quarta-feira, 1 de maio de 2013

Resenha “O Diário da Mariposa” (Rachel Klein)

Por Gabi: Como o título nos sugere, o livro é um diário escrito por uma garota que não nos revela, em momento algum, seu nome. Nossa narradora era uma jovem judia de 16 anos, muito inteligente e que amava ler. Os livros eram, para ela, uma válvula de escape dos sofrimentos cotidianos, além de ser uma forma de e uma forma de se aproximar de seu pai, um poeta. 
Para mim faz diferença ler uma obra se eu gosto de sua aparência e do que sinto ao segurá-la. [...] Adoro ler os livros do meu pai, de tocar páginas que ele tocou. As células das pontas de seus dedos foram esfregadas nessas páginas e ainda estão lá. 
Depois da morte de seu pai, mãe e filha não conseguiram mais manter uma convivência saudável, já que a companhia uma da outra as remetia a enorme tristeza da perda. Nossa narradora mudou-se pra o colégio interno pouco depois do suicídio de seu pai, tragédia da qual tentava se recuperar. Sua adaptação inicial foi muito difícil, então ela usou seu diário como um passatempo e também como um registro, para que pudesse lembrar-se de detalhes daquele ano de sua vida. 

Bangwin era um colégio interno exclusivo para garotas nos anos 60, com horários fixos para refeições, estudos e lazer. Desde a arrogante Dora, que não perdia a oportunidade de exibir seus conhecimentos sobre filosofia, a sonhadora Sofia, até a certinha Lucy, melhor amiga de nossa narradora, o lugar abrigava um caleidoscópio de personalidades, dramas e histórias
Dentro do quarto, milhões de partículas se reuniam e se juntavam. Um enxame de pequenas mariposas marrons voou em direção à janela e à luz enorme da lua. Elas bateram no vidro na minha frente.O som que fizeram foi ensurdecedor. Eu podia sentir o bater de suas asas contra o vidro, como se fosse a respiração de mil bocas. Se eu me virasse para a luz sentiria a mesma atração pela luz. 
Amizades intensas, ciúmes, competições e segredos familiares. Esses são apenas alguns dos ingredientes que compõem a convivência entre as garotas. A linha tênue que separa realidade e delírio parece cada vez mais imperceptível para essas garotas com a entrada da misteriosa e sombria Ernessa Bloch no colégio. A garota é inteligente, mas incrivelmente enigmática e depois de eventos assustadores e tragédias, nos perguntamos junto com nossa narradora, “Quem é Ernessa?” 
Será que estou ficando louca? Como posso saber a diferença entre perder a noção da realidade e ver coisas que estão verdadeiramente muito além da realidade? Tudo está além da realidade? Tudo está além da realidade. Não há ninguém aqui para me dizer. 
O “Diário da Mariposa” foi um livro diferente de tudo que já li. A autora conduz a narrativa de modo que compartilhamos com a narradora seus medos, dúvidas, alegrias e angústias. Passamos por uma avalanche de sentimentos ao longo da leitura. Ao mesmo tempo em que vemos a amizade genuína e pura e a felicidade que vem com ela, já passamos a observar de perto dramas familiares, tristezas e situações que conflitam claramente realidade e ficção. Enfim, é um livro sombrio, real e até perturbador. 

Outros pontos que achei interessante no livro foi que a autora não especificou em qual cidade ficava o colégio (apesar de que eu acho que era no interior da Inglaterra) e também de ter abordado no livro questões históricas que envolviam o preconceito que ainda havia contra os judeus no período pós Segunda Guerra Mundial e também tradições culturais dos mesmos. Outro fato que me deixou surpresa foi de que as garotas tinham um horário para fumar depois das refeições. 

O trabalho da editora Planeta foi bem feito. A capa é instigante e despertaria o interesse de muitos leitores a pelo menos conhecer a respeito da história. O livro foi bem revisado e impresso naquele agradabilíssimo papel pólen. Na enumeração das páginas bem como no início de cada capítulo há uma mariposa, detalhe que gostei. 

O livro foi adaptado para os cinemas pelo cineasta Mary Harron. Ainda não assisti, mas confesso que fiquei curiosa para saber como esse enredo foi representado nas telonas... Confiram o trailer (não achei o legendado =/):



E vocês, gostaram da indicação de hoje? Já leram o livro ou assistiram ao filme? Não deixem de registrar suas críticas e opiniões. 

Beijos beijos e boa leitura!

6 comentários

  1. Fiquei muito curiosa com o livro, parece realmente ótimo, e foge um pouco dos padrões juvenis que temos hoje em dia. A resenha ficou muito boa também, dá para sentir todas as emoções da leitura. ^^
    Beijos, Natália || ape56.blogspot.com

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  2. Eu nunca tinha realmente ouvido falar desse livro(ou seja, é a primeira resenha que li - sente só a responsabilidade) e fiquei um pouquinho curiosa com ele, mas não uma prioridade, se tiver oportunidade lerei...

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  3. Oi!
    Compartilhamos seu post sobre curiosidades de grandes autores em nossa fan page


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    Parabéns pelo blog!

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  4. Já tinha visto esse livro e queria ler. É uma história bem legal. Não sabia que tinha filme dele! Agora fiquei querendo ver.

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  5. aH! Eu assisti o filme e achei um tanto confuso, então acho que não leria o livro.

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    Respostas
    1. aonde eu posso assistir o filme??? nao achei em nenhum site

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Ana Liberato