quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Resenha: "Em defesa de Jacob" (Willian Landay)

Por Sheila: Oi pessoas! Trago a vocês hoje um lançamento da Editora Record, que ficou por mais de 20 semanas na lista de livros mais vendidos do New York Times, vendendo mais de meio milhão de cópias só nos Estados Unidos.

O livro já começa com Andy Barber, promotor da pequena e até então pacata cidade de Newton, sendo interrogado pelo grande júri. Afinal, ele terá de dar explicações sobre seu envolvimento considerado anti ético no caso Rifkin. Mas como ele saberia, ao pegar o caso, todos os desdobramentos que este teria?

Tudo começa com a descoberta do corpo de um adolescente em um parque da cidade, morto com três facadas no peito. Aliado ao fato, já chocante, de uma morte como essa na comunidade, está o fato de que o adolescente em questão - Ben Rifkin - estuda na mesma turma na escola de Jacob, filho de Andy.

E é isso que o faz responsabilizar-se pelo caso inicialmente: suas famílias se conhecem, um crime como este é algo que comove profundamente. Afinal, poderia ter sido o seu filho, ao invés do garoto da família Rifkin. Mas o caso mostra-se mais difícil do que se imaginava a princípio. Passaram-se cinco dias, as pistas começam a esfriar, e o promotor encarregado - no caso Andy -  não possui nenhuma teoria na qual se basear. O que fazer?
A ansiedade torturante que isso causava em mim, nos investigadores trabalhando no caso, até mesmo na cidade, começava a irritar. Eu tinha a sensação de que brincavam comigo, de que eu estava sendo propositalmente manipulado ... Na fase investigativa de um crime violento, o inspetor costuma conceber um ódio virtuoso pelo criminoso antes de ter a menor ideia de quem ele seja. Eu não tinha o hábito de sentir tal exaltação em relação a nenhum caso, mas já não gostava daquele assassino.
O que Andy precisava - e com urgência - era de um suspeito; só não imaginava que este pudesse ser seu próprio filho, que foi acusado por seus amigos através de mensagens no Facebook de possuir uma faca semelhante a utilizada para perpetrar o crime investigado por Andy. 

Apesar de Jacob negar ter qualquer coisa a ver com a morte de seu colega, de quem nem mesmo era íntimo, e expor os motivos ingênuos que o levaram a a comprar por azar e coincidência faca semelhante a usada, o fato abre espaço para muitas dúvidas. Agora, Andy deverá saber separar o promotor do pai, apesar de perceber que nem sempre esta é uma tarefa fácil. Afinal de contas, é lícito a um pai desconfiar do próprio filho?
- Laurie você não respondeu a minha pergunta. Perguntei o que você acha? Concorda que seja ridículo pensar que Jacob tenha feito isso?
- Acho muito difícil de imaginar sim.
-  Mas você consegue imaginar?
- Não sei. Quer dizer que você não consegue Andy? Não consegue sequer imaginar?
- Não, não consigo. É sobre nosso filho que estamos falando.
Ela recuou, afastando-se de mim visivelmente, de maneira cautelosa.
- Não sei. Acho que também não consigo imaginar. Mas ai penso: quando acordei hoje de manhã, eu não conseguiria ter imaginado aquela faca.
Existem evidências, as vezes em número maior do que Andy consegue admitir, que apontam para seu filho. Como promotor, Andy defende a justiça e encontra-se m busca da verdade. Mas como pai, encontra-se arrasado com todo o processo legal pelo qual seu filho vem passando, e descobre que talvez a verdade possa ser algo temível e improferível. Uma dúvida terrível começa a assolá-lo: afinal, até que ponto os pais conhecem efetivamente quem são seus filhos?

Em defesa de Jacob mostra-se um Thriller jurídico surpreendente e de tirar o fôlego. Defendi e acusei Jacob pelo assassinato diversas vezes, ora taxando-o de dissimulado, ora vendo-o como um garoto assutado defendendo-se da forma que podia, mas somente no final pude ficar sabendo de fato o que havia acontecido -  e confesso que fiquei sem fôlego e chocada. Ótimo livro, recomendo!


 

10 comentários

  1. Adorei sua resenha. Esse livro deve ser ótimo de ler. Gosto de livros assim.

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  2. O livro parece ser bom, mas eu não gosto de ler livro em primeira pessoa, já perdeu vários pontos :(

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  3. Gizeli Regina Meisterquarta-feira, outubro 17, 2012

    Esse livro parece ser ótimo, o tipo de história que você começa a ler e não quer mais parar, como é narrado em primeira pessoa, vamos acompanhar todas as descobertas e dúvidas do personagem ao longo da história

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  4. Ainda não havia ouvido falar do livro, mas pelo que li da sinopse e da resenha parece ser ótimo! A capa não me chamou muito atenção :/

    Beijos.

    Beatriz - Blog Escrevendo Mundos

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  5. Gosto de livro assim, que você não sabe pra que lado correr.
    Deve ser MUITO bom!
    Gostei da resenha!

    Beijoca!

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  6. Oi! Nunca li triller jurídico. E esse parece bem interessante. Deixando o leitor confuso e assustado! rs...

    abraços,
    Luciana
    Folhas de Sonhos artesanatos

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  7. Nossa, eu nunca, nunca mesmo me interessei por livros nesse estilo.
    Mas algo nele me chamou atenção, antes mesmo de ler sua resenha.
    A única coisa que me incomoda é a narração, como já foi falado aqui nos comentários, em ser em primeira pessoa. A história, ainda mais nesse estilo, acaba perdendo um pouco. Mas não deixa de ser interessante.

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  8. O livro em si é cativante, não levando em consideração as partes técnicas (que para mim não eram atraentes). Mas me deparando com o final, me senti nada menos que frustrado, pois a leitura toda consiste em descobrir o que de fato ocorreu, o que não acontece. E não é como "Dom Casmurro", porque não esperávamos descobrir o segredo, e sim totalmente diferente, pois é um enigma estampado na capa do livro. Até a página 431 eu amei esse livro, e estava disposto a titulá-lo como o meu favorito, mas o último capítulo faz o resto todo desmerecer o respeito. Para mim, foi frustrante.

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    1. Oi! Na verdade, o final fica subentendido, pode ter sido só para mim, mas parece que no fim o autor dá todos os indícios para a solução, mas cada um interpreta de uma forma. Eu gostei muito do final! Mais alguém leu? Poderíamos comparar as deduções, só não coloco aqui por que seria spoiler heheheh.

      Abraços

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  9. Acabei de ler o livro neste exato momento. Assim que comecei não consegui mais parar. Foge completamente do tradicional. Muita gente deve imaginar que no final tudo estará resolvido como num livro de Agatha Christie. Mas não é bem assim. Ele deixa possibilidades abertas. Recomendo a leitura.

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Ana Liberato