segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Resenha: “Encruzilhada” (Kasie West)

*Por Mary*: “Uau!” define.

Quando li a sinopse deste livro, fiquei bastante curiosa com relação ao modo que a autora utilizaria para desenvolver uma trama que, para mim, parecia complexa e muito tendente a se tornar confusa.

Na minha cabeça, se a autora não fosse muito boa, um mote incrível seria completamente estragado. E ainda acho isso. Encruzilhada é o tipo de história que, ou é muito boa, ou é um desastre completo. Felizmente, ficamos com a primeira opção! o/

Addison Coleman tem o poder que a maioria de nós pede a Deus: quando está diante de uma decisão, consegue investigar duas possibilidades de seu futuro. Ao receber a notícia do divórcio de seus pais, Addie precisa decidir com quem morar, se com sua mãe, dentro do Complexo Paranormal; ou fora, no mundo Normal, com seu pai.

Investigando seu destino, Addie descobre que, se for embora com seu pai, conhecerá Trevor, um Normal sensível, inteligente e se apaixonará por ele. Por outro lado, se ficar, conquistará Duke, o quaterback mais bonito, divertido e popular da escola Paranormal. 
– Addie, não preciso ser Clarividente para te ver no meu futuro. Quero você lá. Preciso de você lá. Se não é capaz de confiar em mim, Investigue. Você vai me ver lá também. – Ele arruma uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e me dá um beijo no queixo.
Mas nem tudo é um mar de rosas. Investigando mais a fundo, Addie descobre, também, que nenhum desses futuros – aparentemente perfeitos – a fará inteiramente feliz, principalmente quando seu pai é convocado para investigar uma série de crimes que vêm ocorrendo no Complexo.

Os dois futuros envolvem amores, ganhos e perdas, mas apenas uma dessas realidades poderá ser efetivamente vivida.

De início, já devo dizer que a estreante Kasie West nos presenteia com uma narrativa extremamente envolvente, uma trama original e absurdamente apaixonante. Além de muito bem escrito, ela foi capaz de, já em seu debute, demonstrar uma habilidade impressionante para administrar o enredo, que, em minha opinião, assustaria muito escritor veterano.

E não é rasgação de seda!

Não obstante ser uma obra tipicamente YA – em tese, destinada a adolescentes – a história é madura, os personagens são bem construídos e não tem essa coisa de protagonista azeda.

Como eu comentei agora pouco, quem nunca quis poder investigar seu futuro para poder escolher que caminho seguir? Todavia, a gente descobre que a habilidade da Addie não é perfeita e nem sempre saber o que vai acontecer adianta muito para ajudar na decisão que deverá ser tomada.

Esse dom que a Addie tem gera consequências, no mínimo, singulares e com as quais – talvez por ainda ser muito jovem – ela não sabe lidar muito bem. Por exemplo, confundir o que é memória e o que é realidade alternativa, pois em sua mente há tantas possibilidades de futuros alternativos, que tem dificuldade de discernir quais dessas situações são memórias de escolhas as quais de fato fez e quais são meras possibilidades que ficaram para trás. Uma vez que as lembranças são muito vívidas, Addie age com as pessoas como se fossem culpadas por algo que jamais chegou a ocorrer. 
As energias simplesmente se misturavam de forma contínua em minha mente. Era mais ou menos como um riacho desaguando em um rio maior, “lembranças” instantâneas dos dois caminhos que eu poderia seguir. Quando terminava, sentia que já tinha seguido por ambos. Era por isso que não gostava de fazer isso com muita frequência, porque era tão real que ficava difícil separar o que “poderia vir a ser” do “foi”.
Ficou difícil de compreender? Eu explico: Imagine que o seu bestie simplesmente parou de falar com você, por nenhum motivo aparente. Você já buscou na memória todas as coisas erradas que fez na vida, mas não foi capaz de encontrar nada suficientemente grave a ponto de magoá-lo. E aí, quando vai perguntar a ele o motivo da chateação, ele responde que foi por que, se vocês tivessem decidido ir ao cinema na semana passada, você teria dado um bolo nele.

E aí você me reclama: Ué, mas isso nem chegou a acontecer! 
- Addie, você não pode punir alguém por alguma coisa que viu em uma Investigação. Ele não tem ideia do que teria feito errado.
Pois é, mas não adianta. A Addie já misturou tudo na cabeça dela.

Só não vou contar se isso acaba ou não se relacionando à história. Vocês terão que descobrir.

Outra coisa que me conquistou completamente é que durante o livro inteiro a autora vai soltando pistas – muito sutis, por sinal – acerca da trama e de qual caminho será escolhido, porém nós só as percebemos ao final.

Adoro isso!

Significa que não poderia ser qualquer final. A autora tinha uma meta, um caminho traçado na cabeça, e o leitor poderá descobri-lo se tiver atenção. Sendo assim, fiquem muito ligados!

Encruzilhada é o primeiro livro de uma duologia chamada “Pivot Point” e eu já estou aqui em desespero pela sequência.

Então, se você aí adora ficção, associada a uma trama original, bem escrita e apaixonante, aposto que vai adorar Encruzilhada. E digo mais: você não vai conseguir largar esse livro enquanto não chegar aos agradecimentos. Porque a Kasie nos mostrou de cara que, com ela, é assim: história para ler de uma tacada só.

Por fim, hoje farei diferente e, em vez de um trecho de finalização, deixarei dois, referente aos dois caminhos que Addie poderia seguir: 
– Você sabe o que mais uma menina comum que está se rebelando deve fazer? – Duke pergunta em voz baixa.Encaro Laila, mas é óbvio que ela não está escutando.– O quê?– Passar o dia todo com um garoto que não é bom pra ela.– E esse garoto seria...?– Eu, claro.– Você não é bom pra mim?– Terrível. Vou tirar sua concentração nas tarefas da escola, obrigar você a ficar pensando o tempo todo em me beijar e fazer você querer passar todo o seu tempo livre longe de casa.

 – E se isso for uma Investigação?Fico tensa.– O quê?– Já pensou nisso? E se agora, esse exato momento, não estiver definido? E se você estiver apenas tendo uma visão do que poderia acontecer?– Penso nisso o tempo todo. – Passo a mão no peito dele. Parece tão real.– E se você não escolher esse caminho? E se decidir que o outro futuro é melhor?(...)– Desde que manifestei essa habilidade, ninguém nunca me perguntou isso. Ninguém nunca pensou ser negociável.Ele respira fundo.– Quero que você me escolha, Addie. – ele sussurra. – Quero que isso seja real.

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Resenha: "Bob - Um Gato Fora do Normal" (James Bowen) Vol.3


Por Clarissa: Olá pessoal, tudo bem? Minha indicação de hoje é “Bob - Um Gato Fora do Normal” volume três, com fotos e outras aventuras. Para quem ama animais, este livro pode te levar as lagrimas, mas calma, são de alegria.


A História fatídica de James Bowen e seu adorável gato laranja conquistaram o coração de todos. O musico solitário nas ruas de Londres, ex-viciado em drogas, ficou muito mais feliz depois que conheceu Bob, que antes também não estava tendo uma vida fácil. Quando James encontrou Bob em seu prédio a vidas dos dois mudou de um jeito, que foi para muito melhor.

Foi como se uma luz tivesse brilhando lá no fim do horizonte e que acalentou os dois, que antes estavam perdidos no mundo. James Bowen é um musico sem-teto, que sobrevive com a música, e que muitos olhar com desconfiança, olhares injustos. E a partir do momento que ele encontra um gato de rua machucado, com pela cor de laranja e grandes olhos verdes, sua vida começa a mudar.
“Pela primeira vez em anos eu pude ver uma luzinha bem fraca brilhando no fim do túnel.”
Os dois passaram por muitas aventuras juntos. A cada dificuldade que enfrentavam mais forte ficava o carinho que os unia. Hoje James não consegue mais viver sem o seu amigo peludo. Bob o ensinou a ser paciente, a insistir no caminho certo, a se alimentar direito, a escolher melhor as suas companhias e a acreditar no amor. Bob e James, o destino juntou os dois para serem mais felizes e acreditar que todos merecemos uma nova chance, ser melhor e melhorar os outros. James e Bob enfrentam o mundo – e vencem. Uma história verdadeira sobre o amor e a amizade, e de como tudo pode ser possível, basta acreditar e querer mudar.
“Todo mundo precisa de uma trégua. Todo mundo merece uma segunda chance. Bob e eu tivemos a nossa...”
A história de James e Bob é incrível. Como uma bolinha de pelo laranja pode mudar uma vida, ele não só querer o bem do gato, mas mudar a si para ter uma vida melhor aos dois. Quem tem bichinhos de estimação sabe como é o amor deles, puro e inocente, eles só te querem ver bem e brincar. Um animalzinho pode sim mudar vidas, e para quem não acredita ai está uma história linda. O conforto e a superação que esta história traz é surreal e ale de ser super fofo. James Bowen transmite ao leitor tudo o que ele passou junto com Bob, uma escrita esclarecedora que fazem todos entender sobre o amor. Este livro é um pequeno resumo dos livros anteriores, porem com mais alguns detalhes da vida deles.

Nesta versão mais detalhada é certeza que você dará muitas risadas, ataque de fofura e algumas lágrimas aqui e ali, mas são de alegria. Com esta leitura você vê que o amor está nas coisas simples, num ato inesperado, sem receber nada em troca.

A leitura é tão gostosa que as páginas passam voando e alem de ter fotos super fofas de James e Bob, o que faz com que o leitor entre mais na história, se sinta importante em relação à superação deles, que todos podemos vencer na vida.

Sim, este gato é fora do normal, Um anjo de quatro lindas patinhas e de pelo laranja. Bob tomou conta do mundo e dos corações das pessoas.

Muitas pessoas podem criticar sobre ter livros de animais, porem não é só do animal, mas sim a história de superação, amor e companheirismo, tem uma grande historia atrás da capa.

Bom espero que tenham gostado, e leiam sim, vão gostar.
Aqui estão algumas fotos que contem no livro, olha que bolinha mais fofa!!

Bob e James
Fotos de minha autoria
Tão Fofo!


Boa leitura e muitos ataques de fofura, até em breve!

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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

[Assiste aí] Silicon Valley

Olá, leitores do blog!
Minha última postagem foi sobre OITNB. E quem já está por dentro da série, deve estar manjando das abreviações também. Ou seja, minha última postagem foi de comédia, e eu, como não-oficial-conselheira-esporádica-de-séries de vocês deveria ter mudado o gênero da série e passado para um suspense ou sei lá. Vai que tem alguém que não curte muito o gênero.

Todavia, eu também vivo essa dicotomia amo/odeio comédia. Talvez nem sendo tão estrema assim. Mas, pelo menos pra mim, é difícil encontrar “aquela série”. Uma que mesmo tendo sua comediazinha fraca, prende você seja pela história, seja pelo texto, seja pelos personagens, ou quando é ainda melhor e prende você por tudo. Esse medo de errar me fazia protelar assistir uma ou outra série, até que me fiz um ultimato e maratonei horrores de comédia.

Uma delas é Silicon Valley.

Adoro ficar procurando nomes na abertura 

Duas temporadas. É tudo que essa série tem. A primeira temporada só tem OITO episódios. Cada episódio só tem cerca de trinta minutos. Isso lá é um tempo descente de série, HBO? Ainda mais quando a série é muito boa. Ou seja, coleguinhas, (30 x 8 = 240 minutos; 240/60 = 4 horas), em quatro horas vocês terminam a temporada inteira. Então não tem desculpa para não assistir.

Os outros motivos, eu conto agora para vocês. Antes de começar a assistir, eu baixei a temporada inteira primeiro. Só para não ter desculpa de parar pela metade. Assisti o primeiro episódio, e admito, que quase desisti. A série faz sim um estilo, como eu costumo chamar, “comédia americana”. Um humor bobinho, personagens superficiais, ou pelo menos era como parecia. O estilo “nerd”, entretanto era o que mais me chamou atenção e persisti.

Mas foi um pouco difícil, para mim, rotular Silicon Valley. Até mesmo quando pesquisei os quotes para o post. Porque Silicon Valley mais parece isso:




O seminu aí em cima é o Erlich, dono da casa, onde mais quatro garotos moram de graça e podem desenvolver seus projetos para alavancar no Vale do Silício. Em troca, ele tem dez porcento da empresa dos rapazes. Enquanto desenvolvem seus projetos, eles trabalham na empresa Hooli. Acontece que o projeto de um dos garotos, o Richard, faz sucesso e ele se vê entre diversas propostas para financiamento ou compra da empresa. Richard recebe apoio dos outros garotos da casa e de Erlich para desenvolver a empresa e, quem sabe, virar um dos grandes. Nessa corrida para o sucesso, o grupo passa por vários episódios, como se tentassem subir um degrau do desenvolvimento a cada episódio. E é muito divertido acompanha-los tentando.

Pronto. Vamos rotular a série como divertida. Acho que combina mais até do que engraçada.

Cara, me desculpe, eu despluguei sua "tomada" -
 mas meu telefone estava com menos de 10% 


A sensação de leveza e sagacidade da comédia da série a deixa ainda mais interessante. Perceber as piadas e comparações ao real Vale do Silício. A atualidade da série sobre tecnologia deslumbra quem assiste facilmente. E os personagens, gente, adoro falar dos personagens. Cada um com seu jeito peculiar tipicamente de comédias.

Erlich é o interesseiro e quase explorados dos garotos, mas o meu personagem favorito. Depois vem Gregory, o financiador que parece viver em um mundo só seu. Mas que de alguma forma conseguiu fazer dinheiro por lá. Na verdade, todo mundo, exatamente, todo mundo parece querer alavancar por lá. E aparecem ideias das mais batidas até as mais inusitadas (e inúteis). Além do humor crítico da série que é excitante.

Silicon Valley é apaixonante e viciante, ocorre uma evolução magnifica do primeiro aos próximos episódios. Só assistam, ok?

Beijinhos,

Até a próxima,


Mariana Diniz
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Resenha: “Vai Sonhando!” (Megan Maxwell)

*Por Mary*: É GOOOOOOOOOOL!

Estou abaladíssima.

Mais uma vez Megan Maxwell arrasou em uma abordagem suave acerca de temas sérios, narrados de forma romântica, envolvente e simplesmente apaixonante.

Rubén Ramos é um jogador de futebol famosíssimo, craque do Inter de Milão e, como a maioria dos craques, um cafajeste de primeira. O cara é um sucesso dentro e fora dos campos, considerado uma celebridade pela imprensa italiana e espanhola, um ídolo para os torcedores do Inter e o sonho de consumo das atrizes, modelos e Maria-chuteiras. Não faltam mulheres “tecnicamente perfeitas” em sua cama, uma para cada dia do mês, se quiser.

A coisa muda de figura ao conhecer Daniela, sua fisioterapeuta. Após uma lesão grave que o deixa fora dos campos – e com risco de sequer retomar a carreira – Rubén se dedica inteira e completamente à sua recuperação e, para tanto, conta com a ajuda de Dani. O que nasce como uma implicância gratuita, evolui para amizade e, por fim, a uma paixão arrebatadora.

Daniela Norton possui regras muito claras em sua vida e não busca um relacionamento sério com ninguém. Menos ainda com um jogador egocêntrico, alvo dos flashes de todos que o rodeiam. Ela não pretende ser mais uma de suas bellas e sabe muito bem que não corresponde aos “padrões” físicos de que Rubén tanto gosta. Já tendo passado por muita coisa em sua vida, Dani não acredita que seja o que ele precisa e faz de tudo para afastá-lo, ainda que a atração seja inegável e indiscutível.

Já sei. Você se lembrou daquele filme “Jogada Certa”, da Queen Latifah, né? Só que esse livro é melhor, te garanto. 
- Eu tenho compaixão por essas crianças, não por você. Queria poder dizer a eles essa bobagem de “vamos ganhar a partida”. Elas não têm as possibilidades que você tem de seguir em frente e continuar vivendo. Pra começo de conversa, a maioria das doenças que elas têm é incurável e não são príncipes especiais como você é para a sua mamãe. Diferente deles, você só precisa se recuperar de algo circunstancial e logo vai poder se esquecer do que aconteceu. Eles nunca vão poder esquecer aquilo que têm, porque no dia em que esquecerem será porque...porque...Sem completar, ela se virou e saiu dali, deixando o jogador sem saber o que dizer em resposta à realidade terrível que ela lhe havia mostrado.
Narrado em terceira pessoa, Megan nos presenteia com uma trama envolvente, sensível e apaixonante, refletindo de maneira tocante acerca do câncer de mama, da adoção e de como não se deve julgar alguém previamente. Mais ainda, reflete as consequências disso na vida do indivíduo e seus familiares. Acontece que a autora faz tudo isso de uma forma muito delicada, sem tirar a leveza da história.

Já disse uma vez e repito: ler Megan Maxwell é como assistir a uma comédia romântica melhor elaborada, mais aprofundada e com um quê de tramas reais, que nos fazem sentir que tudo aquilo descrito é realmente capaz de acontecer na vida de qualquer um de nós.

Além do excelente gosto musical. <3
- Querida, não sou Richard Gere, não estou de terno cinza. Também não está tocando La Traviata, nem estou numa linda limusine branca, mas estamos num vilarejo italiano, está tocando sua canção favorita do rei do rock. É minha melhor jogada para conseguir um lance digno de Uma Linda Mulher.
Ao ouvir aquilo, ela teve que sorrir.
- Gosto mais dessa música do Elvis do que de La Traviata. [...]
Antes de passar para o próximo tópico, tenho um adendo a fazer sobre a narração. Observei, desde Pela Lente do Amor, que a narração da Megan Maxwell lembra um pouco o narrador onisciente, o que não é muito, digamos, comum. Me parece que, sendo muito mais habitual encontrarmos livros com narração de narrador observador, o leitor pode naturalmente estranhar, a princípio. Para mim, não foi um problema, mas talvez você se sinta um pouco desconfortável. Sendo assim, aí está a observação. Repito: você se habitua, trata-se apenas de uma estranheza inicial.

Vencida a narração, falemos da Daniela. Aliás, quero falar das protagonistas em geral desta escritora, porque, aqui, acabarei incluindo a Ana (de Pela Lente do Amor) também. Acho que ainda não li obras suficientes da autora para ter o cacife de afirmar que todas suas personagens carregam tal característica, de modo que o farei indicando especificamente Daniela e Ana. Essas duas personagens femininas da Megan demonstram uma personalidade ímpar, de mulheres modernas, bem resolvidas, independentes e autossuficientes. Se você quiser mocinhas indefesas e choronas, procure em outro lugar, porque aqui você encontrará mulheres fortes que podem até chorar – já que somos todos humanos e frágeis – mas que correm atrás dos seus objetivos e não precisam de alguém do lado para decidir nada por elas, mas sim para lhes completar e estar junto única e exclusivamente por se amarem.

E o Rubén, gente! O que é esse homem, cara? Ele é aquele tipo que começa como um babaca, mas depois você o vai conhecendo e se apaixona. Só digo que fiquei com o emocional abaladíssimo.
- Fique aqui esta noite.
- Não, Rubén.
- Por favor, Daniela, fique comigo.
Sua voz aveludada, suas mãos ao redor dela, seu cheiro tão masculino ultrapassaram todas as barreiras que ela estava acostumada a erguer e, justo naquele dia, naquele momento, haviam desaparecido. Gostava muito daquele homem, demais, e olhando-o nos olhos, cedeu.
- Está bem, mas...
- Se não quiser, eu não te toco. Quero dormir com você.
O desenvolvimento da trama é bastante gradual, com mistérios se resolvendo aos poucos conforme se vai conhecendo mais e mais os personagens. É como se o leitor mergulhasse devagar na história das personas. Sabe quando você entra no mar? Primeiro molha os pés, daí vai andando e andando, até as ondas baterem na altura dos joelhos, continua mais e a água está na sua cintura, daí vai e vai mais ainda, quando se dá conta que está mergulhada até o pescoço nessa trama romântica.

E, para finalizar, quero apenas mencionar a ambientação maravilhosa de Milão. Amo ambientações que fogem do eixo “tradicional” que verificamos costumeiramente.

Que venham mais livros da Megan, porque me recuso a abandoná-la!

E se você quer se apaixonar, acreditar em um amor forte e ao mesmo tempo real, ficar DES-MAI-A-DA e ler um livro “de uma sentada só”, pegue Vai Sonhando! da Megan Maxwell. Aposto que você não vai se arrepender.
Cobrindo a boca dele, ela aproximou o rosto.
- Posso te contar um segredo?
Rubén, que ainda tinha a mão da menina sobre a boca, moveu a cabeça para dizer que sim. Ela falou ainda mais baixo:
- Dani me disse que gostava muito de você e que gostaria que você fosse o namorado dela. – E sem deixar que ele dissesse nada, acrescentou: - Uma vez ela disse pra mim e pro meu irmão que na cama dela só dormem as pessoas que ela ama daqui até o infinito e mais além, e ela já deixou você dormir na cama dela. Por isso, só pode amar você daqui até o infinito e mais além. Sem contar que eu ia gostar que você fosse o namorado dela, porque é bom, me ouve e é muito bonito. Mas não diga que eu te contei, porque é segredo, tá?

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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Resenha: "Do que é feita uma garota" (Caitlin Moran)


Por Yuri: Johanna tem catorze anos e mora em Wolverhampton, uma cidade decadente da Inglaterra nos anos 90. Após passar a maior vergonha no programa de televisão local ao imitar o Scooby Doo, Johanna Morrigan decide começar uma nova vida como Dolly Wilde, uma roqueira, gótica e beberrona.
“Fiz minhas anotações, vejam vocês, sobre do que é feita uma garota e como lança-la no mundo. Todo mundo bebe. Todo mundo fuma. A Miki-Esponja-Berenyi é uma puta de uma mulher legal. Fingir até conseguir. Você conversa sobre sexo como se fosse um jogo. Você tem casos. Você não faz citações extraídas de musicais. Você faz tudo aquilo que os outros estão fazendo. Você fala coisas para ser ouvida, mais do que para estar certa.”

Dolly Wilde narra com bom humor seu início na carreira profissional e na vida sexual, com histórias que fazem o leitor rir com o absurdo da situação.
Aos 16 anos, Dolly Wilde fuma, bebe, trabalha para uma revista de música escrevendo críticas para destruir bandas e transa com todo tipo de homem. Mas e se Johanna tiver feito Dolly com as peças erradas?
“Então o que você faz quando se contrói? – e se dá conta que você se construiu com as peças erradas? Você rasga tudo e começa de novo. Esse é o trabalho dos seus anos de adolescência – construir e rasgar e construir de novo, repetidas vezes, infinitamente, como filmes acelerados de cidades durante bombardeios e guerras. Ser destemido e infinito em suas reinvenções – continuar se retorcendo aos dezenove, fracassar e começar de novo, e de novo. Inventar, inventar, inventar.”

A complexidade da personagem e o amadurecimento de Johanna ao longo da história torna o livro interessante, no entanto, não senti conexão com a personagem. A realidade de Dolly Wilde é tão distante do que foi a minha adolescência e tão diferente de como eu imagino que são as adolescentes (essa sou eu sendo bem ingênua), que não me cativou.

Outro ponto que vale a pena destacar são as referências musicais do livro. Para os que não conhecem a cultura musical da década de 90, talvez não se ligue tanto com o universo da personagem, porque basicamente toda a história de Dolly Wilde envolve os artistas e banda da época.

Pra tentar explicar qual foi o meu problema com o livro, vou fazer uma analogia com uma experiência que vivi na Universal Studios com a minha irmã. Quando eu, que já li todos os livros “Harry Potter”, visitei o mundo mágico do Harry Potter, queria conhecer a loja da Zonko’s e experimentar as tão famosas guloseimas, beber a cerveja amanteigada, entrar no castelo de Hogwarts, enfim, queria desbravar cada pedaço daquele mundo e me encantava com o quanto ele era parecido com aquilo que eu li nos livros. Para a minha irmã, não foi nada demais, ela sequer experimentou a cerveja!!!

Espero que a minha analogia faça sentido, porque os leitores que conhecem as referências musicais citadas, conseguem aproveitar o livro de outra forma. Provavelmente vão entender as piadas e as críticas da personagem sobre as músicas e as bandas que para mim não fizeram sentido.

Experimentem ler o livro e compartilhem a sua opinião.

Até a próxima!

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Resenha: “Entre Dois Amores” (Carolina Estrella)

Por KlerisFazia muito muito muito muuuuuito tempo que eu não lia um livro teen. Não é um estilo que me interesse muito, leio geralmente para conhecer além de horizontes costumeiros (e quem sabe me surpreender). Com Entre Dois Amores não foi diferente, me chamou a atenção que a Carolina comanda oficinas de escrita e palestras de incentivo à leitura. Me chamou atenção também que este livro em especial se trata de metaleitura (uma leitura sobre leitura), que, como já mencionei em outras resenhas, tenho certo tombo.

Entre Dois Amores é a história Helô, garota do segundo ano do ensino médio que está para bombar na aula de Português e precisa de aula particular. É um banho de água fria, pois tudo o que ela quer saber é de moda e crushes (paixonites). Essa água fria se torna mais gelada ainda quando quem vai dar aulas é o vizinho César Rodolfo, estudante de Direito, por quem Helô tem um horror desde a infância.

Ela não se convence de precisar de aulas fora da escola, mesmo que todo o seu universo mostre que sim – pra quem tem um blog (de moda), saber escrever é essencial, mas Helô não é nada boa em se expressar senão nas costuras. Para fazer posts, ela precisa de Amanda, a bestie que dá um apoio. Os pais de Helô não querem saber disso, para eles Helô devia deixar um pouco do mundo das costuras e investir nos estudos. Ter César em casa também era pra ser um exemplo de sucesso, a fim de colocar um pouco de “juízo” na filha.

Fugir das aulas não é uma opção, então Helô faz um drama básico sobre ser aluna de César. Ela é aquela personagem clássica, mimada, popular, chatinha, mas de coração bom. Não é de todo boba, só que acaba pisando mais nas nuvens do que no chão. Sua relação com Rodolfo é a esperada desde o começo: implicar, implicar, implicar, terminar se apaixonando, fingir que não e continuar a implicar. Para dar um sacode nessa história de amor, Amanda se envolve com César. Em meio a isso, Helô se divide ao seguir pistas amorosas após despertar-se para a leitura. Alguém sempre sai ferido entre diversos enganos. 
Eu não sei usar “A” com crase, ok? Só sei escvr axim e n sei dizer T <3 na sua língua.

Entre Dois Amores é um livro bem brasileiro. Você se identifica com umas passagens aqui e acolá quando fala de escola, de amores, de vícios e de hábitos. É um livro que vive a realidade jovem de hoje, com internet, blogs, séries, música... Como estudar ao meio disso tudo, né? Dilemas! Carolina acerta muito em diversos pontos, mas em outros aspectos... não achei que deixariam a desejar.

Desde o começo, o livro tem tudo pra ser bem amorzinho. Carolina delineou perfis, e, independente do clichê, inovou (na narrativa, nas intervenções nela, os looks do dia...), jogou bem e plantou bons conflitos... Mas também força a barra um pouquinho, principalmente no quesito das leituras de Helô, uma iniciante nas letras. Para alguém tão avessa aos estudos, Helô mergulha logo nos (grandes) clássicos. Não que isso seja impossível, mas a maneira com que a autora coloca, para mim foi pouco crível. Aliás, não sou a favor dessa didática de jogar um livro para um não leitor e apenas esperar que leia, sem qualquer mediação ou envolvimento anterior. 
— Toma, esta será a sua próxima leitura. Quero uma resenha deste livro para semana que vem. – olhei para ele com a boca aberta. – O que foi? Em boca aberta entra mosca, mocinha.
— Você está achando que eu vou ler um livro amarelado com cheiro de mofo? Nem morta?
— Você vai ler sim Orgulho e Preconceito, madame. Este livro é o preferido das minhas alunas e tem um vocabulário ótimo para trabalharmos nas aulas.

Outro ponto que me incomodou foram algumas reviravoltas “desconexas” e exageradas, sem falar de conflitos superestimados em dadas horas e depois esquecidos (o blog, o curso, as aulas). Personagens como Marina e até Amanda, a melhor amiga de Helô, ganham esse tom forçado – e vá lá, também abusivo. Senti falta de equilíbrio na trama por isso. 
É impressionante como um garoto pode arruinar uma amizade de anos.Ou uma amiga pode arruinar um amor para sempre – Marina. 
 [...] Vou te contar, se depender da amizade de vocês duas, eu estou frita.

Como veem, o livro não me ganhou. Em contrapartida, ainda me parece um bom livro... para quem procura um drama bem teen, uma trama clichê ou uma história carismática.

Pelo que já espiei do canal da autora no youtube, Carolina transpira essa animação em sua escrita, que é fluída. Mesmo que a história não tenha me conquistado (e nem sou realmente o público alvo), fico feliz pela editora Planeta estar investindo na Estrella, que me parece ter a faca e o queijo na mão, só precisa de um pouco mais de firmeza e se sair de umas amarras clicherianas – vejo potencial nessa menina! Vale destacar ainda todo o esmero da editora. 

Apesar dos apesares, vale a leitura. E você, o que acha? Já conhece a autora? Contaí nos comentários :)






P.S.: Só lembrei desse tweet enquanto lia ;)



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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Resenha: “Vermelho como o sangue” (Salla Simukka)


Por Yuri: Olá pessoal! Vermelho como sangue é mais um livro naquele estilo new young. Não tenho nada contra esse gênero, nem quem curte. Eu mesma já li livros com essa temática, mas depois que os primeiros new young foram publicados, veio uma enxurrada de livros dessa linha. A única diferença entre eles era o nome dos personagens e a capa do livro (às vezes nem isso era diferente).

Quando um tema fica meio modinha, eu perco o interesse. Acho que falta originalidade na história e nos personagens. Para mim, é isso o que acontece com Vermelho como sangue. Tem a personagem principal, que é deslocada, que se acha diferente dos outros. Daí ela conhece novas pessoas, e se torna extremamente leal a elas. Nessa jornada a personagem principal vai se descobrindo e encontra uma heroína em seu interior.

Eu já tive a minha cota de trilogias adolescentes sem graça, mas vou deixar um breve resumo para que vocês leitores possam tirar suas próprias conclusões sobre o livro e decidir se querem ler ou não.

Vermelho como o sangue narra a história de Lumikki Andersson, uma jovem de dezessete anos, que se transferiu para uma famosa Escola de Arte de elite para fugir do seu passado e desde então mora sozinha, longe dos pais.
“Lumikki Anderson. A menina sueco-finlandesa de Riihimäki. A que tinha uma opinião cuidadosamente pensada sobre tudo. A que tirava notas perfeitas em Física e Filosofia. A que representara Ofélia tão bem que dois professores enlouqueceram e o resto ficou tomado de emoção. A que não participava de nenhuma pegadinha ou festa da escola. A que sempre comia sozinha, mas nunca parecia solitária. Ela era a peça do quebra-cabeça que não tinha seu próprio lugar, mas poderia de repente preencher quase qualquer buraco que fosse necessário. Ela não era como os outros. Ela era exatamente como os outros.”

Resultado de imagem para vermelho como sangueCerto dia para fugir do mundo a sua volta, Lumikki entra na câmara escura da escola em que estuda e encontra cédulas de dinheiro penduradas para secar manchadas de sangue. A partir de então, aguçada por sua curiosidade, a personagem persegue a quem pertence o dinheiro.

Lumikki descobre que o dinheiro pertence ao grupo mais top da Escola de Arte, formado por Tuukka (o garoto mais bonito), Elisa (a mais bonita) e Kasper (o garoto problema), que acharam uma sacola com o dinheiro após uma noite regada à bebida e drogas.

Sem querer, acaba se envolvendo no caso das cédulas manchadas. A partir de então, o mundo de Lummiki vira um caos e a personagem é perseguida por traficantes, participa de festas organizadas por máfias e perde todo o controle que tinha da sua vida.

Achei a história chata e o livro confuso. As lembranças de Lumikki se misturam com os acontecimentos e às vezes fica uma bagunça de interpretar. Geralmente quando eu não entendo algum trecho, eu volto pra ver se fica mais claro. Nesse livro não ficava e chegou um momento que eu fiquei com preguiça de interpretar. Por exemplo, não ficou claro para mim qual era a sexualidade da personagem. Apenas lendo os trechos que a autora incluiu a respeito desse assunto, eu li e reli... e preferi ficar sem entender mesmo.

Se eu não soubesse que este é só o primeiro livro da trilogia, diria que a autora foi bem preguiçosa pra fazer um final pro livro. Como eu disse antes, as lembranças se misturavam o tempo todo, e deu para perceber que a infância da personagem foi bem sofrida e que os pais dela tem algum segredo. Daí a história fica bagunçando com memórias para que o leitor fique curioso sobre a vida da personagem antes de se mudar de cidade, e no final ela decide que não quer saber esses mistérios. (WHAAAAT?? O.o Como assim não quer saber? Tudo bem que tem coisas da minha vida que eu também não quero saber, mas isso é um livro!!! É lógico que eu quero saber sobre a vida dela.)

Resolvi dar o ar da dúvida pra autora e não vou chamar o final de preguiçoso até que toda a coleção seja publicada, pois provavelmente essas pontas soltas serão resolvidas nos próximos livros. 

Eu indicaria esse livro para quem curte livros com personagens adolescentes ou pra quem está interessado em uma leitura rápida para se distrair.

Nota: 2/5

Até a próxima!

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Ana Liberato