segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Littera Feelings #5 – Unnamed Feeling


Querido leitor, se pensou Metallica ao ler o título do post, você pensou certo. Estava torcendo pra cair essa música na setlist do Rock in Rio e foi aí que me veio um clique.

(pausa dramática)

Eis que li uma vez por aí sobre certos sentimentos... indefinidos: o indizível e o indefinível.  


Como se comportam? Bom, vamos ver quem se identifica aí.

Por um lado temos o indizível, que é o “estado” de espírito que não se consegue se “materializar” em algo, o feel que quer sair, mas não sabemos como explicitar. É como ter a ideia perfeita e não ter como por no papel (ou Word). Geralmente se pensa isso quanto ao lado do autor, se é ele quem tá querendo escrever e/ou arrancar esse feel.

Diria Carlos Drummond...
Gastei uma hora pensando em um verso
que a pena não quer escrever.
No entanto ele está cá dentro
inquieto, vivo.
Ele está cá dentro
e não quer sair.
Mas a poesia deste momento
inunda minha vida inteira.
Aqui não vou me ater a esse feel por, vocês sabem, o Littera Feelings lida mais com o lado do leitor.

Esse sim, por sua vez, tem o momento do “indefinível”.

São pontos tão parecidos que é difícil até de explicar, mas aposto que só por eu não conseguir descrever, já entenderam do que tô falando. O unnamed feeling/sentimento sem nome.

Ele existe, sabemos.

Mas se ainda não bateu, eis um pouco da letra do Metallica, que tanto combinou com o post (não é disso que se trata a música, porém, parece certeiro pra esse caso):
Já estive aqui antes, não posso dizer que gostei
Começo a escrever sobre isso?
Deixe-me conectar você ao meu mundo
Você não poderia me ajudar a não enlouquecer?

[...]
Então o sentimento sem nome
Ele ganha vida
Então o sentimento sem nome
Me leva embora

Sente? Aqueeeeeeeeeeeele livro que mexeu, mexeu, mexeu conosco e na hora de falar dele, travamos. Ou lemos, lemos, lemos e... o que isso tudo quer dizer? O que você quer tanto que eu entenda?Me fala! Ou melhor, finalizamos uma leitura e fica aquele misto de... sei lá. Tem outro mais que esqueci?

Aquele que, independente de te tocar, ele te marca de alguma forma, inexplicável. Fica lá, a incógnita de sentimentos.
Quem nunca, certo?

Como não dá pra explicar sem chegar a definir qualquer coisa senão umas poucas interrogações, vou deixar apenas em suspenso. Mas, claro, não posso deixar de perguntar, quem é que anda deixando vocês assim? Quem é este que te deu uma embaralhada na cabeça? E por quê? O que você acha que tenha influenciado?

Na minha recente leitura de Como Eu era antes de Você, fiquei com algo como esse tal misto de sei lá. É como se houvesse um nó, algo tivesse preso aqui dentro, vem uma coisa, assim, meio que compreendi as razões e... me aproximo aqui do indizível. Culpo a Jojo Moyes (na melhor das intenções!) por sua maneira de escrever, que bate fundo, revolve e não sabe sair de mim rs.

Um livro que me faz travar? Acho que O Encontro Marcado de Fernando Sabino. Se gostei? Gostei. Mas explicar... Bom, se pudessem me ver agora, assistiriam a minha tentativa #fail gestual de traduzir pro post a engenhoca e umas conversas sense-no-sense da trama e como isso... argh, num consigo rs. Só sei que gostei.

Por outro lado, uma que me deixa no vácuo – e não importa quanto eu peça que me diga algo mais, ela faz a esfinge – é a Clarice Lispector. Perto do Coração Selvagem principalmente. Os livros dela batem certo em algumas pessoas; já comigo, fico na estatística dos ??????? Não consigo me deixar guiar por ela, resisto, embato, brigo... pra depois mendigar um pouco de respostas.

Entende o que eu quero dizer? Ou também agora tá perdido(a) no indefinível? Ou será indizível? Já não sei... Mas digam lá se conseguirem.

Até o próximo post (prometo não ser tão evasiva!),
Bjos,

...

ENTREVISTA


Pera que tem um P.S.:

Alô leitores, estariam vocês interessados em participar do Littera Feelings?
Muito fácil, vou abrir uma aba de entrevista de leitura, dar uma dinamizada :D 
Requisitos? Só peço por uma leitura recém-finalizada e ser de algum clássico da literatura (nível mundial). Não vale releituras, hein.
“Um clássico é um livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer” Ítalo Calvino
Alguém interessado? Espero que sim.

Contate-me em: marykleris@hotmail.com
Assunto do e-mail: Entrevista de Leitura no Dear Book.
Informem seus nomes e o livro.
Vou fazer essa chamada de vez em quando para manter o espaço aberto :D

Bom feriado, boas leituras, bom descanso,

See ya!

Kleris Ribeiro.

2 comentários

  1. Sim, há coisas inexplicáveis, indecifráveis e que não tem como passar para o outro.
    Difícil quando isso ocorre, mas ocorre, com mais frequência do que esperamos ou queremos. É assim mesmo!

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  2. Esse post me fez pensar demais em algumas leituras que fiz durante a vida, simples.
    Espero ser capaz de ler mais livros que me toquem.
    Beijos,
    Ana.
    http://umlivroenadamais.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

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Ana Liberato