segunda-feira, 31 de março de 2014

Resenha: "A filha das flores" (Vanessa da Mata)



Por Marianne: Vanessa da Mata já é bastante conhecida por todos como cantora e compositora. Em A filha das flores, seu romance de estreia, vemos a desenvoltura da moça como escritora.

O livro tem uma poesia notável pelo modo como Vanessa escreve, o que torna a leitura muito agradável.
A tal “filha das flores” é Adalgiza, que todos chamam de Giza. Giza foi criada pelas tias no interior do Brasil. Não fica claro no livro em qual cidade ou estado a história de passa, acredito que a intenção da autora foi criar uma cidade fictícia. 
Giza e as tias tem um jardim de flores que abastece a igreja, leva condolências pros funerais e recados acompanhados de rosas aos apaixonados da cidade.

A história começa com Giza na adolescência e à medida que ela vai crescendo alguns questionamentos começam a pipocar na cabeça da moça. Por que ela é criada pelas tias? Quem são seus pais que ninguém comenta? E o que existe além das fronteiras da vila onde ela vive?

É movida por esses questionamentos que um dia meio escondida Giza vai a vila vizinha, chamada Vila Morena, pra descobrir o que há por lá e é surpreendida por um mundo completamente diferente da pacata e monótona vila onde mora.
Prostitutas, ex-presidiários e uma Rainha que todos adoram e esperam ansiosamente. Sim, uma Rainha, que aparece de vez em quando e a vila inteira se prepara pra festejá-la.
Cheguei e parei o fusca em uma sombra de pequizeiro, cautelosa, entrei na Vila Morena: o rabo amputado e afastado, apenas a alguns quilômetros do centro de tudo. Casinhas coloridas e jocosas, de um mau gosto irrecuperável, encheram meu corpo de riso, achei hilário. A desconstrução delas parecia propositada, feita para arrancar diversão dos outros —paredes tortas e cores exageradas, prontas a desbancar qualquer negociação com a civilidade.
Com a curiosidade instigada por esse universo novo de Vila Morena, Giza sai escondida das tias pra conhecer a festa da Rainha e a partir daí ela começa uma descoberta do seu mundo, das pessoas com quem ela vive e do próprio corpo.
Entrei no fusca, o carro da entrega nunca fora tão longe. E eu então! Pensando em tudo que tinha me acontecido, parecia ter nascido outra vez em outra parte do mundo. Talvez fosse um delírio, essas pessoas eram opostas a todas as outras com quem eu sempre convivi.
O livro toma uns rumos diferentes, uma hora você acredita que está indo pra um lado mais fantasioso (com todas as descrições da festa da Rainha e seus “súditos”) e outra hora parece estar tomando um rumo mais “vida real”. 
No final esses dois “rumos” do livro se encontram e quase tudo se explica. Algumas coisas ficam sem explicação mesmo, e acredito que foi a única falha da história. Criou-se um mundo tão fantasioso que ao trazê-lo pro real nem tudo pode ser explicado.
Não é um livro que você vai devorar em um dia, é pra ir apreciando aos poucos, se encantando com a ingenuidade e perspicácia de Giza, crescendo e entendo com a protagonista o universo onde a história é contada. Ficamos no aguardo pra outras obras de Vanessa! Espero que tenham curtido a resenha, até a próxima :)

3 comentários

  1. Ola

    Adoro Vanessa da Mata, quando tinha cinco anos eu ouvia pra caramba, e ate hoje gosto! Estou muitooooo ansioso para ler A Filha Das Flores, bela resenha.

    Abraços, Heitor
    shakedepalavras.blogspot.com

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    1. E esse foi só o primeiro, vamos esperar o que mais a moça traz pra gente :)

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  2. Eu acabei de ler ese livro, sou louco por ela , tenho todos as musicas dela na cabeça e muito me emociona suas letras pelo teor descritivo, esse mesmo recheia as paginas de A filha das flores, fiquei doente pra comprar, qdo assim fiz rapidamente comecei minha empreita de ler, me fascinei com as descrições, a historia e muito marcante, mas acho que galtpu bastante, o mistério que tinha por trás foi mal desenvolvido de repente as coisas se resolveram em poucas palavras, eu keria saber mais sobre Yade, a punição das tias Margarida e Florinda, o envenamento provocado, livre facilmente teria 500 a mais caso esses pormenores, que nao sao pequenos, fossem mais trabalhados, deixou me claro que era uma musicista que escreveu livro.... ela começou bem... mas precisa melhorar... abraços juliano, samarone2005@hotmail. com

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Ana Liberato