quarta-feira, 20 de maio de 2015

Resenha: "A Improvável Jornada de Harold Fry" (Rachel Joyce)

Tradução por Johann Heyes

Por Eliel:


Sinopse: A Improvável Jornada de Harold Fry - Vencedor do britânico National Book Award na categoria de melhor livro de estreia e finalista do prestigiado Man Booker Prize, A improvável jornada de Harold Fry, de Rachel Joyce, tem como temas centrais os sentimentos de amor, amizade e arrependimento. A autora conta a história do aposentado Harold Fry que numa manhã de sol sai de casa para colocar uma carta no correio, sem imaginar que estava começando uma jornada não planejada até o outro lado da Inglaterra. 

Ao receber uma carta de Queenie Hennessy, uma velha conhecida com quem não tem contato há décadas, ele descobre que ela está em uma casa de saúde, sucumbindo ao câncer. Então, Harold Fry escreve uma resposta rápida e, deixando sua mulher com seus afazeres, vai até a caixa postal mais próxima. Ali, tem um encontro casual que o convence de que ele deve entregar sua mensagem para Queenie pessoalmente. E assim começa a peregrinação improvável de Harold Fry.

Determinado a andar 600 milhas de Kingsbridge à Berwick-upon-Tweed, porque, acredita, enquanto caminhar, Queenie Hennessy estará viva, ao longo do caminho, ele encontra personagens fascinantes, que o trazem de volta memórias adormecidas: sua primeira dança com Maureen, o dia do seu casamento, a alegria da paternidade. Todos os resquícios do passado vêm correndo de volta para ele, permitindo-lhe conciliar as perdas e os arrependimentos.Fonte: Skoob

"Desde o instante em que conheci Harold Fry, não quis mais deixá-lo. Impossível parar de ler." Erica Wagner, The Times

E posso dizer que eu também senti o mesmo que a crítica literária acima. Do momento que ele cruza a soleira da porta para responder à uma carta de uma amiga que ele não via a muitos anos e que está padecendo de um câncer terminal é possível perceber que essa jornada será muito mais profunda do que o simples colocar um pé na frente do outro.

Harold Fry é um senhor aposentado com uma vida pacata e sem surpresas, chega a ser monótona. Eu não gostaria de envelhecer assim. Ele trabalhou durante toda a sua vida em uma única empresa e teve uma vida simples voando abaixo do radar, nunca chamando a atenção para si ou para seus feitos, um ser humano mediano.

A garçonete disse:

- A gente tem que dar uma enlouquecida de vez em quando, senão não dá. - Ela deu um breve tapinha em seu ombro e, finalmente, entrou pelas proibidas portas de vaivém.

Vivendo cada dia na mesma rotina dentro de um casamento desgastado, certo dia chega a fatídica carta de Queenie Hennessy. Decidido a responder a carta, ele caminha a até a caixa de correspondências, depois até o correio e daí para frente começa a jornada para entregar a carta pessoalmente. O detalhe é que a caminhada é de cerca de 1000 km.

Sem nenhum preparo prévio, nem físico e nem psicológico, ele acredita que enquanto caminha até sua amiga ele pode ajudá-la a lutar contra o câncer. Sua jornada será extremamente cansativa e cheia de dificuldades. Além disso, ela será uma caminhada à sua mente e ao seu passado. Tudo isso para salvar uma vida, e se tudo der certo mais de uma vida poderá ser salva.

Tem tanta coisa na mente humana que a gente não entende. Mas, sabe, se a gente tem fé, pode fazer qualquer coisa.

Ao longo do caminho ele vai encontrar pessoas, repensar atitudes e descobrir o prazer dos detalhes cotidianos. O poder de transformação dessa caminhada é percebido através dos temas abordados, como amor, fé, autoconhecimento, perdão, dor, solidão entre outros de igual importância.

Na minha opinião não é daqueles livros que batem recordes de venda, porém, ele é de uma simplicidade e verossimilidade que deveria ser lido ao menos uma vez na vida. Ou mais, garanto que em cada fase da sua vida você absorverá outras nuances das lições contidas nessas páginas ricas em sabedoria. Isso só me ensinou que as aparências enganam, Harold Fry é muito mais do que um senhor aposentado.

Ele estava tão feliz, tão unido à terra sob seus pés, que poderia rir e rir de tão simples que era.

Rachel Joyce tem uma fluidez na escrita que foi um tanto difícil de acreditar que não era um relato real. Por vezes monótono como uma caminhada solitária deve ser e em outras tão emocionantes que lágrimas simplesmente brotam sem razão aparente. Emocione-se com a força de vontade por trás de cada passo de Harold Fry.



2 comentários

  1. Já quero! Gosto desses monótonos que se revelam em pequenos prazeres cotidianos =3

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Ana Liberato