segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Resenha: "Madonna Capadócia" (William Fernandez)



Por Marianne: Sempre fico feliz ao receber livros de autores brasileiros. É a oportunidade de conhecer e divulgar quem tanto batalha pra ter seu livro publicado nessa nossa terrinha onde tudo é sempre tão difícil.
Madonna Capadócia conta a história de Mileva, uma alemã que passa uma temporada na Ucrânia e lá conhece Magnus, Aleksei, Sasha e Shura. Apesar das diferenças sociais, Mileva é filha de aristocratas alemães e as outras crianças são filhos de camponeses ucranianos, a amizade entre eles se desenvolve rapidamente, como deve acontecer quando pré-adolescentes nas casas de seus quatorze anos se encontram.
   Mileva e Magnus desenvolvem um relacionamento mais próximo e intenso. É gostoso acompanhar o jovem casal descobrindo o primeiro amor e desenvolvendo dentro de si o carinho um pelo outro.

 Por alguns minutos, Magnus seguiu calado. A verdade é que, desde o dia que a conhecera, buscava continuar sua vida normalmente. Tinha consciência de algo mudara dentro dele, porém, aquela altura, com todos os problemas que o cercavam, sentia-se fraco e esgotado de tanto indagar a Deus o motivo de tudo aquilo. Por isso, achava que, talvez, daquela forma, fosse melhor. Pensava que seu mundo era pequeno para ela, não havia espaço para sonhar com aquela aventura. Tinha um pai ditador, uma irmã que lhe exigia os maiores cuidados, teria de trabalhar duro para viver, enquanto Mileva era uma menina alemã abastada que talvez nunca precisasse trabalhar.

    Mas a temporada de Mileva na Ucrânia está chegando ao fim, e mesmo sabendo da distancia e dos obstáculos geográficos que tem pela frente o casal promete continuar a se corresponder.
   Alguns anos depois quase tudo que existia na Ucrânia de 1932 está diferente. Os amigos se separaram e cada um seguiu com seu destino na tentativa de sobreviver à Segunda Guerra Mundial. Magnus agora é conhecido como Antony, um prestigiado atirador de elite da URRS e Mileva mudou de identidade e agora é Catarina, uma espiã alemã.
   Separados pelas tragédias do passado os amigos não tem ideia de que estão mais próximos do que podem imaginar. E, além disso, nem imaginam que uma maldição despertada ainda quando eram crianças e brincavam pelos campos na Ucrânia está de volta para assombrá-los nesses tempos de guerra.
   Ao começar a leitura, pela sinopse do livro e pela introdução do autor, tive certeza de se tratar de um romance que relata a vida de amigos que tiveram sua vida afetada durante a guerra. Mas o livro é muito mais do que isso. Ele passeia entra fatos históricos alternados com fantasia, utilizando a maldição da Madonna Capadócia como artifício fantasioso da história, e que funciona muito bem. Ao meu entender a maldição de Madonna Capadócia é nada mais que os piores fantasmas que assombram os homens que estiveram em campos de batalha na guerra, algo como um pós-trauma que foi personificado na história através da maldição.
   A história é muito bem construída e tem diálogos fascinantes e extremamente filosóficos acerca da sociedade, da guerra e dos valores da época.
   Minha única decepção com o livro foi a má revisão que pode ser um tanto traumatizante pra alguns leitores. Em algumas linhas a fonte muda completamente, frases são repetidas em sequência e palavras com a grafia errada aparecem bastante durante a leitura. Triste que o autor fez um ótimo trabalho que, na minha opinião, acabou perdendo um pouco de seu valor pela má revisão do livro. Fica a dica pra editora Pandorga, tenham mais atenção e dedicação com seus autores!
Essa foi a minha resenha de hoje, espero que tenham gostado e até a próxima!


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Ana Liberato