sábado, 31 de janeiro de 2015

Resenha: "O Para sempre de Ella e Micha" (Jessica Sorensen)

Por Marianne: O casal mais insuportável do new adult esta de volta em O para sempre de Ella e Micha. O romance é a continuação de O segredo de Ella e Micha, que eu já resenhei pro Dear Book aqui. No romance anterior vimos Ella e Micha encarar as nuvens negras do passado e amadurecer juntos pra estabelecer uma relação de verdade. Agora muita coisa mudou. Ella voltou pra universidade em Las Vegas e tem frequentado seções de terapia pra lidar com seus fantasmas do passado e suas preocupações atuais, como fato de o pai alcoólatra ter sido internado a força numa clinica de reabilitação.

Já Micha está em turnê com a nova banda. Mas, como sempre na vida, as coisas não saem bem como o esperado.
Nesse novo romance a autora explora a insegurança e ciúme dos personagens devido a distância. Novos personagens surgem pra instigar a imaginação dos leitores e os próprios protagonistas à uma possível traição, tudo na maior leite com perisse óbvio.


As pessoas nunca querem fazer coisas que magoem os outros, mas, mesmo assim, isso às vezes acontece, por um momento intenso, por uma breve racionalização ou por simplesmente dizerem palavras que estão em sua mente.
O que mais me chamou a atenção nessa continuação foi o amadurecimento de Ella. O desenvolvimento de seu relacionamento com o pai e o irmão, que a culpam pela morte da mãe, é tratado de forma muito delicada e sincera. A depressão de Ella num geral é muito bem apresentada e apesar da narrativa ter um ar meio Malhação a autora consegue nos envolver e sensibilizar com as situações vividas por Ella.
—Acho que as pessoas que passam por mais coisas podem acabar se tornando mais fortes no longo prazo. Elas têm um discernimento que muitas outras não têm. E elas também têm uma compreensão melhor, podem ter a cabeça mais aberta.
 Micha continua desnecessário e bocó como sempre. Nem um drama inesperado com o pai, que o abandonou quando criança pra viver $muito bem obrigada$ com outra família me fez sentir alguma ternura pelo rapaz.
—É só que… Você é adorável. Você está aborrecido porque se sente mal por estar pensando coisas ruins.
—Nunca mais me chame de adorável.
(...)
—Nenhum cara quer ser chamado assim.
(...)
—Se você continuar me chamando de adorável, vou virar seu corpo e mostrar a você toda minha masculinidade. (Micha em sua clara demonstração de falta de senso e cérebro).
Possessivo e arrogante, ultrapassando todos os limites do bom senso e me fazendo espumar de ódio durante vários trechos do livro por suas atitudes sem nexo o personagem só confirmou minha opinião de que é o maior erro da autora nos dois livros.
—Você é especial demais, e se eu tiver que ser totalmente possessivo ao seu respeito quando um idiota do mundo das artes vier dar em cima, bem na minha frente, eu vou ser, mesmo. (Micha sendo Micha)
Micha é descrito como lindo, rebelde, irreverente, sensível e loucamente apaixonado por Ella suspiros ofegantes, mas a possessividade do rapaz me incomoda o livro todo. Ela é mostrada de uma forma romanceada que passa a ideia errada de que mesmo a mocinha protagonista deixando claro que não quer companhia/ajuda do mocinho apaixonado, ele VAI estar lá, ele VAI ajudar, ele não VAI desistir dela.
—Sua bunda está basicamente pulando para fora do vestido… E as garotas se vestem assim quando querem se oferecer pra transar… Então trate de voltar pra casa e escolher outra roupa. (Micha em sua clara demonstração de total compreensão de comportamento feminino baseado em suas roupas.)
Existe um método muito simples de saber se é amor ou se é loucura. Troquem o Micha lindo-perfeito por um cara comum, um cara normal qualquer. Agora imaginem que quando Ella rejeita o rapaz ela realmente queira isso. Pronto, temos um cara louco perseguindo uma garota que está fugindo dele. Uau, que romântico.

As cenas sexuais do livro eu não vou dizer que podem ser comparadas as de Malhação porque a novela adolescente não tem essas “indecência”. Mas se tivesse seriam no mesmo nível de causar bocejos no adolescente mais cheio de hormônios. A impressão que eu tenho o tempo todo é de que a autora tem medo de ousar muito nas cenas mais sensuais, mal sabe ela que tá escrevendo pra geração que (pelo menos no Brasil) cresceu assistindo Presença de Anita escondido dos pais hahaha. Poxa Jessica Sorensen, é new adult, não é new teen não, apimenta esse negócio ai!

Dois personagens que foram meio que deixados de lado nesse livro foram Ethan e Lila, melhores amigos dos protagonistas. Ethan até ensaiou entrar num drama pessoal que eu queria muito que fosse mais explorado, mas não rolou. Lila foi totalmente coadjuvante, uma pena porque eu gosto da personagem e acho que ela e Ethan (que não estão num romance) fluem com muito mais naturalidade do que os próprios Ella e Micha.

Apesar das minhas críticas a leitura flui bem e entretém. Gosto de pensar que é tipo de história que não vai acrescentar nada na sua vida. Mas que da pra assistir e passar o tempo, se distrair.
Contem nos comentários o que vocês acharam do livro ou as expectativas depois de ler minha resenha!

Até a próxima :)



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Ana Liberato