Corrêa, que faleceu aos seus 34 anos em 1910, mas não sem antes mostrar seu talento para Wells, que passou a usar seus desenhos como ilustrações oficiais em todas as edições após os dois se conhecerem. Para que vocês também possam conhecê-las, vou inserir algumas ao longo da resenha!

Mas, para quem ainda não conhece, vamos à história! Em Londres, início do século XX, somos apresentados a um narrador, não nomeado durante todo o livro, que testemunha em primeira mão algumas explosões, cerca de dez, na superfície de marte, através de telescópio do observatório de Ottershaw.

"Eles vieram do espaço. Eles vieram de Marte. Com tripés biomecânicos gigantes, querem conquistar a Terra e manter os humanos como escravos. Nenhuma tecnologia terrestre parece ser capaz de conter a expansão do terror pelo planeta. É o começo da guerra mais importante da história. Como a humanidade poderá resistir à investida de um potencial bélico tão superior?" (Skoob)

No entanto, o que ele e seus conterrâneos acabam por descobrir apenas alguns dias depois, é que não se tratavam de explosões, mas de lançamentos. E que os meteoros que, coincidentemente caíram na Terra logo em seguida, também não eram apenas meteoros.

Sim, eram alienígenas. De Marte. E chegaram em estranhas máquinas, de formato cilíndrico, do qual saíram os Marcianos - seres que se assemelhavam a um polvo, com tentáculos e de compleição amorfa e estranha.


Alvoroçados, os cidadãos mais nosso narrador estavam quase todos ao redor da cratera aberta pelo primeiro projétil lançado de Marte - lembrem-se foram cerca de dez explosões - quando um comitê de boas vindas, com uma bandeira branca, foi montado para recepcionar os visitantes e mostrar que os terráqueos eram pacíficos.

A recepção dos Marcianos? Um raio da morte, que por pouco não atinge nosso narrador, que decide então fugir, juntamente com sua esposa, para Leatherhead. Precisando voltar para devolver uma charrete emprestada, descobre que há mais dos cilindros do qual havia fugido, e que os mesmos já não estão presos em crateras, mas andando sobre três pés e dizimando quem encontram pelo caminho com seu raio de fogo da morte.



No resto da narrativa, vemos o quanto a resistência militar, com seus canhões, é ineficiente para dar conta da tecnologia alienígena, a fuga de nosso narrador, os acontecimentos vivenciados por su irmão que vivia em Londres e a evacuação dos locais por onde estes passam, dizimando pessoas e destruindo o que ficar em seu caminho.

O que chama a atenção na obra de Wells é a ingenuidade com que os seres humanos lidam com a ameaça alienígena - ou seja, como se ele assim não o fosse. Muitas vezes eles são descritos como seres "rastejantes", ou a iminência de sua chegada aos vilarejos é vista com chacota ou como um acontecimento comum e passageiro. Só pelo meio do livro é que as pessoas começam a se dar conta da gravidade da situação e de que o poderio humano é milhares de vezes inferior ao alienígena.

Esse discurso pode parecer pouco atraente aos leitores desta nova geração. Afinal, para quem assistiu nas telonas ao "Guerra dos Mundos com Tom Cruise e Dakota, e cresceu à sombra de "Independence Day", o discurso humano do livro de Wells chega a ser engraçado de tão absurdo.

No entanto, e como bem prefaciado por ... nesta edição de luxo, à época a idéia de uma invasão alienígena era algo totalmente novo e inesperado. Vemos não só como os seres humanos estavam despreparados do ponto de vista tecnológico, mas também do ponto de vista psicológico para lidar com o fato de que o universo é vasto e gigantesco, e que nada mais somos que meras formigas se comparado a sua vastidão - comparação que Wells faz diversas vezes ao tentar entender o ponto de vista alienígena.

Os seres humanos, pegos desprevenidos em sua arrogância e egocentrismo são exterminados aos milhares antes da derrota marciana - que se da de maneira totalmente alheia a sua intervenção. Ou seja, Wells cria uma obra onde descentra não só o ser humano de seu lugar de único no universo, mas também não lhe dá chance nenhuma de reagir - como em Independence Day por exemplo.

Recomendo muito a leitura desde que seja feita por esta ótica: histórica, tentando entender o sujeito inserido em seu tempo particular, com sua visão estreita de mundo promovida pela tecnologia disponível à época.

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Ana Liberato